14 de junho de 2013

ESTÃO VERDES, NÃO PRESTAM - OU A INVEJA E A IRA DOS IGNORANTES

Ser proprietário de um site (ou blog, como queiram) que atinge grande parte da comunidade do rugby português, é um privilégio.

Mas associado a esse privilégio estão também algumas desilusões, em particular quando temos que ler todos os comentários que nos são enviados, e deles escolher aqueles que devem ou não ser publicados.

Basicamente os comentários dividem-se em dois grandes grupos.

No grupo principal (felizmente) estão aqueles que têm real interesse e se
debruçam geralmente sobre matérias relacionadas com os artigos em que estão incluídos, escritos de forma civilizada, sem insultos, sem ofensas ou acusações não comprovadas, e que são imediatamente publicados.

A partir daqui é o descalabro total!

Os insultos, as ofensas, as demonstrações de total ignorância, o despeito a raiva, a falta de educação são tantas, que me pergunto muitas vezes para onde vai o rugby português?

Claro que não podemos avaliar o estado do nosso rugby pela caixa de comentários do Mão de Mestre, mas podemos com toda a certeza fazer uma ideia do que vai pela cabeça de muitos que andam no meio dele.

Vou apenas referir quatro dos principais motivos das excrescências que nos chegam, sem qualquer ordem específica de apresentação.

1. Os que acham que o Mão de Mestre não devia existir e que nos insultam.
2. Os que acham que todos os que estão relacionados com a atual direção federativa são uns malandros, e por isso devem deixar a federação.
3. Os que acham que todos os que não concordam com a atual direção federativa ou com as suas decisões são uns malandros, e só por isso a atual direção deve continuar na federação.
4. Os que acham que tudo o que os outros fazem ou dizem é asneira e tem segundos e secretos sentidos, merecendo por isso ser insultados e difamados.

Claro que todas estas situações são protagonizadas por anónimos ou indivíduos a coberto de falsa identidade, muitas delas feitas em sucessão a partir dos mesmos IP's, ou com conteúdo e forma que denotam evidente articulação e origem.

Obviamente que geralmente estes comentários não são publicado, o que origina uma série de novos comentários insultuosos ou de teor ameaçador (!) de quem acredita que tudo isto é uma guerra deles contra o resto do mundo - mas sempre a coberto do anonimato, embora esquecendo muitas vezes que o local de origem do comentário, ou o próprio estilo do mesmo, denuncia o seu autor.

ESTÃO VERDES...
Vem este desabafo a propósito de um conjunto de comentários que foram recebidos sobre uma notícia publicada esta semana, da assinatura de um novo projeto a três anos do Caldas e da Groundlink, que agitou o meio.

Vou citar apenas alguns dos teores recebidos, alguns publicados para poderem servir de exemplo, embora deixando os mais pesados sem publicação.

Primeiro, temos os que atacaram o presidente da Federação e o Diretor Técnico Nacional por estarem presentes no dia de assinatura do projeto, claro, logo seguidos daqueles que defenderam a sua presença.

A uns e outros aconselho seriamente a que defendam os seus pontos de vista de forma inteligente, argumentando com a razão e não com o coração (ou o fígado...), e que compreendam que tratar dos assuntos de forma irracional tira razão a quem o faz - tanto aos atacantes por grosso, como aos defensores de serviço...

Depois temos os que atacam a Groundlink por patrocinar um clube "pequeno", acusando-a de procurar exposição pública e tirar dividendos desse patrocínio.
Ou seja, quem patrocina não deve procurar tirar partido do seu investimento!
Isto é tão ridículo que nem vale a pena argumentar!

Depois estão os que atacam a Groundlink por conseguir atrair para o Caldas jogadores de grande nível fazendo insinuações torpes quanto às suas intenções.

