23 de setembro de 2013

SARRACENS, ROTHERHAM E COVENTRY INVICTOS NAS RESPECTIVAS LIGAS *


*Ricardo Mouro
Enquanto continua a troca de informações contraditórias quanto ao rumo das competições europeias, com a ERC a dizer que as conversações continuam agora com um árbitro apadrinhado palo IRB e as Ligas francesa e inglesa a anunciar o lançamento oficial da nova Rugby Champions Cup, o rugby inglês continua de boa saúde como os jogos do fim de semana demonstram.

Na Sexta-Feira os Quins flectiram os músculos e foram a Worcester buscar cinco pontos numa exibição convincente para uma equipa com ambições de campeão.

O domínio dos forasteiros foi avassalador, com mais de 80% de território e posse de bola, o Worcester foi confinado a defender os 22 onde os Quins, inspirados por Robshaw, tinham acampado.

Evans voltou ao seu melhor depois da desastrosa performance da semana passada e tudo o que atirou aos postes entrou (14pts).
Os Quins só consumaram a sua superioridade por volta da meia hora de jogo e já
depois de a pressão ofensiva ter amarelado o flanker do Worcester Jake Abbott por falta num ruck encostado à sua área de validação: Danny Care numa das
suas arrancadas depois de combinar com Easter só parou no ensaio.
Novo amarelo para o Worcester por jogo faltoso e novo ensaio de resposta por Marler para 6-20 ao intervalo.
Ainda durante esta superioridade numérica o talonador Buchanan marcou mais um ensaio convertido para o 6-27 e o desespero apoderava-se do Worcester quando o centro Matavesi foi também descansar 10 minutos.
O defesa Mike Brown fechou a contagem de ensaios ainda aos 48 minutos e os Quins abrandaram.
Foi a vez do pilar Quin Lambert ver um amarelo e o Worcester conseguiu um ensaio de penalidade de por faltas consecutivas na melée, final 13-37.

Ainda nesta noite Cipriani, no seu primeiro jogo da época, saiu do banco para inspirar o Sale em casa contra os Wasps.
O abertura entrou aos 19 minutos para substituir o lesionado MacLeod e apontou 21 pontos (1E, 4P, 2C) e criou o ensaio de Cueto.
Os Wasps reagiram e estiveram perto do marcador, ensaios de Ashley Johnson após um maul bem trabalhado, um de penalidade após os Sharks derrubarem um maul e outro de Josh Basset após boa combinação dos três-quartos, mas Cipriani já nos minutos finais castigou uma falta num ruck e garantiu uma vitória dura para o Sale, final 26-22.

No Sábado o esperado Gloucester - Saints teve tanto de emocionante como de polémico.
George North continua a justificar a sua contratação com as suas arrancadas de rompante pelas pontas que criam ensaios para os seus companheiros de equipa.
Foden (Saints) e Sharples (Gloucester) trocaram ensaios na primeira parte e os Saints sorriam ao intervalo por 8-10.
Na segunda parte a emoçã
o disparou: o Gloucester foi a primeira equipa a derramar sangue com um ensaio de Twelvetrees mas Manoa respondeu dois minutos depois.
Foi depois a vez de um jogador da academia de Gloucester ensaiar, o segunda linha Stooke após magia de Simpson-Daniel.
A vantagem de 23-17 parecia confortável para o Gloucester controlar o jogo, mas a dois minutos do final Jamie Elliot, após arrancada de North, ensaiou e Myler converteu para o 23-24.
Ao entrar na bola de jogo o Gloucester beneficia de uma formação ordenada já no meio campo Saint, várias vezes a melée tem que ser reiniciada até o árbitro penalizar o formação dos Saints por fora de jogo, Twelvetrees não falhou a penalidade e os Saints sairam frustrados de Kingsholm, final 26-24.

Por outro lado o Leicester era a equipa que vinha frustrada da semana passada, e devoraram os falcões que voaram de Newcastle.
Regresso dos três internacionais Tuilagi, Flood e Ben Youngs.
Foi o centro dos Lions que esteve em maior destaque, Tuilagi deixou em farripas a defesa dos visitantes e os Tigers entraram de rompante com três ensaios na primeira parte por Crane, Kitchener (depois de Tuilagi derrubar 3 defesas "à lá Lomu" - merece ser visto) e Scully (depois de Tuilagi derrubar mais um).
Flood acabou por ser nomeado oficialmente o homem-do-jogo ao comandar a linha de três quartos na perfeição e a encontrar as linhas de corrida dos seus colegas que deixava a defesa Falcon aos papéis.
Na segunda parte Bowden e Thomas "the tank" Waldrom ensaiaram também para o ponto bónus, missão cumprida e o Newcastle ficou reduzido a 6 pontos, final 31-6.

Faltava o London Irish - Exeter Chiefs no Sábado, duas que equipas tiveram vitórias apertadas a semana passada.
Os Irish no Madjeski, onde os Lusitanos jogarão, começaram mais fortes e várias fases de avançados "empurraram" o 2ª Linha Rouse para a área de validação, depois já na segunda parte Marlan Yarde, que vai embalado para ser uma das estrelas da época, marcou o quarto ensaio em três jogos.
A vantagem de 23-12 para o Irish revoltou o capitão dos Chiefs que incitou os seus companheiros à revolta, Dean Mumm foi o primeiro a ensaiar seguido de Ben White já nos 72 minutos para garantir a vitória por 23-29.

