
Depois do deslumbramento inicial e da derrota frente ao Chile na primeira jornada, duma vitória suada contra a Namíbia no segundo dia da prova, o jogo de hoje era encarado com grande expectativa, menos pelo sentido do resultado, e mais pela descoberta de até onde poderia ir a nossa equipa perante um adversário que pertence - gostemos ou não - a outro nível (superior) do rugby europeu.
A ideia com que ficamos, primeiro, diz-nos que Portugal foi a segunda melhor equipa deste grupo, e que o jogo com os chilenos teria um resultado diferente, fosse a ordem dos jogos alterada.
Mas também o jogo contra a Namíbia poderia ter corrido em sentido contrário, se esse jogo tivesse sido o primeiro...
O que quero dizer é que o que se passou no primeiro dia condicionou - positivamente - aquilo que se veio a passar no segundo, e isso tem pouco a ver com o adversário que tivemos pela frente em cada um daqueles jogos, e mais com a descoberta de um novo mundo, que os jovens Lobitos fizeram à sua própria custa.
E neste sentido ficou a pairar a dúvida em relação ao derradeiro jogo desta fase, não sobre quem venceria, mas como os portugueses se comportariam perante uma equipa que se sabia à partida estar uns bons degraus mais acima.
E depois de assistirmos ao jogo com os italianos, a segunda ideia que retiramos desta fase e do confronto com equipas, como já referimos, de um nível superior, é que Portugal, em geral, embora estando acima das expectativas, esteve aquém daquilo que efectivamente pode alcançar.
Mas atenção, mesmo chegando ao seu limite - o que não foi o caso - Portugal está ainda um bom bocado atrás dos transalpinos, e por comparação, com o acesso ao Junior World Championship...
Mas, perguntarão alguns, porque digo isto se conseguimos equilibrar o jogo nos avançados, chegando mesmo, a espaços, a exercer domínio nas melées, rucks e mauls?
Pois, é verdade, mas fomos suplantados nos alinhamentos e levámos um balde das linhas atrasadas italianas, num jogo em que foi óbvio qual o plano de jogo do adversário: jogar a bola, tornar a jogar e jogar ainda mais uma vez, ou em alternativa, jogar e perfurar sem dar chance de reacção...

Como esteve menos bem no aproveitamento das (muitas) bolas de ataque de que dispôs, com hesitações, passes a mais, demoras na transmissão, que tiveram sistematicamente como resultado, a falta de espaço, a falta de zonas de perfuração, a perca da linha de vantagem e o recuo no terreno.
E quando Portugal insistiu no pontapé longo, obrigando a Itália a refazer os seus movimentos a partir do seu meio campo, acabou por entrar naquilo em que o adversário do dia era manifestamente mais forte - na circulação de bola, na perfuração e na continuidade...
Sempre que conseguiu transmitir a bola com rapidez, Portugal mostrou que sabe atacar - quesito em que esteve melhor no segundo tempo, talvez por um certo abrandamento defensivo dos italianos, ou por efeito da entrada de jogadores mais frescos na equipa - mas não conseguiu manter a sua eficácia nem a consistência que a este nível são essenciais, especialmente a defender, e sem as quais se paga uma amarga fatura.
A nossa equipa sabe o que anda a fazer, é sólida naquilo que tem sido uma falha constante do rugby português - nos cinco da frente - e sabe ter calma e paciência para ir desenrolando o seu fio de jogo.
Mas como não o conseguiu fazer durante todos os minutos do jogo, nomeadamente a defender como já referido, acabou por ver o resultado ampliar-se e chegar a números que podem dar uma errada ideia do valor da equipa.
Vamos agora aguardar que os Lobitos lambam as feridas e se apresentem frente a Tonga, na luta pelo quinto lugar, com mais esta lição bem aprendida, escalando mais alguns degraus da escada que os separa das melhores equipas do mundo...
Veja os quadros de resultados e da classificação, bem como os jogos finais do próximo domingo:
Fotos: IRB/Facebook
3 comentários:
ainda assim conseguimos fomos os que fizemos mais pontos contra a italia (13), já o Chile(6) e a Namibia (7). podia ter corrido melhor mas fizeram uma bom jogo....não estou triste. Ja todos sabiamos que Italia e agora o Tonga nao sao equipas faceis. o unico jogo que poderia ter sido diferente era o chile. mas jogavam em casa, foi o primeiro jogo apos viagem, e isso faz toda a diferença. Não vai ser facil nos proximos anos Portugal vir a participar neste torneio, oxalá me engane....
cada jogo é um jogo e do resultado de um jogo não se pode fazer extrapolações mas o que é certo é que a seleção sub18 perdeu com a italia este ano por uma diferença de 8 (?) pontos com um ensaio sofrido no ultimo minuto e depois de não terem entrado alguns pontapés que davam a vitória. e mereciam ter ganho!
O que é que queres dizer com isso? Será que os SUB 18 são a equipa maravilha? O que é decisivo é perceber que quando o jogo começa ter importância e impacto internacional Portugal, apesar de estar a trabalhar bem, perde por grandes margens com as equipas do tier1.A diferença é enorme e enquanto os jogadores não competirem em jogos com equipas de nivel superior nada feito. Verás que a equipa SUB 18 vai ter muita dificuldade para se qualificar para o o JWT da próxima época. Oxalá me engane!
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