29 de novembro de 2013

ERROS INDESCULPÁVEIS TIRAM PORTUGAL DA CUP

Começou mal a equipa portuguesa na sua participação no Dubai Sevens.

E dizemos "começou" por duas razões: primeiro porque perdeu o primeiro jogo e depois porque esteve mal logo no pontapé de saída.

Nos sevens mais do que no XV, os erros pagam-se caros, raramente ao erro de um se segue a salvação por outro, tudo é feito de pormenores, de pequenos detalhes.

Houve quatro pontapés de meio campo, um no início de cada parte e um após cada ensaio do segundo tempo - dois para cada lado.

E dos quatro, Portugal apenas conseguiu garantir a posse da bola no último que o Quénia chutou longo, para os nossos 22, onde Pedro Leal, sem oposição, recebeu a bola e a jogou. Nos restantes três o saltador português falhou a recepção do primeiro, no segundo permite a antecipação de um jogador queniano (felizmente fazendo toque para diante)e no terceiro falha a recepção da bola e faz um toque para diante.

No que respeita a formações ordenadas, cada equipa teve três introduções, e os ensaios do Quénia nasceram ambos de situações destas, o primeiro numa introdução portuguesa perdida e o segundo numa
introdução queniana.

Só houve três alinhamentos, todos de introdução para o Quénia, sendo a última rápida e sem oposição, por desatenção de Portugal, os nossos jogadores falharam cinco placagens e perderam 13 vezes a posse da bola, mas no meio disto tudo conseguiram um turn over num ruck...

Habitualmente não comentamos estas situações em detalhe, mas a verdade é que se exigia mais e melhor de Portugal, já que a equipa que se apresentou em campo era composta de jogadores com provas dadas que acabaram por cometer erros individuais que levaram o Quénia à vitória.
Ao intervalo Pedro Netto não estava nada satisfeito com o comportamento da equipa - pediu mesmo aos jogadores para serem mais reactivos - e tinha toda a razão!

A um conjunto desta natureza exige-se (muito) mais.
 Perder jogos desta maneira, é entregar o ouro ao bandido...

Do segundo jogo não vamos falar, apenas uma referência para dizer que deu a impressão que cada vez que a NZ teve a bola na mão, marcou ensaio...

O terceiro e último jogo tem duas histórias - na primeira parte chegou a temer-se o pior, já que Portugal, mesmo em vantagem de sete para cinco (dois amarelos para os franceses quase simultâneos) teve muita dificuldade de marcar um ensaio - mas acabou marcando...
No segundo tempo as coisas continuaram da mesma forma até que a França conseguiu o seu segundo ensaio, e então a nossa equipa transformou-se, ficou mais solta e deu um arzinho da sua graça marcando dois ensaios em duas boas movimentações, com destaque para a primeira, que deu o ensaio do empate através de Carl Murray.

A 3'16" do final a França executou o pontapé de recomeço após o seu segundo ensaio, longo, para dentro dos nossos 22 onde Pedro Leal recebeu a bola, fez um passe comprido para Pedro Bettencourt que serviu Tomás Noronha, ainda dentro dos 22.
Tomás correu com a bola até meio campo e voltou a dar a Bettencourt que foi no apoio, este aguentou bem o contacto com a defesa francesa e fez um off load para Carl Murray que apareceu no apoio e correu até ao ensaio.
Talvez o melhor ensaio da jornada!

O terceiro ensaio de Portugal nasce de um toque para diante de um jogador francês a que Pedro Bettencourt reagiu, aproveitando a Lei da Vantagem, deu para David Mateus que passou rápido para Manuel Castro Pereira, que serviu Pedro Leal, que lançou Adérito Esteves e foi no apoio, recebendo a bola de volta, já solto na ponta, e marcou outro belo ensaio.

Ou seja, em três minutos e dezasseis segundos, Portugal conseguiu fazer o que não fizera em dois jogos completos e mais três quartos, fazendo girar a bola, apoiando o seu portador, mostrando determinação e classe.

Então os Linces sabem fazer e sabem jogar! Expliquem-me então todas as asneiras que andam a fazer!

