30 de julho de 2009

FECHAR COM CHAVE DE PRATA!

Que bom que foi o saldo da participação nos Jogos Mundiais! A encerrar uma época plena de bons resultados, a nossa seleção de sevens ainda foi capaz de nos dar esta prata, para que possamos ir para férias de barriguinha cheia...E talvez seja altura de lembrar algumas coisinhas aos mais desatentos: Ao longo de cerca de 500 jogos, em cerca de 90 torneios, em mais de 18 anos de atividade, a nossa seleção conseguiu estar presente em quatro dos cinco Campeonatos do Mundo (RWC) já realizados, e em sete dos oito Campeonatos da Europa (ERC) que se disputaram. Apenas falhámos o apuramento para o 1º Campeonato do Mundo e para o 6º Campeonato da Europa. Mas em contrapartida fomos Campeões da Europa em seis ocasiões! O que, diga-se de passagem, é um feito digno de registo, já que a presença naquelas competições não resulta de convite ou de favor, mas sim de classificação obtida em Torneios de Apuramento. Ao contrário, a presença nos Jogos Mundiais é fruto de um convite, a que a malta respondeu com uma brilhante participação! Não é só de realçar a medalha de prata que trouxeram para casa, mas também a primeira vitória obtida sobre a Argentina, depois de 12 derrotas e um empate, e o excelente resultado frente aos vencedores das World Series (5-7 África do Sul). Agora, para que não haja seleções imbatidas, falta ganhar à África do Sul (11D), à Inglaterra (12D), à Nova Zelândia (12D), e às Ilhas Fiji (20D). Vamos a eles! Só por curiosidade, vale dizer que entre as equipas com quem jogamos de igual para igual. e a quem já ganhamos, se encontram a Escócia, França, Irlanda, País de Gales, Itália (6 Nações), o Canadá, Estados Unidos, Chile, Argentina (Américas), a Austrália, Tonga, Samoa (Oceania), e os nossos vizinhos da Rússia, Suécia, Holanda e Espanha. Nada mau, não acham? Hoje, ganhar a Portugal é um feito para qualquer seleção do Mundo. Daí a nossa legítima aspiração a que os sevens sejam levados muito a sério, e tratados em conformidade! Também não posso deixar de mandar um recado àqueles mais incomodados com a derrota frente à Moldávia, no recente Campeonato da Europa. Foi a nossa primeira derrota frente àquele adversário, mas das três vitórias anteriores, em 2004 ganhámos por 21-10, com 0-10 ao intervalo, e no ano passado em Junho, ganhamos por escassos 19-15. Portanto esta derrota não espanta assim tanto. Não somos só nós que evoluímos... E essa é uma das belezas do desporto: hoje se ganha, amanhã se perde, mas logo depois, tudo se renova, e o que era pequeno ganha estatura! São legítimas as expectativas de vitória em relação à nossa seleção de sevens - não só pelo que já fez, mas também e especialmente pelas suas potencialidade - mas que nem só de vitórias elas viverá, posso garantir! Não existe na história do desporto mundial nenhuma equipa, de nenhuma modalidade, que só tenha registado vitórias. Entretanto tenho a certeza que em breve aquele conjunto de quatro imbatidas, vai ser reduzido! Malta, Vamos a eles!

