12 de junho de 2013

SEVENS - MUNDIAL DE CLUBES EM TWICKENHAM EM MEADOS DE AGOSTO

O mundial de clubes que muitos duvidavam que fosse adiante, está absolutamente confirmado para o fim de semana de 17 e 18 de Agosto, com organização da Premiership Rugby e o patrocínio da Rugby Football Union.

O Mão de Mestre já tinha falado no assunto em princípio de Maio, mas como habitualmente estas coisas dos sevens são tratadas depois, quando já é tarde, em vez de serem tratadas antes, quando ainda é possível arranjar um lugar na carruagem dos que vão fazer parte do futuro.

Nesta primeira edição, como já tínhamos adiantado, as equipas vão ser convidadas - com excepção do vencedor do J.P. Morgan 7's, o campeonato inglês da variante, que só será conhecido na semana anterior ao da realização deste primeiro mundial - e os grupos da primeira fase da prova estão já definidos, conforme pode ver no quadro que apresentamos abaixo.

Das 12 equipas presentes, divididas em três grupos de quatro, oito serão apuradas para a fase eliminatória, estando entre elas as duas primeiras de cada grupo e as duas melhores terceiras classificadas.

O que mais chama a atenção neste mundial de clubes, é o empenho da RFU ao dar a cobertura institucional que transforma o torneio num caso sério e com futuro, e que torna ainda mais caricata a atitude de organizações que continuam a olhar de lado para os sevens, como se eles fossem inimigos a abater.

Bom seria que se deixassem dessas tretas e começassem a compreender que nenhuma força vai impedir os sevens de continuarem a subir na preferência do público e dos media, e em vez de declarações irracionais - do tipo os sevens ainda vão acabar com o XV - aproveitassem o que a variante reduzida pode trazer para o rugby no seu conjunto.


Para os que punham em causa a honorabilidade da organização basta olharem para os clubes envolvidos para entenderem que a história é séria...

6 comentários:

Anónimo disse...

É REALMENTE UMA NOVIDADE ESTE " MUNDIAL " DE ÇLUBES. ESTÁ-SE MESMO A VER A ACADÉMICA A TREINAR NA FIGUEIRA DA FOZ E A JOGAR A MEIO DE AGOSTO.
PARA SE PODER ENTRAR NESTES CAMPEONATOS E NOUTROS ERA PRECISO MUDAR TUDO ATÉ DE PAÍS. AS EQUIPAS NEM TIVERAM JOGADORES PARA JOGAREM O NACIONAL, NEM PARA JOGAREM A NATIONS CUP.
COM CEM JOGADORES O QUE É QUE SE PODE FAZER MAIS DO QUE SE TEM FEITO ? ACEITAM-SE SUGESTÕES.

Luis Canongia Costa disse...

Há aqui um pequeno equivoco da parte de “Mão de Mestre” o “World Club 7s”, quer parecer mas não é o Mundial de Clubes, não se afirma como tal, não usa as palavras “championship” ou “cup”. O JP Morgans 7s (Premiership Rugby 7s Series) não é o campeonato inglês da variante.

Ambas são organizações da Premiership Rugby, uma companhia privada, detida por um conjunto de clubes e que gere a Premiership e agora essas duas competições. A RFU apenas reconhece como prova oficial a Premiership. As restantes são “oficializadas”.

Um objectivo da Premiership Rugby é aumentar o rendimento dos seus clubes.

A “Premiership Rugby 7s Series” surgiu há um par de anos, porque foi possível convencer a JP Morgan a financiar um torneio ocupando 4 noites que teria a cobertura televisiva, aproveitando um período sem rugby union de clubes e sem futebol. Foi uma forma de garantir mais uma receita aos “stakeholders”, sendo que a maior parte dos clubes apresentam na competição terceiras figuras (jogadores da Academia ou emprestados a outros clubes).

Este ano, no quadro do negócio com a British Telecom, surgiu este “World Club 7s”, agora para ocupar dois dias, e foram escolhidos os países a participar de acordo com o negócio potencial de direitos televisivos (Por isso aparecem os russos, que no fundo pagaram muito bem para ser “convidados” – e já agora é RC Kuban Krasnodar e não Krasnador, o antigo Yug, e o VVA Podmoskovye é de Monino – fica perto de Moscovo, para aí à distância entre Cascais e Lisboa, mas não é Moscovo, erros da organização).

Vai ser o início do envolvimento da BT Sport com a Premiership Rugby, e como o JP Morgan, não tem propriamente objectivos competitivos, mas financeiros.

O envolvimento da RFU é mínimo e por isso o World Club 7s não merece qualquer destaque especial no seu site, estando apenas referido nos eventos a realizar em Twickenham, entre o concerto da Rhianna e David Guetta e o Double Header. Quem accionar o link do World Club 7s vai parar ao já disputado Marriott London Sevens (Circuito Mundial).

Nenhuma equipa inglesa está a encarar este World Club 7s de modo diferente do JP Morgan. A organização quis garantir que alguns nomes de primeiro plano estivessem em campo e não foi fácil. Os Tigers recusaram-se a dar quaisquer garantias, aparecendo como equipas efectivas os Saints e os Quins (presumo que os Saracens também terão seguido a linha dos Tigers). Ambas garantiram alguns jogadores, caso a sua situação física o permita (a pré-época começou esta semana, e há os habituais jogos da janela de Verão). E que nomes são esses? Danny Care e Mike Brown dos Quins, Lee Dickson, Ben Foden e Vasily Artemyev, dos Saints...

