19 de maio de 2014

NA PREMIERSHIP JOGOS DIGNOS DE FINAL, NO ACESSO... À FINAL! *

* Ricardo Mouro
Quem pensou que o rugby está em descompressão enganou-se, estão encontrados os dois finalistas da Premiership depois de um fim de semana épico de rugby.

Os favoritos Saracens suaram para ultrapassar os Quins em casa e o aceso duelo que opôs os rivais Saints e Tigers fica para a história dos amantes de rugby.

O fim de semana não ficou por aqui e a novíssima taça europeia de clubes já moveu os seus primeiros peões este Domingo.


O Championship também está em fase de decisões para apurar quem é promovido ao topo do rugby inglês, confiram em baixo.



NORTHAMPTON SAINTS 21-20 LEICESTER TIGERS
Épico! O jogo que opôs Northampton Saints a Leicester Tigers na Sexta-Feira para a semi-final da Aviva Premiership foi até agora o jogo da época. 
Em casa os Saints finalmente "mataram o borrego" e bateram os arqui-rivais das Midlands num encontro explosivo e para homens de barba rija.
Os tigres afiaram as garras na curta viagem pela M1 e entraram a dominar território e a não permitir aos Saints que usassem as suas linha de três quartos.
Com uma primeira linha dominadora com Ayerza e Mulipola em destaque, e um pack mais rotinado os Tigers encontravam Tuilagi e Goneva lançados e a causar muitas dificuldades à defesa adversário, o mais novo do clã Tuilagi precisava sempre de mais que um defesa para parar e quando isso falhou conseguiu um ensaio fácil que confirmava a superioridade dos visitantes.
Qualquer tentativa de resposta dos Saints era muito bem parada pelas mandíbulas dos tigres e com um Julian Salvi intratável no breakdown a recuperar muitas bolas para desespero dos Saints, um pesadelo nos rucks este australiano!
Cínicos os Tigers ligaram o maul dinâmico e após fases de avançados com Mulipola em destaque, o formação Ben Youngs escapou por um espacinho para ensaiar e colocar sérias dificuldades nos Saints, 6-17 ainda na primeira parte e uma vantagem mais que justa para o domínio dos de Leicester que chegaram a ter 14 em campo devido a um amarelo a Goneva.
A segunda parte trouxe uns Saints mais animados e em busca de um ensaio madrugador no segundo parcial mas Salvi continuava a sua eficaz caça de bolas nos rucks, a pressão ia aumentando e Bowden viu o segundo amarelo para os Tigers, três pontos através de Myler seria o que os Saints tiravam da vantagem numérica.
Pior ainda, aos 56 minutos, uma escaramuça analisada ao detalhe pelo TMO confirmou um "directo" às costelas e um "gancho" de esquerda de Ma'afu a Tom Youngs e o pilar australiano ganhou a guia de marcha pelo árbitro J.P. Doyle. Vermelho directo.
Com apenas 14 os Tigers pareciam ter a final no bolso, mas a vontade dos jogadores dos Saints foi algo fenomenal.
O Franklin Garden's incendiou-se numa atmosfera gritante e em campo Foden, North, Burrell e o impressionante capitão Tom Wood estavam incasáveis e vinham vagas após vagas de movimentos ofensivos aos 22 do Leicester.
Do banco Lee Dickson trouxe energia extra ao ataque e o saudado regresso de Corbisiero, na segunda aparição desde a cirurgia ao joelho, equilibrou a luta nas melées.
Os tigres confinados ao seu meio campo concederam um ensaio após um alinhamento com North a só parar na área de validação, resultado 16-17.
Mesmo com 14 os Saints nunca desistiram e à entrada dos 10 minutos finais os Tigers conseguiram os seus únicos três pontos da segunda metade, 16-20, seria o capitão Wood a aliar-se numa linha ofensiva, onde surpreendentemente havia mais Saints a atacar que Tigers a defender, para conseguir os valiosos cinco pontos a três minutos do final!
A vitória não escapava e a energia do Franklins Gardens vai de viagem para Twickenham daqui a duas semanas, 21-20, o resultado contraria as estatísticas, foi a primeira vez que os Tigers perderam depois de estar a vencer ao intervalo.
Os Saints pelo meio disputam a final da Amlin Cup em Cardiff já na próxima Sexta Feira.




