4 de maio de 2014

EM GLASGOW SENSACIONAL CANADÁ PERDE NA FINAL

A presença do Canadá na final do Glasgow Sevens é com certeza o facto mais notório do torneio, colocando em grande evidência uma equipa que no passado recente estava num patamar próximo ao português.

Logo no primeiro dia da prova os canucks tinham dado boas indicações com vitórias sobre a França e o Japão, e um empate frente à Inglaterra, o que lhe valeu a passagem aos quartos de final da Cup como primeiro classificado do seu grupo de apuramento, e hoje confirmaram o mérito da sua subida ao sexto lugar no ranking oficial, ao derrotarem o Quénia e a Escócia, para chegarem pela primeira vez na história, à final de um torneio do Circuito Mundial.


Na final as coisas complicaram-se e os canadianos foram presa fácil para uma Nova Zelândia que todas as semanas renova a sua fome de conquista - como dizia DJ Forbes no final do torneio, mesmo com 19 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, os neozelandeses não vão festejar nem relaxar, antes do final do Londres Sevens, depois de conquistarem mais um título mundial...

Outra equipa que deixou uma excelente impressão foi a Escócia que, jogando em casa, conseguiu o apuramento para a Cup e a passagem às meias finais, o que foi a sua melhor classificação da época, já que na outra visita que fez às finais principais, tinha-se ficado pela presença na meia final da Plate.

A Nova Zelândia continua a sua caminhada solitária e mesmo que o capitão dos All Blacks Sevens não goste destas antecipações, só uma sequência de cataclismos impedirá a sua vitória final, a consagrar em Londres.

Fique com o quadro completo dos jogos do Glasgow Sevens e com o quadro actualizado do ranking da IRB após o torneio do final de semana.



Note-se que graças à vitórias sobre Portugal, a Espanha encurtou a sua distância em relação à nossa equipa de 14 para 10 pontos, o que ainda dá alguma margem de manobra para que os portuguese possam pensar com optimismo na manutenção como equipa residente do Circuito.

Em relação ao Londres Sevens já é conhecida a ordem dos Grupos, e desta vez Portugal conseguiu um Grupo ligeiramente mais acessível, disputando a Fase de Apuramento com a Escócia, a África do Sul e a França...

O SEGUNDO DIA DE PORTUGAL
A derrota com a Espanha foi um vexame, e os nuestro hermanos devem estar rebolando de gozo, já que não só venceram, como foram manifestamente superiores, e aumentaram para oito as vitórias espanholas nas últimas 12 partidas entre as duas equipas...

Mais uma vez foi desolador assistir à evolução da nossa equipa, que continua a falhar em toda a linha.
Não vamos hoje falar nesse assunto, já bastou o que dissemos ontem, mas uma coisa é certa - algo tem que mudar, e com a máxima urgência.

Amado da Silva e a sua direcção podem não apreciar a variante, mas não têm o direito de nos expôr desta maneira - e os jogadores que integram a comitiva também não...
Exige-se um plano claro e definido da acção da nossa equipa representativa, a pôr em prática com a máxima prioridade e urgência, e exige-se que os integrantes da equipa tenham um comportamento e uma atitude de verdadeiros representantes das nossas cores.

E mais não digo, na esperança que meia palavra baste para quem nos lê...

Fiquem com as fichas dos jogos do segundo dia e podem consultar o restante material estatístico em http://www.portugalsevens.maodemestre.com/ que está de cara lavada aguardando a sua opinião...


Fotos: www.facebook.com/lsearacardoso/

9 comentários:

Anónimo disse...

