28 de maio de 2015

TRIBUTO A VASCO UVA NA SUA 100ª INTERNACIONALIZAÇÃO *

* Pedro Sousa Ribeiro
No próximo sábado, no jogo em que Portugal vai defrontar o Quénia em Nairobi, Vasco Uva vai atingir as 100 internacionalizações - marca assinalável! - o primeiro a atingi-la no rugby português, passando a ingressar na lista dos Rugby Centurions encabeçada pelo irlandês BrianO´Driscoll que atingiu as 141 internacionalizações (133 pela Irlanda e 8 pelos British and Irish Lions).

Vasco Uva representou Portugal em seniores pela primeira vez, em 16 de Fevereiro de 2003 no jogo com a Geórgia realizado em Lisboa, que Portugal venceu por 34-30.
Vasco foi suplente utilizado nesse jogo. 
A primeira vez que integrou o XV inicial foi no jogo Geórgia-Portugal realizado em Tblissi em 14 de Fevereiro de 2004.

Das 100 internacionalizações fez parte do XV inicial em 93 ocasiões sendo apenas sete vezes suplente utilizado, quatro das quais em 2003.

Vasco Uva já havia representado Portugal no escalão júnior, assim era designado na altura, tendo feito a sua estreia em Salamanca, em 28 de Fevereiro de 2001 quando Portugal defrontou a Espanha num jogo do Torneio das 3 Nações. 
Além das duas equipas indicadas, esse torneio integrava ainda o País de Gales que Vasco também
defrontou. 
Nesse escalão participou também no Campeonato do Mundo de Juniores em Abril de 2001, em Santiago do Chile, tendo jogado em três dos quatro jogos aí realizados.

Além disso Vasco Uva foi capitão da seleção nacional em 35 jogos tendo como ponto alto o ter exercido essa exigente função durante a participação de Portugal no Campeonato do Mundo de 2007.

O Vasco teve também a honra de ter representado o Barbarian RFC, a mais prestigiada equipa de convites à escala mundial, tendo feito parte da equipa que em Novembro de 2008 venceu, em Plymouth os Combined Services (selecção das forças armadas britânicas).

Vasco Uva tem uma carreira exemplar ao serviço de Portugal, que se estende por 13 anos.
Foi um capitão motivador que bem soube liderar os seus companheiros. 
Dentro e fora do campo teve sempre um comportamento dignificante para o rugby português.

Um exemplo, que as gerações actuais e vindouras deverão sempre tentar emular.

* Texto de Pedro Sousa Ribeiro a que o Mão de Mestre se associa sem reserva.

Fotos: Miguel Rodrigues, António Simões dos Santos e João Peleteiro

Cf 1: As 99 anteriores internacionalizações
Cf 2: Lista dos jogadores com mais de 90 internacionalizações

9 comentários:

Claudio disse...

Portugal jogou um Rugby de XV contra uma equipa de seven (de quinze jogadores) e sofreu de uma arbitragem provavelmente muito diferente do que se pode ver nos campeonatos franceses ou europeus.

Fez-me pensar naqueles jogos da primeira semana da RWC entre equipas europeias e equipas das ilas do Pacífico.

Afinal para ganhar este jogo, melhor teria sido levar jovens do campeonato nacional portugues ou da seleção de sevens.

Pena para estes jogadores que no entanto mostraram aspectos positivos mas que teriam sido muito mais eficientes num jogo do 6 nações B contra uma Geórgia ou uma Roménia.

Espero sinceramente que este grupo tenha a oportunidade de mostrar novamente os seus talentes mas face a uma equipa mais "acadêmica"...

Força Lobos !

Duarte disse...

Só via a 1ª parte, foi tão má que nem me apeteceu ver o resto. No que vi, Portugal não jogou XV, nem sevens. Não jogou foi nada. Ninguém perecebe na FPR que assim o pouco prestígio que ainda resta (?) vai acabar, que cada vez receberemos menos dinheiro da IRB, etc?

Queriam fazer experiências, muito bem. Mas punham de início uns 10 ou 11 primeiras escolhas que garantissem um resultado que não envergonhasse. Testavam quatro ou cinco jogadores e durante a 2ª parte podiam testar mais.

E o G. Uva, já cansado aos 15 minutos, e com aquela altura, a formar a n.8... por favor. Tinha que ir por causa do irmão, era isso? Levem as coisas a sério. E não se queixem de falta de apoio do público. Já démos foi demais.

Claudio disse...