Depois desta vitória se viu a importância da derrota frente ao Quénia, que nos tira, de caras, 10 pontos na tabela, tantos são os pontos conquistados pelas equipas vencidas nos jogos todos do segundo dia, mas apuradas para a Cup no primeiro...
Agora, para ter mais que um ponto, é preciso ganhar jogos e mesmo com três vitórias amanhã, o saldo máximo ficará pelos oito pontos...
Era bom que os jogadores pensassem nisso e nas consequências de uma derrota absolutamente evitável...

A GUERRA DOS NÃO APURADOS
Entre os oito não apurados, cinco repetem o seu comportamento em Gold Coast - Portugal (com 2 pontos no ranking), Espanha (1), Estados Unidos (3), Canadá (7) e França (8) - e das restantes três a Rússia não é equipa residente, Samoa foi semi finalista vencida da Plate (10 pontos no ranking) e a Austrália foi nada mais, nada menos que finalista vencida da Cup (19 pontos no ranking).
Assim, podemos dizer que os nossos concorrentes directos - mais do que tudo Portugal luta para ficar, no final da época, à frente de, pelo menos uma outra equipa residente! - são aquelas primeiras quatro equipas - Espanha, Estados Unidos, Canadá e França.
Com a disputa dos quartos de final - que decidem quem vai disputar a Bowl e a Shield - frente à Rússia, Portugal tem obrigação de conseguir ficar no grupo de cima (Bowl), existindo grandes possibilidades de que Espanha e Estados Unidos repitam a passagem para a Shield, dando uma ajudinha aos lusos, na sua luta por todos os pontos e qualquer diferencial que possam amealhar em relação àquelas equipas...

OS APURADOS PARA A CUP
Nas equipas apuradas para a Cup temos duas surpresas, com a Escócia a bater a Austrália e a garantir a segunda posição no grupo, e a Argentina a empurrar Samoa para o grupo de baixo, e a guardar também a
segunda posição no seu grupo de apuramento.
Quanto às restantes, a Nova Zelândia, o País de Gales, a Fiji e a África do Sul, garantiram o apuramento com três vitórias em três jogos, enquanto Argentina e Quénia aproveitaram os deslizes dos seus adversários directos nos grupos - Samoa no caso dos primeiros, Portugal no segundo - para conseguirem a sua passagem à Cup.

Fique com os resultados do dia de hoje e o acasalamento dos quartos de final de amanhã, sabendo que Portugal defronta a Rússia às 5,20 h de Lisboa - é o primeiro jogo do segundo dia.


CIRCUITO FEMININO
Surpresa no circuito feminino com a vitória da Austrália que bateu a Nova Zelândia por 35-27, repetindo a vitória que conseguiu no ano passado em Houston, então na luta pelo 3º lugar.
A Rússia repetiu o seu 3º lugar do ano passado em Amesterdão, enquanto o Brasil obteve um excelente 8º lugar, tendo em consideração que apesar das derrotas pesadas com Nova Zelândia e Austrália - curiosamente as finalistas do torneio... - as brasileiras venceram a França, empataram com o Canadá e perderam por dois pontos frente a Espanha e Estados Unidos...
Recorde-se, por exemplo, que em Março, na Holanda, o Brasil perdeu com a Espanha por 26-0 e com os Estados Unidos por 24-0...


4 comentários:

Anónimo disse...

Espero que a lesão do Frederico Oliveira não seja grave vai fazer a diferença a excelencia do seu jogo. Bem como Carl e Miguel Lucas, 3 jogadores que fazem a diferenca na equipa. Força Portugal!!!!Jogarem a este nível em desigualdade de condiçoes serão sempre o nosso orgulho!!!

Helder Oliveira disse...

Bom Jogo com a Russia importante fazermos pontos o arbitro não ajuda muito, muito boa defesa de Pedro Bettencourt embora tenha sido referido como Carl Murray. As melhoras do Capitão de Equipa Frederico Oliveira.

Anónimo disse...

Depois da vitória contra a Rússia, Portugal venceu o Canadá e vai jogar a final da Bowl com a Austrália!

Assim sim! (apesar de eu ainda não ter visto nenhum jogo...)

As melhoras para o Frederico Oliveira.

Bernardo Noronha disse...

As melhoras para o Capitão Oliveira. Será que recupera para a Africa do Sul? Placador fortissimo e grande visao de jogo. Parabens a todos boa prestação de Portugal.