O que foi escrito na crónica é pura verdade.
Mas temos que nos lembrar que se o Presidente, com sua politica desportiva, é o máximo responsável não nos podemos esquecer do DTN Tomaz Morais e treinador selecionador Pedro Neto.
Aliás num passado não muito distante em que eram Selecionador Nacional e jogador respectivamente esta qualidade de jogo não era admitida.
Se as estatísticas são arrasadoras
elas apenas reflectem a dura realidade de uma politica de sevens mal pensada e equipa mal conduzida.
Tem de se ir ao fundo da questão e apurar os verdadeiros responsáveis, é alucinante
a gestão de jogadores, as trocas de jogadores entre torneios, jogadores que andam praticamente toda a época a treinar são de repente trocados por outros que só aparecem ao embarque, agora diz se que vai haver trocas com jogadores que nunca fizerem parte do quadro de jogadores que iniciaram a época.
Se é fácil de verificar pelas suas afirmações que o Presidente se mete na politica desportiva,com a competência que se lhe reconhece, já não é fácil entender o
situacionismo do TM e PN.
Aguardo com expectativa o apuramento final da prestação desta época de sevens na WS.
Por último uma constatação:
há muito pouco tempo Canada, Escócia, França e Kenia estavam ao nosso nível, coma Argentina dávamos muita luta, Espanha e USA eram equipas fáceis.
Alguém discorda ?

Anónimo disse...

Se o primeiro dia foi mau, então o segundo foi de bradar aos céus!

Não se entende esta quebra de rendimento tremenda ao longo da temporada! Fizemos duas boas etapas no Dubai e na África do Sul, com boas exibições, onde demonstrámos crer, vontade e ambição, mas desde aí que temos vindo numa queda a pique absolutamente desoladora!
O Canadá era uma equipa do nosso nível, bate-mo-lo na etapa do Dubai e agora eles estão a disputar a final da Cup e nós a "definhar" a cada jogo que fazemos!

Temos história nesta vertente, fomos pioneiros dela na Europa; temos títulos; é um tipo de jogo que se adapta melhor às nossas características; temos nome e respeito nesta vertente; é um desporto olímpico; ... Não são motivos suficientes para quem joga se sentir minimamente motivado?

É que mais preocupante é ver jogadores que parece que estão a fazer um favor quando estão em campo... Mal o árbitro dá o apito inicial, parece que a vontade de alguns é irem-se logo embora!
Acho que começa a ser importante averiguar quem, de facto, quer e não quer fazer parte desta equipa...

Custa-me imenso dizer isto, mas é o que sinto como português e amante desta vertente do rugby que tanto espectáculo consegue proporcionar e que tantas alegrias já nos deu!

Independentemente de tudo, boa sorte para Londres!
É o último. Espero que estejam a guardar o melhor para o fim...




Anónimo disse...

Li o artigo e fica-me uma dúvida, devido a esta frase: "...- - e os jogadores que integram a comitiva também não..."
Como está escrito pressupõe que os jogadores são acusados do mesmo que Amado da Silva , o que não acredito que fosse a intenção de quem escreveu e, a ser como eu penso, então deveria ler-se: "...- e AOS jogadores também não..."
Ou estou errado ? Gostava que me esclarecesse por favor. Obrigado

Anónimo disse...

Para quem anda no rugby à alguns anos, e entenda um pouco de desporto, começa a ser preocupante o estado dos jogadores portugueses que andam nas selecções, seja de XV ou de VII. O que se nota, é que a maioria denota um cansaço físico e mental enorme. Para mim, isto é resultado de uma gestão de quem faz a calendarização das nossas selecções, e da má gestão de nossos jogadores. Já se sabe que a esmagadora maioria é amadora, apesar de treinar quase como profissional. Ora, sendo assim, temos que ter noção que por vezes teremos de abdicar de alguns, de os deixar recuperar, de os deixar fazer pré-épocas, e etc... se olharmos para a maioria dos jogadores de nossas selecções verificamos que desde 2012-13, ou até antes, tem jogado ininterruptamente de Setembro (muitas vezes Agosto), até Julho do ano seguinte. Ora, num desporto exigente como o rugby, isto tem consequências, e começamos a ver muitos dos nossos melhores jovens a pagar isto (vide lesões graves ou mais ou menos graves sofridas por um grande numero de atletas). É que muitas vezes não são só as lesões, é preciso ter atenção ao desgaste mental que sofrem, e que começa a lhes retirar o prazer e amor do jogo. Ora, não sendo profissionais, quando perdem o prazer e amor do jogo, começam a se tornar jogadores burocráticos, e a perder aquilo que sempre destacou qualquer equipa amadora, ou seja, a sua alegria de jogar e o prazer de se superar e atingir níveis e patamares que só se sonhavam. Em outros tempos com sorte ou com método, se conseguiu gerir isso, hoje isso não parece ocorrer. E vamos ver quem serão os coitados que se arrastarão nas series europeias de sevens, assim como na Digressão ao Quénia.

