De acordo com a documentação disponível, e com os comentários, já tornados públicos por alguns dos intervenientes mais activos do período pré-leitoral da FPR, a situação pode resumir-se em poucas palavras: Em conseqüência da aprovação dos novos Estatutos e Regulamento Eleitoral, terão de ser realizadas eleições até ao final da presente época desportiva.
Duas correntes se defrontam, contudo, sobre a data em que essas eleições devem ter lugar. Dum lado, a actual Direção da FPR, que defende a realização das eleições apenas no final da época, argumentando que foi eleita para um mandato que ainda não terminou, e que o rugby português se encontra na véspera da realização de importantes jogos internacionais, que podem levar as nossas cores, pela segunda vez consecutiva, a uma fase final do Campeonato do Mundo. E que esse desiderato constitui um dos principais objectivos pelos quais se guiou esta Direção, não sendo, portanto, justificável, a sua substituição, antes da realização daqueles jogos. E que a realização de eleições, com eventuais alterações que se possam introduzir nos trabalhos da equipa nacional, nesta altura, pode prejudicar os trabalhos da seleção e os resultados, que se espera, venham a conseguir.
Por outro lado, estão aqueles que pretendem a substituição imediata desta Direção, argumentando que ela foi eleita ao abrigo de uns Estatutos significativamente diferentes, que não davam ao Presidente da Federação o conjunto de poderes que agora lhe são inerentes. Por outro lado, este segundo grupo, entende que a actuação da Direção não tem sido benéfica para o rugby português, nomeadamente na questão do Centro de Alto Rendimento, e na gestão dos pagamentos aos jogadores que nele se integram, com favorecimento claro de uns clubes, em desfavor de outros. Dizem ainda, que não são válidos os argumentos da actual Direção quanto a eventual prejuízo aos resultados que se esperam alcançar nos jogos que terão lugar em Fevereiro e Março, já que não pretende esse grupo, provocar qualquer alteração ou instabilidade quanto aos trabalhos da seleção.
Na minha opinião, qualquer dos pontos de vista é válido, e ambos se enquadram no que está disposto nos novos Estatutos e Regulamentos. Acresce a estes factos, que os Corpos Sociais a eleger esta época, terão um prazo de vida reduzido, condicionado aos próprios Estatutos, devendo cessar funções até final do ano 2011, para acertar o seu mandato, ao ciclo do campeonato do Mundo. Por outro lado, as competições oficiais vão começar dentro de dias, pelo que não será possível proceder a alterações às mesmas no decurso da presente época. E não tenho conhecimento de qualquer manifestação de descontentamento quanto ao modo como está organizado o esquema competitivo do escalão sênior principal, que justifique a preparação, discussão e aprovação de alterações ao mesmo, até 31 de Janeiro de 2010, para entrar em vigor no início da época 2010-2011. Desta forma, a acção dos novos Corpos Sociais a eleger, reduz-se à gestão corrente da FPR, até à eleição que terá lugar em final de 2011, pelo que fica difícil de entender o porquê de tanto apetite pelo poder, que agora se disponibiliza.
Pelo meu lado, compreendendo e aceitando os argumentos de cada um dos lados em confronto, fico com a idéia clara que promover eleições, neste momento, antes do final da corrente época, é absolutamente inútil. Não vai promover nenhuma alteração sensível da gestão da FPR, e apenas servirá para manter agitado um ambiente que é necessário tornar pacífico e harmonioso. Talvez seja altura das partes se acalmarem, e elaborarem os seus Planos Estratégicos, com uma validade até ao final do próximo ciclo do mundial, ou seja, final de 2015, à luz dos últimos acontecimentos marcantes para a modalidade, como será uma eventual admissão do rugby no Programa Olímpico. Esses Planos concorrentes seriam postos à avaliação e discussão pública, e então sim, no final da época, eventualmente em Junho, se disputariam as eleições, com todo o mundo conhecendo o que cada um se propõe fazer.
Essa seria uma prova de que os futuros candidatos se preparam para servir os praticantes, e, por isso merecem o seu respeito e confiança.
29 de setembro de 2009
28 de setembro de 2009
ELEIÇÕES PARA OS DELEGADOS NA FPR A 31 DE OUTUBRO (CORRIGIDO)
O Presidente da Assembléia Geral da FPR, no pleno exercício das suas competências, convocou para o próximo dia 31 de Outubro, eleições para os delegados à assembléia eleitoral. Com esta eleição inicia-se o processo para a eleição dos órgãos sociais da Federação.
Abre-se assim uma página nova na vida do rugby português, que se espera, possa conduzir o nosso desporto a outros patamares de desenvolvimento e sustentabilidade, ao mesmo tempo que mantém e faz progredir, as nossas equipas representativas.
Espero que os candidatos que se perfilam, tenham o bom senso de apresentar programas eleitorais suficientemente claros e inequívocos, por forma a permitir a todos os intervenientes, uma decisão de voto de acordo com os reais interesses do rugby.
Dada a forte contestação de que foi alvo a actual Direção da FPR, espera-se que os candidatos ao cargo de Presidente, não se limitem a elaborar um programa eleitoral que contenha as linhas básicas da sua acção, conforme exigido pelos novos Estatutos da FPR, mas que apresentem mesmo um Plano Estratégico que atravesse transversalmente todo o universo do nosso rugby. Vamos entregar um leque de vastos poderes ao novo Presidente, como nunca antes aconteceu, e, por isso mesmo, não podemos passar um cheque em branco a uma pessoa – independentemente de quem seja - a quem depois não possamos pedir contas. Dentro de dias vou apresentar um esboço de um Plano Estratégico fundamental para o nosso rugby, e desafio, os candidatos que se apresentarem, a estabelecer metas objectivas para cada uma das áreas nele apontadas.
27 de setembro de 2009
ANTÓNIO CUNHA, COM MÉRITO

