11 de maio de 2015

EM GLASGOW PORTUGAL GANHA PONTOS MAS COM MÉRITO AUSENTE

As Fiji venceram o Glasgow Sevens, batendo na final a Nova Zelândia por 24-17, e com essa vitória e a classificação da África do Sul, os fijianos são os novos líderes do ranking da competição, em substituição dos sul-africanos que ocupam agora a segunda posição.

A Nova Zelândia apesar de derrotada na final manteve a terceira posição, e a Inglaterra que ficou na terceira posição na etapa, manteve o quarto lugar mas alargando a distância para a Austrália, que continua na quinta posição.


Com estes resultados Fiji, África do Sul e Nova Zelândia confirmaram a qualificação para os Jogos Olímpicos, e a Inglaterra, embora matematicamente ainda possa perder o comboio, com os 16 pontos que abriu para os australianos precisaria de ser vítima de uma catástrofe em Londres para se desqualificar do apuramento para o Rio de Janeiro...

Os Estados Unidos foram a equipa do dia, ao derrotarem a Austrália nos quartos de final da Cup, e resistiram bem, embora perdendo, às Fiji (5-19) e à Inglaterra (19-24).

PORTUGAL JOGA FINAL DA SHIELD...
Num exercício táctico falhado, Portugal começou o segundo dia em Glasgow frente a uma equipa queniana pouco mais que medíocre, oferecendo a posse da bola ao adversário até cerca de um minuto para o final do jogo, quando finalmente os nossos jogadores tentaram manter aquela posse e  explorar algumas das suas capacidades.
Mas não foi só a táctica que falhou, pois foi preciso chegar aos já referidos minutos finais para que se ouvisse um saudável pam! em resultado de uma placagem nacional.
Eram conhecidas as dificuldades de entrosamento que a equipa iria encontrar, fruto do pouco tempo de que se dispôs para integrar novos jogadores no jogo de equipa, mas o que se passou nada tem a ver com isso - as falhas de ordem individual não são dificuldade de entrosamento, nem podemos ficar a aguardar que esse entrosamento se resolva para apresentar uma defesa coesa e competente.
Quanto ao ataque, que me desculpem os técnicos e jogadores por quem tenho a maior estima e admiração, mas aquilo foi uma brincadeira!
Claro que os pontapés tácticos são uma arma, e uma arma poderosa, mas por mais poderosa que sejam não podem substituir uma coisinha que se chama posse de bola - porque sem bolas não se podem ganhar jogos!
E se não for no aproveitamento inteligente, imaginativo e inesperado da posse de bola, como pode Portugal ganhar jogos? Pela utilização da sua velocidade, ou do seu poder atlético?
Enfim, perdemos com o Quénia por 0-12 e perdemos mal.

Defrontámos depois a Rússia nas meias finais da Shield e conseguimos vencer, com dois ensaios de Adérito Esteves para um resultado final de 10-7, feito na primeira parte.
Com uma disposição diferente, e uma postura táctica diferente também, a vitória acabou por ser merecida, embora a maior parte dos erros continuem lá, só que deixou de se chutar sem nexo - o único pontapé foi de Pedro Leal para o primeiro ensaio de Adérito na ponta - e as placagens falhadas parecem ter sido esgotadas na partida anterior... ou quase...

Na final da Shield, frente a Samoa, mais uma derrota, desta vez por 22-12, embora ao intervalo Portugal vencesse por 12-5. Mas no segundo tempo a equipa não resistiu e sofreu três ensaios sem resposta, ficando para o registo os ensaios de Diogo Miranda e José Lima, e uma transformação de Pedro Leal.

Apesar da vitória contra a Rússia passámos por Glasgow tíbios, anónimos, despercebidos... a nossa representação nacional, que já foi respeitada e mesmo temida, consegue agora chegar ao outro extremo da tabela e ser encarada  com um sorriso trocista e mesmo um certo paternalismo...

Tivemos a felicidade de ver o Japão contar apenas um ponto no ranking com a sua última posição em Glasgow, mas os dois pontos conquistados por Portugal são claramente uma miséria em relação ao que deveria ser exigido...
Resta aguardar que os japoneses se voltem a portar mal em Londres, porque se formos apenas contar com o que nós conquistamos, a coisa fica preta...

Fique com o quadro completo dos resultados de Glasgow, e o ranking após a penúltima jornada.



2 comentários:

Luis disse...

O jogo com o Quénia foi mau demais! Estava a chover, era de jogar ao pé, mas com sentido, como fez a Argentina no jogo antes, não entregar a bola ao adversário.

Mas o que vale é para Londres o Japão ter calhado num grupo com Nova Zelândia, Austrália e País de Gales. Deve dar para nos mantermos mais um ano.

Claudio disse...

Quem me disse que não fazia sentido chamar o Julien Bardy para ajudar a qualificação do 7 para os JÔ ?

França pensa chamar o Ouedraogo !

http://www.rugbyrama.fr/rugby/irb-sevens/2009/rugby-a-vii-remy-grosso-et-fulgence-ouedraogo-pour-renforcer-france-vii_sto4724797/story.shtml