Acabou o nacional da segunda divisão com a vitória da equipa satélite do Técnico.
Respeito muito o Técnico, admiro o trabalho que tem desenvolvido ao longo de décadas, mas acreditem que me sinto triste, quase diria revoltado, pela forma como estão a ser tratados os clubes da segunda divisão.
Sabemos que muitos precisam de ajuda, como a Lousã precisou quando se iniciou nestas lides, mas já há alguns na 2ª divisão que estão bem estruturados e em condições de subirem no ranking português.
Tenho sido totalmente favorável ao aparecimento de equipas satélites, com a possibilidade de poderem jogar com até cinco atletas da equipa “mãe”.
Mas condeno veementemente que estas equipas satélites possam interferir no desenrolar da competição dita "normal".
Todos sabemos os problemas que sempre houve com a integração das equipas B's nos campeonatos da 2ª divisão pelo simples facto de alguns clubes terem o "azar" de disputar jogos com adversários cuja equipa principal está de folga.
É por isso de louvar que alguns clubes possam ser satélites de clubes que os desejam apoiar, seja por treinarem em conjunto, seja por serem residentes em vilas próximas.
Mas jamais posso concordar que uma equipa satélite possa subir de divisão.
A falácia dessa equipa poder subir para uma divisão imediatamente abaixo da equipa "mãe" é mesmo uma falácia. Permite acontecer o que aconteceu este Sábado.
A vitória do Técnico numa final com o Guimarães, num dia em que o Técnico já não tinha a principal equipa a jogar é, digamos, uma vergonha para os próprios atletas do Técnico.
Todos sabemos os problemas que sempre houve com a integração das equipas B's nos campeonatos da 2ª divisão pelo simples facto de alguns clubes terem o "azar" de disputar jogos com adversários cuja equipa principal está de folga.
É por isso de louvar que alguns clubes possam ser satélites de clubes que os desejam apoiar, seja por treinarem em conjunto, seja por serem residentes em vilas próximas.
Mas jamais posso concordar que uma equipa satélite possa subir de divisão.
A falácia dessa equipa poder subir para uma divisão imediatamente abaixo da equipa "mãe" é mesmo uma falácia. Permite acontecer o que aconteceu este Sábado.
A vitória do Técnico numa final com o Guimarães, num dia em que o Técnico já não tinha a principal equipa a jogar é, digamos, uma vergonha para os próprios atletas do Técnico.
É uma vitória sem honra.
É uma vitória regulamentar, já que o Técnico não tendo culpa dos regulamentos que temos, se serviu dessa prerrogativa para vencer esta final.
A equipa do Técnico jogou com cinco atletas da equipa principal, incluindo um estrangeiro que ouvi dizer que é do melhor que há em Portugal. A verdade é que o diferencial no resultado mostra claramente que jogaram reforçados.
E fico triste, pois não gostaria de estar na situação dos directores, jogadores e toda a estrutura do Guimarães, que andaram 800 Kms para, quase diria, serem humilhados desta forma.
Tenho dito e volto a reafirmar que as equipas satélites ou as equipas BB não deveriam disputar as fases finais. A sua inclusão nas fases de apuramento são muito úteis para dar competição a mais atletas, proporcionar alguns jogos mais competitivos às verdadeiras equipas da 2ª divisão, manter em actividade muitos mais atletas, mas acabada essa missão deviam os seus resultados serem pura e simplesmente anulados para não interferirem no verdadeiro campeonato dos clubes.
Muito mais haveria a dizer, que muito gostaria que pudesse ser apresentado em congresso ou nalgum fórum onde estivessem mais clubes.
* José Redondo é fundador e presidente da direcção do Rugby Club da Lousã, e uma das mais conhecedoras e respeitadas vozes do rugby português.
A equipa do Técnico jogou com cinco atletas da equipa principal, incluindo um estrangeiro que ouvi dizer que é do melhor que há em Portugal. A verdade é que o diferencial no resultado mostra claramente que jogaram reforçados.
E fico triste, pois não gostaria de estar na situação dos directores, jogadores e toda a estrutura do Guimarães, que andaram 800 Kms para, quase diria, serem humilhados desta forma.
Tenho dito e volto a reafirmar que as equipas satélites ou as equipas BB não deveriam disputar as fases finais. A sua inclusão nas fases de apuramento são muito úteis para dar competição a mais atletas, proporcionar alguns jogos mais competitivos às verdadeiras equipas da 2ª divisão, manter em actividade muitos mais atletas, mas acabada essa missão deviam os seus resultados serem pura e simplesmente anulados para não interferirem no verdadeiro campeonato dos clubes.
Muito mais haveria a dizer, que muito gostaria que pudesse ser apresentado em congresso ou nalgum fórum onde estivessem mais clubes.
* José Redondo é fundador e presidente da direcção do Rugby Club da Lousã, e uma das mais conhecedoras e respeitadas vozes do rugby português.
9 comentários:
E em que divisão deveriam jogar as equipas B?