Não falarei aqui das outras nomeações, pois estão dependentes ainda de votação, e o facto de me encontrar distante não permite um julgamento justo e imparcial.
Mas quanto ao António Cunha é diferente, já que o conheci desde os seus primeiros jogos, com ele privei em múltiplas ocasiões, e sempre tive por ele o respeito devido a um amigo do rugby, apesar da diferença de idade que nos separa.
26 de setembro de 2009
ÁFRICA DO SUL VENCE NA NAMIBIA

NAMIBIA SEVENS - FINAIS

24 de setembro de 2009
NOTAS SOLTAS

19 de setembro de 2009
PORQUE NÃO O LISBOA SEVENS DE NOVO?

17 de setembro de 2009
ANO NOVO, VIDA NOVA?

12 de setembro de 2009
LOBAS, LOBITOS, LOBISOMENS?
Tenho assistido ao longo das décadas, no meio rugbistico nacional, ao assumir de posições, expressão de descontentamentos ou de simples insultos, da parte de uns grupos de pessoas em relação a outros grupos de pessoas, e vice-versa.
Também fiz parte disso, já que, como todos os do meu tempo, “nasci” para o rugby numa “quinta”. E todos os que estavam nas outras “quintas” eram, à partida, meus inimigos.
Depois, com o andar dos anos, fui entendendo que não era bem assim. E acabei mesmo por estabelecer laços de respeito, compreensão, cumplicidade e amizade, com muitos dos que eram das outras “quintas”.
Por motivos de ordem pessoal, mudei-me para o exterior em 2002, ficando afastado do “meio” durante cerca de seis anos. Voltei a interessar-me, a informar-me, há poucos meses. Mas, com tristeza, verifiquei que uma das marcas que continua incólume foi a das “quintas”. As pessoas continuam a agredir-se, com ou sem razão, continuam a favorecer uma visão individualista em oposição a uma noção do conjunto, continuam a motivar-se contra este ou contra aquele e não por isto ou por aquilo, continuam a perder a razão pela utilização do insulto, da calúnia, da intolerância.
Talves seja do distanciamento, ou da idade, mas deixei de achar graça a todas estas “coisinhas”. Acho que, finalmente, encontrei um posicionamento sereno que me dá o privilégio de ver, procurar entender, e só depois, emitir opinião, ficando em paz com a minha consciência. A favor ou contra, dependendo da situação, mas nunca por ser amigo deste ou não gostar daquele.
O rugby foi, e continua a ser, parte muito importante da minha vida, e não estou na disposição de perder o privilégio de fazer parte desta família, por teimosia, cegueira, ou simplesmente estupidez.
O mundo mudou, Portugal mudou, o rugby mudou. Que aqueles mais agitados saibam mudar também, e não envelheçam amargos, isolados nas suas “quintas” e saibam canalizar as suas forças para o bem da nossa malta. Porque, afinal, todos somos Homens do Rugby!
E já que, apesar de ter estado ligado ao Direito de 1964 até 1986, ninguém pode em sã consciência dizer que hoje estou ligaddo a este ou àquele clube, vou dar um passo no sentido da pacificação.
Claro está que é na área dos sevens, afinal uma paixão que abracei há mais de 23 anos.
Criei em http://rugby7portugal.plaxogroups.com (procurar em rugby sevens portugal) um local para conversar sobre sevens em Portugal, mas que aceita tratar de outros temas rugbisticos também. Um local onde todos serão bem vindos, mas os Anonimos, ou quem se esconda atrás de pseudonimos ou falsas identidades, não. Um espaço onde todas as opiniões serão respeitadas, mas o insulto e a ofensa, não. Um espaço onde todos se podem fazer ouvir, mas a ninguém será autorizado monopolizar o “tempo de antena”. Para aderir é necessário registar-se no Plaxo. Mas é a única forma que tenho de poder impedir os não identificados de entrarem...São apenas uns minutos. Ajuda se, no perfil, indicar qual a sua ligação ao rugby, qual o seu clube, se tiver.