18 de julho de 2009

CALENDÁRIO DA SELEÇÃO DE SEVENS

Tive agora acesso ao Calendário de Provas da FPR que me levanta algumas dúvidas, já que o documento que me chegou apresenta diversas versões em eventual conflito. Para falar apenas de Sevens, umas vezes o documento indica a participação da Seleção nos torneios de Dubai, África do Sul, Nova Zelândia e USA, entre outros, mas numa outra vez a participação nesses torneios desaparece. Para simplificar e porque não quero acreditar que a ausência a esses torneios foi sequer cogitada, vou considerar, para efeito da atividade internacional da seleção de sevens, como verdadeiro o calendário que refere essas participações. Vai ser uma época muito difícil, com a necessária preparação da Seleção de XV para os jogos de apuramento para o Campeonato do Mundo. Essa deve ser, realmente, a prioridade do rugby português para este ano. Mas o que vai acontecer com a equipa de Sevens agora residente do Circuito Mundial? Na verdade não se faz qualquer referência à sua preparação, surgindo ela como remanescente da preparação da seleção de XV. Ora isto é que está errado! Não podemos continuar a olhar para a seleção de sevens como uma grupo de turistas que hoje vão passear ao Dubai e à África do Sul, até para dar uma relaxada depois dos jogos de preparação da equipa de XV, amanhã juntam-se aqueles que sobrarem da escolha para a participação nos jogos contra a Rússia e a Geórgia e despacham-se para a Nova Zelândia e os USA, e depois, como recompensa para aqueles que disputaram os jogos de apuramento para o Mundial de XV, lá surgem umas viagens a Hong Kong e Austrália, Londres e Edimburgo. Isto está errado! É tempo de mudar, e o tempo é agora! Mais tarde será tarde demais! Já disse várias vezes – e quando digo “já disse” quero dizer publicamente e com o meu nome por baixo – que é altura de começar a preparar uma nova seleção de sevens, para participar nos Campeonatos do Mundo de Sevens de 2013 e 2017, e eventualmente, nos Jogos Olímpicos de 2016. Que melhor altura do que esta, em que os jogadores mais maduros estarão completamente envolvidos na participação nos jogos de apuramento para o Campeonato do Mundo de XV, para pegar num grupo novo e dar espaço e tempo para que se preparem para nos representar em grandes competições internacionais? E como não gosto de falar só para dizer que está mal, sugiro que se jogue ainda este ano, no final do verão, antes das competições nacionais, um torneio de equipas regionais de sevens que ocupe vários fins de semana, (e no futuro se jogue o campeonato nacional de sevens antes das outras competições - ou seja, em Agosto e Setembro - seguido de um campeonato de seleções regionais) servindo esta competição para a escolha de um grupo alargado de jogadores que farão parte dos trabalhos de seleção nacional de sevens. E posso dizer mais, porque acredito no jogador português e na sua enorme habilidade/capacidade para jogar sevens. Posso dizer que é tempo de ter em simultâneo não uma equipa de sevens, mas para já duas, disputando uma o Circuito Mundial e outra os torneios do Campeonato da Europa. Podem sorrir, podem mandar bocas. Mas em 1986 também gozaram comigo pela ambição do Lisboa Sevens, e depois foi o que se viu: rapidamente se transformou num dos mais importantes torneios do Mundo e os jogadores portugueses demonstraram bem o que queriam com a sua participação nele. E mais tarde também gozaram comigo quando levei uma (uma não, duas) equipas nacionais a Benidorm, como preparação para o apuramento do 1ª campeonato do Mundo de Sevens, na Catania, (e não conseguimos esse apuramento por uma migalha...), mas hoje a nossa seleção é uma das mais respeitadas pelo Mundo fora. Portanto chamem-me o que quiserem, mas se querem realmente ter uma grande seleção de sevens, terão de fazer o que eu digo – os jogadores estão aí. É só dar-lhes a oportunidade de aparecerem, de crescerem, de se afirmarem!

