7 de fevereiro de 2022

NA PRIMEIRONA APÓS ÚLTIMA JORNADA DO APURAMENTO SETE JOGOS EM ATRASO DIFICULTAM CLASSIFICAÇÃO NO GRUPO NORTE (*)

(*) ver no final
Com sete jogos em atraso no Grupo Norte, após a realização da décima e última jornada da fase de apuramento, não é ainda possível saber qual a segunda equipa apurada, já que a Lousã, apesar de ter dois jogos em atraso, já não pode ser ultrapassada na classificação pelo atual terceiro classificado, o Guimarães.

Já para o segundo lugar, a equipa de Arcos de Valdevez, apesar da vantagem que tem sobre o terceiro classificado, ainda pode por este ser ultrapassada, pois o Guimarães tem dois jogos em atraso, o que teoricamente lhe permite adicionar 10 pontos aos que hoje tem.

Note-se que os jogos Lousã-Bairrada e Arcos de Valdevez-CDU Porto "B" foram adiados, tendo-se realizado apenas o Guimarães 22-25 Braga (3-3).

Já no Grupo Sul, e apesar dos quatro jogos em atraso, os dois primeiros lugares estão desde já definidos, com o Caldas, que venceu o Setúbal por 51-19 (9-3) a ocupar a liderança e o Santarém, que derrotou o Galiza por 22-32 (3-4) na segunda posição. O Setúbal segue na terceira posição com menos sete pontos que o Santarém, mas apenas com um jogo de atraso o que lhes dará no máximo cinco pontos. No terceiro jogo da jornada o Elvas recebeu e foi batido pelo RV Moita por 24-28 (4-4)

Veja no final os resultados, os quadros classificativos e a relação dos jogos em atraso.

