6 de novembro de 2013

9 DE NOVEMBRO, O DIA EM QUE O CICLO DA ÚLTIMA OPORTUNIDADE COMEÇA.

Tem início este fim de semana o ciclo da última oportunidade da selecção nacional portuguesa de chegar ao seu segundo Mundial.

Agora sob  a direcção técnica de Frederico de Sousa, que soube traçar o seu caminho de treinador adjunto a treinador principal, a tarefa não é fácil, e segue-se ao consulado de Errol Brain, que foi despedido da FPR de uma forma no mínimo “pouco delicada”.

Mas afinal qual foi o comportamento relativo da equipa comandada pelo neozelandês?



Na verdade Brain esteve à frente dos Lobos em 32 partidas, entre 13 de Novembro de 2010 e 16 de Março de 2013, conseguindo um total de 12 vitórias, um empate e 19 derrotas, ou seja, 37,5% de sucesso.


Nos anos imediatamente anteriores, entre 1 de Dezembro de 2007 e 20 de Março de 2010, a nossa selecção realizou 28 jogos, venceu 10 empatou um e perdeu 17, ou seja, uma taxa de sucesso de 35,72%.



Claro que nestes jogos estão incluídos muitos de pouco interesse competitivo, e portanto será melhor fazermos esta análise tendo em conta apenas os resultados de Portugal no Campeonato da Europa, e aí a história é diferente...


Assim, no triénio que antecedeu o Mundial de 2007, Portugal disputou 13 jogos e obteve oito vitórias (61,5%), um empate e quatro derrotas, marcou 252 pontos e sofreu 215.

No triénio imediatamente seguinte, Portugal realizou 17 jogos – por causa do Mundial e sua preparação, dois jogos correspondentes ao campeonato de 2006-07 foram disputados em Dezembro de 2007 (Roménia) e Fevereiro de 2008 (Geórgia) – e obteve seis vitórias (35,3%) contra 10 derrotas e um empate, marcando 372 pontos e sofrendo 303.

Finalmente, nos três anos em que Errol Brain esteve em Portugal, disputaram-se 15 jogos do Europeu, e apenas se venceu em cinco encontros (33,3%), tendo-se sofrido nove derrotas e um empate, com um saldo de pontos marcados/sofridos de -36.
  



No segundo quadro podem ver qual foi o comportamento de Portugal, ano a ano, desde 2004/05, e facilmente se observa que o melhor de todos os anos foi precisamente o inicial, em que Portugal registou quatro vitórias e uma derrota, o que, associado às cinco vitórias do ano 2003/04, lhe deu o título europeu pela única vez. 


E O FUTURO, A QUEM PERTENCE?
Agora, à frente das selecções nacionais de XV e de Sevens - apesar de ter à frente dos Linces um treinador formado na variante - Frederico de Sousa assumiu a responsabilidade por que sonhou durante bastante tempo, e estará nas suas mãos não apenas o destino da nossa selecção nacional, mas também de um modelo de gestão federativa centrada precisamente no sucesso da nossa equipa representativa.

Reforçada a preparação desta época com a participação de uma equipa constituída por jogadores que jogam em Portugal - os Lusitanos - nas competições europeias de clube, a nossa equipa efectuará antes do início do Europeu os seis jogos da Amlin Cup, dos quais dois já tiveram lugar, e três internacionais na Janela de Outono - Fiji (9/Nov), Brasil (15/Nov) e Canadá (23/Nov).

Desconhecemos se haverá algum outro jogo de preparação dos Lobos para o Europeu, já que ao consultarmos o espaço próprio do site federativo para os calendários das diversas categorias, incluindo os das nossas equipas representativas, apenas lá encontrámos os calendários da época 2012-2013(*ver no final).

Mas sabemos isso sim - faz parte do calendário oficial da FIRA - que o jogo inaugural no Europeu será contra a Roménia, em Bucareste, no dia 1 de Fevereiro de 2014, seguindo-se a Geórgia em casa (8 de Fevereiro), a Bélgica fora (22 de Fevereiro), a Rússia fora (8 de Março) e, finalmente, a Espanha em casa a 15 de Março.

