Com uma vitória sobre a Espanha na final, Portugal sagrou-se
vencedor do Algarve Sevens e, simultaneamente ganhou o direito a estar presente
no Mundial de 2013, em Junho do ano que vem em Moscovo.
Depois de ter deixado ontem os nervos à flor da pele a quem
se deslocou ao Estádio Algarve para acompanhar a equipa nacional, os Linces apresentaram-se
muito melhor hoje e logo no jogo inaugural conquistaram aquilo que, em primeiro
lugar, tinham vindo buscar – a qualificação para o Mundial de 2013.
Ao baterem a Itália por 28-7 – com quem tinham empatado na
véspera – os portugueses puderam relaxar e jogar sem grandes pressões os jogos
que se seguiram.
Claro que defrontar a Espanha numa final, frente ao seu
público, é sempre motivo de grande tensão, mas os Linces souberam ter paciência
quando tinham a bola nas mãos, e segurança quando eram os espanhóis a controlar
o ataque, e assim deliciaram o público que acorreu em força ao Estádio
partilhado pelos municípios de Loulé e Faro, com a tão esperada vitória.
O resultado foi equilibrado, e no fim das contas o que fez a
diferença foi o pé afinado de Pedro Leal – esteve assim em toda a prova,
recebendo inúmeras salvas de palmas mais que justificadas, em transformações de
grande dificuldade.
Outros destaques se poderiam fazer, mas preferimos fazer uma
referência colectiva para as melhorias que a equipa apresentou, e se nem tudo
esteve perfeito é óbvio que a equipa está a render bastante mais.
Merece aqui uma palavra Frederico de Sousa, elevado este ano
a treinador principal da equipa, e que tem, ele também, melhorado de forma bastante
sensível – resta agora saber se vai continuar a acumular a função com a de
treinador adjunto dos Lobos, com todos os problemas que isso iria acarretar.
Já o dissemos anteriormente e repetimos – o treinador dos
Linces tem que se dedicar de alma e coração à tarefa, e a ocupação de dois
cargos vai, objectivamente, prejudicar uma das duas equipas.
Aliás com o calendário carregado que os Linces terão no
próximo ano – 10 etapas do Circuito Mundial, três (?) do GPS e o Mundial em
Moscovo – não ter um treinador e um grupo de trabalho dedicado será absoluta
loucura.
Esta separação das equipas, que defendemos há muito tempo –
e que não pode ser absolutamente estanque, admitindo o recurso a alguns
jogadores do grupo de trabalho dos Lobos, mas que tem que ter um núcleo duro
próprio – se vier a verificar-se só peca por tardia.
Contrariamente ao que comentava certo elemento federativo
algumas semanas atrás – que um dos males do Mão de Mestre era ter razão antes
de tempo – nós poderíamos dizer que um dos males da Federação é não reconhecer,
em tempo útil, a razão que existe no que outras pessoas dizem…
(Para os comentadores de serviço fica desde já o
esclarecimento que não nos referimos em exclusivo ao Mão de Mestre – outros tem
dado contributos de grande valor, que quase sempre acabam no lixo.)
Voltando ao Torneio do Algarve, e a quem mais foi apurado
para o Mundial, destaque para a Geórgia que conseguiu o objectivo ao vencer nos
quartos de final frente à Ucrânia, para a Espanha que derrotou a Alemanha e
para a França, vencedora da Escócia.
A Escócia acabou por segurar a qualificação ao bater a
Itália na final da Plate, fechando assim o lote das cinco equipas europeias
apuradas neste Torneio.
Além delas, como já foi referido, também Inglaterra e País
de Gales, por terem terminado o Mundial de 2009 entre os oito primeiros – Gales
é mesmo o campeão em título – e a Rússia por ser o país organizador, estarão
representados em Moscovo.
Fique com todos os resultados do Algarve Sevens e deste "fim de semana feliz!"
Foto: António Simões dos Santos