CALDAS RUGBY CLUBE 51-19 CLUBE DE RUGBY DE SETÚBAL (9-3)
Duas equipas com a sua classificação assegurada, o Caldas já com lugar no Top 4 para disputa do titulo assegurado há algumas jornadas, o Setúbal, atual 3º classificado nesta sua primeira época na 1ª Divisão, já com a permanência garantida. Ambos os conjuntos com várias baixas na sua formação, mesmo assim não se deixava de antever um jogo disputado e interessante de seguir.
Entraram muito decididos os Pelicanos e, desde logo, instalaram-se no meio terreno adversário criando várias situações de jogo à mão bem delineadas, contrariadas com uma defesa muito enérgica dos Sadinos.
Aos 7 minutos uma penalidade jogada à touche, conquista no alinhamento, um maul dinâmico imparável, apenas travado à entrada da linha de ensaio, uma fase de pick & go e o pilar Rui Santos a concretizar o primeiro ensaio. Tommy Lamboglia não converteu um pontapé difícil, contra o vento.
A partida prosseguiu na mesma toada, os Caldenses a dominar nas formações ordenadas, instalados no meio campo dos visitantes. O toque de meta esteve eminente, falhas na última decisão a comprometer o avolumar no marcador.
Aos 13 minutos o centro Pancho Loza saiu com lesão muscular, entrando Jonathan Nolan, não se ressentindo o Caldas desta contrariedade. Até porque, aos 15 minutos, e numa cópia fiel do 1º ensaio, o outro pilar Pelicano David Esteves concretizou de novo. Tommy Lamboglia foi eficaz e acrescentou mais dois pontos. 12-0 no placard.
Empolgados os Pelicanos chegaram a mais um ensaio aos 18 minutos, de novo por David Esteves, a finalizar entre os postes uma jogada de entendimento pelo centro do terreno. Pontapé de transformação fácil para Tommy Lamboglia que não falhou. 19-0 no marcador.
No primeiro quarto o resultado parecia decidido a favor da equipa da casa.
Os Pelicanos não tiraram o pé e, aos 23 minutos, em mais uma sequência alinhamento, maul e pick & go final, foi a vez do asa Gonçalo Sampaio aumentar o marcador para 24-0. Mais um pontapé difícil para o fly half Pelicano que falhou por pouco.
O ritmo do Caldas abrandou, e a saída, momentânea, do 2ª linha Wilson Bento, vítima de entorse, retirou algum poder à avançada Pelicana. A substituição acabou por acontecer aos 33 minutos.
Reposta a avançada Pelicana, obrigou os Sadinos a várias penalidades nos seus 22 metros, jogadas por escolha de formação ordenada e, aos 35 minutos uma conquista nesta fase foi jogada à mão a toda a largura do campo, chegando a oval ao ponta André Filipe que concretizou o quinto ensaio. A transformação, mais uma vez difícil, não foi conseguida e o resultado ficou em 29-0.
Na resposta, uma placagem alta do médio de abertura Caldense Tommy Lamboglia foi
penalizada com 10 minutos no sin bin. Aproveitou o Setúbal por jogar a penalidade rapidamente e a oval manuseada a toda a largura com o defesa Bruno Pacheco a finalizar, aos 38 minutos. Transformação de Ivan Cruzado a reduzir para 29-7.
Acreditaram os Sadinos e aproveitando alguma desconcentração Pelicana chegaram aos 40 + 3 minutos a novo ensaio, pelo centro Pablo Gonzalez, após penalidade jogada rápida à mão. Ivan Cruzado transformou com facilidade.
1ª Parte: Caldas RC – 29 (5E, 2T) RC Setúbal – 14 (2E, 2T)
Domínio total do Caldas RC, desde cedo a impor o seu Rugby. Respondeu o Setúbal nos
últimos 5 minutos, aproveitando a superioridade numérica e alguma desconcentração
dos Pelicanos.
A forma como ambos os conjuntos reentrariam para a segunda metade mantinha a
expectativa.
Avisados, os Pelicanos entraram de novo muito fortes e desde cedo refrescaram as suas linhas. O regresso de Fili Gil, após prolongada lesão, e a reentrada de Tommy Lamboglia, cumpridos os 10 minutos de castigo voltaram a proporcionar um ritmo elevado ao jogo Caldense.
Aos 49 minutos, e de novo na sequência de uma penalidade jogada à touche, bem conquistada, o recém-entrado Fili Gil rompeu decidido a linha adversária e concretizou mais um ensaio. Tomás Lamboglia, num pontapé de transformação à ponta, não foi feliz.
Aproveitando o favor do vento, Tommy Lamboglia ia colocando a oval nos últimos 10 metros Sadinos. Algumas faltas precipitadas dos avançados do Caldas iam impedindo mais toques de meta.
Aos 54 minutos e na sequência de mais uma penalidade jogada para os últimos 10 metros adversários, mais uma jogada idêntica aos ensaios da 1ª parte, alinhamento bem ganho, pick & go e o segundo toque de meta da tarde do pilar Rui Santos a colocar o marcador em 39-14. Cristóvão Monteiro passou a ser o chutador, mas não concretizou.
O vencedor estava encontrado. O treinador Pelicano, Patricio Lamboglia aproveitou para
lançar todo o banco no jogo.
Aproveitaram os Sadinos alguma desconcentração e, aos 57 minutos, aproveitaram um passe falhado na tentativa do Caldas de sair a jogar dos seus 22 metros para chegar ao toque de meta pelo centro Juan Trivino.
Nos últimos 20 minutos o Setúbal nunca deixou de tentar chegar a pontuar de novo, mas o Caldas esteve sempre decidido a defender a linha de vantagem.
E sempre que podia lançava rápidos ataques, sempre jogados à mão a partir de conquistas nas fases estáticas onde esteve dominador.
Aos 61 minutos, mais uma conquista em alinhamento e o 2ª linha Bruno Martins a concretizar, com Cristóvão Monteiro eficaz na conversão.
Nos últimos minutos, sucessões de cartões amarelos colocaram os dois conjuntos com 13 jogadores em campo. O Caldas, com espaço, aproveitou e esteve perto de aumentar o placard, mas o discernimento já não era muito.
Na última jogada de compêndio do nº 15 Pelicano Manu Carriço, rápido a romper e a evitar as placagens, a chegar a mais um toque de meta, na bola de jogo.
Resultado Final: Caldas RC – 51 (9E, 3T) ARC Setúbal – 19 (3E, 2T)
Vitória sem contestação da melhor equipa. O Caldas RC mostrou um Rugby mais esclarecido, muito alicerçado num domínio das fases estáticas e com superior movimentação no jogo à mão.
Respondeu sempre com determinação o Setúbal, e, a espaços, superiorizou-se no seu modelo de jogo, muito agressivo, no bom sentido, defensivamente e muito rápido a tentar sair a jogar.
Partida agradável de seguir em que a entrega dos dois XVs foi total, dignificando o Rugby e demonstrando, mais uma vez, a qualidade deste CN1.

(*) Tivemos a informação que o jogo em atraso da 5ª jornada entre o Braga e o Guimarães já foi realizado e teve a vitória do Guimarães por 24-35 (4-5), pelo que procedemos às alterações devidas no texto, e substituímos a tabela classificativa.