16 de julho de 2009

A LÍNGUA

Esopo era feio, gago e corcunda. Além disso era escravo. Um dia o seu Amo resolveu testar a sua inteligência e mandou-o ao mercado, com uma bolsa de moedas, para comprar o que de melhor por lá houvesse. Esopo foi, e voltou carregando um lindo prato onde repousava uma enorme língua. E foi dizendo que a língua era a melhor coisa do mundo. Com ela se diz “amo-te”,com ela se elogia, com ela se incentiva, com ela se beija, com ela se degusta uma iguaria... Seu Amo quis então testá-lo de novo, e o mandou agora comprar o que de pior houvesse no mercado. Com nova bolsa de moedas, Esopo foi, e de lá trouxe um lindo prato enfeitado por uma enorme língua... Seu Amo não gostou da brincadeira, mas Esopo logo foi dizendo que com a língua se diz “odeio-te”, com ela se calunía, com ela se morde, com ela se cospe, com ela se dizem as maiores barbaridades... Ela é a pior coisa do mundo! No meio de uma geral e merecida pausa que as férias proporcionam a todo o mortal - com a maior parte dos blogs rugbísticos mais ou menos adormecidos, com pouco a comentar depois da viagem dos British Lions, e o encerramento anunciado da atividade em Portugal - apenas desafiada pela participação das seleções nacionais de sevens, masculina e feminina, no Campeonato da Europa, surgiu mais uma falsa polemica, infelizmente lançada por quem não tem coragem de se identificar e defender os seus pontos de vista à luz da liberdade de expressão, de que felizmente beneficiamos. Não vou comentar as afirmações feitas a coberto do anonimato, já que não quero alimentar conversas com desconhecidos, mas não posso deixar de aconselhar esses “coisos” a terem cuidado com a língua.... Vou apenas fazer alguns comentários sobre a participação daquelas seleções nacionais, defendendo claramente os meus pontos de vista. Está visto que ninguém pode ter ficado satisfeito – a começar pelos nossos jogadores e técnicos - com o resultado final da equipa masculina, um sétimo lugar a que não estávamos habituados nesta competição. Mas pensem assim: o que é mais estranho? Ser sétimo numa competição européia de nações, ou ser campeão da Europa nessa mesma competição por uma, por duas, por três vezes?! Afinal não passamos de um pequeno país procurando encontrar uma identidade desportiva, que encontrou nos sevens terreno fértil para cultivar a sua imaginação e, esporadicamente, alimentar o seu ego. Mas que pode ir muito mais longe, se entendermos que é necessário planificar, sistematizar e investir. Muito já foi feito, e muito se deve àqueles que hoje estão envolvidos na atividade internacional, como jogadores ou como técnicos, como administrativos ou organizadores, ou ainda como fisioterapeutas ou médicos. Mas não só estes são responsáveis pelos êxitos conquistados, ou pelos desaires sofridos. Na verdade é um trabalho conjunto, em que todos estamos envolvidos, quando trabalhamos nos clubes ou nas associações, ou quando nada fazemos senão falar e criticar. Não, não julguem que isto é poesia! É apenas a verdade. Porque um dos maiores problemas das equipas representativas é a sustentabilidade, a consistência e o apoio dos clubes, ou melhor, a sua falta! Porque é possível atingir um determinado patamar de qualidade, como Portugal já conseguiu, mas é muito dificil ficar por lá, não descer de novo aquela escadaria tão íngreme! Como a base de recrutamento é muito pequena, basta uma pequena dor de barriga de um jogador, para todos termos uma grande dor de cabeça! Para que isso não aconteça, é necessário alargar a base de trabalho que envolve jogadores e técnicos, de uma forma permanente, e obedecendo a um plano de atividades, e à definição clara de objetivos, conseguindo o apoio declarado de clubes e adeptos, e desprezando os comentários idiotas dos que usam a língua apenas para demonstrações de despeito, inveja e de mediocridade. Da minha parte, a nossa seleção tem toda a admiração e consideração, conquistadas pelo esforço, dedicação e muitas alegrias que nos tem proporcionado. Estamos na altura de passar à fase de consolidação do que já foi feito, quer pela separação das seleções de VII e de XV – veja mais abaixo o meu artigo Rugby de XV e Rugby de VII Parte 4 – E agora, que vamos fazer? – quer pela elaboração e divulgação pública de um plano plurianual que alastre a prática da variante a todo o país, garantindo a manutenção dos indices de qualidade que se vão alcançando. E volto a dizer, que o tempo é agora. Mais tarde pode ser tarde demais. Mas vamos falar agora de coisas alegres! Para aqueles que olhavam para o rugby feminino apenas como uma oportunidade de ver umas garotas de pernas ao léu, as nossas Marias deram uma lição e tanto! O 6º lugar conquistado no Campeonato da Europa de Sevens, é uma prova clara que não se pode pensar no desenvolvimento integrado e sustentado dos sevens em Portugal, sem levar o rugby feminino a sério, incluindo-o claramente num projeto de desenvolvimento do jogo reduzido! As garotas deram uma lição de perseverança, espírito de sacrifício e garra, que só nos pode orgulhar. Afinal elas também são Homens do Rugby!

