4 de maio de 2014

RC LOUSÃ E GROUNDLINK CALDAS NA FINAL DA PRIMEIRONA

Rugby Club da Lousã e Groundlink Caldas são os finalistas da Primeirona, culminando uma época em que as duas equipas dominaram a Divisão e chegaram ao final da Fase de Apuramento nas duas primeiras posições.

Como demonstração do equilíbrio ente as duas equipas note-se que a única diferença até agora reside numa derrota e um empate para os caldenses e dois empates para os lousanenses - tudo o resto foram vitórias!

Na Lousã a vitória da equipa da casa sobre o Benfica Rugby por 22-12 não foi fácil, e foi preciso esperar quase pelo final do jogo para que os serranos pudessem repousar um pouco, e o marcador pendesse para o seu lado.

Nas Caldas os pelicanos tiveram uma tarde mais repousada, e cedo começaram a construir o resultado de 33-5 com que bateram o Clube de Rugby de Évora.

Numa tarde de grande calor e perante numeroso público as duas equipas entraram em campo entre alas de jovens jogadores do Clube de Rugby de Évora e do Groundlink Caldas, criando um ambiente de festa que deve ser realçado.
O Évora tentou marcar o ritmo do jogo desde o início, mas a equipa caldense não se deixou intimidar, e marcou os primeiros pontos logo aos sete minutos de jogo, através de um ensaio de Frederico Melim, a concluir um bom trabalho de David Mateus.
Dominando nos avançados, os pelicanos não permitiram que os chaparros conseguissem agarrar as rédeas do jogo, e ao dobrar dos primeiros 15 minutos João Vieira marcou o primeiro das suas bem sucedidas tentativas de transformação, que lhe renderam um total de 13 pontos - três penalidades e duas transformações.
David Mateus, que jogou à ponta viria a marcar o segundo ensaio da Groundlink Caldas e o intervalo chegou com o marcador a assinalar 16-0.
O segundo tempo confirmou o domínio da equipa da casa, e Frederico Melim - o Homem do Jogo - marcou mais dois ensaios, ambos transformados por João Vieira, e o resultado elevou-se até aos 33-0.
Mostrando que não baixou os braços, foi mesmo no final do jogo que o Évora conseguiu o seu ensaio, fixando o marcador nos 33-5 finais.
As duas equipas juntaram-se numa 3ª parte bem animada, com que os pelicanos retribuíram a recepção com que tinham sido brindados recentemente em Évora.

O Mão de Mestre aproveitou para ouvir António Vidigal, Presidente do Groundlink Caldas que nos confidenciou que esperava um jogo mais complicado do que o que realmente aconteceu.
A minha equipa facilitou um pouco na 2ª parte, fruto de algum excesso de confiança, natural face ao desenvolvimento do jogo e do marcador.
A época ultrapassou totalmente as expectativas. 
Esperava mais dificuldades mas o mérito do trabalho empenhado de toda a equipa e algumas fragilidades da concorrência levaram a um resultado acima do que se tinha planeado. 
Ressalto a grande conquista da época FORMOU-SE UMA EQUIPA. 
Agora o Caldas quer ganhar a final e continuar o seu projecto na Divisão de Honra.

Do lado do Clube de Rugby de Évora conversámos com Nuno Fernandes, seu Director Técnico e com José Filipe Leal da Costa, seu Presidente que reconheceram que ganhou a melhor equipa; assistimos a um jogo agradável, lealmente disputado e o Rugby assim fica a ganhar.
Quanto ao que se passou durante a época fizemos o que estava previsto, o Évora esteve nas meias-finais, com uma equipa muito jovem, oriunda da formação do clube (do ano passado subiram 6-7 jogadores sub-18) - tivemos 36-37 jogadores a trabalhar e jogar durante a época, com o handicap de 18 deles estudarem em Lisboa - é a realidade que os Clubes de fora de Lisboa têm que enfrentar, principalmente se não tiverem outros apoios.
No futuro o Évora ambiciona manter esta postura - formar jogadores e Homens e idealmente ter outro tipo de apoios - recintos de jogos "free of charge", por exemplo, o que permitiria concentrar recursos nos aspectos "técnicos" do jogo.