Como os dois jogos da Amlin Cup que se realizam já em 2014 terão lugar junto, ou nos, fins de semana 11/12 e 18/19 de Janeiro, fica pouco tempo para a realização do já habitual Portugal-England Students ou outro jogo qualquer.

Uma coisa porém é certa, desde 2006-2007 que a preparação de uma equipa portuguesa não envolvia tantos jogos.

A TAREFA
Para que Portugal participe no Mundial de 2015, existem duas vias.
A primeira será conseguir o primeiro ou segundo lugar da classificação acumulada dos anos de 2013 e 2014 no Europeu das Nações, e a segunda é ficar com a terceira posição nessa tabela de dois anos, que permitirá o acesso à repescagem, afinal o mesmo que aconteceu em relação a 2007.

A classificação de Portugal na prova de 2013 foi um desastre, mas não completo.
Com uma vitória, um empate e um ponto de bónus, Portugal ocupa a quarta posição na tabela com sete pontos, exactamente metade dos que soma a Rússia, que está na terceira posição.
Nas duas primeiras posições, com quatro vitórias e um empate cada, seguem Geórgia e Roménia, com 19 pontos.


Ou seja, os Lobos precisam, pelo menos, de recuperar os sete pontos de desvantagem que têm em relação à Rússia, e para que isso aconteça não basta a Portugal ganhar jogos, é também necessário que a Rússia os perca...

Basicamente, e sem considerarmos os pontos de bónus, Portugal precisa de vencer mais dois jogos que a Rússia, para ocupar o terceiro lugar - se a Rússia não vencer qualquer jogo, a Portugal basta vencer dois jogos, se os ursos vencerem um jogo, Portugal precisa de vencer três, se forem duas as vitórias russas, terão que ser quatro as portuguesas...

Claro que os dois primeiros lugares estão praticamente fora do nosso alcance, a menos que Geórgia e Roménia não consigam um mínimo de duas vitórias cada uma, o que ninguém acredita que venha a acontecer, o que deixa a história desta segunda metade do apuramento num diálogo entre Portugal e Rússia, em que os russos partem com uma boa vantagem - para sermos francos, se a situação fosse ao contrário, não haveria um só português que admitisse não se conseguir manter a terceira posição, e eventualmente chegar a um dos lugares do apuramento directo...

A única diferença é que os Lobos são portugueses...

(*) Por indicação de um leitor do Portal tomei conhecimento da existência de uma informação relativa a esta matéria no site da ARS. De acordo com o calendário desta AR, estão programados para os fins de semana 18/19 e 25/26 de Janeiro, jogos entre Portugal XV e os France Universitaire e os England Students, respectivamente.
Desconhecemos se estes jogos estão ou não confirmados.

2 comentários:

Anónimo disse...

excelente artigo.
Acrestentaria mais: e preciso ganhar a russia, e para alem disso ganhar mais um jogo que a russia as outras equipas. caso os russos vencam a espanha e belgica, isso implica que temos de vencer georgia ou romenia para alcancar o 3o lugar

Anónimo disse...

Mais do que esperar por vitórias é importante que as exibições dos Lobos sejam consistentes.

Estes jogos apenas contam para o ranking, e como tal nada ficará decidido.

É fulcral que os Lobos recuperem mentalmente das últimas exibições e que reforcem com a atitude que se perdeu depois de 2007. É igualmente importante ver jogadores que estão a atuar na Amlin Cup, como António Duarte, Rafael Simões, Miguel Leal, Fernando Almeida, Pedro Bettencourt, Salvador Cunha, etc.. a surgirem como candidatos a um lugar nos futuros 23 convocados para a Nations Cup, por forma a criar uma competitividade positiva dentro da equipa.

Estes devem ser os principais objectivos destes jogos-teste.