1 de maio de 2015

TOULON CONSEGUIRÁ O TERCEIRO TÍTULO, OU SERÁ O ANO DO CLERMONT?

Fim de semana de grandes conclusões na Europa com as finais das duas maiores competições de clubes, que começa já hoje com a realização do Edinburgh-Gloucester, que vai entregar o título da Challenge Cup, no The Twickenham Stoop às 19,45 horas locais.

Amanhã, depois do aperitivo de hoje e no Estádio de Twickenham, às 17 horas locais, teremos a grande final da Champions Cup, entre as equipas francesas do Clermont e do Toulon, que nos interessa particularmente, dada a presença de Julien Bardy na equipa do Clermont.

Esta será a 20ª edição das competições europeias, mais precisamente da Champions Cup, que se designou por Heineken Cup até ao ano passado, patrocínio que perdeu com a criação da EPCR - European Professional Rugby Club, enquanto a Challenge Cup terá a sua 19ª edição, depois de no passado se ter chamado sucessivamente European Conference, European Shield e, desde 2001/02, Amlin Challenge Cup.


O Jedforest Rugby Club tem sido ao longo dos anos um berço de grandes médios de formação, e três deles estrelaram na selecção nacional escocesa nas últimas décadas.
O mais antigo dos três foi Roy Laidlaw, um jogador que se tornou uma lenda e que dividiu inúmeras glórias na equipa nacional com outro grande nome do rugby escocês, John Rutherford. 
Depois veio Gary Armstrong, que muitos adversários diziam ser o mais duro jogador que tinham
enfrentado, que foi também dos primeiros grandes internacionais escoceses a representar um clube inglês, no caso o Newcastle Falcons.
Finalmente chegou a vez de Greig Laidlaw, sobrinho de Roy, que saiu cedo do Jedforest para o Edinburgh Rugby, que representou durante oito épocas, antes de se mudar no início desta, para o Gloucester Rugby, embora continuando a representar a sua Escócia na selecção nacional.
E na equipa nacional surgiu este ano uma nova vedeta, o escocês nascido em Espanha Sam Hidalgo-Clyne, que se estreou como reserva precisamente de Greig Laidlaw, e também no Edinburgh Rugby.
Acontece que hoje à tarde eles vão estar frente a frente, comandando cada um deles, atrás da melée, o Edinburgh e o Gloucester, e daquilo que eles fizerem vai depender em boa parte o destino do jogo.

No caminho para a final o Gloucester defrontou e bateu o Connacht Rugby por 14-7 nos quartos de final e o Exeter Chiefs nas meias finais por 30-19, enquanto o Edinburgh bateu o London Irish por 23-18 nos quartos, e o Newport Gwent Dragons nas meias finais, por 45-16.
Recorde-se que esta é a primeira final do Edinburgh - na verdade é a primeira final de uma equipa escocesa - e que o Gloucester repete a presença de 2006, quando venceu o troféu.


Amanhã será o grande dia em Twickenham, embora com a presença de duas equipas francesas a lotação não se deva esgotar, festejando a primeira final europeia da era EPCR.
O Toulon esteve nas duas últimas finais, vencendo ambas, e apresenta-se para conseguir a terceira vitória seguida, o que seria um feito inédito, ultrapassando o Leicester Tigers que fez a dobradinha em 2000/01 e 2001/02, e o Leinster Rugby que imitou o feito em 2010/11 e 2011/12.
Mais modesto, o Clermont Auvergne tenta o seu primeiro título europeu, depois de ter sido batido pelo seu adversário de amanhã, em 2012/13.
No caminho para esta final o Clermont bateu o Northampton Saints nos quartos de final por 37-5 e os Saracens por 13-9 nas meias finais, enquanto o Toulon venceu o Wasps por 32-18 nos quartos de final e o Leinster nas meias finais por 25-20.
Para que se entenda bem quem são as potências em presença, recorde-se que esta é a quinta final do Toulon em seis anos, já que para além das duas vitórias na Champions (Heineken Cup na altura), a equipa de Mourad Boudjellal esteve em duas finais da Challenge Cup, que perdeu, frente ao Cardiff Blues em 2009/10 e frente ao Biarrotz Olympique em 2011/12, enquanto é líder isolado da Top-14 desta época.
Enquanto isso o Clermont continua na sua busca de uma primeira grande vitória internacional, depois de ter vencido a Challenge Cup em 1998/99 - como Montferrand - frente ao Bourgoin por 35-16, feito que repetiu em em 2006/07 frente ao Bath por 22-16, e para isso conta com a mais temível das defesas - com uma taxa de sucesso de 89% nas tentativas de placagem, na competição.
É aqui que entra Julien Bardy, que provavelmente não ficará em campo os 80 minutos de jogo, já que a sua entrega é tão intensa e a sequência das placagens que faz tão devastadora que não é possível fazê-lo durante um jogo completo.
Mas quando Bardy abandona o campo, a destruição do poder ofensivo do adversário que provocou é tal que, aliado à qualidade do trabalho de todo o pack avançado dos jaunards, pode ser determinante no resultado do jogo.
Por outro lado o Clermont tem umas linhas atrasadas capazes de atacar de qualquer lado do campo, em ondas sucessivas que não dão descanso à defensiva adversária, explorando qualquer quebra da sua resistência.
Vai ser uma partida de enorme intensidade, que vai ser decidida numa falha de uma das equipas, que a outra saiba explorar e aproveitar.

Em tempo:
Foi entretanto anunciado o XV inicial do Clermont e o nosso Julien Bardy vai começar no banco, com a camisa nº 20. 

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