RUGBY EM PORTUGAL
Adaptando-se melhor ao forte vento que soprava no vale do Jamor e mostrando um profundo estudo do adversário e a sua reconhecida aptidão para jogos de ‘tudo-ou-nada’, um Direito de regresso aos seus grandes dias bateu o CDUL, por 17-9, sagrando-se campeão nacional pela nona vez na sua história.
O justo triunfo dos advogados apenas confirmou o que há muito se sabia: aquela equipa agiganta-se nas finais – nas oito edições em que o campeonato passou a ser assim decidido, venceu cinco das seis em que esteve – já que aborda estes jogos decisivos de forma rigorosa, inteligente e pragmática, explorando os pontos fracos do adversário e potenciando as suas melhores características.
E apesar dos seus cinco jogadores mais veteranos (Aguilar, Portela, Malheiro, Coutinho e João Correia) somarem em conjunto 175 anos, a equipa pareceu sempre mais fresca, concentrada, determinada e focada num único objetivo: levantar o caneco, taça, troféu, placa (ou até podia ser um queijo de serra…), o que é que o presidente Amado da Silva tivesse para entregar no final do encontro aos vencedores.
E apesar dos seus cinco jogadores mais veteranos (Aguilar, Portela, Malheiro, Coutinho e João Correia) somarem em conjunto 175 anos, a equipa pareceu sempre mais fresca, concentrada, determinada e focada num único objetivo: levantar o caneco, taça, troféu, placa (ou até podia ser um queijo de serra…), o que é que o presidente Amado da Silva tivesse para entregar no final do encontro aos vencedores.
E no campo A do Estádio Nacional, com as bancadas lotadas por adeptos entusiásticos que compuseram uma bela festa, a história repetiu-se diante do CDUL, só o campeão em título, vencedor dos derradeiros
cinco duelos entre as duas equipas (os advogados não venciam desde Setembro de 2011, há 19 meses!), que vinha passeando a sua classe e superioridade ao longo da temporada e que conquistara os últimos quatro troféus que disputara: o campeonato de 2012, Supertaça, Taça Ibérica e Taça de Portugal.
A 2.ª parte da meia-final diante de Agronomia já tinha deixado algumas pistas quanto ao momento menos bom que a equipa atravessava, o que seria confirmado ao longo da partida…
cinco duelos entre as duas equipas (os advogados não venciam desde Setembro de 2011, há 19 meses!), que vinha passeando a sua classe e superioridade ao longo da temporada e que conquistara os últimos quatro troféus que disputara: o campeonato de 2012, Supertaça, Taça Ibérica e Taça de Portugal.
A 2.ª parte da meia-final diante de Agronomia já tinha deixado algumas pistas quanto ao momento menos bom que a equipa atravessava, o que seria confirmado ao longo da partida…
Com o vento pelas costas na 1.ª parte, o CDUL nunca soube aproveitar as condições climatéricas – o abertura Nuno Penha e Costa não conseguiu mandar no jogo nem descobrir a melhor forma de envolver as suas linhas atrasadas na manobra atacante (quantas vezes foi recordado Pedro Cabral quando se pedia uma pontapé para as costas da subida da defesa advogada, o que nunca surgiu…) –, ao contrário dos advogados, que seguiram rigorosamente a estratégia delineada e correta naquelas circunstâncias: jogar no perímetro curto, tentar sistematicamente perfurações e chamar a jogo as vezes que fosse possível o incansável Adérito Esteves, Adamastor a aparecer em todo o lado qual ‘abre-defesas’, a dar o corpo às balas e causando sempre grandes problemas aos adversários para o travarem.
E só as muitas faltas feitas pelos jogadores de Direito no solo (oito na 1.ª parte!) impediram que a lição trazida dos balneários desse resultados ainda mais retumbantes.
E só as muitas faltas feitas pelos jogadores de Direito no solo (oito na 1.ª parte!) impediram que a lição trazida dos balneários desse resultados ainda mais retumbantes.