No Domingo os Saracens procuravam manter o registo perfeito de início de campeonato e recebiam a outra equipa invicta, o Bath.
Regista-se a curiosidade, a direcção dos Saracens prometeu devolver o dinheiro dos bilhetes aos fãs do Bath (cerca de 300 que se deslocaram) caso Gavin Henson marcasse pelo Bath.
Para os leitores menos atentos, Henson foi outrora conotado como um dos
maiores talentos do rugby britânico, mas o galês tem sido conhecido mais pelas suas prestações fora de campo, indisciplina e participações em programas televisivos.
Várias boas equipas têm tentado a recuperação do talentoso jogador (Toulon, Cardiff, London Welsh e agora Bath) incluindo os próprios Saracens, mas a indisciplina fora do campo parece atrasar a carreira de Henson.

Mas vamos ao jogo, os sarracenos parecem ser a equipa em melhor forma neste início de campeonato.
O poder ofensivo é bem complementado com uma defesa que ainda não comprometeu.
Este jogo foi o espelho disso, o ponto bónus ofensivo já estava garantido na
primeira parte.
Aos nove minutos David Strettle ensaiou no canto após duas cargas dos irmãos Vunipola.
Depois foi o defesa Alex Goode, regressado após operação ao ombro a responder a uma solicitação de Farrel aos seus três quartos e a ensaiar.
A pressão não diminui e o talonador do Bath viria a ver um cartão amarelo por falta dentro da sua linha de 5 metros, na sequência o pilar Matt Stevens marca num vistoso salto de peixe sobre um ruck na linha de ensaio.
O ponto bónus viria a ser garantido com Strettle a marcar pela segunda vez após boa combinação da linha atrasada, Farrel converteu os quatro ensaios e adicionou uma penalidade.
Na segunda parte os londrinos abrandaram claramente e o Bath partiu em busca de um longínquo ponto de bónus defensivo, estas aspirações foram renovadas quando o temível Rokoduguni interceptou um passe em cima dos seus 22 e só parou debaixo dos postes dos Saracens, segundo ensaio por intercepção do ponta fijiano, um autêntico sniper!
O Bath nunca desistiu do resultado e já sem Henson, que recebeu os esperados apupos dos adeptos caseiros e deixou em despesa os visitantes, várias fases de avançados lançaram o gigante Attwood para o ensaio.
A táctica de rodar alguns jogadores não resultou para o Bath e só reviveram na segunda parte quando Ford (excelente a semana passada contra o Leicester), Attwood e o internacional inglês Jonathan Joseph entraram em campo marcando 14 pontos contra 0.
O mal já estava feito e o resultado final 31-17 não mente.

Os Saracens continuam o início perfeito de campeonato e são a equipa a abater neste momento, Leicester encostou-se ao topo e com o regresso dos internacionais são uma equipa temível.
Lá em baixo Worcester e Wasps continuam sem vencer.




Championship
No Championship o Rotherham de Mike Dias, a contas com uma lesão nas costas, vai disparado na liga.
A equipa do pilar luso-descendente registou o resultado mais desnivelado da jornada ao aplicar um cabaz de 70(!!) aos caloiros da liga, um belo 77-9.
10 ensaios no total com nove convertidos por Socino, o centro foi novamente o destaque do Rotherham com 32 pontos (1E, 9C, 3P).
O Rotherham não larga o topo do Championship com 10 pontos em dois jogos.

Na 6ª Feira Plymouth e Moseley proporcionaram um bom espectáculo e equilibraram-se quase na perfeição.
Em casa o Plymouth começou melhor e ganhou uma vantagem aparentemente confortável, três ensaios em pouco mais de meia hora colocaram o resultado em 31-6.
A recuperação do Moseley foi notável com quatro ensaios de resposta dois deles nos cinco minutos finais! Empate a 34.

O Leeds conseguiu a primeira vitória e logo fora de casa numa longa viagem à Cornualha.
Quatro ensaios contra os Pirates que só reagiram perto do fim, final 20-27 recompensa os Pirates com um bónus defensivo.

No Sábado uma inesperada surpresa, o Bedford continua sem vencer e na viagem às Ilhas de Jersey viveu apenas do talento de Pritchard que apontou os 14 pontos da equipa.
Do lado oposto dois ensaios em menos de 20 minutos deram o mote para uma vitória segura, final 26-14.

Já no Domingo o Bristol venceu em casa o London Scottish por 31-18, o Bristol recuperou da derrota da jornada passada e nada melhor que uma vitória com ponto bónus se se quer afirmar como candidato.

Em Nottingham defrontaram-se duas boas equipas, os locais receberam o London Welsh com uma segunda parte em que os ex-Premiership puxaram dos galões e marcaram 31 pontos nesse parcial. O Nottingham foi incapaz de reagir a tamanha demonstração de força mas marcou dois ensaios também, final 19-46.




Coventry RFC
O Coventry somou a terceira vitória na National League 1 e está num grupo de cinco equipas só com vitórias no topo da liga.
A equipa de Jacques Le Roux, titular a 8, falhou o ponto de bónus ofensivo mas a vitória no jogo só surgiria perto do fim.
Frente ao histórico Richmond RFC foi o abertura Cliffie Hodgson a garantir os quatro pontos já nos momentos finais do jogo com um pontapé certeiro para o 31-32.
O Richmond levou dois pontos, um ofensivo e um defensivo, mas o Coventry segue seguro no 3º lugar com o segundo melhor ataque da liga.



Fotos: www.espnscrum.com e www.premiershiprugby.com
Quadros: www.bbc.co.uk

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Ricardo


O meu muito obrigado pelas suas crónicas, começam a ser um dos motivos de interesse do MdM. Espero que nos continue a brindar com elas, sei que dada a sua qualidade e quantidade de informação, não devem ser fáceis de elaborar mas são um verdadeiro prazer de ler.

Caro Mestre o meu obrigado, o Rugby não seria o mesmo sem este site.

Anónimo disse...

Obrigado pelo comentario!
Agradeco o elogio.

Ricardo Mouro