Com algumas decisões importantes ainda sem solução, quando faltam quatro jornadas para o final da fase de apuramento - e estão decorridas 16 jornadas, ultrapassando já o máximo que se disputava anteriormente - o interesse na competição aumenta exponencialmente.
Com exceção do CDUL que segue com 13 pontos de vantagem, este tem sido um campeonato com enorme competitividade, em que nada está certo entre o segundo e o sétimo lugar.
Repare:
1. Direito é segundo, e com quatro jornadas por disputar - os advogados têm uma folga por jogar, só lhes faltando portanto três jogos por realizar - tem apenas cinco pontos de vantagem sobre o terceiro classificado, o Belenenses.
2. Belenenses (14 jogos realizados, 4 por realizar), CDUP (15 jogos, 3 por realizar) e Agronomia (14 jogos, 3 por disputar), estão na terceira, quarta e quinta posições, separados por cinco pontos apenas (45 para o Belenenses, 43 para o CDUP e 40 para Agronomia).
3. Académica e Técnico, ambas com quatro jogos por realizar, estão nas sexta e sétima posições, separados por dois pontos apenas, com 33 pontos para os de Coimbra e 31 para os de Lisboa.
4. Entre o segundo e o quinto, com quatro jornadas por disputar, há apenas 10 pontos de diferença (50 para Direito e 40 para Agronomia)
5. Entre o quinto (Agronomia com 40 pontos) e o sétimo (Técnico com 31) há apenas nove pontos de separação.
Ou seja, das 10 equipas, depois de 16 jornadas, há sete que ainda podem discutir o título...
Isto é a melhor demonstração de que o atual sistema de disputa da prova, com o seu alargamento para 10 equipas e o seu calendário condicionado, é altamente competitivo e que aquelas medidas transformaram a prova num completo sucesso!
Esperemos que haja agora a coragem de aplicar as mesmas medidas à 1ª Divisão, e dessa forma garantir que haverá, a curto prazo em Portugal, entre 18 a 20 equipas a jogar rugby altamente competitivo, único caminho para que o nível médio se eleve, e que o futuro do rugby em Portugal fique assegurado.
Para este fim de semana, o cardápio oferece as seguintes especialidades:
AGRONOMIA - CDUP
Tapada, sábado, 15 horas
Jogo entre o terceiro e o quarto classificados, separados por três pontos apenas e com os agrónomos com um jogo a menos que os portuenses.
Todos os ingredientes para que os homens de Marcello d'Orey e Murray Cox, nem pensem em relaxar!
Depois da exibição que produziu na final da Taça, Agronomia parte com favoritismo, mas o CDUP já provou que é capaz de enfrentar os mais poderosos sem se deixar impressionar, e não podemos esquecer que na primeira volta o universitário do Norte venceu por 22-20, no Porto.
Ingrediente suplementar para alimentar as hostes, o duelo entre Duarte Cardoso Pinto e Rodrigo Figueiredo na tabela dos melhores marcadores, onde o primeiro ocupa a segunda posição com 175 pontos e o segundo é quarto, com 155.
DIREITO - CRAV
Monsanto, sábado, 15 horas
Direito tem mais um jogo realizado que o Belenenses, e com os cinco pontos que os separam, não pode sequer pensar em deixar de amealhar tudo o que puder.
Na primeira volta os advogados foram vencer a Arcos por 29-10, e é natural que tornem a vencer em Monsanto, juntando à vitória o ponto de bónus de ataque.
Também neste encontro há um duelo particular a registar, entre Jorge Molina, o arcuense líder da tabela dos marcadores de ensaios com oito toques na meta, e Vasco Fragoso Mendes, o jovem advogado que segue apenas com menos dois ensaios marcados.
BELENENSES - CASCAIS
Jamor, sábado, 15 horas
Na primeira volta o Cascais derrotou o Belenenses na Guia, por 15-11, mas a verdade é que os pastéis evoluíram muito e recuperaram a posição de destaque no rugby nacional a que nos habituaram.
Os cascalenses, pelo contrário, sofreram as dores de crescimento e encostaram no fundo da tabela, o que não é totalmente inesperado atendendo ao fato de ser o ano da subida.
Se conseguirem sobreviver ao playoff da manutenção, é natural que se apresentem de uma forma mais consistente no próximo ano.
