18 de maio de 2014

TÉCNICO E BELENENSES POR CIMA, MONTEMOR E CRAV POR BAIXO *

*António Henriques
Técnico e Belenenses continuam com olhos postos numa presença na final da DH ao qualificarem-se para as meias-finais, a disputar já no próximo sábado.

Os engenheiros bateram uma Académica dizimada pelos festejos da Queima das Fitas (47-15), enquanto os azuis foram à Tapada derrotar, sem apelo, uma inesperadamente frágil Agronomia (26-8), que pela primeira vez ficou de fora das meias -finais. 

No caminho até à desejada final, as duas equipas vão agora ter que enfrentar, e em casa alheia, dois adversários de peso e os grandes favoritos à presença na final, respetivamente, CDUL e Direito.

Também derrotados foram Montemor e CRAV (este, talvez no jogo mais longo que há memória em Portugal, pois após dois prolongamentos e morte súbita a igualdade mantinha-se, perdendo por ter sofrido um drop contra uma penalidade marcada) vão disputar entre si a permanência.

TÉCNICO 47-15 ACADÉMICA (7-2)
Sob forte calor e perante pouco público – a epopeia de sucessivas trocas de local e horário do jogo por parte da FPR, deve ter deixado por essa Lisboa dezenas de autocarros com adeptos indecisos para onde se deveriam dirigir... – a Académica apresentou-se no Jamor em ‘modo Queima das Fitas’, com apenas 17 jogadores no boletim de jogo (para lá de lesionados numa garraiada, alguns foram mesmo tirados da cama à força e outros nem isso permitiram...), alinhando com um 2.ª linha como ponta e tão-só dois suplentes (seriam ambos primeiras-linhas?) e por vezes quase pareceu que a partida estava incluída no programa de festejos.
Mas, curiosamente, os visitantes até entraram melhor e enquanto tiveram forças equilibraram o encontro (3-3 aos 10’) frente a engenheiros também eles pouco motivados (bolas, também era só um jogo de play-off de um campeonato, não era?).
Mas quando, aos 13’, o talonador João Lobo – cansado daquele faz-que-anda-mas-não-anda – meteu uma dura placagem que atirou com o adversário, espantado com tanta falta de cavalheirismo, para fora do terreno, adeptos e engenheiros acordaram por fim do retemperador soninho. 
E foi um-vê-se-te-avias para a defesa dos pretos, finalmente posta à prova.
E mesmo com um Kane Hancy a meio gás e não muito tentado a fazer grandes esforços, o Técnico acelerou o ritmo de jogo e a resistência adversária tombou como castelo de cartas.
E lá surgiriam, em boa cadência, cinco-ensaios-cinco até ao intervalo, por André Aquino, João Lobo, Duarte Marques, Francisco Dias e António Marques, atingindo-se o descanso com claros 34-3.
Somando o intenso calor com esta vantagem folgada – e que traduzia os 43 pontos a mais conseguidos nas 20 jornadas da fase regular –, na 2.ª parte o Técnico mandou apenas as camisolas para dentro do campo, limitando-se a gerir o resultado e quase que parecia serem os seus jogadores que tinham andado aos saltos pelas noites da Queima...
E a Académica aproveitou para reduzir com ensaios de Eduardo Salgado e Sérgio Franco após belas iniciativas pessoais (a forma como rasgaram de alto a baixo a defesa contrária fez-nos lembrar que ambos andaram pela seleção de sevens há uns bons tempos e nunca mais voltaram, mas isso sou eu que sou mauzinho...).
Então o lance de Serginho, que em velocidade supersónica sprintou 50 metros e a maneira como trocou os olhos (e pernas, rins e outras partes do corpo) ao engenheiro que lhe apareceu pela frente ficará na retina como um dos melhores ensaios da época – e marcado por Bryan Habana seria um dos ensaios de 2014!
Mas esse seria o 'cantar do cisne' dos fatigados homens de Coimbra, pois a equipa das Olaias, a vencer por 34-15, aos 65' (e perdendo 12-0 no 2.º tempo...) decidiu acelerar um pouco o ritmo e com toda a facilidade construiria dois lances concluídos por Fabien Arnaud e o bis de António Marques, selando os definitivos 47-15.

