24 de junho de 2013

21 ANOS DE PORTUGAL NOS MUNDIAIS - DE 1992 A 2013

Das cinco edições do Mundial de Sevens, Portugal esteve presente em quatro, apenas tendo falhado a primeira, ao ser batido nos quartos de final do respectivo torneio de qualificação realizado na Catânia, Itália, em Maio de 1992 - o jogo decisivo - pela Espanha por 10-6.

Para chegar aos quartos de final, Portugal realizou na Catânia oito jogos, tendo vencido quatro e perdido outros tantos, numa participação em que (quase) tudo foi novidade para jogadores, equipa técnica e direção da equipa.

Mas a verdade é que é a partir daqui que se escreve a história da nossa seleção nacional, mesmo que muitas vezes encarada apenas como uma equipa de ocasião que pouco mais fazia que participar no Lisboa Sevens e no Hong Kong Sevens.

E mesmo com a realização do qualificativo para o Mundial de 1997, em Lisboa em  Junho de 1996 - foi o Lisboa Sevens desse ano - iria levar muitos anos até que a modalidade, e portanto a seleção respetiva, fossem tomadas a sério em Portugal.

Em 1996, a jogar em casa,  Portugal consegue a primeira qualificação para o Mundial, ao chegar aos quartos de final, onde foi batido pela Coreia do Sul por 7-19, depois de ter vencido os quatro jogos que realizou na fase de apuramento.

Apesar de ter sido eliminado na mesma fase que em 1992, desta vez o torneio apurava oito equipas e não apenas quatro como na primeira edição da prova, pelo que Portugal seguiu para o Mundial, que se realizou em Hong Kong, em Maio de 1997.

Incluído num grupo com a Austrália e a Escócia, a Portugal restou a participação na Bowl, onde foi derrotado pela Irlanda por 5-33, terminando assim a sua primeira presença na competição, com três derrotas em três jogos.

Quando chegou a altura do apuramento para o Mundial de 2001, a situação era completamente diferente.

A ideia dos sevens tinha começado a ganhar forma na Europa, torneios começavam a surgir com frequência e Portugal começou a ser cliente frequente fora de portas, enquanto mantinha uma participação regular no Lisboa Sevens.

E Portugal entra em força no torneio de qualificação - em Madrid em Julho de 2000 - e vence os oito jogos em que participou, derrotando a Espanha nas meias finais e a Rússia na final, por 24-19.

Este sucesso europeu foi o primeiro de uma longa série, que levou Portugal à conquista de oito títulos europeus em 12 anos, apesar de sistemáticas tentativas de desvalorizar esses títulos porque, dizem alguns, os adversários não se apresentaram na sua máxima força...

Enfim, o que conta é que na Julieta Ferrão as prateleiras são poucas para tantas taças, e o prestígio que Portugal alcançou, invejável.

Garantida a presença no Mundial de 2001, em Mar del Plata na Argentina, Portugal foi incluído num grupo com Austrália, País de Gales, Samoa, Estados Unidos e Hong Kong, não tendo conseguido melhor que uma vitória frente a Hong Kong e um empate frente a Gales, e sendo relegado para a disputa da Bowl.

Na fase final, Portugal esteve melhor, vencendo o Zimbabwé nos quartos de final e a Irlanda nas meias finais, para encontrar o Chile na final e perder por 21-19.

Para o Mundial de 2005, o apuramento Europeu foi resultado do torneio final do Campeonato da Europa que teve lugar em Palma de Maillorca em Julho de 2004, em que Portugal se sagrou campeão europeu pela terceira vez consecutiva, depois de bater a Espanha por 12-0 nos quartos de final (doce vingança...) e afastar os nossos hermanos do Mundial, a Escócia nas meias finais por 29-14, e a Itália na final por 21-14.

Realizado pela segunda vez em Hong Kong, o Mundial de 2005 foi palco da melhor classificação de sempre de Portugal nos Mundiais, ao chegar à final da Plate, embora perdendo com a Samoa por 7-29.

Nesta altura já Portugal era uma equipa respeitada em todo o mundo, muito como resultado dos títulos europeus que ia acumulando, mas sobretudo pela qualidade do jogo praticado sob a batuta de Tomaz Morais que é ainda hoje uma referência no meio dos sevens de alto nível, que fez, ao longo dos anos em que esteve à frente da nossa equipa nacional da variante, um notável trabalho.

Na caminhada para esta final, Portugal defrontou na fase de apuramento as Fiji - que acabaram por se sagrar campeões do mundo - a Austrália, o Japão, Hong Kong e o Canadá, vencendo estas duas últimas partidas por 21-0 e 10-7, respetivamente, e depois, na fase final, batendo a Tunísia nos quartos de final por 21-12 e a Geórgia nas meias finais por 29-5, para acabar perdendo, como já referido, com a Samoa na final.

Em 2008 repetiu-se o mesmo duplo papel do Campeonato da Europa servindo de qualificativo para o Mundial de 2009 - desta vez no torneio de Hanover, no mês de Julho - e repetiu-se também a vitória de Portugal na prova, garantindo o título europeu e a presença no Dubai, vencendo os sete jogos realizados e batendo na final o País de Gales, por 26-12.
Recorde-se que Gales acabaria por se sagrar campeão do Mundo, vencendo o torneio do Dubai em 2005.

Para chegar àquela final de Hanover, a equipa portuguesa derrotou na fase de apuramento a Rússia, a Roménia, a Espanha, a Geórgia e a Alemanha, para depois derrotar a Irlanda na meia final por 14-12, antes da tal vitória sobre Gales por 26-12 na final.


Portugal chegava assim à sua quarta participação num mundial de sevens, mas infelizmente a sua preparação para a prova foi altamente prejudicada pela participação no Europeu de XV, em que Portugal depositava grandes esperanças para a qualificação para o Mundial de XV de 2011, na Nova Zelândia.

Lamentavelmente tal não se verificou e Portugal não só não se apurou para o Mundial de 2011, como se apresentou no Dubai, em Março de 2009, sem se encontrar nas melhores condições para disputar a prova.

Apesar disso a nossa representação nacional conseguiu chegar a mais uma meia final da Plate, perdendo para a Escócia por 29-7, depois de bater nos quartos de final o Canadá por 12-5.

Na fase de apuramento Portugal derrotou a Irlanda e foi derrotado pela Austrália e a Samoa.

Chegamos enfim aos preparativos para o Mundial de 2013, e mais uma vez a IRB procede a alterações no formato da qualificação, que deixou de ser encontrada no Campeonato da Europa, e passou a ter um torneio próprio, a cuja organização a Federação Portuguesa de Rugby se candidatou, e que acabou por lhe ser entregue, realizando-se no Algarve, em Julho de 2012.

Portugal, apesar de ter perdido o título europeu nesse mesmo ano para a Inglaterra, não deixou os seus créditos por mãos alheias, e nos seis jogos que realizou concedeu apenas um empate, frente a Itália a 12 pontos, vencendo o torneio ao bater a Espanha na final por 7-5.

Para chegar à final, Portugal bateu a Itália (2º jogo) por 28-7 nos quartos de final e a Geórgia na meia final por 19-12, depois de ter defrontado a Lituânia e a Ucrânia, a quem venceu, e a Itália (1º jogo) na fase de apuramento.


Os interessados podem encontrar todos estes dados e muitos outros, consultado os nossos hot sites Portugal Sevens, dedicado à nossa representação nacional, e  Rugby World Sevens, dedicado à história (completa) do Mundial, desde 1992 até hoje.


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