É costume dizer-se que, para ser um jogador de rugby de eleição, é necessário uma certa dose de irreverência.
A França sempre foi uma equipa irreverente, imprevisível, por vezes indisciplinada, capaz do melhor e do pior, mas quando “engatam”, não há nada que os seus adversários possam fazer, que não seja resignarem-se e aceitarem a derrota, como foi o caso em 1999 e em 2007, precisamente com os mesmos intervenientes e no caso de 2007, no mesmo local do “crime” e exactamente na mesma fase da competição, quartos de final.
O problema é que tem faltado a esta equipa francesa e, nomeadamente nas últimas edições do Seis Nações, o chamado flair, que tantas alegrias deu aos adeptos do rugby espalhados pelo mundo fora.
O problema é que tem faltado a esta equipa francesa e, nomeadamente nas últimas edições do Seis Nações, o chamado flair, que tantas alegrias deu aos adeptos do rugby espalhados pelo mundo fora.
Ao invés, a Nova Zelândia, campeã do mundo em título (vitória em 2011 contra a França), é conhecida por aprender muito bem com os seus erros (sim, também os tem..), consegue ir corrigindo ao longo das provas e raramente os repete.
Depois da fase de grupos, onde cada uma das equipas apanhou os seus “sustos e surpresas”, foram feitas e testadas as suas experiências, devidamente controladas, chegou agora a hora dos “mata-mata”.
A partir dos ¼ de final, só estão equipas que fizeram toda a sua preparação, a pensar na final e em como ganhá-la!
Do lado da França e como de costume, vêm relatos que a equipa está dividida, que o treinador não tem mão no balneário, tudo é contestado, mas o que é certo é que, as poucas alterações na equipa, foram feitas de forma cirúrgica e inteligente e também pode ser tudo, como também já se disse, um mind game em forma de bluff..
Parra é um médio de formação bastante experiente, é um excelente chutador e é conhecido por saber liderar muito bem o pack, Dumoulin a 13, tem mais rins e dá mais opções de ataque que Bastareaud e Le Roux é muito fisco, forte no breakdown e cobre muito bem o campo.
Os três sul africanos “franceses”, vão estar em campo!
Do lado da Nova Zelândia, destaque para o meio campo, com a dupla bastante fiável de M. Nonu e C. Smith, que jogam praticamente de olhos fechados, muito bem servidos por um Carter, claramente a subir de rendimento e eficácia.
Vai ser muito interessante seguir os duelos individuais entre M. Parra – A. Smith, F. Michalak – D. Carter, os pilares R. Slimani e O. Franks, os centros Fofana – M. Nonu e como não podia deixar de ser, os números 8, Picamole – Reid e como é óbvio, as lideranças e as tomadas de decisão tácticas de Dusautoir e Mccaw.
O banco terá ainda uma palavra a dizer e, neste caso, talvez a Nova Zelândia esteja um pouco melhor servida, com “velhinho” K. Mealamu, V. Vito, S. Cane, B. Barret e a estrela S. B. Williams.
Do resultado final destes confrontos individuais, inseridos na batalha que vai ser o jogo (It’s gonna be a hell of a battle – K. Reid), vai sair o vencedor que será a equipa que conseguir jogar sempre dentro da defesa e com mais e melhor apoio, fizer menos erros de handling e faltas no chão, não falhar pontapés e souber jogar com o árbitro - Sr. Nigel Owens (não poderia haver melhor árbitro para este jogo!) - no fundo, a equipa mais paciente, disciplinada, confiante e determinada.
À partida, são tudo sinónimos de All Blacks Legacy que, como curiosidade têm, nos seus 23 jogadores escalonados para este jogo, uma média de idades de 28 anos (segundo os especialistas, a idade perfeita..) e totalizam 1295 caps de experiência.
Como diz o ditado, “a experiência é uma candeia que só alumia quem a carrega”, poderá estar aqui uma boa pista para os odds..
Venha a Irreverência e escolha!
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