Completamente de acordo com o que o Professor José Redondo menciona, apenas devo acrescentar os seguintes pontos:
- Equipas B ou Satélites não podem passar à fase final;
- Os jogos com as Equipas B ou satélites não contam para o Campeonato (para não acontecer o que nos aconteceu com a Lousã, já que pelas duas vezes que jogamos com a Lousã, a equipa A não teve jogo logo tivemos que "aguentar" uma equipa satélite de nível superior, o que a meu ver é bom mas na realidade complicou-nos as contas devido às duas derrotas);
- A equipa satélite de escalão superior NÃO PODE, ter menos jogadores inscritos no escalão s23/senior que a equipa satélite do escalão inferior (o que não acontece nem com o Lousã nem com o Técnico);
Penso que com estes 3 pontos, os objetivos de equipa satélite mantém-se e não poêm em causa clubes que têm capacidade de subir no ranking nacional e que ainda não conseguiram por pequenas rasteiras destas equipas satélites.
Rui Rodrigues
Só pode ser estranho o comunicado do presidente do Técnico após este jogo , falar de aumento da competitividade sobretudo em termos regionais , e depois faz um aproveitamento vergonhoso dos regulamentos para ganhar um jogo ! - estranho , quando esta divisão é sobretudo regional . Sabemos todos que tem que existir uma melhoria das equipas regionais e eventualmente apoios diferentes para mitigar o principalmente o número de deslocações que têm que fazer , agora estes apelos de moralidade do presidente cujo comportamento é errático como demonstra a utilização de jogadores nesta final não dignifica o Técnico . Melhoria competitiva seria benéfica também se o Técnico com as instalações no meio de Lisboa apresentasse nos escalões de formação algo , que não o faz à largos anos . Ser mais papista que o Papa de nada serve para encontrarmos soluções para os muitos problemas do rugby nacional.
Estimado José Redondo,
Concordo plenamente com o que escreve e mais ainda com o "acrescento" do que deveriam ser as regras das BBs, por parte do Rui Rodrigues.
No entanto, aquando o meu manifesto de desagrado pelas injustiças praticadas pelas equipas B, em Fevereiro ultimo - fundamentalmente pelo facto de se inscreverem jogadores das equipas A nas equipas B, por forma a poderem utilizar mais do que os ditos 5 jogadores permitidos pelos regulamentos - o José Redondo, manifestou-se dizendo e passo a citar:
"As inscrições, foram feitas obviamente de acordo com o interesses desportivos do clube. Se houver algum director de qualquer clube que não proceda assim, ou seja defender os interesses do seu próprio clube indique-me o seu nome, pois será uma espécie rara e em vias de extinção."
Sou obrigado a reconhecer as palavras de um treinador e Amigo, que no Rugby Português começa a não existir Fair Play. A questão das equipas BBs não seria um problema se houvesse Fair Play e bom senso na análise de cada jogo das divisões ditas "mais fracas"...
A atitude do Técnico foi deplorável, muito mais na postura do seu Presidente que consta que veio desejar boa sorte ao GRUFC para a final do próximo ano pois na deste ano já estaria atribuido um vencedor...
Tenho saudades dos valores do Rugby...
Um abraço,
Diogo Reis
Recebemos de José Redondo uma resposta ao comentário de Rui Rodrigues, que aqui reproduzimos:
Meu Caro Rui Rodrigues
Talvez não tenhas lido bem a minha opinião, que não é de agora, mas de alguns anos atrás.
Sempre afirmei que os jogos das equipas satélite não deviam no final da fase de apuramento contar para a classificação.
Ou seja, há uma classificação que após a última jornada seria totalmente rectificada como se a equipa satélite tivesse sido desclassificada. Os jogos efectuados não contariam e como tal nenhuma equipa, mesmo que tivesse perdido os 2 jogos com essa equipa satélite, não seria prejudicada em relação às restantes.
Com deves estar recordado dissemos-te isso mesmo quando fomos à Bairrada "reforçados" não com 5 atletas como dizes, mas com um único que tinha jogado 8 dias antes na vitória que tivemos contra o CDUP a contar para a Taça de Portugal. E só jogámos com um, como podes verificar nos boletins de jogo, pois quisemos dar tempo de jogo a atletas menos utilizados.
Não quero dizer que tenha sido por "fair-play" mas foi isso mesmo que aconteceu.
Não posso portanto concordar com o termo "rasteira".
Quanto ao numero de inscritos, obviamente há mais no Núcleo, pois esses muitas vezes só têm disponibilidade para fazer meia-dúzia de jogos.
Aproveito para recordar que a Federação após a fase de apuramento publicou no site o jogo da meia-final entre o Núcleo e o Técnico e fomos nós que imediatamente telefonámos para o Ferdinando a dar conta do erro informando que mesmo sendo segundos classificados, deveria ser a Bairrada a seguir em frente.
Iremos tentar para o próximo ano apresentar uma equipa satélite forte, para que possamos realizar bons jogos, mas que antes do começar a competição devemos chegar a acordo para que as equipas satélites ou Bs não possam seguir em frente. A Bairrada e os restantes clubes terão com toda a certeza o apoio do Rugby Club da Lousã.
