A terceira jornada da Premiership iniciou-se na
sexta feira e ficou marcada por muito equilíbrio - as primeiras jornadas foram
históricas, é preciso recuar mais de uma década para se ver tantos ensaios
marcados.
O Bath recebeu os Saints no que prometia ser
um bom espectáculo de rugby.
O que é certo é que as equipas se mostraram
cautelosas e tirando o ensaio madrugador do defesa de Bath Nick Abendanon logo
no primeiro minuto, o jogo decidiu-se nos pontapés.
Aí os Saints e o seu abertura Myler levaram
a melhor.
Depois do ensaio sofrido os Saints
carregaram e forçaram vários erros que Myler convertia em pontos, e do lado
oposto Ollie Barkley apenas adicionou uma penalidade até ao intervalo, 8-12.
No reatamento Myler adiciona mais três
pontos e Barkley responde com seis.
Aos 75 minutos Tom May, que havia entrado
para o lugar do lesionado Ben Foden, com um drop arruma a questão, final 14-18.
Nota para a lesão de Foden que saiu com o
pé imobilisado e ainda se desconhece a gravidade, mas que dará certamente dores
de cabeça ao seu treinado Jim Mallinder e ao seleccionador Stuart Lancaster na
posição de defesa.
No sábado o equilíbrio manteve-se com o
confronto entre Worcester e Gloucester.
16-16 foi o resultado final, mas a má sina
para os de Worcester continuou num jogo em que voltaram a perder pontos nos
momentos finais da partida.
Andy Goode até colocou os Worcester a
vencer aos 79 minutos com uma penalidade (16-13), mas o poderio dos avançados
de Gloucester viria a forçar um erro na formação
ordenada no último minuto que Freddie Burns não perdoou.
Os Harlequins no topo da tabela receberam
os Sale Sharks que ainda não venceram esta época.
Nick Evans, mais uma vez em destaque,
comandou uma linha atrasada que recebeu um excelente suporte dos seus avançados.
Ugo Monye, que parece regressar a uma
grande forma, ensaiou logo no primeiro minuto.
Cipriani do lado oposto tinha a ingrata
tarefa de cobrir Evans e apenas conseguiu três penalidades contra 17 pontos do
kiwi.
Foi uma mera formalidade o ponto de bónus
que só chegou aos 80 minutos através do ensaio de Mike Brown.
Brown encontra-se na sombra de Foden para a
camisola 15 de Inglaterra, resta saber quanto tempo estará o “Saint” de fora.
Os Wasps, equipa que já tanto elogiei aqui,
recebeu os London Irish uma das equipas que tem praticado um rugby mais pobre
da liga.
Sem James Haskell os avançados das “Vespas”
estiveram muito bem liderados por Tom Palmer e Ashley Johnson, mas o destaque
vai para a estreia do experiente abertura galês Stephen Jones com mais de 100
internacionalizações.
Jones não falhou um pontapé (9 em 9) e
distribuiu bem o jogo acabando com 23 pontos.
Wade não marcou nenhum ensaio desta vez,
mas esteve muito em jogo incluindo a servir os seu companheiro na outra ponta,
Varndell, que marcou dois ensaios.
Varndell e Wade lideram a lista de melhores
marcadores de ensaios do campeonato.
O jogo grande da jornada estava marcado
para o fim de tarde de sábado com o confronto do topo da tabela entre Saracens
e Tigers.
Jogo disputado em Wembley frente a mais de
41000 espectadores que esperavam um bom espectáculo.
Tal não aconteceu, e assistiu-se a um jogo
em que as defesas superaram os ataques.
Toby Flood, abertura dos Tigers,
encontrava-se assim num duelo de penalidades com Owen Farrel, que ganhou a
camisola 10 a Charlie Hodgson.
Tal aposta não se revelou acertada e Farrel
falhou duas penalidades que pareciam fáceis, convertendo o seu primeiro pontapé
aos 33 minutos contra três de Flood. 3-9 ao intervalo.
Shalk Brits estava endiabrado, bem secundado
por Ernst Joubert, e Ashton foi muito bem contrariado pelos Tigers, onde o
fijiano voador Goneva punha a defesa sarracena em apuros.
As substituições trouxeram muitas mudanças
e o pilar “tigre” Castrogiovanni, que substitui Cole, encontrou algumas
dificuldades em gerir a pressão exercida também pelos recém entrados Rhys Gill
e o campeão do mundo John Smith.
