10 de maio de 2014

PEDRO LEAL DOBRA A MARCA DOS 1000 PONTOS

Como resultado das três transformações que obteve durante a fase de apuramento disputada hoje, Pedro Leal ultrapassou a marca dos 1000 pontos conseguidos em jogos do Circuito Mundial, quase 10 anos após a sua estreia que ocorreu no torneio do Dubai, no dia 4 de Dezembro de 2004.

O feito notável de Pedro Leal ocorreu no mesmo dia em que Tomasi Cama, da Nova Zelândia, ultrapassou a marca dos 2000 pontos, e que o eleva ao patamar apenas antes alcançado por Ben Gollings, com os seus 2652 pontos.


Infelizmente, o registo de Pedro Leal - o melhor jogador de sevens de Portugal de todos os tempos, e um dos melhores do mundo - aconteceu no mesmo dia em que Portugal teve o pior conjunto de resultados numa fase de apuramento de toda a história da sua selecção nacional de sevens.

ÁFRICA DO SUL, 7-43; ESCÓCIA, 5-31; FRANÇA, 14-59...
Nunca, em nenhuma das etapas do Circuito Mundial em que participou ao longo de toda a história, Portugal sofrera 133 pontos no mesmo dia, e nunca sofrera 59 pontos num jogo apenas.

Para encontrar um resultado tão confrangedor, temos que recuar até ao dia 21 de Março de 1997, quando, no Campeonato do Mundo que teve lugar em Hong Kong, Portugal foi esmagado pela Fiji por 59-0.

A derrota de hoje, frente à França por 59-14, foi a 10ª partida em que Portugal perdeu sofrendo 50 ou mais pontos, e até hoje apenas a Fiji por três vezes, a Inglaterra e a Nova Zelândia em duas ocasiões cada, e o Canadá e Samoa, uma vez cada um, tinham conseguido tal proeza.
E isto já não acontecia desde 7 de Abril de 2007 em Adelaide (frente a Samoa, 0-50).

Perante os resultados, não vamos fazer mais comentários sobre o comportamento da nossa equipa nacional em Londres, mas não podemos deixar de comentar a falta de preparação que esta dupla etapa  - e as anteriores nos últimos tempos - mereceram, e para o absoluto abandono a que a direcção chefiada por Amado da Silva deixou chegar aquela que é desde que existe, a equipa representativa de Portugal, que melhores resultados internacionais obteve.

Não basta Amado da Silva vir agora dizer que os sevens são uma prioridade da sua gestão, porque simplesmente isso não corresponde aos factos passados, e essa afirmação - que já foi feita diversas vezes ao longo dos últimos quatro anos e meio - não passa de uma cortina de fumo que pretende desculpabilizar o facto de se ter atirado com uma equipa campeã da Europa por oito vezes, para o fundo do caixote do lixo.

Depois da apresentação em Glasgow e Londres, de uma equipa que não teve a época planeada, que utilizou numa única época o número recorde de 34 jogadores, e que teve que se socorrer da boa vontade de última hora de meia dúzia para não passar a vergonha de se apresentar sem o número regulamentar de atletas, não serve aparecer junto da equipa armado de preparador físico e de analista de vídeo, como se tivesse sido essa a verdade da equipa durante os últimos quatro anos, ou que isso dê qualquer garantia que as coisas vão mudar.

Não, essa não pega, numa altura em que Amado da Silva está manifestamente em campanha de intoxicação da opinião pública, fazendo o papel de coitadinho de mim, que não tenho culpa nenhuma...

Graças à Espanha, que não soube nem teve competência para aproveitar todas as facilidades que Portugal lhe ofereceu, conseguimos garantir a residência no Circuito Mundial, mas se continuarem as fantochadas e as desconsiderações com a nossa equipa nacional de sevens - e com os sevens em geral, que muito haverá ainda a dizer sobre o que se passa com a variante no nosso país - não vão ser meia dúzia de medidas de fachada que irão aliviar a culpa e responsabilidade objectiva de quem está à frente dos destinos do rugby nacional, por mais que agora se tente sacudir a água do capote.

Depois do que assistimos durante estes quatro anos e meio, temos sérias dúvidas se o futuro das nossas selecções nacionais - de sevens e de XV - passa pela manutenção de Amado da Silva no comando da Federação Portuguesa de Rugby. Os resultados internacionais falam por si.

E abstemos-nos aqui, neste texto sobre a selecção de sevens, de nomear as sucessivas asneiras e falta de estratégia para o nosso rugby interno. Mas lá iremos...

Dentro de algumas semanas começa o Grand Prix da FIRA, o campeonato da Europa da variante, por acaso no mesmo final de semana em que os Lobos foram envolvidos em mais uma aventura - que não confere prestígio nem revela consideração por Portugal, ao contrário do que se pretende fazer crer - com uma viagem não programada ao Quénia, equipa que está, no ranking da IRB, apenas atrás da Bélgica, Alemanha, Moldávia e Ucrânia, ou seja, uma equipa equiparável às que ocupam a parte de baixo da tabela classificativa da Divisão 1B da FIRA, o terceiro nível competitivo da Europa...

Vamos aguardar com curiosidade para observarmos o que vai acontecer, como se vai ultrapassar a óbvia crise por que passa a equipa, e qual vai ser a sua constituição para as etapas do GPS de Lyon e de Moscovo - para já.

