11 de novembro de 2013

TÉCNICO BATE CDUL E CONSERVA LIDERANÇA *

*António Henriques
A surpreendente 8.ª jornada da Divisão de Honra trouxe três vitórias de equipas do grupo B sobre formações do grupo A, com Montemor e Cascais a sorrirem pela primeira vez diante de gente graúda.

Já o Técnico somou o seu terceiro escalpe da época e, formoso e seguro, lá prossegue no topo.
Pelo menos enquanto o ainda invicto Direito não acerta as contas do campeonato com o CDUL, no jogo em atraso agendado para o próximo sábado.





ACADÉMICA 34-53 AGRONOMIA (4-7)
A jornada arrancou em Taveiro com um jogo bem interessante e rijamente disputado, no qual os agrónomos, que perdiam ao intervalo por 14-13 – e sofreriam ainda os 19-13 logo no recomeço – aproveitaram um curto período entre os 46 e os 52’ para conseguirem três ensaios de rajada (19 pontos em 6 minutos, vivó luxo All Blacks da Tapada!), que proporcionaram a cambalhota no marcador.
E isto só foi possível pela entrada, ao intervalo, do maestro Duarte Cardoso Pinto, que ao comando de uma equipa mais madura e matreira, soube explorar até ao tutano a inexperiência coimbrã.
E com a ajuda dos afinados pés Francisco Serra – que no seu regresso à Lusa Atenas conseguiu a módica quantia de 18 pontos (converteu seis ensaios e mais duas penalidades) – construiu um triunfo robusto.
Mas que só no derradeiro lance, com a obtenção do sétimo ensaio, valeria um valioso ponto de bónus.
Quanto à Académica resta-lhe uma consolação: os quatro ensaios conseguidos, noutra qualquer competição valeria bónus (mesmo no Top 14, de onde se adaptou a regra nacional dos bónus atacantes só valerem desde que haja três ensaios de diferença para os vencedores, se dá bónus atacante ao derrotado que faça quatro ensaios…).
E com os 34 pontos conseguidos neste desaire os pretos teriam ganho 20 dos 35 jogos já realizados na DH desta época.
E esta, hem?


DIREITO 27-0 CRAV (3-0)
Para os advogados, com oito homens envolvidos na selecção nacional e vários lesionados (entre os quais o abertura Gonçalo Malheiro), o jogo de Monsanto tinha apenas dois objectivos: ganhar e conquistar ponto de bónus.
E se o primeiro objectivo nunca esteve em causa, tal a fragilidade da oposição, já o pretendido quarto ensaio acabou por não acontecer, tendo apenas que se penalizar a si próprios pelas duas ou três ocasiões desperdiçadas.
Por Direito marcaram Adérito Esteves (olha, estava em Monsanto no mesmo dia em que a selecção nacional desafiava as Fiji…), Vasco Fragoso Mendes (outro que pisava o relvado errado...) e Miguel Narciso, com João Silva a assumir-se como chutador, sendo autor de 10 pontos em penalidades e conversões.


MONTEMOR 32-20 CDUP (5-3)
Numa actuação plena de coração e com mais garra e superior atitude, o quinze da casa aos 25’ já conseguira três ensaios e vencia por espampanantes 19-0.
Só aí o CDUP – uma pálida imagem da equipa atrevida e super confiante da época passada – entrou no jogo marcando um ensaio antes do intervalo (19-8).
Num segundo tempo com muitos erros de parte a parte, os alentejanos continuaram por cima, fizeram mais dois ensaios, mas perderiam o merecido ponto de bónus devido a um terceiro ensaio portuense, de autoria do talonador Vasco Marques (a bisar pois já marcara o primeiro).