Hodgson entrou aos 50 minutos e em sete
minutos empatou o jogo a 9-9.
Até ao fim um jogo muito mastigado que só
ganhou emoção nos últimos minutos em que Hodgson falhou um drop e Flood o
igualou já na bola de jogo.
Jogo demasiado cauteloso de dois candidatos
ao título incapazes de mostrar a fluidez e imaginação que os Quins demonstraram
até agora com 15 ensaios em três jogos.
Domingo viria a revelar-se uma boa
surpresa.
Os
Exeter começaram forte e aos 11 minutos já tinham convertido dois ensaios
deixando adivinhar mais uma derrota para os exilados.
Os Welsh mostraram então a garra e vontade
que transpareceram no jogo com os Tigers e num maul dinâmico, que os Exeter não
conseguiram contrariar, forçam o erro e daí obtêem um ensaio de
penalidade.
O jogo começou a ser disputado nos
avançados e Exeter, após uma boa combinação, consegue o terceiro ensaio através
de Richard Baxter.
Os Welsh nunca desistiram e uma boa série
de pick ‘n go’s junto à linha de
ensaio dos Chiefs é coroada com o ensaio do poderoso terceira linha Alfie To’oala.
Sebastian Jewell converte para a vitória e
o pequeno estádio dos Welsh vai ao rubro.
Com estes resultados os Irish afundam-se na
tabela e são a única equipa que ainda não pontuou.
Os Sharks seguem na penúltima posição com
apenas um ponto.
Destaque também para os quatro “suspeitos
do costume”: Quins, Saints, Tigers e
Saracens continuam invictos mesmo após o embate deste fim de semana.
Veja o quadro de resultados e a
classificação
Championship
No segundo escalão os pricipais candidatos,
os Newcastle Falcons, receberam o Doncaster e cumpriram.
A equipa de Doncaster não teve força
suficiente para aguentar os avançados de Newcastle e foram muito castigados na formação
ordenada, incluindo um ensaio de penalidade.
Jimmy Goperth, que alinhou a defesa neste
jogo, selou o ensaio que viria a garantir o ponto bónus já aos 80 minutos.
22 pontos para Gopperth no total (1E, 4T,
3P), o resultado ficou em 37-5.
Os Bedford Blues perseguem os Falcons no
topo da tabela, depois de receberem e destroçarem os London Welsh por 55-20.
A equipa de Jersey ainda não pontuou e
voltou a perder no duelo dos últimos classificados, derrota por 12-31 contra Moseley
que conseguiram a sua primeira vitória, e pontos, da época.
Ainda no sábado o Plymouth
recebeu e bateu os Leeds Rhynos num jogo empolgante.
Os de Leeds venciam (25-26) até aos 77
minutos mas um ensaio de Jack Arnott e conversão de Paul Roberts coloca
Plymouth na frente.
No minuto seguinte Jacob Rowan consegue um
ensaio mas a conversão é falhada por Joe Ford e Leeds perde o jogo mas leva dois
pontinhos de bónus, final 32-31.
No domingo Nottingham recebeu e,
surpreendentemente, perdeu contra os Titans de Rotherham, final 16-27.
O Nottingham vê assim Newcastle e Bedford
isolarem-se no primeiro e segundo lugar respectivamente.
O último jogo da jornada os Bristol-Pirates mostrou duas
equipas com muita qualidade e o resultado, 29-17, não espelha o equilíbrio
entre as formações.
Um ensaio de Matthew Williams (grande
exibição deste velocista) convertido por Tristan Roberts, que adicionou uma
penalidade, nos últimos 5 minutos causam o desnível no resultado.
Ficam os resultados e a classificação:
Coventry RFC
O Coventry conseguiu a sua primeira vitória
no campeonato contra o Cambridge, com Le Roux, mais uma vez, a formar na
posição 8.
Uma boa vitória por 37-5 com Coventry
a ensaiar por cinco vezes e Le Roux a
garantir o ponto bónus ao conseguir o quarto ensaio da sua equipa - o seu segundo ensaio em dois jogos.
O Coventry
sobe assim para a 11ª posição (em 16 equipas) com sete pontos em três jogos.
*Texto: Ricardo Mouro
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