RESULTADOS DE HOJE E JOGOS DOS QUARTOS DE FINAL EM LONDRES

Graças às duas derrotas da Espanha, que não lhe permitiram classificar-se para disputar a Cup, Portugal viu garantida a sua manutenção como equipa residente do Circuito Mundial, já que não há qualquer possibilidade de ver eliminada a vantagem de 10 pontos no ranking da IRB, com que partimos para esta derradeira jornada da competição - valha-nos esta consolação!

Fique com as fichas dos jogos de Portugal, o quadro dos jogos e resultados e os jogos dos quartos de final da Cup e da Bowl, que se disputam amanhã, a partir das 9,00 horas e logo com o jogo Argentina-Portugal a abrir as hostilidades...



Foto: IRB/Martin Seras Lima

8 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente desolador e vergonhoso. Se esta direcção não for deposta corremos o risco de, no dia em que saírem, verificarmos que regredimos muitos e muitos anos ! Mas também se põe a questão: será que o passo não terá sido bem maior que a perna ? Tem Portugal capacidade organizativa e humana para ser país residente ?

Anónimo disse...


O primeiro dia do London Sevens merece apenas que se diga...

Confrangedor e vergonhoso!

Confrangedor ver jogadores a fazer asneiras básicas sucessivas, a ir ao contacto e perder quase todas as bolas, a não ter um fio de jogo, uma estratégia!

Vergonhoso, porque entram em campo sem determinação, sem garra, não se placa ..nada! O jogo contra a França deveria envergonhar toda a gente!

Claro, o Sr Silva nada deve ter a ver com o estado a que isto chegou! Depois do XV....aí estão os sevens em queda livre!

Se tivesse um pingo de vergonha, já tinha arrumado as malas e voltar ao seu cantinho!

Anónimo disse...

Não vale a pena estar a tecer grandes comentários ao que se passou hoje, pois o essencial já foi dito - e bem! - aqui no texto do Mão de Mestre.

Só apenas algumas notas:
- no 2º jogo, a Escócia limitou-se a aproveitar os nossos erros. Conseguimos em muitos períodos do jogo instalar-mo-nos na área de vinte e dois deles, mas depois lá vinham os toques para a frente e os "turnovers"... Falhámos inclusive dois ensaios mesmo em cima da linha (dois avants). Uma coisa para mim continua a ser certa: a Escócia em condições normais (da nossa parte claro) não é superior a nós;
- a primeira parte do jogo com a França é candidata a ganhar os piores 7 minutos de sempre que eu vi num jogo de VII. Tudo bem que a época está a ter as "condicionantes" que toda a gente sabe, que a preparação não é a ideal, mas dedicação e entrega nos durante os jogos pedem-se. Só tenho uma palavra para esses 7 minutos: inadmissível!

Para acabar, e respondendo também ao anónimo das 22:41, a pergunta que se deve colocar é: teremos nós estrutura para querermos ter duas equipas ao mais alto nível em VII e em XV?
Não seria mais "lógico" e racional apoiar a vertente em que temos melhores resultados e que vai mais ao encontro das nossas características, que neste caso são indiscutivelmente os sevens?
É que meios para estar como equipa residente temos, se o Quénia tem nós também temos...

Um abraço a todos

Anónimo disse...

Sr Silva chega de tanta asneira feita, isto é demais , Portugal merece melhor em todos os aspecto .
Não gaste dinheiro com deslocações desnecessárias, invista nos Sevens .
Ou ainda não viram o que se está a passar? Ou não querem ver?
Os jogadores não tem a culpa , pois sem treino e sem planeamento é impossível fazer melhor.
Sr Silva chega , penso eu que merecemos melhor política para as equipas nacionais, deixe de mentir a todos nos e deixe de passear por todo lado como se tudo tivesse bem.
Temos um trabalho muito difícil , recuperar os Sevens e dar luz aos mesmo.
CHEGA

Anónimo disse...

Estamos a pagar a politica desportiva do pós mundial de 2007 , foram-se os anéis e ficam os dedos , tem sido um belíssimo trabalho realizado de costas para os clubes e barricados dentro da FPR , viva o professor Tomás mentor de toda esta política desastrosa . Lembrar o que havia quando chegou e o rasto de sangue que tem deixado financeiramente e desportivamente , já chega de parasitas .

Anónimo disse...

Sem comentários... a estratégia é inexistente!!! Não há jogadores para tudo, há que fazer opções... de jeito!!!

Anónimo disse...

E no segundo dia... Portugal este igual a si próprio!

A defesa fechou para obras, ninguém tem muita vontade de placar e os adversários entram por ali a dentro como faca quente em manteiga!

A atacar não há estratégia, sequências de passes, apenas um rasgo individual aqui e ali. Depois, no contacto ou se faz avant ou se perde a bola!

Hoje vimos uma Espanha a jogar com personalidade, fio de jogo, garra! Ainda devem estar a pensar o que aconteceu para saírem do grupo de core teams.

E vimos um Japão a subir a olhos vistos, a querer ganhar jogos, a ter boa técnica individual e colectiva!

Pessoal da FPR, treinadores, jogadores, não acordem não, não se preparem para a próxima época!

É caso para dizer...levanta-se uma pessoa cedo pela manhã para assistir aos jogos e fica desolado!

Anónimo disse...

Simplesmente desastrosa e miserável a participação de Portugal nos 2 últimos torneios. Claro que a culpa vai morrer solteira. Na opinião do Sr. Silva a politica federativa está correcta e o apoio aos campeonatos nacionais vai continuar igual a zero. É ver todo o staff federativo babados de gozo junto das selecções. PENDURAS. VERDADEIROS PENDURAS.