AGRONOMIA 8-26 BELENENSES (1-3)
Com muito público a assistir e um grande ambiente, o jogo da Tapada foi disputado por duas equipas com distintos comportamentos, pois desde o início se percebeu que só o Belenenses poderia vencer e avançar na prova, pois os azuis foram sempre o conjunto mais inteligente e focado no objetivo de seguir em frente, com melhor jogo tático e os seus jogadores a mostrarem mais garra e superior empenho, perante uma Agronomia sem chama nem alegria ou imaginação, e para mais sem ter um patrão em campo (Duarte Cardoso Pinto estava na bancada...).
Para ajudar à festa do Belém, os agrónomos surgiram com as suas linhas atrasadas todas remexidas – e para pior: Francisco Serra (‘o melhor’ dos azuis em campo...) a abertura, Manuel Murteira como defesa e Francisco Mira de regresso a 1.º centro. Não resultou tanta mudança.
A partida foi equilibrada até à meia-hora, quando ensaios de Sebastião Cunha e Tomás Azar empatavam o jogo a 8-8.
Mas nos derradeiros 10' do 1.º tempo os azuis partiram decididamente para cima do adversário e foram premiados.
Primeiro com Manuel Costa a converter uma penalidade e depois uma fantástica arrancada de Sebastião Cunha seria concluída por William Hafu, que depois de combinar com o 2.ª linha sul-africano Odendaal (falam a mesma linguagem raguebística) alcançou, com um tremendo nó-cego de permeio, um ensaio entre-postes para 18-8 ao intervalo.
A equipa da casa reentrou melhor e ocupou durante largos períodos a área adversária, mas nunca soube encontrar formas de ultrapassar a coesa defesa de Belém – onde se destacavam o ‘asa invisível’ Miguel Fernandes, exemplar na luta subterrânea pela bola, o 'tanque' Hugo Valente (já se percebeu que o râguebi de sete não é a sua praia...) e, cá atrás, o centro Diogo Miranda e o mestre tático Manuel Costa.
E mesmo jogando 10' com um homem a mais por amarelo ao médio de formação Manuel Machado dificilmente esta Agronomia marcaria mais um ensaio que fosse.
E quando aos 66' o n.º 8 Sebastião Cunha – ‘o melhor em campo’ está em grande forma – perfurou pela enésima vez a defesa contrária obtendo o seu segundo ensaio da tarde (23-8), o triunfo ficava atribuído, pois os agrónomos mostravam não ter forças, nem conjunto, para dar a volta ao resultado.
E o jogo terminaria com Manuel Costa a converter uma penalidade para justos 26-8, impedindo Agronomia de aceder às meias-finais – o que acontece pela primeira vez desde que o campeonato é assim disputado, há nove épocas (aliás, a equipa da Tapada era a única que nunca falhara esta fase!).


CASCAIS 27-15 MONTEMOR (4-2)
Com a pouca informação recebida – podiam ajudar o escriba um bocadinho mais… – julgamos que o jogo (onde o árbitro Afonso Nogueira esteve sem auxiliares nomeados, o que num jogo dos play-off diz quase tudo sobre como anda a arbitragem cá do burgo), foi equilibrado tendo inclusivamente os alentejanos estado na frente na 2.ª parte.
Mas a ponta final dos homens da Linha deu-lhes o merecido triunfo, materializado com ensaios de João Bernardo Afonso, Miguel Lucas, Dinis Gaspar e José Conde.

CDUP *16-16 CRAV (1-1)
Noutra partida sem informações detalhadas, em Leça da Palmeira e após uma igualdade no final dos 80 minutos a 13-13, foi preciso recorrer a dois prolongamentos (respetivamente de 20 e 10 minutos) e morte súbita, tendo as duas equipas permanecido empatadas, pois ambas fizeram mais 3 pontos cada. Mas dado os portuenses terem conseguido os seus através de um pontapé de ressalto (quem marcou? mistééééério.....), contra uma penalidade (idem idem), venceram o encontro, atirando com a equipa de Arcos de Valdevez para a luta pela manutenção, com alentejanos e minhotos a discutirem entre si, numa só partida, qual a equipa que irá descer de divisão.


Fotos: Miguel Rodrigues

11 comentários:

gil gonçalves disse...

acho que o último jogo é no último fim de semana de Maio.

