4 de outubro de 2010

5 DE OUTUBRO – A FESTA DO RUGBY PORTUGUÊS EM DIA DE TAÇA


A TRADIÇÃO DO 5 DE OUTUBRO É ANTIGA NO RUGBY PORTUGUÊS.
De tal forma que ultrapassa a comemoração da data da implantação da República, em 1910, ou da assinatura do tratado de Zamora em 1143, quando Afonso VII de Leão e Castela reconhece a independência do Reino de Portugal.



O 5 de Outubro tem sido para os rugbistas portugueses, ao longo das décadas a oportunidade de celebrarem em conjunto o início de mais uma época desportiva, e republicanos e monárquicos, esquerdistas ou direitistas, pelo menos por um dia, depõem as “armas” da política, e empunham aquelas deste estranho desporto, em que para andar em frente se passa a bola para trás, e a bola não é uma bola, mais parece uma gigante azeitona ou um pequeno melão.

Seja como for, o 5 de Outubro do Rugby não deve deixar de ser festejado, e não pode, de forma nenhuma, ser usurpado por uns para incomodar os outros, ou para servir como separador, antes mantendo a sua função aglutinadora que tem atravessado os anos, independentemente das opções de cada um, fora do rugby.

E se você, além de festejar o Dia do Rugby, quiser aproveitar para festejar o reconhecimento do Reino de Portugal, em Zamora em 1143, ou a Proclamação da República Portuguesa, nos Paços do Conselho de Lisboa em 1910, pois que o faça, mas não se esqueça de respeitar quem festeja a outra data, e que ambas são parte da nossa história, da História de Portugal, e devem ser, elas também, factores de união e não de clivagem.

O inimigo, a existir, não está cá dentro, está lá fora.

Este ano o 5 de Outubro vai ser festejado, entre outros locais, no Estádio Nacional, onde se disputam nada mais, nada menos do que cinco Super Taças.

Você pode aproveitar para ir para lá logo de manhã, começa por assistir, às 10,30 h, à Super Taça dos Sub-18 e tem espectáculo até depois das 17,00 horas, quando o último jogo do dia começa, com so Sub-21 em ação.

Quem vai ter mais trabalho para dar o espectáculo, é o Grupo Desportivo de Direito, que estará em todas as quatro finais masculinas, facto que se não for inédito, não deve ter sido repetido por muitas vezes.

Para dar um descanso ao pessoal de Monsanto, joga-se a meio da festa, a festa do rugby feminino, onde Técnico e Benfica dão cartas, e os adversários dos advogados serão o CDUP, nos Sub-16, o Técnico nos Sub-18, o Belenenses nos Sub-21 e, na categoria mais importante, a Agronomia.

Mas a Festa não se limita ao Estádio Nacional, nem ao Rugby entre campeões.

Por todo o país, do Algarve ao Minho, vai haver comemoração, com a realização da pré-eliminatória da Taça de Portugal, envolvendo as equipas da Segundona e algumas da Primeirona.

Veja aqui o quadro de todas as festividades, e depois as notas sobre os jogos da Taça.



COMENTÁRIOS, Eládio Ribeiro
Novo colaborador do Mão de Mestre, Eládio Ribeiro, que acompanha diariamente a evolução do rugby entre as equipas dos escalões emergentes e das divisões iniciais, reparte o seu tempo entre os treinos do Guimarães e o blog do clube, a sua profissão – afinal um homem tem que comer...- e agora as nossas páginas.

Aqui fica a sua estréia de comentarista nacional, que esperemos desperte a vossa melhor atenção, como já despertou a minha.

Eládio Ribeiro fará para nós o acompanhamento da primeira fase da Taça de Portugal, e também do Campeonato Nacional da 2ª Divisão.

A sua colaboração vem com toda a certeza enriquecer o Mão de Mestre.