 

CASCAIS 29-27 BELENENSES (4-2)
A Guia assistiu a mais um triunfo de uma equipa do grupo B sobre gente graúda do grupo A – e já são cinco esta época!
Os azuis apresentaram-se desfalcados dos seus três homens na seleção, o que já de si fragilizou uma equipa que tem a sua enfermaria repleta, mas sábado à noite conseguiram – e aqui fica o registo – o mais eficaz início de partida nesta época para as equipas na DH, pois aos 4’ já tinham feito dois ensaios e venciam por 12-0!
Mas não lhe valeria de nada, pois a reacção do Dramático foi pronta e aos 17’, ensaios de Manuel Castro Pereira e João Pedro Cabaço empatavam o jogo.
E cedo se percebeu que a noite não ia correr bem para os visitantes, pois até ao intervalo Cabaço ainda bisaria levando as equipas para os balneários com 19-12 para os da casa.
Num segundo tempo muito equilibrado, o Belenenses foi reduzindo a diferença à custa das muitas faltas assinaladas aos homens do Cascais e penalizadas sem perdão por Manuel Costa (converteu cinco penalidades e mais uma conversão, num total de 17 pontos), mas os azuis andaram sempre atrás do resultado.
E um ensaio em maul, somado a dois pontapés de José Abrantes, acabaram por dar um justo triunfo.



TÉCNICO 29-24 CDUL (4-3)
Há muito tempo que não assistíamos a um jogo de rugby no qual o habitual chavão das ‘duas partes distintas’ fosse tão verdadeiro como o desta tarde nas Olaias. 
Em 95% do tempo apenas se pisou o meio-campo sul (coitados dos habitués da esplanada da club house dos engenheiros, que só puderam seguir de binóculo as incidências do encontro).
Mas antes, dois pontos prévios:
1. O Técnico apresentou como médio de abertura o excelente neozelandês Kane Hancy.
Lembram-se daquele 10 pequenino da época passada que fazia a cabeça em água à oposição?
Desculpem as más notícias, mas parece que veio com a mesma disposição;
2. O CDUL entrou em campo sem nove habituais titulares: seis a representar a selecção e ainda os castigados Seti Filo, Duarte Foro e Nuno Penha e Costa.
Perante muito público, o quinze da casa (com um terço de estrangeiros…) entrou de rompante e sem deixar o adversário respirar ou sequer puxar pelo lenço para limpar o suor, montou tenda e acampou no meio-campo rival.
Hancy enchia o campo, já que Joe Gardener, a defesa, deixou o seu abertura reger uma orquestra que se mostrava bem afinada.
E com uma avançada dinâmica, onde até os pilares sprintavam, o talonador João Lobo a fazer uma 1.ª parte imensa (à atenção de Frederico Sousa…), e uma 3.ª linha demolidora faziam sofrer o pack universitário onde só Sebastião Villax (grande jogo!) lutava e jogava por quatro.
E os ensaios não tardariam, materializando todo aquele sufoco.
Aos 11’ António Marques fez, à ponta, o primeiro ensaio numa jogada de compêndio, rápida e eficaz (5-0).
Aos18’, seria uma arrancada de 25 metros de Hancy a dar início ao mergulho por baixo dos postes de João Lobo (12-0).
Aos 26’ Bernardo Câncio, em maul, culminou comboio da mêlée da casa (19-0) e finalmente aos 31’, o centro Joshua Van Lieshout aproveitou um mau passe sob pressão para fazer os 26-0 ao intervalo em 40 minutos que certamente passaram como um fósforo para os adeptos da casa… e devem ter parecido uma eternidade para os visitantes.
Mas, como grande equipa que é, independentemente de quem estiver a alinhar no seu quinze, o CDUL regressou com outra disposição, e com as entradas dos avançados João Lino (rica 2.ª parte), Diogo Toorn e Francisco Amaral, virou o jogo de pantanas.
Aí foi a vez dos engenheiros, cansados e já convencidos que o triunfo nunca poderia escapar, nem poderem piscar os olhos, pois a camisa-de-forças onde foram colocados, apertava, apertava… e em 18’, ensaios de Villax, Lino e do centro Tomás Appleton reduziram a vantagem caseira para 26-21, fruto de impressionante rolo compressor.
E já agora, do domínio absoluto das touches, onde os saltadores do CDUL dominaram como quiseram perante adversários com botas de chumbo calçadas.
Mas aí, ao contrário do suplício universitário na 1.ª parte, o Técnico sentiu que tinha que mudar as coisas – e teve o que o CDUL não tivera naquele período: armas para o poder fazer.
É que nas suas hostes mora um jogador como Joe Gardener, tacticamente inteligente e que, com os seus tremendos up and unders, em que a bola parece que sobe, sobe e depois resolve descer de pára-quedas, empurrou por fim o jogo para o meio-campo rival.
Finalmente os da casa respiravam, e assim ao minuto 64, após desperdiçar três tentativas (coisa rara!), Big Joe converteu uma penalidade, fazendo os 29-21.
O CDUL voltou a pegar no jogo, mas agora já sem a mesma chispa e crença.
Amarelos a Kane Hancy e Afonso Sousa deixavam as equipas iguais com 14 homens.
A cinco minutos do fim, Miguel Vilaça teve o ensaio nas mãos, mas em cima da linha largou a bola para a frente.
E num jogo louco e espectacular, na resposta André Aquino, num contra-ataque de 4 para 1 que surpreendeu os adversários, estragou tudo com um passe adiantado.
E o jogo terminaria com o triunfo do Técnico (há quantos anos não acontecia? Só na época passada, levou aqui 64-6) e com o justo ponto de bónus defensivo (do mal o menos…) garantido por uma penalidade de Pedro Cabral ao minuto 83, para os 29-24 finais num jogo que constituiu uma bela propaganda da modalidade.
Houvesse mais destes…


