7 de outubro de 2015

ÁFRICA DO SUL-ESTADOS UNIDOS - ÁGUIAS BATEM MAS NÃO FURAM BOKS *

* Martim Bettencourt
Com Heyneke Meyer a escolher a sua melhor equipa, o fantasma nipónico deixou sequelas, onde apenas o banco foi usado para dar minutos a jogadores como o estreante Rudy Paige e o regressado “enforcer” William Alberts.

Sem nomes como Petri, Hayden Smith e o velocíssimo Ngwenya os EUA apostam todas as fichas no jogo do próximo domingo contra o surpreendente Japão, e escolheram uma equipa em modo “serviços mínimos”. 
Com o capitão Wyles no banco, foi o excelente Samu Manoa a liderar a equipa. Esperava-se uma vitória confortável dos Sul-africanos e foi exactamente isso que tivemos.
Começou bem a África do Sul marcando o seu primeiro ensaio logo aos sete minutos de jogo. Numa jogada onde o ritmo de Fourie Du Preez deixou toda a gente atrapalhada, companheiros incluídos, foi Damien Allende, que viria a ser considerado o Man of The Match, a arrumar a casa e aproveitando o buraco defensivo causado ironicamente pela atrapalhação Sul Africana para facturar no meio dos postes. Chegou-se assim ao apogeu máximo de emoção desta primeira parte. É verdade..

A iniciativa de jogo pertencia aos americanos, que a jogarem um rugby limitado a sua capacidade de choque contra uma equipa com o poderio sul africano, foi igual a esbarrar contra uma parede. 
E foi isso que aconteceu vezes e vezes sem conta. 
Onde o “passe-perfuração” americano não tinha resposta para as agressivas placagens “dois em um” dos avançados Bokkes. Quanto mais entravam, mais andavam para trás. Recorrendo-se então de um jogo ao pé inconsequente. 

No entanto a África do Sul pouco fez para ajudar o espectáculo, presa nos seus movimentos e previsíveis nas suas acções, onde só os “velhinhos” Schalk Burger e o capitão Du Preez tinham a ousadia de impor algum ritmo passando antes do contacto e acelerando para os espaços.

Registo para um ensaio de penalidade, por derrube de maul, para a África do Sul, à meia hora de jogo.

Enfim, fraquinho fraquinho.

A segunda parte animou um bocado e no seu estilo cínico mas eficaz, os sul africanos lá começaram a abrir o livro e a fazer rolar o marcador. Habana primeiro e Bismarck Du Plessis depois, marcaram aos 42 e 47 minutos.

A entrada do banco sul africano, a partir dos 55 minutos, veio acrescentar bastante ao jogo. Onde Alberts, com apenas 32 minutos de jogo, conseguiu ser o jogador que mais vezes ultrapassou a linha da vantagem com nove transportes de bola, abrindo assim espaço para Morné Steyn e o estreante Rufy Paige aproveitarem para mostrar serviço e abrir o jogo, soltando os seus três quartos e controlando o jogo como uma equipa deste calibre o deve fazer.

Com mais cinco ensaios até ao fim do jogo o destaque vai inteiramente para Bryan Habana, que com um hattrick de ensaios igualou o record do lendário Jonah Lomu de quinze ensaios em jogos do Campeonato do Mundo.

Pouca história num jogo onde os EUA estavam claramente com a cabeça no próximo jogo, não marcando qualquer ponto, e a África do Sul pouco mais fez do que a sua obrigação.


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