SARACENS 31-17 HARLEQUINS
No Sábado os super favoritos Saracens defrontavam em casa os improváveis Harlequins que precisaram de horas extra para roubar a semi final ao Bath.
Quando perguntaram ao director de rugby dos Quins Connor O'Shea como pretendia fazer frente a uma equipa repleta de qualidade individual a resposta foi "Com Robshaw, Easter, Evans, Brown, Monye, Care, Marler..." e tinha razão, não se pode ignorar a qualidade destes Quins.
Talvez por ninguém esperar que eles vencessem os Quins foram com tudo para o adversário e abriram o marcador com uma penalidade de Evans, Farrell respondeu por duas vezes com Evans a falhar um pontapé. Depois Bosh veria um amarelo por um "tip-tackle" e nem cinco minutos depois seria Matt Stevens a reduzir os Saracens a 13 jogadores, impressionante físico de Stevens a fazer os miúdos mais "cheínhos" acreditar que é possível chegar ao rugby de topo.
De volta ao jogo, contra 13 os Quins castigaram os 22 dos Saracens e Monye aproveitou a vantagem para ensaiar com conversão de Evans, 6-10.
Mas é por isto que os Saracens estão no topo das apostas para se sagrarem campeões, depois de Ashton "namorar" a linha de ensaio dos Quins a bola foi ao largo e o flanker escocês Kelly Brown levou o capacete colorido até à área de validação, sim, com 13 jogadores.
A irreverência dos Quins continuava e Mike Brown perseguiu uma bola perdida a meias com De Kock e foi mais rápido ao toque de meta para causar surpresa para o 11-17 ao intervalo.
O caminho para os balneários foi aceso com trocas de galhardetes entre jogadores e a palestra que os Saracens receberam deve ter acordado o talento inesgotável do plantel dos favoritos que se preparam para dizer adeus ao capitão Borthwick a cumprir a última época como profissional.
Na segunda parte os Saracens secaram o adversário e foi Brad Barritt primeiro a cruzar a linha de ensaio e depois o herói improvável da tarde Brown a criar o ensaio para Ashton com o mergulho do cisne a disparar finalmente os da casa no marcador.
A longa época causou as primeiras vítimas em Monye e Brown e os Quins foram incapazes de ripostar ao poder dos Saracens, final 31-17.

Os Saracens defrontam assim os Saints em Twickenham depois de terem sido eliminados em casa na semi final do ano passado pelos de Northampton.


A Taça dos Campeões já se joga!


 

A primeira mão da eliminatória de acesso à nova Taça dos Campeões Europeus de Clubes para a vaga extra reservada a um clube da Premiership ou do Top 14 foi disputada em Londres no Domingo.
Em casa os Wasps receberam o Stade Français numa tarde soalheira que colocou problemas aos jogadores nas bolas altas.
O capitão Parisse viajou de Paris mas não se equipou enquanto que Ioane continua a recuperar de uma lesão no joelho, do lado dos Wasps Wade continua sem poder dar o contributo à equipa.
Com um pack mais expedito os franceses começaram por enconstar o adversário aos 22, essa superioridade seria consumada com um ensaio do pilar Taulafo, curiosamente à sua antiga equipa, a esticar-se para, com a ajuda do TMO, colocar a sua equipa na frente.
No meio campo o centro Eliott Daly mostrava o seu inconformismo e os Wasps ameaçavam, quando Varndell teve um pouco de espaço meteu prego a fundo e ensaiou no canto para Goode converter e roubar a liderança ao Stade.
Dupuy falhou dois pontapés que custariam a liderança ao intervalo mesmo quando o ponta Camara conseguiu um ensaio fácil para o 13-12 ao intervalo, Goode não falhou os seus pontapés e mantinha os Wasps na frente.
Na segunda parte o TMO anulou um ensaio de Haskell por avant de Palmer, que desperdício após o flanker inglês bater um ponta em sprint, mas a sorte dos londrinos continuava e o Stade muito trapalhão perdeu uma bola que Goode e Ashley Johnson perseguiram para o 9º ensaio do sul-africano na época, 20-12 com 46 minutos jogados.
Com mais território o Stade provocou o erro e Haskell viu um amarelo por falhar recuar 10 metros e Dupuy voltou a acertar com os postes para mais três pontos.
Mas os Deuses do rugby pareciam estar com os Wasps quando forçam um turnover na sua linha de ensaio e o formação Joe Simpson arrancou de uma ponta à outra ignorando Varndell para ser ele a validar um ensaio espectacular, Goode não falhava a conversão.
Distraídos com os festejos os londrinos nem viram Fillol escapar-se até ao canto para ensaiar e converter os sete pontos, o jogo ficou mais animado agora com 27-22 e ainda 17 minutos para jogar.
O cansaço de uma tarde quente e uma longa época pareceu apoderar-se dos jogadores, e foi preciso esperar 10 minutos para o centro Vuidravuwalu encontrar um buraco na colmeia das vespas que foram incapazes de o parar, o jovem fijiano foi até próximo dos postes para facilitar a conversão de Fillol.
Para culminar o que foi um épico fim de semana de rugby uma carga final dos Wasps ganhou uma penalidade perto dos postes que permitiu a Goode levar uma vitória, ainda que mínima para a segunda mão em Paris daqui a uma semana, final 30-29.
Um jogo digno de Taça dos Campeões.

Championship


Bristol e London Welsh confirmaram o favoritismo e ultrapassaram os seus adversários para disputarem a final do Championship.
Mas não escaparam sem sustos, o Bristol esteve a perder ao intervalo nas duas partidas com o Rotherham Titans que acabou por vencer (17-14 e 22-11), no segundo encontro deste fim de semana já contou com Ryan Jones o histórico capitão galês.
Mais apertado foi a disputa entre o Welsh e o Leeds, os nortenhos levaram a melhor no primeiro encontro por 38-31 e viajaram até Londres com sete pontinhos a separá-los da luta da promoção e que perto estiveram... a dois minutos para ser mais exacto, até Gordon Ross marcar uma penalidade aos 78 minutos e garantir uma vítória por 29-20 e anular a vantagem do Leeds.

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