Um espaço, um lema: Incomodar quando for oportuno, apoiar quando for necessário.
O primeiro tema – para começar o jogo – é simples: A nossa Seleção Nacional é conhecida como Os Lobos. E as outras seleções portuguesas, como devem ser conhecidas? Lobas, Lobitos, Lobisomens...?
Junte-se ao Grupo e dê a sua opinião. Depois, conforme haja ou não boas ideias, faremos uma votação por seleção. Mas agora é um género de brain storming. Vamos a isso?
6 de setembro de 2009
GARANTIR A EXECUÇÃO DO PLANEADO
Falei no meu último post da equipa técnica necessária para suportar as exigências de um plano nacional de desenvolvimento dos sevens.
No entanto é importante referir que, para o sucesso de qualquer plano de desenvolvimento, é fundamental criar uma equipa de administração competente, capaz de ter em foco os objetivos traçados, de imaginar as melhores soluções para os problemas que se irão levantando - entre os quais aqueles levantados pela própria equipa técnica - e ir preparando em tempo útil, as correções adequadas ao desenvolvimento do plano, já que nenhum projeto é um corpo morto, ou uma equação matemática exata.
De referir que, apesar da enorme importância que a equipa técnica tem num processo desta natureza, a verdadeira importância reside na própria essência do projeto. Já assistimos no passado, quer no rugby, quer noutras modalidades, a uma transferência de prioridades, sempre com manifesto prejuízo da modalidade, em geral, e daqueles a quem, em última instância, o projeto se destina: aos seus praticantes.
Quero com isto dizer que a equipa técnica não é capaz de assumir essa responsabilidade? Não, o que eu quero dizer é que á equipa técnica compete executar as tarefas técnicas que permitem o êxito do projeto. As tarefas de desenvolvimento dos objetivos definidos pela direção da Federação devem ser imputadas a alguém, ou a uma equipa, não diretamente envolvida na execução do próprio projeto. Alguém ou uma equipa, a quem a direção da Federação possa exigir que aqueles objetivos não sejam desvirtuados. Alguém ou uma equipa que possa intervir perante a equipa técnica, e perante a direção da Federação, simultaneamente. Ou seja, alguém ou uma equipa que faça a ligação entre quem define o pretendido (direção da Federação), o que se pretende (objetivos traçados), quem executa o pretendido (a equipa técnica) e aqueles a quem o pretendido se destina (os praticantes).
Vou dar um exemplo, para que não restem dúvidas sobre o que digo. É natural que, do evoluir de um projeto de desenvolvimento dos sevens, emane uma seleção mais poderosa, mais competitiva e mais sustentada do que aquela – brilhante! – que temos hoje. E é também natural que a equipa técnica se dedique ainda mais a ela, eventualmente esquecendo, ou deixando para segundo plano, as tarefas junto aos clubes, junto à base de recrutamento de jogadores. Perdendo, por essa dedicação, o foco principal do próprio projeto: os praticantes no seu conjunto. Porquê perder tempo indo a Bragança participar numa ação de sensibilização ou apoio ao núcleo local de rugby, se no Estádio Nacional estão reunidos os 50 melhores jogadores nacionais numa sessão de treino?
Competirá à administração do projeto pôr ordem na casa, garantir que os interesses do praticante de base são assegurados, e que a seleção nacional recebe a atenção que merece. Porque, em última instância, sem praticantes de base, qualquer projeto está destinado ao fracasso. Mais ou menos imediato.
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