7 de julho de 2009

LOURA OU MORENA?

Hoje não sou eu que escrevo! Mas não resisto a transcrever parte dum artigo que li na imprensa brasileira a propósito de um estudo levado a cabo pelo Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha... Aqui vai ele! - "Além de matar a sede e relaxar, a cerveja ajuda na recuperação após a prática esportiva. A afirmação é do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha, que apresentou um estudo defendendo o consumo moderado da cerveja para os atletas como fonte de hidratação diária.O estudo "Idoneidade da cerveja na recuperação do metabolismo dos desportistas", apresentado nesta terça-feira, foi baseado em relatórios e pesquisas de especialistas em medicina, fisiologia e nutrição da Universidade de Granada com o aval do CSIC.Segundo o documento, os componentes da cerveja ajudam na recuperação do metabolismo hormonal e imunológico depois da prática desportiva de alto rendimento e também favorece a prevenção de dores musculares.A tese é defendida pelo cardiologista e ex- jogador de basquete da seleção espanhola, Juan Antonio Corbalán, medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles (1984).O estudo foi realizado em dois anos e recomenda o consumo de três tulipas de 200 ml de cerveja (ou de 20g a 24g de álcool) para homens e duas para mulheres (10g a 12g) por dia; volume que os autores do relatório definem como moderada.De acordo com os pesquisadores, a cerveja contém 95% de água e é a bebida alcoólica com menor gradação (5% em média). Uma tulipa de 200 ml possui 90 calorias, o mesmo que um copo de suco de laranja.Para chegar a essa conclusão de consumo na dieta de desportistas, os cientistas fizeram pesquisas com 16 atletas universitários com idades entre 20 e 30 anos, em boa forma física e que alcançavam uma velocidade aeróbica máxima (VAM) de 14 km/h.Além disso, todos deveriam ser consumidores habituais e moderados de cerveja, manter uma dieta mediterrânea, não ter hábitos tóxicos nem antecedentes familiares de alcoolismo.Os testes foram feitos durante três semanas em baterias diárias de uma hora de corrida, sob calor de 35º, 60% de umidade relativa e duas horas de pausa para hidratação.Nesse intervalo os atletas bebiam água ou cerveja (máximo de 660 ml), alternando as bebidas em cada pausa de hidratação para comparar resultados.'Tão boa quanto água' - A conclusão foi que a cerveja permitia recuperar as perdas hídricas e as alterações do metabolismo tão bem quanto a água.Os cientistas usaram parâmetros indicativos como: composição corporal, inflamatórios, imunológicos, endócrino-metabólicos e psico-cognitivos (coordenação, atenção, campo visual, tempos de percepção-reação, entre outros) para comprovar que o álcool não afetava a atividade de hidratação.O estudo destaca ainda que a cerveja contém substratos metabólicos que substituem algumas substâncias perdidas durante o exercício físico como aminoácidos, minerais, vitaminas e antioxidantes." - Depois disto meus caros, o mais que posso desejar é que não desperdicem as vossas louras e as vossas morenas! Afinal estão a repor os vossos aminoácidos, os vossos minerais e os vossos antioxidantes! Não é brincadeira, é para melhorar a vossa saúde! Eh, eh, eh....