26 de outubro de 2010

NA DIVISÃO DE HONRA SEXTA JORNADA É FOGO! (*actualizado)

ENQUANTO O LÍDER PÕE O LUGAR EM JOGO RECEBENDO UM DOS MAIS DIRETOS COMPETIDORES, o Benfica recebe o CRAV num jogo dramático e fundamental para as esperanças de qualquer das duas equipas.

Mas o interesse da jornada não fica por aí, pois o CDUL pode beneficiar do desfecho do Direito-Belenenses, e saltar para o comando, ao mesmo tempo que o Técnico pode subir a uma posição que não tem estado nos seus hábitos dos últimos tempos, e invadir o grupo dos quatro finalistas, bastando para isso vencer Agronomia, e esperar que o CDUL vá a Coimbra cumprir a sua obrigação de candidato ao título.

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Entretanto a vida não está fácil, para os jogadores portugueses que procuraram noutras paragens, crescer dentro da modalidade.

Por um lado, de Inglaterra deu-se o regresso de João Junior – que já está em condições de ser utilizado esta semana – e Jorge Segurado, que estiveram de visita ao Luctonians, clube sem expressão e sem condições de fazer evoluir os nossos internacionais, enquanto Pedro Leal também está de volta, abandonado, pelo menos por agora, o sonho de jogar numa grande equipa francesa.

Estes desfechos, associados às peripécias envolvendo a transferência de Adérito Esteves, mostram bem a fragilidade das nossas estruturas e das nossas soluções, guiadas por um voluntarismo que de modo algum se coaduna com o profissionalismo que impera pela Europa fora, e que a vida das pessoas exige.

Respondam-me a esta simples pergunta: o seu clube contrataria um treinador sem qualificações, sem provas dadas, apenas porque alguém lhe disse “eh pá aquele gajo é porreiro!”?

Então como compreender que alguns jogadores ponham o seu destino nas mãos de “gajos porreiros” mas que, afinal, mais não fazem que ser intermediários desqualificados para a função e que atiram jogadores em aventuras inconseqüentes?

Se queremos crescer como país de rugby, temos que definir o que pretendemos fazer do nosso desporto em Portugal, e tratar dos assuntos com uma mentalidade profissional, independentemente da solução que venha a ser adoptada, seja ela de uma modalidade de exclusivo lazer ou algo mais.

Assim como estamos, não vamos a lado nenhum, e vamos continuar a assistir ao arrivismo de alguns e às atitudes prepotentes e inconseqüentes de outros.

Os jogos do fim de semana

Direito-Belenenses

Campo de Monsanto, Sábado, 30, 15,00h
O Campo de Monsanto vai ser palco de um dos clássicos do nosso rugby, com a primeira posição da tabela em jogo, e a título de campeão da primeira volta ao alcance dos advogados.
Única equipa que conta por vitórias os cinco jogos já disputados, o Direito tem a vantagem de jogar em casa, e de confirmar a sua supremacia no rugby português, apesar da saída de alguns dos seus mais importantes jogadores. No entanto, a equipa conseguiu sobreviver a essas baixas e provou que o trabalho que tem sido feito ao longo dos anos tem efeito objetivo nos resultados da sua equipa principal.
Das baixas sofridas, Direito recuperou Jorge Segurado, que regressou a Portugal como já referimos, e também Pedro Leal, que acabou por estar fora da equipa apenas alguns dias, pelo menos para já.
E ganhou um punhado de jovens jogadores, que tiveram a sua oportunidade de brilhar no primeiro XV, e provaram estar à altura do clube que representam.
O Belenenses que tem praticamente o mesmo número de pontos de campo marcados e sofridos que os advogados, apresenta contudo mais dois pontos de bônus, um dos quais de ataque.
Ou seja, apesar de ter perdido para o CDUL, no Universitário, os belenenses tem feito uma excelente carreira, face aos restantes adversários.
Jogo que habitualmente traz alguma tensão inata, bom seria se jogadores, dirigentes e público fossem a Monsanto apenas para jogar rugby, e darem uma boa imagem para a sociedade, sobre um desporto de que costumamos dizer com orgulho, que é diferente.
No ano passado o Belenenses não conseguiu vencer em Monsanto, e o resultado do jogo a contar para a fase inicial da Divisão de Honra aí disputado, foi favorável a Direito por 26-3, com um ponto de bônus ofensivo.

