5 de maio de 2014

DIREITO E CDUL COM SAÍDA LIMPA… TÉCNICO TEM PROGRAMA CAUTELAR *

* António Henriques
As duas equipas que vêm dominando o rugby nacional nos últimos tempos – defrontaram-se nas mais recentes três finais e se calhar ainda não vão ficar por aqui… – concluíram a fase regular nas duas primeiras posições e assim vão ficar à espera, dentro de duas semanas, para conhecerem os seus adversários nas meias-finais.

Estranhamente e desde que o campeonato se disputa neste modelo de play-offs, meias-finais e final após a fase regular de todos-contra-todos (sistema adotado em 2006, pelo que esta é a nona edição), Direito – até venceu cinco desses oito títulos! – termina pela primeira vez esta fase no lugar cimeiro. 
E bem pode agradecer ao Técnico, anfitrião dos anfitriões, que esbanjou cordialidade ao ofertar ao seu visitante os três ensaios conseguidos pelos advogados, dando-lhe em bandeja de ouro o sempre agradável e motivador 1.º lugar final.

Quanto ao CDUL, foi mesmo em cima da hora que atingiu a 2.ª posição, castigando um bravo Cascais, que ficou à porta do play-off do título, ultrapassado no photo-finish por uma Académica que, por fim e fazendo jus a muitos dos seus quinzes de antanho, seria premiada pela atitude guerreira e de conquista. 
Já se sentia a falta…

Para sistematizar, então os play-off arrancam dentro de duas semanas com Técnico-Académica e Agronomia-Belenenses, na discussão do título; e Cascais-Montemor e CDUP-CRAV na fuga à despromoção.

TÉCNICO 13-27 DIREITO (1-3) 
Desfalcados de inúmeros internacionais e talvez por força do intenso calor que se fazia sentir e a pedir mais praia que melão, os advogados apresentaram-se nas Olaias em modo “deixa-andar-que-isto-resolve-se-mais-tarde-ou-mais-cedo”. 
E assim deixaram os engenheiros, a favor do vento, tomarem conta do jogo, com flagrante domínio da posse de bola e territorial (alugou-se meio-campo na 1.ª parte já que, com exceção de Vaz Antunes – já lá vamos – nenhum advogado pisou a área de 22 contrária ao longo dos 40 minutos iniciais…). 
Mas mesmo estando 10 minutos com um homem a mais, por amarelo a Manuel Vilela, a equipa da casa foi de uma inépcia confrangedora quando perto da área de ensaio contrária nos momentos decisivos. 
E nesse departamento o defesa André Aquino leva a 'Palma de Ouro', pois em duas ocasiões e em lances de três-contra-dois a poucos metros do ensaio, deixou-se morrer com a oval nas mãos. 
Além de ter desperdiçado três penalidades, duas delas em lances consecutivos à beira do intervalo...
Para piorar as coisas para a equipa da casa, o único ensaio da 1.ª parte foi, no mínimo, digno de um sketch dos Monty Python. 
Corria o minuto 15 quando, com 3-3 no marcador, Gonçalo Malheiro tentou converter a sua segunda penalidade. 
A oval passaria ao lado do poste, mas ressaltou no relvado, e por entre um grupo de engenheiros assobiando para o lado e completamente desconcentrados, optou por cair nas mãos do ponta João Vaz Antunes, único dos 30 homens em campo que acreditou que do pontapé falhado poderia surgir qualquer coisa e, já que ali estava, terá pensado: ”deixa-me cá fazer o meu segundo ensaio na DH”. 
E se bem o pensou melhor o fez... estabelecendo, face ao desenrolar do encontro, estranhos 10-3.
A vencer por 10-6 ao intervalo, pois antes do apito para descanso Aquino acertou a segunda das suas cinco tentativas aos postes, Direito reentrou com outra atitude e a favor do vento, em 13 minutos arrumaria a questão.
Com Malheiro a pautar jogo ao pé como tão bem sabe, o abertura de Direito começaria por converter uma penalidade. 
E depois viriam dois ensaios mais uma vez gentilmente oferecidos por engenheiros de mãos largas e em estilo “bar aberto”. 
Com a oposição bem longe, Aquino demora uma eternidade a despachar a bola na sua área de 22 e depois de muita hesitação resolve chutar... contra o corpo do centro Manuel Vilela que, sem agradecer – e ao menos devia! – mergulhou para o segundo ensaio da tarde. 
E logo a seguir, aos 53', um comprido e denunciado, por já muito visto, passe do abertura Kane Hancy no meio-campo contrário seria interceptado por João Vaz Antunes, que só pararia a meio dos postes (27-6).
E com os advogados donos e senhores do jogo – mas sempre sem mostrarem grande empenho na luta no solo pela bola nem acelerarem, salvo uma arrancada fantástica de 50 metros de Vaz Antunes a serpentear por entre uma dúzia de adversários parados e a assistir em jeito de matraquilhos –, o Técnico lá marcaria o seu solitário ensaio, com Kane Hancy, de raiva e para se tentar 'limpar' da asneira que anteriormente cometera, a bater, derrubar e ultrapassar cinco (!) adversários num ensaio que já de nada serviu, pois o fundamental ponto de bónus já era uma mera miragem. 
Por culpa própria e de brindes que já não se deviam usar a este nível. 
Ou, como diria alguém, Natal é quando o Técnico quiser…
Uma palavra final para ‘o melhor em campo’ na tarde das Olaias. 
E que me desculpe o ponta João Vaz Antunes – que, qual enguia elétrica, nos parece por vezes e salvaguardando as devidas proporções, o ultrarrápido e escorregadio Gio Aplon – mas foi sem dúvida o árbitro Tiago ‘ Nigel Owens’ Gonçalves. 
O homem da Agrária de Coimbra deu uma lição de como dirigir um jogo de rugby sem o apoio dos meios audiovisuais: sereno, sabedor, rigoroso, imparcial e sabendo falar com jogadores e auxiliares. 
À atenção do Conselho de Arbitragem…