Portugal jogou com jogadores cansados contra uma equipa fresca, em casa e sem qualquer inibição.

O árbitro privilégiou a dinâmica do jogo e o "espetáculo" deixando de lado uma dúzia de passes para a frente.

No entanto acho que foi positivo fazer aqueles testes. Não há vergonha em perder um jogo até mesmo com esta diferença de pontos, acontece todas as semanas no Top14 e ninguém vai morrer por isso !

Unknown disse...

A escolha destes treinadores só poderia dar nisto , treinadores que nunca treinaram clubes e que o melhor do currículo foi descer um clube da segunda divisão para a terceira . Uma gestão péssima , chamadas à última , jogadores que não apareceram , jogadores que não conhecem e o jogo da equipa é paupérrimo mesmo o jogo que se ganhou contra a Alemanha foi mau de demais , agora com um ranking 30 o que dizer , o professor Tomás Morais que assuma a responsabilidade desta irresponsabilidade , já chega de jobs for the boys .

Duarte disse...

Caro Cláuio,

O que é que o Top 14 tem a haver com um jogo contra a 32ª selecção do ranking? Eles jogaram sevens? E depois? Era isso o que os de Leste diziam de nós aqui há uns anos. Cada um joga com as armas que tem e compete aos outros, se de facto são melhores, contrariar essas armas. E deixe lá o árbitro. Quem nos dera termos errado tão pouco como ele.

A comunicação social fala de "vergonha" e de "vexame". Infelizmente têm razão. O pior que se pode fazer é achar que não, e enterrar a cabeça na areia. Sigo a selecção há muitos, mesmo, muitos anos, e não me lembro de tamanho vexame.

Acha que a IRB/WR (que antes nos dava 6 jogos por época, 3 no Outono e 3 em Julho, e agora só nos dá um jogo no Quénia) não repara? Acha que vamos continuar a ter jogos? Olhe que a Alemanha e a Bélgica não têm e começa a não haver justifiação para nós termos

Acha que a IRB/WR não nos vai reduzir AINDA MAIS as verbas até ficarmos sem nada? Que o IDP não sabe dos resultados? Que os sponsors privados estão a dormir? Alguém vai querer apoiar uma selecção com resultados desastrosos? Que se vê aflita para ganhar à Alemanha e que é esmagada pelo Quénia?

Caro Cláudio, isto assim só vai de mal a pior. Em que lugar estaremos no ranking? 26º? Pior ainda? O jogo estava marcado há muito tempo, não foi preparado de forma séria e vamos pagar por isso. O resto são tretas.

Claudio disse...

Caro Duarte,

Confesso que não tenho suficiente conhecimento da matéria para dizer se sim ou não esta derrota vai ter uma influência negativa sobre as verbas e os sponsors. Claro, espero que não.

Sigo o rugby português com assiduidade desde 2005 e acho que nesses dez últimos anos vi 90% dos jogos da seleção.

Conheci boas alturas, vi bonitas coisas e vivi grandes momentos em 2007.

Vi piores, muitos piores em 2008, 2009 e depois...

No entanto, o que me parece - visto daqui de França - é que os que estão aos comandos da fpr sempre procuram o melhor para a seleção com as "armas que temos".

E o problema é esse mesmo : as "armas que temos".

Temos jogadores com talento em Portugal mas nem sempre com a condição física exigida para o nível internacional actual. Temos jogadores com condição física em França, mas por vezes com menos talento que os de Portugal. Temos jogadores com condição física e talento em França, mas nem sempre disponíveis.

Acho que o difícil é ordenar estas "armas", ou seja avaliar corretamente as porções de cada ingrediente tal como numa receita.

As grandes nações têm problemas de ricos e devem escolher entre jogadores com grande talento, grandes condições e sempre disponíveis... Infelizmente, não somos desses, temos que avançar com as nossas "armas".

Acrescente apenas que continue a pensar que o ano que vem vai ser um ano de grande crescimento. Esta tarde o Aix qualificou-se para o Prod2 o que significa que vamos ter mais um Lobo no mundo dos profissionais para o ano (Francisco Domingues). O Mike Tadjer vai para o Top14 e possivelmente o Zé Lima também.

Quanto mais jogadores de Portugal teremos no rugby francês, mais o rugby português crescerá. Falta vir o Nuno Guedes e gostava também de ter aqui o Carl Murray... Temos que nos bater com "as nossas armas", não temos dinheiro, temos que ter ideias.