TAÇA DE PORTUGAL

Bairrada-UTAD
Com uma equipa em crise há já um par de anos, o clube Trasmontano tem-se aguentado na primeira Divisão devido a um conjunto de factores estranhos num qualquer campeonato das mais variadas modalidades.
Com um plantel escasso e formado sobretudo por estudantes e alguns homens da terra, a UTAD sofrerá para aguentar com os homens da “Aldeia do Rugby”, que têm fama de terem uma avançada poderosa, cheia de veteranos com muitas épocas de Rugby.

Famalicão-Guimarães
Nunca os homens da cidade Berço conseguiram derrotar os Famalicenses e isso diz muito deste embate.
Um embate de vizinhos em que os recém-chegados tentam a todo o custo suplantar a experiência acumulada dos Famalicenses com a irreverência da juventude Vimaranense. A equipa de Guimarães, parte, no entanto, para este 5º embate oficial com maior experiência acumulada ao longo do último ano, o primeiro de competição oficial, além de uma maior confiança no seu plantel com alguns promissores jogadores a serem chamados para treinos com as Selecções Nacionais.

CDUP-Prazer de Jogar
O embate dos clubes da cidade invicta será, muito provavelmente um jogo de sentido único, onde o histórico equipamento verde prevalecerá.
O CDUP deixou bem claro na 1ª jornada, frente ao finalista do ano passado que esta não é a sua divisão e tudo fará para voltar ao topo do Rugby Nacional.
Se a juntarmos a esta vontade impiedosa de ganhar do CDUP, a falta que farão os irmão Varetas, principais motores da Prazer de Jogar, agora a actuar no CRAV, neste jogo a única coisa a decidir será quantos ensaios conseguirá o CDUP marcar.

Tomar-Aveiro
Os homens da cidade dos Templários terão neste jogo uma tarefa á partida acessível. Com uma equipa que teve um hiato de dois anos e certamente com muitos atletas a jogarem pela primeira vez, será difícil aos homens de Aveiro imporem-se perante um conjunto como o de Tomar, que tem crescido de forma rápida e sustentada no que concerne à qualidade do seu rugby, com uma equipa muito pesada na avançada e com três quartos muito fortes ofensivamente.

Caldas-Agrária
 O finalista da 2ª Divisão enfrenta o penúltimo classificado da 1ª Divisão do ano passado que se auto-relegou para a segundona. Este embate será um tira-teimas para perceber qual deste clube chegará à frente do pelotão no grupo Centro do Nacional da 2ª Divisão.
Dois conjuntos muito fortes que farão deste, a par do jogo Montemor-Setúbal, o jogo mais esperado e renhido desta primeira fase da Taça de Portugal.
À vantagem de jogar em casa que o Caldas tem sobrepõe-se a maior experiência com adversários de maior calibre da Agrária de Coimbra.

São Miguel-Marinhense
O retornado São Miguel começará a época a mostrar que apesar de ter parado por alguns anos não será presa fácil para ninguém, e quererá fazer do Marinhense um exemplo.
O clube da Marinha Grande, entrando no seu segundo ano de competição terá um plantel mais maduro e rodado e poderá tentar a sua sorte.
Um jogo onde a experiência do São Miguel, com muitos jogadores veteranos e experientes fará a diferença.
Uma deslocação difícil para um clube recente e com falta de matéria humana como o clube da Marinha Grande.

Lousã-Santarém
A Lousã deverá mostrar frente ao Santarém o porquê de, a par com CDUP e Cascais, ser apontada como favorita à subida de divisão.
Que o diga o Vitória de Setúbal que na primeira ronda levou para casa uma derrota por números gordos.
Jogando em casa, no sempre difícil Campo de Santa Rita, o Lousã deverá poupar alguns habituais titulares mas ainda assim não será suficiente para que Santarém, que tem uma equipa muito aguerrida e trabalhadora, possa almejar a vitória.
O Santarém parte com nova equipa técnica mas com um plantel muito semelhante ao dos anos anteriores, o entrosamento da equipa poderá ajudar a equilibrar um pouco mais a contenda.