A estes lembro apenas que esta iniciativa da Groundlink e do Caldas nem sequer é inédita no desporto nacional, embora o seja no rugby - o Sporting Clube de Portugal conseguiu um emprego na banca a Carlos Lopes quando o levou para Lisboa, e nessa altura ninguém achou mal...

Aliás mesmo no rugby existem outros exemplos: elementos ativos de equipas que são contratados por empresas ligadas sobretudo à banca e às finanças, mas não só, e que são patrocinadoras desses mesmos clubes - mesmo sem ser feito de forma organizada como fez a dupla Groundlink/Caldas, e sim por iniciativa pessoal de administradores ou proprietários dessas patrocinadoras.
Ou seja, o que está mal para os malandros do Caldas/Groundlink está bem para os outros - e são muitos!
Será que existe algo de malévolo nessas atitudes?

Existem ainda os que atacam o projeto em questão por se preocupar com a equipa principal do clube, mas ignorar o desenvolvimento, o rugby de base.
Será que estes atentos comentadores já leram o projeto, ou sabem o que tem sido feito pelo Caldas nessa área?
Seria bom que se informassem antes de dizerem disparates.

Todos estes ataques ao Caldas e à Groundlink parecem vir de pessoas ligadas de uma ou outra forma a clubes habituados a dominar a cena nacional - de Lisboa e de outras cidades importantes do país - que assistem à invasão do "seu" território.

A todos eles aconselho a abrirem os olhos e procurarem novas soluções para os evidentes problemas financeiros que os afetam, em vez de se preocuparem como os outros resolvem os seus problemas, porque...

...como na fábula, estão verdes, não prestam....

7 comentários:

Costa disse...

Chega a ser ridícula a razão pela qual este post foi feito - a razão, não o post em si.

Sempre olhei para o Rugby como um escape para os problemas da minha vida. Visto que sou oriundo de estratos sociais mais baixos, o rugby serviu, e muito, para me afastar de problemas que, infelizmente, amigos de infância não conseguiram escapar.

Como reflexo disso, sempre encarei o rugby como algo bom, como algo que servia para ajudar a formar pessoas, homens e mulheres.

É triste de ver que num blog haja gente que sinta necessidade de atacar quem quer que seja.

Quando comecei a jogar a primeira coisa que o meu primeiro treinador me ensinou foi a respeitar os outros(adversários e companheiros). Cresci, hoje estou quase nos 30, e continuo a fazê-lo.

Porque raios esta mensagem falha tantas vezes?

Podem discordar de algo, porém insultar e nem sequer ouvir(ou ler) o que os outros dizem(ou escrevem) demonstra bem o quanto o valor respeito tem-se perdido ao longo dos tempos.

Enfim...

Anónimo disse...

Grande Post! Parabéns!

Anónimo disse...

Boa Noite

Esta noticia do MdM é talvez das noticias mais importantes dadas pelo MdM e talvez a que melhor retrata a hipocrisia que graça no rugby nacional.

Ficámos a saber que no entender dos Clubes de Lisboa eles têm direito a ter patrocionadores mas os outros não.

Ficámos a saber que os patrocionadores deles têm direito a promoverem-se através do rugby mas os dos outros não.

Ficámos a saber que os clubes de Lisboa têm direito de ir buscar aos clubes de menores capacidades jogadores e que entendem isso como licito mas se um dos pequenos lhes faz os mesmos são uns malandros.

Ficámos a saber que os clubes de Lisboa exercem pressões mais ou menos abertas para que o rugby continue a ser um feudo deles.

Ficámos a saber da hipocrisia que graça no rugby nacional de jogadores que passam enormes dificuldades, que não têm trabalho mas os clubes de Lisboa dão-se ao luxo de ir buscar estrangeiros, que não veem de borla, enquanto cospem nos portugueses e que isso é considerado digno mas se alguém arranja trabalho a esses jogadores com a condição de jogarem no Caldas são uns "malandros que procuram protagonismo".