17 comentários:

Anónimo disse...

Montemor tá a calar mta gente...diziasse que iam ser mais um benfica...rugby não é só em lisboa. Equipa jovem com grande futuro

Anónimo disse...

no jogo Técnico-CDUL foram 4-3 em ensaios. Está um lapso na tabela dos resultados

Anónimo disse...

Bom dia

Ao responsavel pelo texto, acho que seria agradavel que tivesse a decencia de por uma vez que seja atribuir ao clube de rugby do tecnico o valor que tem e nao so ao joe gardener e aos restantes estrangeiros!Os portugueses que la estao tambem tem muito em conta nas vitorias conseguidas e uma equipa sao 15 jogadores nao 3 ou 4.....

Anónimo disse...

A crónica traduz o que se passou ontem nas Olaias.

Grande jogo das duas equipas, cada uma em sua metade.

Se é verdade que na primeira parte o CDUL não entrou uma única vez na área de 22m do Técnico, 26-0 ao intervalo foi resultado fraco para as mais duas ou três situações de ensaio evidente dos da casa.

Na segunda parte, as coisas mudaram radicalmente de figura, não por moleza do Técnico, mas pela grande reação e determinação do CDUL, que arrancou uma grande exibição.

E o resultado esteve quase, quase, a virar, ocasiões não faltaram...

A incerteza manteve-se até ao fim, com uma ocasião de ouro falhada pelo Técnico que assim sentenciaria o resultado. Depois disso ainda marcou 3 pontos, que dariam o ponto de bónus, vantagem anulada com o CDUL a transformar uma penalidade já em tempo de descontos.

Parabéns às duas equipas que proporcionaram um grande jogo e também ao muito público que soube estar à altura!

Que bom seria podermos assistir a mais jogos assim ao longo do campeonato.

Anónimo disse...

anónimo das 12:53, antes de vires para qui chorar vai ver os resultados do CRT nos ultimos 5 ou 6 anos sem estrangeiros em todos os escalões e aí terás a resposta do valor dos teus jogadores... Não estou a fazer afirmações apenas te digo para veres os resultados e depois tiras as conclusões que quiseres...

Anónimo disse...

Foi um grande jogo , mas gostaria de ver a equipa do tecnico debater-se com CDUL com os habituais titulares , penso que seria ainda um melhor jogo , e que o tecnico teria possibilidade de ganhar

Anónimo disse...

o que eu gostava era que alguem fizesse uma interpretação do artigo 13 do regulamento geral de competicoes desta época, e que ou muito me engano ou o tecnico anda a ludibriar o regulamento, dos 5 ou 6 estrangeiros que tem usado parece me que apenas o jo e elegivel para a nossa seleccao logo só podem jogar 4 de cada vez.

Anónimo disse...

O público esteve em quantidade mas, em minha opinião, não à altura. Quando o CDUL chutou aos postes houve sempre alguns assobios, no último, o tal em tempo de desconto, parecia um campo de futebol! Quem andará, ou andou, a ensinar àqueles elementos, aparentemente jogadores de outros escalões, este espírito de rugby?

Anónimo disse...

É feia... essa história dos assobios, tem pouco a ver com o espírito rugbistico!

Anónimo disse...

e depois do Joe ter feito várias tentativas sem se ouvir um pinto..

