* Manuel Gaivão
É já amanhã à noite que se disputa, no Estádio Olímpico de Londres, o jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares deste entusiasmante Campeonato do Mundo.África do Sul e Argentina, ambas magoadas pelas derrotas nas meias finais apresentam-se para este jogo com vários jogadores que poderão anunciar o final da sua carreira internacional após o mesmo e por si só, isso seria uma motivação adicional para o mesmo, pois não acredito que alguém queira sair pela porta pequena depois de tantos e bons anos na mais alta roda do rugby internacional.
No passado Sábado, Heineke Meyer afirmou que este jogo era como “beijar a própria irmã”, dando a entender que era pouco entusiasmante jogá-lo. Não acredito, todavia, que quer o próprio, quer os jogadores encarem este jogo como um frete e irão certamente bater-se pela vitória.
Já no Domingo, quer Daniel Hourcade, quer Augustín Creevy (que não poderá jogar por força da lesão que o fez sair da meia final a meio da primeira parte) deixaram bem claro que este jogo é importante e que os Pumas querem acabar o Mundial no pódio.
Do lado Argentino, nove mudanças na equipa que será capitaneada por Nico Sanchéz mostra que Daniel Hourcade quer dar oportunidades a todos e nas linhas atrasadas só o novo capitão e Santi Cordero se manterão na equipa.
Do lado dos Springboks, existe o factor adicional de motivação de podermos ter em Bryan Habana o novo recordista de ensaios no Campeonato do Mundo, bastando para tal que faça um toque de meta. Seguramente que os seus colegas ficariam satisfeitos por participarem nesse feito, mas como o próprio referiu, o importante é ganhar os jogos. Heineke Meyer mantém praticamente toda a equipa que defrontou os All Blacks, apenas entrando Ruan Piennar para médio de formação e Victor Matfield, que capitaneará a equipa e que, certamente, fará a sua despedida com a camisola sul-africana.
Tal como a final, este é um jogo com um favoritismo dividido, mas a pender um pouco mais para um lado. Neste caso, acredito que os Springboks tenham esse ligeiríssimo favoritismo do seu lado.
A Argentina vai ter de trabalhar muito (e o que têm trabalhado os “muchachos” de Daniel Hourcade!) para levar de vencida a defesa sul-africana, seguramente o seu ponto mais forte. Como se viu na meia final, os Pumas bem tentaram, mas face à coreácea defesa australiana não nos conseguiram brindar com o festival de ensaios que tínhamos visto nos jogos anteriores. Antevê-se muita luta…
Por seu lado, os sul-africanos estarão, como sempre, na expectativa de aproveitar um qualquer deslize argentino para lançar as suas rápidas linhas atrasadas na busca de ensaios. Não nos podemos esquecer que a Argentina sofreu um ensaio de intercepção logo aos dois minutos e essa já tinha sido a segunda bola interceptada pelos Wallabies.
Perspectiva-se, pois, mais um grande jogo num Mundial que tem cativado novos adeptos para a modalidade fruto da imensa qualidade e emoção a que temos assistido. Cabe, todavia, àqueles que já seguiam a modalidade o dever de “educar” os recém chegados para que estes compreendam as regras (e como é difícil arbitrar um jogo destes) e, sobretudo para que compreendam os valores do rugby.
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