Já no final da nossa conversa Nuno Fernandes referiu-nos que após cerca de 30 anos dedicados a "esta vida" se vai retirar da "frente", mas, dizemos nós, vamos esperar para ver...


Com a bancada do Estádio José Redondo completamente cheia a meia final que opôs a Lousã ao Benfica decorreu sob grande pressão, que o equilíbrio entre as equipas anunciara.
Numa primeira parte em que o Benfica marcou primeiro por Francisco Grenho, aos 17 minutos, culminando um período em que conseguiu manter os serranos na sua zona defensiva, mas após o ensaio, a Lousã passou a dominar territorialmente, e aproveitando esse facto conseguiu a transformação de duas penalidades, por Francisco Reis que haveria de marcar mais quatro pontapés, que lhe deram a vantagem de 6-5 ao intervalo.
A segunda parte - que começou com inexplicáveis cinco minutos de atraso - trouxe um maior domínio lousanense que converteram mais três penalidades, ampliando a vantagem para 15-5, antes da obtenção do seu único ensaio por Urryel Torres, transformado, que levou o marcador aos 22-5.
A cinco minutos do final a Lousã procedeu a seis substituições na equipa, o que veio alterar a relação de forças no campo, o Benfica, aproveitando um prolongamento do tempo de jogo de 14 minutos e alguns incidentes disciplinares (para os dois lados), acabou por marcar o seu segundo ensaio por José Trigo Morais, com transformação de Diogo Conceição, e poderia mesmo ter marcado ainda outro.
No final vitória justa da equipa que se adaptou melhor às circunstâncias do jogo, e que teve em Francisco Reis, autor de 17 pontos, o Homem do Jogo.
Uma última palavra para mostrar o nosso total desacordo pela nomeação de árbitros auxiliares afectos às duas equipas, o que, aceitando-se que aconteça durante o ano, em consideração às naturais restrições orçamentais, não se pode admitir em jogos que se sabe à partida que estarão rodeados de grande pressão!
Uma meia final da 1ª Divisão merece respeito e consideração, devendo ser tratada pelas entidades responsáveis de uma forma adequada e não em cima do joelho!

O Mão de Mestre ouviu, após o encontro, o treinador do Benfica José Mendes, que nos disse que a primeira parte foi equilibrada expressa no resultado. A segunda foi muito desequilibrada em todos os sentidos.
Fomos penalizados com muitas faltas, empurrados sistematicamente para o nosso meio campo.
Mas o saldo final é muito positivo nomeadamente o comportamento da miudagem num ambiente muito quentinho...José Mendes

Do lado do Rugby Clube da Lousã foi o seu Presidente, José Redondo que afirmou que a vitória foi difícil face, tal como tínhamos falado, à experiência do Benfica. Soubemos que eles prepararam o jogo com todo o cuidado e até pela forma como reagiram no final, esta difícil vitória ainda se tornou mais saborosa.
Quanto ao jogo do próximo sábado, tal como as mensagens que eu e o António Vidigal já trocámos ontem, é uma honra para ambos os clubes encontrarem-se na final e o nosso desejo é que vença o melhor. José Redondo.


3 comentários:

António Ferreira Marques disse...

Os meus parabéns, de "supporter" ao Caldas Groundlink por esta presença na final.
Uma palavra para os jogadores que por motivos de lesão grave não puderam "estar dentro do campo" ao longo do ano, mas estiveram sempre "na Equipa": Nuno Pires, que felizmente regressou nesta meia-final, Salvador Neves e Francisco Azinheira e Gui Neves (já desde o final da época passada) - esperamos vê-los na próxima época. Também lembrar o Tomaz Cambournac que por motivos profissionais não pode acompanhar a época até ao fim.
Agora é lutar na final, que esperamos seja um bom jogo e leal de Rugby.
Viva o Caldas

Anónimo disse...

E o Pedro Santos, o David Esteves, o Miguel Freitas e Luis Carmo!

Antonio Ferreira Marques disse...

Obrigado pelo contributo.
Também podemos referir o Jonathan "Nilas" Nolan.
Apenas quis referir os jogadores que perderam toda a época e, personalizar no Nuno Pires, a capacidade que todos têm de recuperar.
Ab.
António Ferreira Marques