1 de março de 2013

QUARTO TROFÉU CONSECUTIVO OU UM "PENTAPÉ" NA HISTÓRIA? *

Em plena época internacional da nossa seleção – e não haveria outra data, lá mais para a frente, para se fazer disputar o jogo que deveria constituir o epílogo e ao mesmo tempo a grande festa de encerramento de uma temporada? – decide-se amanhã, pelas 14.30, no Campo de Honra do Estádio Nacional, a 51.ª Taça de Portugal (com transmissão direta na Sport TV 2).
Frente a frente estarão CDUL (que para aqui chegar eliminou CRAV, Benfica e Técnico) e Agronomia (deixou para trás Direto, Belenenses e Montemor), equipas que voltam a encontrar-se pela terceira vez em menos de um ano, após as finais do passado campeonato e da Supertaça, ambas conquistadas pelos universitários (vencendo por 24-15 e 45-11, respetivamente).
Para os comandados por Manuel Sommer, verdadeiros papa-taças nos últimos 12 meses, trata-se mesmo da possibilidade de vencer um quarto troféu consecutivo em distintas provas, pois àqueles dois haverá que acrescentar a Taça Ibérica ganha, em janeiro, em Valladolid, ao campeão espanhol VRAC Quesos Entrepinares (24-13).
Tendo em vista o até aqui corrido esta época, na qual o CDUL bateu sempre os homens da Tapada (nas duas partidas do campeonato venceu por 15-9 e 13-3, tendo mais 23 pontos e menos cinco derrotas!), será difícil não atribuir favoritismo aos universitários.
Até por que o quinze campeão nacional apresentar-se-á na máxima força, com todos os seus internacionais (exceto, claro, o há longo tempo lesionado playmaker Pedro Cabral e ainda o três-quartos Bernardo Silveira, no estrangeiro) e não quererá desperdiçar a possibilidade de ganhar um troféu que lhe foge desde 1989 (há 24 anos!) e seria o seu sétimo nesta sua 16.ª final. 
Depois de, no ano passado, ter conquistado o título nacional que escapava há 22 anos, seria uma maneira do CDUL recuperar, por inteiro, a hegemonia que deteve durante algumas décadas no rugby português.   
Mas convém não descartar de imediato as possibilidades dos agrónomos – atingem a sua 15.ª final (com nove vitórias) e sexta consecutiva, igualando o recorde precisamente do CDUL, presente nas partidas decisivas entre 1984 e 1989 – que costumam agigantar-se e galvanizar-se nestas ocasiões e ganharam, de forma inédita, as últimas quatro edições da Taça. Um novo triunfo constituiria um autêntico pentapé nos livros de história do rugby nacional e um recorde que, arriscamos, só daqui a décadas seria igualado.
A equipa da Tapada mudou de treinador e sofreu profunda sangria no início desta temporada – só relativamente à final da DH em 2012, não estarão Vasco Gaspar, José Lima, Manuel Dentinho, Jacques le Roux, Tomás Gonçalves, Leal da Costa e Santiago Louro, no banco terá Bernardo Campelo, mas só com um treino realizado e Francisco Mira e Rodrigo Aguiar continuarão de fora… – e não pode deixar de se relevar e enaltecer o facto dos agrónomos terem perdido praticamente todos os estrangeiros que tão gratas recordações deixaram em tempos mais ou menos recentes aos seus adeptos (resta o excelente talonador Marthinus Hoffman, em dúvida...) e continuarem a discutir os lugares de topo.
Mas todo o empenho dos homens de Murray Cox chegará para bater um rival cheio de confiança, moral, troféus e ainda por cima recheado de internacionais e com dois avançados poderosos como Seti Filo e Daniel Faleafa?
Soe dizer-se que numa final tudo é possível e tendo em vista anos anteriores, apostar somente no triunfo do CDUL pode ser arriscado. 
Mas Duarte Cardoso Pinto e companhia sabem muito bem que terão que estar a 150% para conquistar aquele que seria um feito único e que, dadas as circunstâncias, iria fazer muita gente abrir a boca de espanto.  

Para outros dados relativos ao Histórico do rugby em Portugal, veja o nosso mini-site dedicado à matéria.
* Texto: António Henriques
Fotos: António Lamas e Miguel Rodrigues

4 comentários:

Anónimo disse...

Que pena a final da Taça ser Np meio do campeonato e não uma das festas finais da temporada. E entretanto na primeira continuam a chupar nos dedos. Assim não dá mesmo

Anónimo disse...

Mas porque é que tem sempre que dizer mal? Porque é que não saúda o facto de se jogar no Estádio Nacional, haver transmissao televisiva e poder jogar todos os jogadores o que não aconteceria noutras circunstancias. Sejam positivos

Anónimo disse...

Boa resposta, cabe. É pena a tua agro ter perdido. O penta fica para outra altura.

Anónimo disse...

Alguém contou o número de assistentes ao jogo da final da Taça de Portugal?

Era interessante saber-se...