4 de março de 2014

JOSÉ LIMA FALA DO SEU PERCURSO E DO SEU FUTURO *

* Bryan Freitas
Vai ser na verdade um jogador que vai contar para os próximos anos na nossa Selecção.

José Gonçalo Lima conseguiu realizar uma parte do seu sonho, que é jogar num campeonato profissional em França, no Narbonne da ProD2. 

José deu-nos uma entrevista que vai fornecer mais informações sobre o seu percurso, a sua entrada na Selecção e as suas expectativas para o futuro.


Bryan Freitas: Primeiro, obrigado José por teres concordado com a entrevista. 
Hoje, estás a jogar com o Narbonne na ProD2 e és um jogador que podemos considerar como um habitual titular. Antes disso, entraste no centro de formação, como isso aconteceu?

José Gonçalo Lima: Obrigado eu pelo convite. Foi através do meu agente, ele foi-me apresentado e ficou interessado com o meu CV. Depois disso começou a procurar clubes em França.

BF: Como foi a tua adaptação aqui em França? Tiveste algumas dificultades? Ao nivel do rugby, qual são as diferenças que encontraste quando chegaste?

JGL: Foi bastante positiva, tive a sorte de encontrar um clube que me recebeu muito bem, onde depressa fiz grandes amizades. Em termos de língua ao princípio foi um pouco complicado sobretudo dentro do campo. No que diz respeito ao rugby foi duro, fui obrigado a trabalhar muito pois tinha várias falhas técnicas e tácticas em relação aos outros jogadores.

BF: Até agora, esta temporada está a correr-te bem com muitos jogos de ProD2. Como explicas esta evolução em relação à temporada passada? O que fez a diferencia entre ser uma opção clara para os teus treinadores e ser um jogador a jogar "só" com a categoria Espoirs do teu clube?

JGL: Sim está época tem sido quase vivida como um sonho, tenho jogado muito e os resultados da equipa tem sido fantásticos. Como disse anteriormente, fui obrigado a trabalhar muito e devido à ajuda dos meus companheiros e treinadores consegui evoluir bastante em várias áreas do jogo nas quais não me encontrava ainda ao nível dos outros. A mudança de treinador de 3/4 também foi um factor importante, pois desde o início de época o nosso treinador Chris Whitiker tem-me dado muito confiança e apoio o que foi fundamental. Para mim a maior evolução e mais decisiva foi sem dúvida a nível mental.

BF: Quais são os teus objectivos para os anos que vem e em primeiro lugar para a próxima temporada?

JGL: Bem o grande objectivo para já continua a ser ainda o sonho de ir ao mundial com a seleção e depois sem dúvidas atingir as finais com o Narbonne. O objectivo para o próximo ano é poder jogar no top 14.

BF: Falamos agora da Selecção. Assisti à tua primeira internacionalização contra os Estados Unidos e desde esse jogo foste quase sempre um jogador com grande regularidade na Selecção. O que sentiste quando vestiste pela primaira vez a camisola da Selecção Nacional?

JGL: Foi algo muito especial, pois tinha apenas 18 anos e tinha acabado de vir do Évora. Foi sem dúvida uma mudança muito grande. Jamais irei esquecer esse dia, até porque tinha o jogador mais rápido do rugby mundial à minha frente.

BF: Tens agora 19 internacionalizações e só tens 21 anos. Quais são os teus objectivos com a nossa Selecção?

JGL: Bem os meus objectivos com a seleção são claros, em primeiro ajudar a seleção a voltar aos bons resultados e com isso conseguirmos um apuramento para o mundial. Temos passados momentos difíceis mais sei que isso vai mudar e ainda vamos dar muitas alegrias a todos os amantes do rugby português.

BF: José, sabes a minha admiração pelo que tens feito até aqui e talvez penses que estou a pedir coisas que para um jovem da tua idade são muito difíceis de realizar, mas na minha opinão acho que tens capacidades para te afirmares e seres um jogador que se deve ouvir nessa Selecção. Não pensas que para os próximos encontros da Selecção, a tua pequena experiência de alto nível pode ser muito importante e que nessa altura poderias assumir algumas responsabilidades na sequencia de jogo e nas fases ofensivas portuguesas?

JGL: Bem por vezes não é tão fácil quanto isso, sobretudo porque a minha posição não o permite tanto como noutras. Mas por um lado sim tenho tentado passar alguma das coisas que tenho aprendido e sobretudo dar tudo em campo aproveitando o ritmo que trago da Pro D2. Quero aos poucos começar-me a afirmar mais na seleção de maneira a ajudar o máximo possível a equipa.

BF: Como explicas estas derrotas frente a Géorgia e a Roménia? Além de saber que estas duas equipas nos são atualmente superiores, como explicas que tenhamos tantas dificuldades em impor um ritmo de jogo e de fazer jogadas com alguma velocidade que podem desestabilizar o nosso adversário?

JGL: Acho que neste momento porque simplesmente tanto a Roménia como a Geórgia são mais fortes que nós. E isso tem-se refletido nos momentos chaves, nós erramos mais, somos menos profissionais e falhamos muito no detalhe...no fim isso faz a diferença em jogos deste nível.

BF: Após esta vitória importantíssima frente á Bélgica, ainda podemos sonhar com o Mundial. E tu ainda sonhas? Pensas que é possível a qualificação?

JGL: Eu no desporto não gosto de estar dependente dos outros, pois sinto que quando isso acontece foi porque o nosso trabalho não foi bem feito, agora é óbvio enquanto for possível acredito mas sendo realista sei que é difícil pelo facto de só os nossos resultados não chegarem.

BF: Muito obrigado José por teres respondido as minhas perguntas.

JGL: Obrigado eu e parabéns pelo bom trabalho.

Fotos: www.lindependant.fr/, Miguel Carmo/Facebook

4 comentários:

Leonardo disse...

Grande trabalho Bryan, e parabems ao Jose pelo teu trabalho no Narbonne e na selecao.
Se duvida, es o presente e o futuro do XV portugues !!!

Ps: Olha Jose, tenho um favor a te pedir. Eu so queria que marcas 4 enseios aos russos. Nada mais e nada menos.
Nao e nada de impossivel... :-)

Forca Portugal

Anónimo disse...

Por que é que ele não vai à Rússia?

Manuel Cabral disse...

De acordo com uma informação não oficial, José Lima estará lesionado.

icerphsensible disse...

Mas essa informação , confirma-se?