CASCAIS 17-24* CDUL (1-4)
O CDUL entrou na Guia em regime económico/poupadinho, tal com os ditames da Troika mandam, mas acabaria por ser premiado com uma saída limpa. 
Mais que limpa, limpíssima, pois empatado a 17 pontos, conseguiria o ensaio que lhe proporcionou o vital ponto de bónus apenas a dois minutos do final por intermédio de Carl Murray, a vestir a pele de herói com a obtenção do seu 12.º ensaio da prova, após ter já marcado o segundo da sua equipa.
Diante de um quinze que parecia apostado em terminar a jornada tal como a começara, ou seja, no 3.º lugar (…), os homens da Linha entraram determinados a fazer pela vida e até ao intervalo iam levando a água ao seu moinho, pois venciam por 9-5 graças a pontapés de Rodrigo Faria de Carvalho.
Mas na 2.ª parte Damien Steele lá fez apelo ao seu bem recheado banco e com as entradas de Francisco Pinto Magalhães, Sebastião Villax e o regressado Bernardo Silveira (concluído o MBA em Inglaterra) – e que até marcaria, na sua estreia nesta época, um ensaio – tiraria fartos dividendos e o CDUL ganhou algum ascendente.
Mas os pés afinados de Faria de Carvalho e um ensaio de interceção colocavam o resultado em igualdade – garantindo os dois pontos que serviam os intentos do Dramático, pois tinha vantagem no confronto direto com a Académica. 
Até que em cima da hora Murray desfez o sonho dos anfitriões ao capitalizar um erro cascalense, atirando com o Cascais para o play-off da manutenção e consumando a ultrapassagem ao Técnico mesmo em cima da linha de meta, em igualdade pontual mas com superior registo nos confrontos diretos com os engenheiros.

ACADÉMICA 24-19* BELENENSES (3-3)
Num jogo muito equilibrado e no qual os homens de Coimbra se apresentaram algo nervosos pois encontravam-se pressionados pela absoluta necessidade da vitória, foi efetivamente essa premência que lhes acabaria por assegurar o triunfo de que precisavam como água para perdido no deserto, atingindo a importante 6.ª posição que dá acesso ao play-off do título – e deixa os pretos completamente descansados quanto à permanência na DH.
Os azuis, que alinharam muito desfalcados por mor da seleção de sevens, lesões e alguma poupança (faltariam aí uns oito titulares), até venciam ao intervalo (7-3) e a meio da 2.ª parte ainda se encontravam na frente por 19-10. 
Mas com as substituições promovidas no quinze do Restelo, a equipa de Carlos Polónio, que nunca deixou de acreditar, galvanizou-se e foi decididamente e com bravura à cata do triunfo, o que conseguiria com justiça e ensaios de Sérgio Franco (que assim bisou) e José Maurício.