Nos primeiros 40 minutos e perante uma intransponível defesa advogada que não abriu uma fenda, com saliência para Miguel-o-homem-não-acaba-Portela, que aos 39 anos somou o seu nono título nacional (exatamente os mesmos conquistados, desde 1999, por Direito e tantos como Diogo Coutinho, que agora só aguentou 24 minutos!), o CDUL nunca causou verdadeiro perigo e só marcaria através de duas penalidades de Tiago Girão (desperdiçou outras três...), ele que desta feita não foi o habitual 'abono de família' universitário, pois tinha feito 13 dos 24 pontos da sua equipa na final da Taça Ibérica e 30 dos 35 na final da Taça de Portugal.
Perto da meia-hora e com 3-3, Direito, sempre mais coeso, organizado e determinado no corpo-a-corpo foi pela primeira vez à área contrária e faria o único ensaio do jogo.
Pressão asfixiante durante largos minutos em cima da linha e perante a iminência do ensaio o defesa Carl Murray vê justo amarelo por falta deliberada. Seguiu-se uma sucessão de mêlées com os advogados a empurrarem e finalmente o n.º 8 Vasco Fragoso Mendes (grande jogo, só tem mesmo 20 anos?) a sair pelo fechado, é placado 'in extremis' por Navalhinhas, mas surgiria Pedro Leal rápido a mergulhar para o ensaio (8-3).
Pressão asfixiante durante largos minutos em cima da linha e perante a iminência do ensaio o defesa Carl Murray vê justo amarelo por falta deliberada. Seguiu-se uma sucessão de mêlées com os advogados a empurrarem e finalmente o n.º 8 Vasco Fragoso Mendes (grande jogo, só tem mesmo 20 anos?) a sair pelo fechado, é placado 'in extremis' por Navalhinhas, mas surgiria Pedro Leal rápido a mergulhar para o ensaio (8-3).
E em cima do intervalo (Girão já tinha reduzido para 8-6) surgiria o lance mais dramático e polémico da tarde, quando o n.º 6 do CDUL, o tonguiano Seti Filo (esteve em dúvida devido a problemas físicos e mostrou não estar em boas condições) placou alto e em falta – como é seu hábito e tantas vezes o vimos fazer durante a época – de forma perigosa e violenta o jovem centro José Vareta, obrigando-o a abandonar o terreno de maca, com o pescoço imobilizado.
(Acabamos de saber que o José vareta teve um traumatismo craniano que o obriga a um descanso de duas semanas).
Paulo Duarte ficou-se só pelo amarelo... quando se pediria cartão de outra cor.
(Acabamos de saber que o José vareta teve um traumatismo craniano que o obriga a um descanso de duas semanas).
Paulo Duarte ficou-se só pelo amarelo... quando se pediria cartão de outra cor.
Na 2.ª parte Direito marcou numa penalidade logo a abrir (11-6) e com a ajuda do vento meteria o CDUL num autêntico colete-de-forças.
Roubando muitas bolas nos alinhamentos contrários (em especial no 1.º saltador, apesar da boa atuação de Faleafa neste departamento) e com Gonçalo Malheiro, a gerir com mestria sem ser pressionado e a jogar confortável no sofá, bombardeando a preceito o 'três de trás' rival com bolas complicadas, que empurravam os campeões nacionais, progressivamente mais nervosos e ansiosos, a ver o relógio avançar e incapazes de jogar no meio-campo contrário. E assim não se ganham jogos.
Roubando muitas bolas nos alinhamentos contrários (em especial no 1.º saltador, apesar da boa atuação de Faleafa neste departamento) e com Gonçalo Malheiro, a gerir com mestria sem ser pressionado e a jogar confortável no sofá, bombardeando a preceito o 'três de trás' rival com bolas complicadas, que empurravam os campeões nacionais, progressivamente mais nervosos e ansiosos, a ver o relógio avançar e incapazes de jogar no meio-campo contrário. E assim não se ganham jogos.