Ficámos a saber que um patrocionador que não apoie um clube de Lisboa é logo catalogado de oportunista.

A ser verdade tudo o que se leu neste artigo do MdM significa que a hipocrisia reina no rugby e que o tão apregoado espírito do rugby só existe se for em favor dos clubes de Lisboa.

Agora se percebe a composição das selecções, agora se percebe muitas das coisas que são permitidas a Lisboa.

Que os clubes de fora de Lisboa estejam atentos aos hipócritas e se unam para vencer a hipocrisia.

Uma palavra ao Caldas sei do vosso projecto "Rugby no Oeste" que vai entrar no terceiro ano de existência e que é apoiado pelos "malandros da Groundlink que só querem protagonismo" desde o início, sei que este vosso projecto permitiu que o Rugby no Oeste se jogue nas Caldas mas também na Marinha Grande e em Peniche e que este ano vai avançar para mais um ou dois concelhos. Fazem vocês mais pelo rugby que estes hipócritas que nem fora de Lisboa querem jogar. Pelos vistos este ano vão pagar o vosso atrevimento de afrontar os grandes. Continuem a lutar pelo rugby, continuem a ser um dos clubes que lidera a transformação do rugby nacional, não desistam por muitas "placagens altas" que sofram no próximo ano e que serão "patrocionadas" pelos de Lisboa.

Vidigal és um excelente presidente deve-te o fomento do Rugby mais a ti do que aos actuais presidentes os clubes e Lisboa todos juntos, não desistas nem tenhas medo dos afrontar, tudo isto a bem do rugby.

Manuel Cabral disse...

Anónimo das 22:39
Uma só correção - em nenhuma ocasião o MdM disse que eram os clubes de Lisboa.
Bem pelo contrário, disse claramente que eram de Lisboa e de outras cidades importantes do país.
E o que se está a passar dá inteira razão ao MdM...

Anónimo disse...

Caro MdM, concordo totalmente com o que escreveu, mas, aparentemente, e infelizmente, não vale a pena, bastando para tal verificar que logo surgiu um comentário a demonstrar o ódio que graça na cabeça de alguns, supostos, adeptos de rugby.
Quanto à relação Caldas/Grounlink acho uma ótima ideia, a ser seguida, sendo que me parece que a maioria não percebeu ainda de que tipo de parceria se está a falar. Ainda assim não acredito que nos próximos anos o Caldas possa lutar pelo título da divisão de honra, pelo que julgo ser despropositado acusar os clubes, habitualmente, vencedores de terem alguma coisa contra esta iniciativa, muito pelo contrário.

Anónimo disse...

Vamos lá a ver qual é o investimento na base do triângulo.

É preciso ter sub 8, 10, 12, 14, 16 e 18 e 21's com fartura.

Aí é que se vê o investimento...

A não ser assim, OK, mas ficam uns uns Seniores que não morrem pela camisola. É ver os fijianos do Cdul...perdemos? paciência, o guito já cá está...

Que ninguém tire esse direito ao Caldas.

Anónimo disse...

Na minha opinião, outro dos grandes problemas que existe no rugby em Portugal é o complexo de inferioridade que existe em relação aos clubes de Lisboa e que leva a que tudo o que vai mal no rugby seja culpa dos malandros de Lisboa.
Não estou a dizer que é o caso da Mão de Mestre, mas é algo que está presente em muitos dos comentários feitos aos posts neste site.
Por fim gostaria de referir que esta situação do Caldas é óptima para o rugby Português, visto que este estava parado no tempo e a maior parte dos clubes vivia dos "tios" que arranjavam patrocínios e ninguém se mexia em busca desses mesmos patrocínios. Finalmente essa atitude está a ser alterada e podemos ver projectos como o do Caldas, que espero que tenha óptimos resultados em campo, ou em menor escala o torneio realizado pelo CDUL denominado CDUL Sponsors que procurou encontrar novos patrocinadores para o clube.