Como adepto dos Wasps gostaria muito de ver uma linha atrasada de sevens no JP Morgan com Joe Simpson (playmaker), Elliot Daly, Tom Varnell e Christian Wade (lembram-se: 22 ensaios no circuito mundial de 2009-10, ainda “criança”), qualquer um deles mais rápido quer em linha recta quer em slide que o Dan Norton, mas nenhum deles estará presente. Para a maior parte dos clubes o que está em causa é rodar jogadores e apresentar um rugby animado aos adeptos.

O World Club 7s vai ser mais um torneio como JP Morgan: uma bela festa (estive uma noite a ver no Stoop, grande organização), mas com sevens de nível inferior (muito ataque, pouca defesa).

Para já não está a correr muito em termos de bilheteira e já se iniciou a promoção de dois bilhetes pelo preço de um …

Manuel Cabral disse...

Caro Luis Canongia Costa,
Como deve ter reparado em nenhuma ocasião o Mão de Mestre se referiu à competição como Championship, Cup, Campeonato ou Taça, nem afirmou tratar-se de uma competição Ogicial, apenas que tem o patrocício da RFU - basta ver o site da Federação inglesa para se poder afirmar isso.
Quanto à JP Morgan 7's não ser o campeonato inglês de sevens, a verdade é que é o torneio inglês que reune os melhores clubes ingleses de cada ano.
A questão dos clubes não utilizarem os seus melhores jogadores de XV é irrelevante, já que o que fica é o nome dos clubes e não dos jogadores.
O mesmo sucede noutras competições em que equipas e apresentam como seleções nacionais, e jogam nessa condição, independentemente de que jogadores apresentam na sua constituição.
Abraço e obrigado pela sua contribuição

Luís Canongia Costa disse...

O JP Morgan 7s não reúne as melhores equipas, ou os melhores clubes de sevens de cada ano. O JP Morgan 7s é jogado pelas 12 equipas da Premiership.

Os sevens de alto nível em Inglaterra são jogados por equipas que se constituem para o efeito e que funcionam no máximo entre Maio e Setembro.

Existe um circuito reunindo as melhores equipas de sevens, o este ano rebaptizado Marston's GB 7s. Esta prova é conhecida também como British Premier League Rugby Sevens.

O circuito é disputado por 8 equipas, em três etapas. A primeira no País de Gales em Colwyn Bay, a segunda na Escócia em Edinburgo, já se disputaram, com vitória dos Wailers no primeiro e dos Samurai no segundo. A terceira etapa, a inglesa,disputa-se no próximo sábado em Londres no Allianz Park.

As equipas que participam são
- Apache (Londres)
- Crawshays Welsh (Gales, com ligações à federação gales)
- Irish Exiles (Irlanda, equipa da federação irlandesa, os primeiros passos dos sevens na IRFU)
- Marauders (Londres,... venceram o Lisboa Sevens)
- Samurai (a mais famosa, Sul de Inglaterra)
- Scottish Thistles (Escócia)
- Viper (Midlands)
- Wailers (Norte de Inglaterra)

Para se perceber o nível, no sábado os Crashways vão alinhar com 5 internacionais galeses de sevens: Richie Pugh, Gareth Davies, Warren Davies, Dan Fish, Wales e Nicky Griffiths. A equipa está em sexto na tabela classificativa.

Manuel Cabral disse...

ATT: Luis Canongia Costa,
Que bom que o Luis concorda que não tem que haver relação entre as equipas de 7's e as equipas de XV - esperemos que no futuro a FPR tenha o mesmo entendimento.
Quanto ao Marston's GB 7s, não é uma competição inglesa, nem sequer britânica, já que algumas das participantes na prova são equipas de convite, que não estão condicionadas a fatores de nacionalidade dos seus jogadores.
Por exemplo, o Pedro Leal tem jogado diversas vezes pelos Samurai, que também venceu o Lisboa Sevens em 2001 (Os Marauders venceram em 1995)
Mas deixe-me dizer que concordo em absoluto com provas desta natureza, onde as equipas de sevens podem mesmo reunir jogadores de diversos clubes.
O que não podemos, de forma nenhuma, é chamar-lhe Campeonato de Inglaterra por oposição ao JP Morgan 7's.
Por outro lado equipas como os Crawshays Welsh ou os Scottish Thistles são muitas vezes verdadeiras seleções nacionais disfarçadas, que é um âmbito diferente daquele que aqui estamos a tratar - Clubes.
Creio no entanto que esta abordagem pode muito bem ser desenvolvida em praça própria, para o que o "desafio" desde já a contribuir - Como devem ser organizados os sevens em Portugal.

Manuel Cabral disse...

Só uma correção, os Samurai venceram o Lisboa Sevens em 2002, não em 2001.
Já agora, outras grande equipas de convite venceram o Lisboa Sevens: Scottish Border (1987), Saltire (1990, 1993) Warblers (1991, 1992) e Buffalos (1994)