Forte abraço do teu amigo José Redondo que muito tem admirado o teu trabalho nesse clube.
José Redondo
Sou a favor da participação de equipas B (ou satélites) a participarem de pleno direito nos campeonatos da I e II divisões, ou seja com os resultados a contar, a participarem nas fases finais e a poderem lutar pela subida de divisão, desde que se trate, DE FACTO, de equipas B (e desde que não subam para a divisão onde está a equipa A, claro).
Para isso, seria necessário que antes do início oficial da época (talvez, 1 semana antes), a equipa A tivesse inscrito um mínimo de 25 jogadores e a equipa B o mínimo que está actualmente previsto nos regulamentos (15, salvo erro).
Seria também necessário que os jogadores inscritos (ou a inscrever) pela equipa A fossem:
a) impedidos de jogar pela equipa B nas fases finais;
b) cada um deles não pudesse constar do boletim de jogo (nem jogar, nem estar no banco) em mais do que dois jogos da equipa B, nas fases regulares;
c) nas fases regulares, a equipa B nunca tivesse no boletim de jogo (nem jogar, nem estar no banco) mais do que dois jogadores da equipa A.
Por outro lado, os jogadores da equipa B poderiam ser chamados à equipa A, mas caso fizessem um mínimo de 3 jogos pela equipa A, ficariam sujeitos à mesma condicionante (só mais 2 jogos pela B) que os jogadores inscritos pela equipa A.
Com pedido de publicação recebemos o seguinte comentário de José Muralha:
Na minha qualidade de adepto do Técnico tenho que vir comentar as opiniões publicadas acerca do segundo jogo da final do Campeonato da 2ª Divisão.
Alguns comentários manifestam a opinião de considerar a vitória do Técnico como uma vitória sem honra e uma vergonha para os próprios atletas.
O objectivo de subir de divisão encontrava-se definido desde o início da época e encontra-se integrado numa estratégia de melhorar a capacidade competitiva de todas as equipas do Técnico. Em termos simples, pretende-se ter mais atletas a jogar a níveis competitivos mais elevados que permitam um reforço da equipa principal. Este objectivo geral decorre da diferença que ainda existe em relação às melhores equipas nacionais (Direito e CDUL), e mesmo em relação a Agronomia no final da época, no que se refere à quantidade de jogadores disponíveis. Muitos dos jogadores do banco destes clubes, alguns deles internacionais, seriam titulares do Técnico.
Assim, como adepto não consideraria aceitável que o meu clube não recorresse aos meios ao seu dispôr, dentro do respeito pelos regulamentos, para atingir objectivos desportivos estratégicos.
Não colocar a melhor equipa possível em campo, ou não se aplicar a 100% durante o jogo, é que seria desrespeitar o adversário.
Para terminar, gostaria apenas de lembrar que o CRT foi criado à 30 anos e sempre teve como objectivo permitir que o rugby seja praticado pelo maior número de jogadores possível.
José Muralha (jogador do Técnico, em tempos idos)
Gostava só de aproveitar a oportunidade para dizer que em termos objectivos, é natural que as Bs dos clubes do norte não se importem de ficar pela 2egundona porque a divisão Centro/Norte é competitiva e tem clubes que dariam luta a(quase) todos os clubes da 1rimeirona. Já no que ao Técnico(e a outras eventuais equipas satélites com objectivo de potenciar jogadores menos experientes ou mais enferrujados) diz respeito, a divisão Lisboa/Sul pura e simplesmente não chega. Para mostrar isso até podia falar do nível baixo das equipas que constituem essa metade da 2egundona mas infelizmente basta apontar o dedo para a tabela classificava e fazer referência à sombra que sobrepõe as TRÊS equipas que desistiram.
Ninguém atacou as decisões tomadas pelo RC Lousã, possivelmente se fosse ao contrário teriamos feito igual ou parecido.
Quanto ao nº de jogadores utilizados entre nós... o que diz é relativo porque na final podemos identificar 4 jogadores que jogaram a titulares (2 pilares, 1 3ª Linha e um 10) e mais uns poucos no banco. Qualquer das formas para nós foi um privilégio poder jogar com uma equipa de bom nível como foi o NR Lousã, sendo estes os jogos que fazem crescer e evoluir o nosso jogo.
Para terminar, quando falo em rasteira é o mesmo que dizer que a o NR Lousã não é certamente a mesma equipa que jogou em Guimarães e que jogou na Bairrada, ou a mesma que ganhou ao Famalicão e perdeu com o Aveiro, são estas as "rasteiras" que me refiro e que fazem diferença nas contas finais de apuramento.
Algo terá que mudar, sem dúvida alguma já na próxima época. Só a força de todos os clubes envolventes e sobretudo os da 2ª divisão é que poderá alterar os regulamentos. Da parte do MRC Bairrada será feita pressão nesse sentido e até ao final do mês de Maio enviará algumas propostas, espero que todos façam o mesmo.
Rui Rodrigues
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