Anónimo disse...

O jogo nortenho foi claramente marcado pelo equilíbrio, mostrando bem que também se joga rugby no norte do país.
110 minutos de uma longa batalha onde apenas os elementos de arbitragem não conseguiram estar ao nível dos interpretes.
Quebraram muito o jogo com sucessivas faltas(preciosismos) e inclusive tiveram 2 longas paragens para saber o que fazer após finalizar os 80min e posteriormente os primeiros 20 min.

Em minha opinião, nenhuma destas equipas merecia descer.

É importante que existam mais jogos destes!

Anónimo disse...

Um clube apresenta-se com 17 jogadorea num jogo da fase final da DH... Venham mais alargamentos.

Anónimo disse...

Excelente jogo em Leça, com a melhor equipa a ficar pelo caminho.
De lamentar que nenhum dos 3 árbitros nomeados não fizesse ideia de como desempatar o jogo, sendo caricato o terem de recorrer a telemóveis para saber como o fazer, obrigando a uma paragem de 3' antes do 1º prolongamento....

Anónimo disse...

Quem marcou o pontapé de ressalto foi o Rodrigo Figueiredo...

http://p3.publico.pt/raguebi/nacional/12124/cascais-e-cdup-garantem-manutencao

Anónimo disse...

Obrigado Sr. Silva por mais esta trapalhada (a vingança a servir-se fria num fim de semana de calor)por ter possibilitado a uns quantos adeptos apaixonadas da modalidade poderem assistir aos 2 jogos!

Bem haja

Anónimo disse...

Até mete impressão como se podem fazer comentários tão tendenciosos como os que aparecem aqui em relação aos jogos do técnico, não há um sacana de um jogo em que se ganhe por mérito ou supremacia do técnico, e sempre por estrangeiros, por falta de jogadores em seleções agora até e porque foram a queima das fitas! Ainda por cima perdem por quase quarenta pontos e conseguem ser estraordinarios jogadores a jogar contra simples "engenheiros" ! Nos comentários do jogo com o direito fizeram-se comentários bastante depreciativos a vários jogadores do técnico ! E agora a acadêmica perde e os jogadores são heróis! Caramba parece-me que chega de falta de isenção nos comentários! E e só a melhor época que o técnico faz nos últimos anos!

Anónimo disse...

anónimo das 23:54 não vi ninguém a tirar mérito ao técnico, toda a gente sabe que em cndições normais o técnico e mt superior a académica, não tenho dúvida que o cdul é favorito mas o técnico vai ser um osso duro de roer e tudo pode acontecer, agora acho que e de criticar é a postura da Académica que regularmente não consegue apresentar 22 jogadores e isto sem ter equipa de sub 23 em actuação, não faz sentido uma equipa do tod 6 apresentar se num jogo desta importancia com 17 jogadores, e uma vergonha para a academica e para o rugby portugues e ainda vem dizer mal dos treinadores das SN e dos jogadores...
quanto a outra meia-final vai haver surpresa, vi o belem na tapada e e mt superior ao Direito , tem um jogo mais dinamico mais imaginativo e percebe se o gd entendimento entre os seus melhores jogadores tenho visto jogos do direito e sao sofriveis ganharam a taca de portugal sem nenhum merito e com mta sorte e ajuda do arbitro

Anónimo disse...

Até pode ser verdade a informação da falta de atletas da académica pelos motivos enunciados...mas sinceramente acho que a fuga de informação, sim porque o mão de mestre não frequenta a queima a espiar os atletas, da parte de alguém da académica acaba por ridicularizar o clube e a secção. Já não se usa levar apenas 17 jogadores para a disputa de um lugar nas meias...é vergonhoso e não dignifica em nada o rugby.

Anónimo disse...

Levar 17 atletas a Lisboa, já nem algumas equipas da 2ª fazem isso. É realmente uma vergonha e um descrédito para um clube com as tradições da Académica. Que mau exemplo para os Sub-18 que se sagraram campeões nacionais.

Anónimo disse...

Olha, olha... deixaram o Técnico e o Agronomia em paz e agora viraram as armas para a Académica... lá diz o povão " é mais fácil ver a palha no olho do vizinho do que o barrote no nosso ".