Benfica-CRAV

Campo da Sobreda, Domingo, 31, 14,30h
Três equipas disputam a fuga ao último lugar, cada uma delas faz quatro jogos contra as outras duas. Ou seja, cada uma delas pode fazer um máximo de 16 pontos – esqueçamos por agora os pontos de bônus – neste pequeno campeonato.
Com este jogo na Sobreda, completa-se a primeira fase desta liguilha, e a vantagem está toda do lado do Técnico, que venceu o CRAV e o Benfica fora de casa.
O Benfica sofreu a derrota frente ao Técnico, em casa, mas foi a Coimbra compensar essa perca, e o CRAV procura desesperadamente a sua primeira vitória.
Estão reunidos os ingredientes para um jogo de grande tensão, e também aqui se exige que os participantes vão à Caparica para jogar rugby, e sem se preocuparem com o que se passa fora de campo.

Agronomia-Técnico

Campo da Tapada da Ajuda, Sábado, 30, 15,00h
O Técnico tem como primeira preocupação fugir ao perigo da despromoção, e parece estar muito bem encarreirado na busca desse objetivo, com as vitórias fora de casa sobre os seus mais diretos competidores.
Mas se conseguir uma vitória frente a Agronomia, pode ambicionar muito mais do que isso, e encarar a participação no play-off final.
Não será fácil, e as pesadas derrotas sofridas frente ao CDUL e à Acadêmica, são sintoma disso mesmo, mas a verdade é que os engenheiros mostraram competência nas vitórias conseguidas e o seu adversário do fim de semana não se tem apresentado ao nível dos anos anteriores.
Os agrônomos estão a fazer uma campanha bem abaixo daquilo a que nos habituaram, e correm o sério risco de não conseguirem integrar o pelotão dos quatro finalistas.
Para o evitar não podem ceder pontos frente ao Técnico, e esperar que a Acadêmica não pontue na recepção ao CDUL.
Na época finda, Agronomia infligiu uma pesada derrota ao Técnico por 85-7, mas, apesar de algum favoritismo, os tempos não são mais os mesmos para a equipa da Tapada.

Académica-CDUL

Estádio Sérgio Conceição, Coimbra, Sábado, 30, 15,00h
Depois de duas boas vitórias contra o Ténico e Agronomia, a Acadêmica perdeu em casa com o Benfica, e comprometeu o que parecia ser uma corrida para o quarto lugar.
Com um plantel com algumas limitações e um novo treinador que ainda não conhece todos os cantos da casa, os conimbricenses poucas hipóteses tem frente a uma das melhores equipas nacionais do momento.
Este será por certo, um dos jogos em que a Acadêmica vai lutar pelo ponto de bônus defensivo, mas muito vai depender da forma como o CDUL se apresentar em Coimbra.
Depois de perder com o Direito, o CDUL impôs-se ao Belenenses e caminha com justiça na segunda posição, mesmo se com o mesmo número de pontos que a equipa do Restelo.
Uma vitória em Coimbra, com um ponto de bônus de ataque, vai pôr os estudantes de Lisboa numa segunda posição isolados, ou mesmo na liderança, consiga o Belenenses vencer em Monsanto, sem marcar ponto de bônus.
Em 2009-2010 o CDUL foi à cidade do Mondego vencer por 35-3, e trouxe, na altura o tão cobiçado bônus.
(*) Actualização - Destaque hoje num dos sites mais lidos do Brasil, o RugbyMania, uma entrevista com Rui Rodrigues, jogador da Académica e este ano campeão europeu universitário de sevens de clubes e campeão mundial universitário de sevens em representação de Portugal. Veja aqui.

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