27 de novembro de 2013

ITÁLIA E ARGENTINA DUAS EQUIPAS COM PROBLEMAS SEMELHANTES *

* Paul Tait
O último jogo do ano da Itália e dos Pumas aconteceu na cidade de Roma no sábado, e foi uma partida que as duas equipas tinham que ganhar.
Nenhuma das duas equipas conseguiu aproveitar as suas oportunidades em 2013 e acabaram terminando o ano de forma não satisfatória. 

No caso da Itália o ano começou com vitórias contra França e Irlanda no Seis Nações em casa, mas os azzuri não jogaram bem na África do Sul contra os Springboks, Escócia e Samoa. 
Com três derrotas, os italianos voltaram para casa de cabeça baixa e em Novembro a única vitória foi em cima de Fiji num encontro com muitas cartões contra os visitantes.


No caso dos Pumas o ano foi igualmente longo e difícil.
Os Pumas perderam contra a Austrália na cidade de Perth apesar dos sul americanos terem marcado todos os pontos do segundo tempo. 
A Argentina foi a melhor equipa em campo em Perth e também na cidade de Mendoza quando recebeu os Springboks. 
Em vez de ganhar os dois jogos, perdeu e também foi humilhada pelas duas equipas no mesmo torneio.

Antes de enfrentar Itália, a Argentina foi derrotado facilmente pelo País de Gales e pela Inglaterra, mas enquanto a Itália perdeu contra Austrália por causa de uma falta de jogadores da elite a Argentina simplesmente jogou muito mal. 
Foi, na verdade, uma combinação de ter um treinador novo (Daniel Hourcade) e jogadores lesionados. 
O resultado foi que a Argentina não produziu a qualidade de rugby necessário para derrotar uma das Home Unions.

O conjunto italiano que entrou no campo contra os Pumas teve, como em anos anteriores, uma presença argentino.
O capitão, Sergio Parisse, é argentino tanto como Martín Castrogiovanni, Matías Aguero, Gonzalo Canale e Luciano Orquera. 
Todos eles podem jogar no mundial de 2015 mas todos estão já do lado errado dos 30 anos. 
Mais um que foi titular é o canadense Robert Barbieri que também tem condições de ser titular. 
A Itália tem dois anos para substituir estes jogadores, além de vários outros, ou terá dificuldades enormes de conseguir classificar-se para os quartos de finais pela primeira vez.

As mudanças que acontecem cada quatro anos antes do Mundial já aconteceu no caso da Argentina. 
Diversos titulares ou reservas de 2011 já jogaram pela última vez. 
Nomes como Felipe Contepomi, Julio Farías Cabello, Mario Ledesma, Rodrigo Roncero e Martín Scelzo já foram trocado por jogadores muito mais novo incluindo Nicolás Sánchez, Pablo Matera e Marcos Ayerza. Todos tem grandes chances de serem titulares em 2014 e 2015, e em vez de Scelzo tem jogadores do Montpellier e o Highlanders - Juan Figallo, Maximilano Bustos e Matías Díaz.

Veteranos que ainda estão na equipa tem chances reais de perder a sua vaga. 
Entre eles estão Horacio Agulla, Eusebio Guiñazú, Juan Pablo Orlandi e até Juan Martín Hernández. 
A decisão de Hourcade de utilizar Agulla como segundo centro contra a Itália e não a ponta resultou num
três-de-trás bem perigoso, que não parece argentino. 
Joaquín Tuculet foi defesa com Lucas González Amorosino e Juan Imhoff jogando nas pontas. 
Imhoff marcou o ensaio que criou a possibilidade de uma vitória sul americana. 
Ele joga com Hernández no Racing Métro e Tucule e González Amorosino também jogam no Top 14. 
Ou seja mesmo com 51 caps Agulla tem que jogar muito bem ou pode mesmo não haver mais um lugar para ele.

Como Marcelo Bosch, Agulla tem 29 anos, mas com Santiago Cordero tendo apenas 19 e Gonzalo Camacho e Lucas González Amorosino sendo melhores marcadores de ensaios, é possível que o Agulla tenha chances bem limitados de jogar novamente como ponta titular. 
O futuro dele como Puma será como centro e, considerando que há muitos jogadores novos, sua experiência será fundamental para Hourcade conseguir criar uma seleção forte em 2014. 
Cordero foi um de cinco Pumas que foram Pumitas no IRB Junior World Championship 2013 em França, com Matías Díaz, Tomás Lavanini, Pablo Matera e Santiago Iglesias Valdez. 
Todos eles foram integrados na equipe em função das suas habilidades e não porque haja uma crise no rugby argentino.

Contra a Itália Maxi Bustos, Mariano Galarza e Benjamín Macome foram titulares nos lugares de três avançados quem estão considerado como os melhores da Argentina - Juan Figallo, Patricio Albacete e Juan Martín Fernández Lobbe. 
Todos tem 27 anos de idade e estão em boa forma dois anos antes do mundial. 
Jogadores como eles podem ser considerado como reservas para os jogos importantes do Campeonato do Mundo contra os All Blacks e Tonga, e eles podem ser titulares contra as duas equipas que ainda não se classificaram no grupo - África 1 e Europa 1.

Em 2014 a Argentina terá uma campanha internacional igualmente complicada. 
A Itália tem que considerar mudanças para ter uma lista de jogos como o País de Gales que joga quatro partidas internacionais em cada Novembro. 
A agenda internacional que ainda não foi definida terá jogos na Argentina em Junho, dois contra a Irlanda e um contra a Escócia, e depois do Rugby Championship a Argentina jogará três jogos na Europa contra países não definidos ainda. 
Um dos jogos deverá ser contra a Escócia a quem os Pumas não enfrentam na Europa desde 2009 enquanto os outros jogos deverão ser contra dois de França, Irlanda e Itália.

As datas e jogos deverão ser conhecidos em Fevereiro ou Março quando terá lugar a eleição para um presidente novo da UAR. 
A Federazione Italiana Rugby, por outro lado, deve repensar a agenda internacional. 
A FIR tem controle sobre muitos mais jogadores do que a maioria das outras equipas. 
Entre os trinta jogadores de Novembro, vinte e quatro jogam no Benetton Treviso ou Zebre, o que significa que a Itália está numa posição similar ao País de Gales que depois de jogar contra os Springboks, Pumas e Tonga ainda enfrentará os Wallabies.

A FIR deveria assegurar dois jogos internacionais contra equipas do Rugby Championship em Novembro de 2014 e dois contra equipas do Tier Dois. 
Considerando que Tonga e Fiji jogaram na Itália em 2012 e 2013 seria correcto a Itália receber a selecção de Samoa em 2014 e também seria ideal ter um jogo contra uma equipa norte americana. 
Existe espaço no calendário para o Canadá ou EUA e assim os italianos podem realmente ter uma chance forte de vencer duas partidas.

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