Apesar do resultado da primeira volta, os belenenses são francamente favoritos e devem conseguir o bónus de ataque.
Aliás, se ambicionam roubar o segundo lugar ao Direito terão, eles também, de conseguir todos os pontos que puderem.
CDUL - BENFICA
Universitário de Lisboa, domingo, 15,30 horas
O CDUL é a grande equipa do momento, e a sua caminhada tem sido tranquila, com um tropeço só perante o CDUP, tendo vencido na primeira volta por 70-5.
A equipa encarnada atravessa a pior crise da sua vida, e apenas podemos dar os parabéns a jogadores, treinadores e diretores, por não deixarem afundar o barco.
O Benfica vai recuperar deste annus horribilis e voltará a poder defrontar as melhores equipas nacionais de igual para igual.
Mas este ano isso não vai acontecer, a derrota no universitário é garantida, e o bónus de ataque para os cdulistas também.
ACADÉMICA - TÉCNICO
Taveiro, domingo, 16 horas
A jornada fecha com chave de ouro, com o encontro entre sexto e sétimo, que estão separados por um ponto apenas.
Não esqueça que o playoff do título é disputado pelas seis primeiras classificadas, e, portanto, é apenas isso que está em jogo!
Na primeira volta o Técnico venceu em Lisboa por 30-28, mas desde então muita coisa mudou, e a Académica parece ter reencontrado o caminho certo, com as recentes vitórias sobre o CDUP e o CRAV.
Os engenheiros, pelo contrário, não parecem atravessar o melhor momento, o que aumenta a probabilidade de uma vitória dos pretos.
E se os pretos têm alguma esperança de conseguirem alcançar o quinto da tabela, Agronomia, também eles têm que aforrar tudo o que estiver ao seu alcance.
Fotos: António Simões dos Santos
6 comentários:
COM O JOGO DA SELECÇÃO NO SÁBADO, PORQUÊ QUE NÃO JOGAM TODOS NO DOMINGO?
Concordo com o comentário anterior e acrescento:
Jogar ao Domingo ou mesmo 6ª à noite........Ou Sábado à noite, mas não à hora do jogo da selecção.........
Este modelo é um sucesso? Não me parece.
O equilíbrio é conseguido de forma total/ artificial. Com este modelo qd muito assume-se que se desistiu de vez de ter rugby de alto rendimento em Portugal.
P. Martins
Manuel,
Acho que interessante fazer um artigo sobre a situação dos London Welsh. O director de equipa forjou a inscrição e um jogador sem o conhecimento do clube e foi banido do rugby para a vida. Apesar de o clube não ter conhecimento disso, foi penalizado com a dedução de 5pts por ter utilizado o jogador.
Faz de certa forma lembrar o caso dos castigos em Portugal esta época - a situação com o Direito é inadmissível, clubes a esse nível têm que ser organizados e a tolerância tem que ser zero. Ficaram apenas por castigar as pessoas responsáveis pela participação os jogadores em jogos oficiais (e os próprios jogadores).
Mais info:
http://www.rfu.com/thegame/discipline/judgements/judgments-2012-2013/judgments-by-offence/~/media/files/2013/discipline/judgments/130308%20%20scott%20misconduct.ashx
http://planetrugby.com/rugby-union-competitions/aviva-premiership/
Duas palavras relativamente ao modelo competitivo: 1. Os jogos entre as equipas mais fortes continuam a realizar-se, pelo que a competitividade se mantem; 2. Enquanto a Seleção (XV e VII) joga os campeonatos continuam a decorrer o que implica que Cdul, Direito e Belenenses ( são os clubes que mais jogadores fornecem às seleçãoes)se vêm "obrigados" a utilizar mais jogadores.
Foi uma boa decisão.
Caro Filipe Costa, tenho acompanhado a situação do London Welsh e já tive oportunidade de referir em e-mail, a um vice-presidente da FPR, que seria interessante ver os Diretores de Equipa responsabilizados pessoalmente pela utilização de jogadores não inscritos.
No entanto convém não misturar as situações. Se no caso dos clubes portugueses, aquela utilização se ficou a dever - acredito eu! - a desleixo e falta de atenção, no caso dos London Welsh houve fraude, e foi mesmo o clube a fazer a denúncia à RFU.
Mas fica o exemplo!
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