Manuel Cabral disse...

Anónimo das 14:28
Quem leu este texto e o anterior, não deve ter qualquer dúvida ao que me refiro.
Mas a verdade é que sendo a grande responsabilidade da (falta de) preparação da época, não se podem isentar os jogadores pela infindável série de asneiras feitas em campo.
Há coisas de que só eles são responsáveis, e não se alteram sem ser por sua própria iniciativa.

Anónimo disse...

Manel. Todas esses erros vêm muito daquilo que foi dito atrás. Um cansaço enorme e uma saturação. Fazer temporadas de 11 meses num desporto como o rugby, ainda por cima amador, deu naquilo que estamos a acompanhar. E sem uma mente fresca, não há volta a dar.

Manuel Cabral disse...

Anónimo das 20:56
Até acredito que em parte isso seja verdade.
Mas a verdade também é que esses erros não aconteceram apenas desta vez...
Temos evitado a critica aos jogadores, creio que não fizemos uma única referência individual, mas como todos os que nos seguem, temos olhos e andamos cá há muitos anos, embora muitos pensem que chegámos agora.

Quanto a defender os sevens no geral, e esta equipa no particular, estou na primeira linha!
Mas preciso que me dêem alguma coisas em troca - barba, cabelo e patilhas!

Anónimo disse...

Sabendo como sempre defendeu os Sevens, sendo até uma pessoa que organizou os melhores Sevens em Portugal, deve ser difícil ver o que se vê actualmente. A queda não se deu só neste torneio. Já vinha sendo anunciada à muito. Não deram ouvidos a quem sabe alguma coisa e agora, chapéu. Era bom, mas acabou-se. Pode ser que outras coisas também acabem na Fedracao.

Anónimo disse...

Era bom entender qual a estrutura de apoio e os rh's que estão por trás das nossas representações máximas, mas ver a fundo... nomeadamente quem esta à frente dos comandos técnicos:
. sabendo que o prof. tomaz foi bom treinador/seleccionador, se o é bom dtn, dado que a definição e implantação da estratégia global do rugby nacional - das selecções aos emergentes, passando pelas camadas jovens, é da responsabilidade do cargo que ocupa, bem como, saber se o que custa à fpr tem retorno financeiro e/ou desportivo
. sabendo que os treinadores principais das sn senior, foram bons jogadores, serão de facto bons lideres
. sabendo que o seu staff técnico, esta recheado de ex-jogadores (bons), terão eles formação na área do desporto, nomeadamente o nível 3 de treinador da irb (condição obrigatória para os clubes competirem na divisão de honra)e experiência comprovada na area do treinamento
. sabendo que a grande maioria dos jovens jogadores portugueses, jogam isto mais para se divertirem (e alguns terem acesso facilitado ao ensino superior) do que realmente competir na exigência do alto rendimento, estará o recrutamento de atletas para a academia da sn a ser bem efectuado
. verificando-se realidade no ponto anterior, que eclipsa qualquer intenção de ser internacionalmente competitivo no escalão senior, os responsáveis técnicos da academia tem habilidade e poder para recrutar noutra base
. sabendo que os clubes,na generalidade, regrediram na filosofia da competição jovem (voltou a ser escaparate ser campeão nacional de Sub's e de RYF's), e, vêm com maus olhos a reformulação dos C.Nacionais senior para formulas mais competitivas, será possível o nosso rugby voltar a ser internamente competitivo e aliciante... já perguntaram aos jogadores o que eles querem?

parece que nada mudou desde sempre, o rugby continua a ser uma feira de vaidades de dirigentes, ex-jogadores, que pensam no jogo a partir deles e não a partir de quem interessa