10 de março de 2014

AS MUDANÇAS NAS COMPETIÇÕES NACIONAIS NO SÉCULO XX

DAR COR ÀS NOSSAS CORES!
Ao longo dos últimos 13 anos a estrutura das competições nacionais tem sofrido diversas alterações, de que hoje falaremos para que nas conversas que venham a acontecer sobre a matéria haja o conhecimento, pelo menos, destas mudanças nos anos mais recentes.

Porque não se julgue que as mudanças só começaram no virar do século, pois desde que me lembro - dos longínquos anos 60 - diversas foram as variações, umas justificadas, outras nem tanto...

E se algumas alterações se compreendem em função do crescimento do número de equipas e da variação dos seus níveis, outras são apenas reflexo de experiências, de tentativas de encontrar melhores caminhos - porque não quero acreditar que quem propõe alterações o faça empurrado por interesses estranhos ao próprio rugby.


Hoje não vamos aqui falar sobre eventuais novas soluções, ou na manutenção das soluções actuais.
Mas não podemos deixar de dizer que a mudança constante, as variações de ano para ano, a introdução de elementos estranhos sem que haja uma extrema e absoluta necessidade, não devem continuar.

Apenas a título de exemplo, reparem no que se passou este ano.
Por um lado o abuso federativo, a que apenas um acórdão do Conselho de Justiça pôs termos, com o lançamento de um novo regulamento para a Divisão de Honra sem que os prazos para a sua introdução fossem respeitados.
Por outro lado, e em contra-ciclo (quem o utilizava e serviu de exemplo, deixou precisamente este ano de utilizar) foi introduzido o sistema de atribuição de pontos na tabela classificativa, quando uma equipa folga.
E o sistema foi introduzido em todas as divisões de todos os escalões etários, criando situações absolutamente ridículas e até constrangedoras.
Na verdade, embora não concorde com a introdução do sistema, aceito que poderá haver alguns que defendam a sua introdução na Divisão de Honra, onde cada equipa acaba por ter duas folgas durante a fase de apuramento, a que correspondem oito pontos na tabela.
Não gosto do sistema, não concordo com a sua introdução, mas admito também que não me ofende.
Mas o caso muda de figura quando, sem se ter pensado nas consequências da introdução, se aplica o mesmo, por exemplo, na Segundona, onde, na Zona Norte/Centro, as equipas folgam quatro vezes e defrontam equipas que não contam para a classificação (as equipas B's) em mais duas ocasiões, recebendo por isso um total de seis vezes quatro pontos, num total de 24 pontos na tabela classificativa, o que em mais de metade dos casos, vai significar que essas equipas pontuam mais por não jogar, do que jogando...
Neste momento - e repito, apenas a título de exemplo - nesta divisão há duas equipas que têm 20 pontos por folgar num total de 26 ou 28 pontos no total.
Isto não ajuda em nada à clareza do sistema, nem abona a favor de quem o introduziu indiscriminadamente.

Por isso defendemos que a estrutura das competições e tudo o que diga respeito à sua organização seja considerada uma área estratégica do rugby nacional, que não possa sofrer qualquer alteração que não seja aprovada em Assembleia Geral, por maioria qualificada de votos, e que essas eventuais alterações apenas possam acontecer em ciclos pré determinados e não por simples vontade momentânea, ou influência temporária.

Dito isto, vamos então à história.

2000-2001
Num universo de 16 equipas em actividade (*), 12 delas disputavam a denominada 1ª Divisão.
Estas 12 equipas foram divididas em três grupos de quatro equipas numa primeira fase, apurando as duas primeiras de cada grupo para uma fase final a seis equipas discutindo os lugares de 1º ao 6º, e apurando as duas últimas de cada grupo para uma fase final a seis equipas discutindo os lugares de 7º ao 12º.
O 12º classificado desce à divisão inferior.
Veja o quadro resumo do ano:



2001-2002 e 2002-2003
Num total de 27 equipas em actividade (*), incluindo quatro equipas B's, as 12 primeiras foram divididas em dois grupos de seis equipas, sendo o primeiro grupo (Grupo 1) composto pelas cinco melhores do grupo do 1º ao 6º do ano anterior, mais o melhor do grupo que disputou no ano anterior o 7º ao 12º lugar, e o segundo grupo (Grupo 2) composto do último do grupo que disputou o 1º ao 6º lugar do ano anterior, o 2º ao 5º do grupo que disputou o 7º ao 12º lugar, e o vencedor da divisão inferior.
Na segunda fase as equipas foram divididas em três grupos, disputando as quatro primeiras do Grupo 1 o 1º ao 4º lugar, as duas últimas do Grupo 1 mais as duas primeiras do Grupo 2, o 5º ao 8º lugar, e as quatro últimas do Grupo 2 disputando os 9º ao 12º lugar.
Na prática, tratava-se já de duas divisões nacionais, com seis equipas em cada uma delas, e com um sistema de rebaixamento/promoção entre elas.
Não sendo objecto deste estudo, importa saber que a chamada 2ª Divisão era disputada em três Séries Regionais (Sul 1 com seis equipas, Sul 2 com cinco equipas e Centro/Sul com quatro equipas).


2003-2004
Com 24 equipas em actividade (*), sem incluir as equipas B's, as duas divisões de seis equipas, são alargadas para oito equipas cada, mantendo uma fase final, em que se agrupavam as quatro primeiras para disputar os quatro primeiros lugares, e os quatro últimos para lutar pela manutenção no Grupo 2, e uma liguilla para saber quem seriam as duas equipas que na época seguinte disputariam o Grupo 1 - na prática a 1ª Divisão.
A partir daqui, e até 2011-2012, as duas primeiras Divisões mantiveram-se com oito equipas cada uma, tendo havido no entanto diversas alterações na forma de disputa da fase final, como pode acompanhar no quadro geral que apresentamos abaixo.
Em 2012-2013, a divisão principal, agora Divisão de Honra (desde 2005-2006) é aumentada para 10 equipas, a que se seguiu em 2013-2014, o alargamento da 1ª Divisão também para 10 equipas.


QUADRO GERAL DE 200 A 2014

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