AGRONOMIA *88-0 MONTEMOR (14-0)
Um rolo compressor materializado em 14 ensaios – dois deles pelo talonador Marthinus Hoffman, que assim apanhou Tomás Noronha no comando da tabela de autores de ensaios (16) – e nove conversões de Francisco Serra – que com 175 pontos, já só está a 2 de Sean Reidy, o ainda líder dos melhores marcadores da DH – marcaram o embate na Tapada onde se registou o segundo resultado mais desnivelado da época, depois dos 93-0 aplicados pelo CDUL (com 15 ensaios), na 15.ª jornada e também aos homens de Montemor.

CRAV 22-40* CDUP (3-6)
Antecipando o duelo para a fuga à despromoção que os colocará de novo frente-a-frente dentro de 15 dias, os portuenses foram a Arcos de Valdevez vencer um CRAV sem sete titulares, e graças à diferença de ensaios, até conseguiram o seu primeiro ponto de bónus atacante da época. 
Mas, e pelo azar dos Távoras, não é que na única partida em que o conseguiram, ele acaba por não servir para nada, já que se quedaram a três do almejado 6.º lugar? 


7 comentários:

Anónimo disse...

Gostava de corrigir um pormenor relativo ao Cascais - CDUL , quando se diz que foi a sua estreia (de Bernardo Silveira) neste seu regresso depois de concluído o MBA em Inglaterra: ele já havia jogado quando da última deslocação do CDUL a Arcos de Valdevez para, então, defrontar o CRAV.

Anónimo disse...

Considerar de brindes jogadas de quem conhece o jogo de rugby e as suas regras é um pouco excessivo.

Os jogadores do Técnico, pura e simplesmente, não conhecem as regras senão não tinham deixado a bola a saltitar atrás dos postes.

Depois a intercepção do Vaz Antunes ( o tal que aproveitou a bola a saltitar...) e o seu arranque supersónico, também foi fruto de quem está concentrado.

E ainda, o tal arranque de praça a praça do João Vaz Antunes, manchou a tal boa arbitragem. Ali tinha que haver cartão amarelo e bem vistas as coisas, um ensaio de penalidade...

Vamos lá a ver o que é que nos reserva este GDD que tinha nas bancadas a assistir o Pipas, Rui d'Orey, Aguilar e o Vasco Fragoso Mendes e na Escócia o Pipoca, Adérito, Many e Ventosa...

Anónimo disse...

Cá está mais um comediante!

Cartão amarelo? E
Ensaio de pemalidade?
Mas que jogo é que o mon ami viu?


Jogadores não sabem as regras?

Pela certa o Direito reservará a todos um bom jogo na final, pois estamos convencidos que derrotará na 1/2 seja o Belenenses, seja Agronomia.

Anónimo disse...

Anónimo das 23:22 desengana-te o direito não só não é campeão como nem à final vai, estão de rastos, têm feito jogos miseráveis e só por sorte têm ganho como se viu por exemplo com CDUL e Técnico, acham que lá porque costumam ganhar finais não precisam de fazer muito mais e vai lhes sair caro.
a minha dúvida é saber se quem vai acompanhar o CDUL na final é Agronomia ou Belém

Anónimo disse...

Anónimo das 23:22: Só há Belenenses e Agronomia nos quartos de final?
O que me ria se acontecesse uma surpresa nas Olaias!!!!

Anónimo disse...

Deixo de parte a arrogância mal educada de quem chama de comediante a quem tem uma opinião diferente.

A situação foi, haver um dois para um a menos de cinco metros da linha de validação e o jogador do Técnico ter dado uma tapinha na bola ( anti-jogo ) sem intenção de a jogar com uma situação de ensaio eminente. O arbitro marcou penalidade. Aí é que o áritro errou, pois, sendo assim tinha que haver cartão amarelo e ensaio de penalidade. Houve uma situação muito parecida no jogo Sarracens/Clermont.

Esta foi a opinião generalizada de quem estava na bancada.


Estão também convencidos que a armada estrangeira virá para a final? Ou estou enganado?

Esqueci-me de referir o resultado dos sub 23 que se realizou logo a seguir: Técnico 00 GDD 66

Anónimo disse...

O anomino das 15:22 não está a falar da jogada do ultimo ensaio do direito? Quando fala em tapinhas para a frente?

O critério do arbitro foi o mesmo quando um jogador do direito deu uma tapinha na bola na jogada do ensaio de técnico onde apenas marcou penalidade na mesma situação