No entanto tudo está em aberto e as posições só começarão a estar definidas com os primeiros jogos da etapa de sábado, embora tudo (ou quase) só se venha a decidir nos jogos finais.
No Grupo A, Austrália e França venceram sem dificuldades a Espanha (21-0) e a Tunísia (24-7) respetivamente, e não foram forçadas a acelerar muito, poupando-se para o segundo dia da competição.
A Espanha, apesar da derrota, teve alguns bons momentos, e só pode queixar-se de si própria quanto ao volume da derrota, pois desperdiçou algumas oportunidades excelentes para marcar, e na maior parte delas acabou por fazer falta e dar a bola de mão beijada de volta para os Wallabies.
A França demonstrou claramente que vai subindo de rendimento em cada torneio, e gostei especialmente de Julien Candelon, que marcou um grande ensaio (o segundo da sua equipa).
No entanto, como sabem, apuram-se para a Melrose Cup os vencedores de cada Grupo e as duas melhores segundas classificadas no conjunto, o que vai ser decidido provavelmente no diferencial de pontos marcados/sofridos, pelo que as margens das vitórias de hoje podem não ser suficientes para disputar aqueles lugares.
A Tunísia é claramente a equipa mais fraca do Grupo e apesar da entrega que foi recompensada com um ensaio tardio, não vai escapar à disputa da Bowl.
No Grupo B aconteceu o primeiro susto do dia, com o Japão a falhar a vitória, ou o empate, com a Escócia, por uma unha negra.
Os 19-17, com uma recuperação de 19-0, demonstram as dificuldades dos
escoceses e significam quase de certeza, que a equipa não vai conseguir o apuramento para a competição principal.

Mas os russos conseguiram, na segunda parte, manter a posse da bola durante largos períodos, e a maneira como a fizeram circular foi bastante positiva.
Vão decerto dar dores de cabeça aos senhores que se seguem, e este Grupo é aquele que menos indicações deu sobre quem ficará na quarta posição.
Passando ao Grupo C encontramos aquele que acreditamos ser o mais difícil de todos, com três equipas de grande nível, e onde o Zimbabwé deu o segundo susto da tarde, com a vitória de Samoa por 21-14 a surgir apenas no segundo tempo, com o ensaio da vitória a decorrer de um dos múltiplos erros de ataque
dos africanos, que só por isso não chegaram mais longe.
Destaque no Zimbabwé para Jacques Leitao (com este nome não é difícil adivinhar de onde, provavelmente, vem a sua família...) que marcou o primeiro ensaio da sua equipa e do jogo, e por isso mesmo da competição.
Samoa pareceu demasiado descontraída e podia ter saído do encontro com um inesperado castigo.
No outro jogo do Grupo o Quénia não deu qualquer hipótese às Filipinas de Al Caraveli, a quem venceu por 45-5, mas no primeiro tempo os asiáticos conseguiram aguentar a pressão dos africanos, apesar de terem sofrido o primeiro ensaio antes dos 50 segundos de jogo.
Nota menos para o cartão amarelo sofrido pelo queniano Willy Ambaka, o primeiro do Mundial.
As Filipinas estarão por certo no grupo dos últimos quando chegar domingo.
No Grupo D um dos principais candidatos ao título, a Nova Zelândia bateu o Canadá por 31-12, mas o resultado acaba por ser lisonjeiro para os neozelandeses, que cometeram erros em demasia e só a espaços mostraram
aquilo de que são capazes.
Nota positiva para o mais recente elemento da equipa, Pita Ahki, um jogador que vai com certeza dar que falar muito em breve, e também para Gillies Kaka, que mostrou uma enorme facilidade na transformação dos ensaios, o que pode vir a ser vital lá mais para a frente na competição.
Quanto ao Canadá, claramente não está ao mesmo nível dos All Black Sevens, mas está com certeza acima da média das equipas presentes, e é com Zimbabwé e Quénia, candidato a um dos dois melhores segundos lugares.
No outro jogo os Estados Unidos começaram muito bem e chegaram ao intervalo a vencer a Geórgia por 26-19, graças em especial à habilidade de alguns dos seus jogadores, mas decepcionaram quem esperava mais deles como equipa, e sofreram na segunda parte 12 pontos sem resposta (ao intervalo venciam por 26-7), o que não abona muito a seu favor...
Aguardava-se com curiosidade no Grupo E, o que seria o Tonga capaz de fazer perante os seus vizinhos do Pacífico Sul, mas as Fiji não tomaram conhecimento
de nenhuma pretensão dos tonganeses, e mesmo em ritmo de treino dominaram como quiseram, venceram por 45-0 e não deram nenhuma possibilidade ao adversário de se fazer notar.
O País de Gales jogou tão descontraído como as Fiji, e também não teve qualquer dificuldade em bater por 33-5 um Uruguai muito esforçado, mas seguramente uma as equipas mais fracas da prova.
É natural que saia daqui outro candidato a um dos tais segundos lugares que dão acesso à Melrose Cup, e por isso mesmo, até ao jogo final, Fiji e Gales vão tentar somar pontos para o desempate.
No Grupo F, que nos interessa especialmente, a Inglaterra apresentou-se com muita força, e Portugal, que teve uma boa primeira parte, não foi capaz de resistir e acabou por perder por 21-7.
Portugal apresentou-se de luto, com fumo preto na manga das camisolas, em memória de José Maria Cortes, ontem falecido em circunstâncias dramáticas, e
todos se associaram àquela simples mas significativa homenagem.
No campo, deu a impressão que Portugal não quis arriscar tudo lutando por uma eventual vitória que viesse a acabar por prejudicar a equipa na prossecução do seu principal objetivo - a classificação para a Plate - e se foi essa a ideia, não pode ser criticada.
Frederico de Sousa poupou o plantel, mas acabou por ser demasiadamente castigado ao sofrer o terceiro ensaio inglês, o que pode atrapalhar as contas finais, quando for hora de garantir que a equipa se classifica até ao quarto melhor terceiro classificado - último lugar de acesso à Plate.
A Argentina jogou e bateu sem dificuldade Hong Kong por 47-7, posicionando-se para a disputa de um dos melhores segundos lugares, partindo do princípio - não muito seguro... - que a Inglaterra vencerá o Grupo.
Mas as contas dos argentinos podem sair furadas, se Portugal jogar contra eles com a clara intenção de não perder...
Em resumo, e como dissemos no início, ainda é cedo para fazer contas finais, apenas se podendo adiantar que África do Sul e Nova Zelândia parecem fortes demais para não serem os vencedores dos respetivos Grupos, e que Tunísia, e Filipinas são demasiado fracas para conseguirem fugir ao último lugar dos seus grupos de apuramento...
Fique com o quadro dos resultados e dos jogos de amanhã, e da classificação de cada Grupo após o primeiro dia de prova:
Fotos: IRB/Martin Seras Lima
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