Independentemente disso vi ali, não um dos melhores jogos, pois houve erros de iniciado de ambas as partes, mas sim um dos jogos mais emotivos que já assisti.

Jogado apenas numa metade, a diferença foi o técnico ter aproveitado todos os erros que o CDUL fez e o CDUL por sua vez não aproveitou os erros dos da casa.

A grande diferença para mim foi que os erros do CDUL foram causados pela pressão e fome de ganhar do Técnico, enquanto os erros do Técnico foram erros de desconcentração ou alguma ansiedade.

Parabéns às três equipas (pois num jogo destes que nem se fala do árbitro, é porque este muito bem!)

Anónimo disse...

Boa questão a do anónimo das 15:22
O Regulamento que está em vigor é o da época 2012/2013, porquanto o que a «Direcção» da FPR «supostamente» aprovou, viola o que se encontra previsto nos seus próprios Estatutos (cuja leitura se recomenda)

E mesmo que assim não fosse, seria inimaginável um regulamento ter aplicação retroactiva, pois este foi publicado uns dias depois de se ter realizado a primeira jornada do CNDH.

Além de que essa versão tem normas violadoras do Direito comunitário e da livre circulação de cidadãos europeus, esquecendo a doutrina do célebre acordão Bosman.

E não venham para cá com tretas que só é plicável ao desporto profissional!




Anónimo disse...

Quem não sabe não deve mandar palpites sem fundamento.

Anónimo das 15:22, além do Joe, o Técnico tem um francês e dois neozelandeses que têm dupla nacionalidade (passaporte holândes), sobrando portanto 2 jogadores - esses sim a contar como estrangeiros para efeitos do Regulamento em vigor, o de 2012/13.

É melhor manter a boca fechada antes de dizer asneiras...

Anónimo disse...

ó meu querido anónimo das 08:49 eu não ofendi ninguém limitei-me a por uma questão mas já que és tão iluminado aconselho-te a ires ler o regulamento que a FPR diz que está em vigor, apesar de eu achar que é inaceitável ter um regulamento em vigor que só é publicado depois do começo do CN , é que esse regulamento não fala e jogadores comunitários fala em jogadores elegiveis para a SN , e desses todos que eu saiba apenas o JO reúne essas condições...

Anónimo disse...

Quando será que ficaremos a saber qual o regulamento em vigor esta época. Penso que seria melhor algum clube solicitar ao Conselho de disciplina ou de Justiça um esclarecimento sobre esta questão, pois existe uma diferença crucial em ambos. O regulamento anterior previa um play off para decisão da equipe que desce de divisão. O que apareceu este ano, diz que quem acabar em ultimo desce. Como será no fim da época? Será que não era mais fácil decidir agora, que ainda falamos de uma situação teórica, sem um nome sobre a mesa, do que no fim da época, em que estaremos falando de um clube em concreto, e nessa altura a descisão poderá parecer interesseira? Além disso coloca-se a questão dos estrangeiros e sua utilização, pois o regulamento anterior previa um numero máximo diferente do actual, que ainda diferencia estrangeiros, de comunitários, de portugueses.

Unknown disse...

Uma coisa é clara, os estrageiros (quando são de qualidade) ganham campeonatos...
Agronomia subiu de nível com uma bateria de sul-africanos, Direito contratou fora sucessivamente bons neozelandeses, uruguaios e argentinos e foi-se mantendo campeão e o CDUL acabou com um longo jejum também alavancado por boas contratações.
O Técnico não foge à regra e com uma equipa mediana já está a fazer estragos graças ao capital humano importado.
Qual é a duvida afinal? Sempre foi assim...

Anónimo disse...

O Mão de Mestre bem tentou aqui que a Federação prestasse esclarecimentos sobre a história dos regulamentos.

Os clubes, principais interessados julgo eu, nada fazem, permanecem numa incompreensível letargia.

Portanto, a trapalhada continua e ninguém parece interessado em resolvê-la...

Anónimo disse...

o Que não se compreende, pois um esclarecimento nesta altura é fácil, e não pode originar acusações de favorecer a, b ou c. Já quando as coisas estiverem mais adiantadas, e uma decisão prejudicar ou favorecer a, b ou c ai as coisas ficam diferentes