CR Técnico-Beira-Mar
 A equipa satélite do clube da capital deverá conseguir passar mais uma fase da Taça de Portugal, à custa da equipa Ribatejana.
Não conhecemos o real valor desta equipa das Olaias, mas deverá seguir a tradição das equipas de azul e branco, com um pack avançado conhecedor, mas eventualmente carente de poder atlético.
O Beira-Mar deverá recorrer a um jogo aguerrido e solidário cheio de raça, mas não será fácil opôr-se à maior experiência dos lisboetas.

Belas-Oeiras
 O clube de Sintra é o favorito para este encontro, fruto da sua maior experiência e do trabalho desenvolvido ao longo das últimas décadas.
O Oeiras que parece ter acolhido alguns jogadores do extinto Rugby da Linha, continua ainda assim, com menos pujança do que a que apresentava no inicio deste milénio quando disputou finais da 2ª Divisão e chegou aos quartos da taça de Portugal.
O Belas, que tem sempre mantido uma forte aposta nas camadas mais jovens, conseguiu no passado ombrear com equipas como Santarem ou Elvas, o que é indicador do nível do jogo que pratica.
O Oeiras que na época passada não conseguiu melhor que a 13ª posição em 16 equipas deverá fazer um jogo sobretudo defensivo para evitar trazer de Belas uma derrota pesada.

Tecnologia-Cascais
 A equipa de Tecnologia realizou na época passada uma belíssima prestação e apesar de ser uma equipa universitária, augura uma boa época.
Apesar disso não será ameaça real para uma equipa recheada de talento nacional e internacional, e que despachou a UTAD com 13 ensaios na primeira jornada do campeonato.
O Cascais deverá pôr alguns dos seus promissores sub 21 a rodar neste jogo dando-lhes ritmo de jogo e descansar alguns dos habituais titulares, que rpecisam de recuperar da derrota sofrida em Setúbal no sábado.

Elvas-Évora

Mais um embate alentejano com clara vantagem para os eborenses, em especial depois da saborosa vitória sobre oe rivais de Montenor.
Será interessante para podermos avaliar como anda o rugby na regiãop, fora dos núcleos das duas equipas da 1ª Divisão

Vilamoura-Loulé
Mais um dérbi regional a festejar o regresso do Vilamoura à competição, numa região onde é difícil de compreender a dificuldade de implantação do rugby, apesar da tentativa de lançamento de alguns clubes, como aconteceu no passado.
O Loulé é sem qualquer dúvida o grande bastião da modalidade no Algarve, mas é da maior importância a manutenção do Vilamoura e o surgimento de pelo menos mais três ou quatro clubes.

Setúbal-Montemor
O duelo por que todos esperam nesta primeira jornada da taça será jogado na bela cidade de Setúbal.
O Vitória local, que no ano passado por pouco não passou à final-four (fruto de problemas extra desportivos), enfrentará os Mouflons que este ano conseguiram subir à 1ª Divisão e têm mantido o grupo técnico e plantel praticamente intocáveis.
A equipa de Montemor, depois de ter perdido para o Nacional em Évora, no sábado, por 27-24, vai tentar provar de novo a sua capacidade de ombrear com equipas da 1ª Divisão.
O Setúbal, por seu lado mostrou-se no jogo de Lousã muito fragilizado em relação à epoca passada, após ter perdido vários dos seus Argentinos para equipas da Divisão de Honra, mas a vitória de sábado frente ao Cascais desmente um pouco esta suposta fraqueza.
Aliás parece que a nova orientação da Direcção da secção será para apostar na prata da casa, o que podendo provocar um eventual decréscimo momentâneo da capacidade de luta da equipa, vai com toda a certeza trazer resultados a médio prazo e garantir a fixação da modalidade naquele prestigiado clube sadino.

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