Unknown disse...

Caro Claudio , concordo que quanto mais jogadores jogarem em França no top 14 e alumas equipas de prod12 será benéfico para o rugby em Portugal , como ficou visto jogadores de federal 1 e mesmo alguns de prod12 deixam algo a desejar . Que não seja por isso , não existe justificação para se perder como se perdeu com uma equipa que joga na sua totalidade no Kénia e também com ausências e pelo menos 4 estreias , ao que sabe o campeonato local não é grande coisa . Todos os jogadores que jogaram têm jogado pela selecção nacional e estavam reunidos a grande maioria dos melhores jogadores portugueses , agora a confusão e ausência de preparação (não por falta de tempo), a presunção que era fácil e espírito de safari é inqualificável , para não falar na ausência de qualquer fio de jogo , jogadores em posições que não se percebe , melles/ touches miseráveis .

Duarte disse...

Caro Cláudio,

A sua resposta levanta muitas questões, mas por agora só vou responder à questão das verbas e dos sponsors.

Como sabe, a FPR recebia da WR/IRB uma determinada quantia para a selecção de XV e, atendendo aos maus resultados dos últimos anos, essa verba já diminuiu muito significativamente. Sobre isto, não há dúvidas. É um facto.

Agora, a Espanha, que não recebia nada, recebe bastante mais do que nós. A Rússia, que recebia uma quantia quase simbólica, recebe agora muito mais do que nós. Chegámos a receber o mesmo que a Geórgia, mas com esses já nem vale a pena comparar.

Repare que, até aqui, estou só a falar das verbas da WR atribuídas às federações para gastos específicos com as selecções de XV. Muitas vezes lemos que federações como a russa e a georgiana dispõem de grandes verbas de outras fontes (governos, por exemplo) e isso é verdade. Não dispondo a FPR de apoios tão grandes extra-WR, mais uma razão para tudo fazermos para manter esse apoio.

Não sei o que se passa com as verbas do IDP, mas elas costumam ter em conta, entre outros factores, os resutados obtidos. Não me admirava nada que também tivessem descido significativamente.

Quanto aos sponsors privados, é simples: quanto melhores os resultados, maiores as possibilidades de se obterem sponsorships razoáveis.

Quanto aos test matches, a redução brutal do seu número, e o aumento dos jogos atribuidos à Rússia e à Espanha, também são factos. E também não há dúvidas que isso se deve aos resultados negativos da nossa selecção.

As repercussões desses resultados na comunicação social também conduzem a uma menor apetência por parte dos sponsors privados, a que acrescem uma menor motivação dos jovens para a prática do râguebi e uma menor importância atribuida ao râguebi por parte de diversas entidades importantes para os clubes (câmaras municipais, sponsors locais, etc).

Apesar disto, o aparecimento recente (!) de opiniões publicadas dotadas de sentido crítico é uma vantagem e não um problema. Sem espírito crítico, não há progressão. A situação anterior caracterizava-se por um "jornalismo" completmente acrítico, quando não "de encomenda", e revelava, involuntariamente, o estado de atraso em que o nosso râguebi estava.

Por tudo isto, este resultado extremamente negativo (sinceramente, não me lembro de outro assim) ainda vai piorar mais a situação. Não tenha a mínima dúvida que a WR liga a estes resultados. No râguebi, estes jogos de Junho (ou finais de Maio), bem como os do Outono, não são amigáveis, nem particulares. São jogos a sério organizados e PAGOS pela WR.

Mais tarde, gostaria de escrever sobre as razões que me levam a pensar que a FPR não está a fazer tudo o que devia para que a nossa selecção de XV volte a ser um motivo de orgulho e não de embaraço.

Claudio disse...

Caro Duarte,

Sinceramente, não sei o que responder. Parece que você tem mais (muito mais) informações que eu sobre o que se passa no segredo dos corredores do poder.

Infelizmente - ou felizmente - não tenho tanto conhecimento e apenas posso fazer a minha opinião olhando para o que é incontestável.

E parece-me incontestável, olhando para as convocatórias destes 5 últimos anos, que tentamos tudo o que parecia possível para aumentar o nível, lutando com as nossas armas.

Podemos pensar que estamos a andar para trás - olhando para o ranking - mas nunca tivemos tantos Lobos - da escola portuguesa ou da escola francesa - a evoluir em campeonatos profissionais e por isso acho que estamos, pelo contrário, a avançar sem nenhuma vontade de provocação.