12 de outubro de 2015

ESTADOS UNIDOS-JAPÃO - DESPEDIDA EM BELEZA DOS BRAVE BLOSSOMS *

* Manuel Cabral
Os Brave Blossoms dizem adeus ao Mundial 2015, deixando no ar um pouco do perfume que trouxeram à competição, e com o notável feito de terem conseguido três vitórias sem conseguirem a qualificação para a fase seguinte, o que nunca antes tinha acontecido na história do Campeonato.

O Japão foi a melhor das equipas não qualificadas para os quartos de final, abriram os olhos do mundo para o Mundial 2019, e a verdade é que tudo de bom que possa ser dito sobre a equipa do Sol Nascente, é merecido.


Hoje, frente aos Estados Unidos, os japoneses foram iguais a si próprios, não deram um segundo sequer de descanso ao adversário, bateram na barreira defensiva, tornaram a bater e perdeu-se a conta das vezes em que bateram, rodearam, tornaram a bater, tornaram a rodear, em séries de mais de 15 fases...

Foram os Estados Unidos a abrir o marcador, logo aos 5 minutos de jogo, quando Mac Ginty, a mais de 40 metros dos postes, transformou uma penalidade, mas foi sol de pouca dura, pois menos de 2 minutos depois o Japão passava para a frente com um ensaio de Matsushima, que Goromaru transformou, mostrando o marcador 3-7.

Foi preciso esperar 15 minutos para que o marcador sofresse alteração, o que veio a acontecer com um ensaio americano de Ngwenya (8-7) sem transformação, mas logo na resposta o Japão voltava à liderança - que não mais deixaria - com o segundo ensaio da equipa, por intermédio de Fujita que Goromaru aproveitou para aumentar, registando nos livros 8-14 para os Brave Blossoms.

O jogo continuou num ritmo de parada e resposta, mas foi Goromaru a fazer mais uma vez o gosto ao pé, antes das equipas saírem para o intervalo com o resultado em 8-17

O segundo tempo não trouxe alteração ao espantoso ritmo do jogo - onde foram eles arranjar tanto pulmão?? - com a bola a circular demoniacamente, com a iniciativa a pertencer mais aos japoneses, mas com a resposta sempre pronta e venenosa dos americanos.

Goromaru e Mac Ginty trocaram cumprimentos, e foi com o marcador a mostrar 11-20 que se chegou à decisiva amostragem de um cartão amarelo ao pilar esquerdo americano, Fry, aos 62 minutos de jogo, que os japoneses aproveitaram para aumentar de imediato a vantagem marcando o seu terceiro ensaio por intermédio de Mafi, que Goromaru não converteu.

Com 11-25 no marcador, os Estados Unidos reuniram forças e conseguiram reduzir marcando também mais um ensaio - o segundo e último - pelas mãos de Wyles, que Mac Ginty transformou em sete pontos, encurtando a distância para 18-25 e ficando dentro do jogo, com 8 minutos ainda por jogar.

Mas os orientais não baixaram os braços, marcaram ainda mais uma penalidade - Goromaru, claro! - e fecharam o marcador nos 18-28.

Ayumu Goromaru foi o Man Of The Match - quem mais poderia ser?? - depois de ter marcado 13 dos pontos da sua equipa nesta partida, e ao liderar a lista dos marcadores de pontapés, com 13 bem sucedidos - parece ser o seu número da sorte... - no registo geral do Mundial 2015

Mais um jogo que valeu a pena ver, a circulação da bola, o ritmo e o fair-play a dominarem, numa estupenda manifestação de vida do nosso desporto!

Uma palavra final para Eddie Jones, o treinador do Japão, que se despediu da melhor forma do Mundial e do Japão, já que deixa a direcção técnica da equipa, mas cujo futuro apenas deve depender da sua habilidade em seleccionar a melhor proposta de trabalho...


4 comentários:

Claudio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Claudio disse...

Uma dúzia... (E não meia-dúzia)

Vi todos os jogos da Roménia e da Geórgia e chego a seguinte conclusão : Portugal não vai a lado nenhum sem ter em cada jogo (ou seja em qualquer jogo) internacional no mínimo uma dúzia de jogadores a jogarem na elite francesa (i.e. Top 14 / Prod2 / melhoras equipas de Fed1).

Para ter em todos os jogos essa dúzia, tendo em conta as inevitáveis ausências por causa de lesões ou de clubes resistentes, temos que ter :

- imediatamente 15 a 20 lusodescendentes disponíveis pelo menos para 2 ou 3 jogos no ano ;

- rapidamente meia dúzia de jogadores portugueses de Portugal a jogarem em França e depois no mínimo 2 ou 3 jogadores a mais cada ano (estamos muito contentes de ter aqui Lima, Bettencourt, Domingues e Vlady, mas queremos muito mais !).

Ou então não vamos a lado nenhum...

Duarte disse...

Caro Cláudio,

O Domingues está num clube da Pro2, certo?
Ele costuma ser titular, suplente utilizado, ou suplente não (raras vezes) utilizado?

Claudio disse...

Caro Duarte, não sei sinceramente o que se passa com o Domingues. Quando anunciaram a regresso do rapaz no site do clube na última primavera, pudemos ler um grande entusiasmo por parte do clube. No entanto, desde o regresso efectivo este verão, não apareceu na equipa 1 não sei se joga com os espoirs. Pena, porque quando jogou há dois anos atrás neste clube durante os estudos, chegou a jogar com a primeira equipa. Vamos ver se consegue aparecer na equipa dos profissionais um dia destes... Eu gostava !