A atuar com 14 por exclusão de João Correia, o Direito viu Girão reduzir (11-9), mas os seus jogadores continuaram sem tremer (notáveis Aguilar, Adérito e o entrado Luis Salema a receber bolas altas) e liderados pelo infatigável Vasco Uva, resistiram às ténues tentativas adversárias.
E com o cada vez mais forte vento a tudo levar à frente, seriam as botas de 'Pipoca' a ter a palavra final.
E o seu dono – autor dos 17 pontos dos novos campeões –, irrepreensível em mais duas penalidades (a primeira em novo lance de arrepiar de Seti Filo, agora sobre Jorge Segurado…) selaria o resultado final. Limpinho.
9º/10º LUGAR
E com o cada vez mais forte vento a tudo levar à frente, seriam as botas de 'Pipoca' a ter a palavra final.
E o seu dono – autor dos 17 pontos dos novos campeões –, irrepreensível em mais duas penalidades (a primeira em novo lance de arrepiar de Seti Filo, agora sobre Jorge Segurado…) selaria o resultado final. Limpinho.
9º/10º LUGAR
Entretanto em Taveiro, no jogo que valia a permanência o CRAV, ao bater o Benfica, por 19-12, garantiu a presença entre os maiores emblemas do rugby nacional na próxima época.
Numa partida muito condicionada pelo forte vento os encarnados, com ele pelas costas na 1.ª parte, marcaram logo a abrir, mas apesar de encurralarem os minhotos no seu meio-campo não conseguiram somar mais qualquer ponto, pelo que ao intervalo a sua vantagem cifrava-se em apenas 5-0.
Numa partida muito condicionada pelo forte vento os encarnados, com ele pelas costas na 1.ª parte, marcaram logo a abrir, mas apesar de encurralarem os minhotos no seu meio-campo não conseguiram somar mais qualquer ponto, pelo que ao intervalo a sua vantagem cifrava-se em apenas 5-0.
No 2.º tempo a ventania inverteu os protagonistas e seria o CRAV a mandar no jogo, pese embora seja de salientar a atitude sempre guerreira dos benfiquistas, que venderam bem cara a derrota.
E apesar de não fazer uma grande exibição, a avançada de Arcos de Valdevez conseguiria três ensaios pelo asa Jorge Molina e um bis do n.º 8 Enzo Draghi, vencendo o encontro e causando a 20.ª derrota da época para o Benfica nos 20 jogos que fez na DH.
5º/6º LUGAR
E apesar de não fazer uma grande exibição, a avançada de Arcos de Valdevez conseguiria três ensaios pelo asa Jorge Molina e um bis do n.º 8 Enzo Draghi, vencendo o encontro e causando a 20.ª derrota da época para o Benfica nos 20 jogos que fez na DH.
5º/6º LUGAR
Também em Taveiro o CDUP derrotou a Académica, por 40-31, num jogo aberto e recheado de ensaios.
Os ‘pretos’ começaram bem melhor, chegaram a estar na frente por 24-6 e atingiriam o intervalo a vencer por 24-18.
Mas os homens de Marcelo d’Orey dariam a volta no 2.º tempo com três ensaios de rajada (35-24), concluindo o último jogo da época com um total de meia dúzia de ensaios e serão assim a quinta equipa do grupo A para a próxima temporada, trocando com a Académica que passará a integrar o grupo B.
*Texto: António Henriques
Fotos: Rugby Photo Store/António Simões dos Santos
Os ‘pretos’ começaram bem melhor, chegaram a estar na frente por 24-6 e atingiriam o intervalo a vencer por 24-18.
Mas os homens de Marcelo d’Orey dariam a volta no 2.º tempo com três ensaios de rajada (35-24), concluindo o último jogo da época com um total de meia dúzia de ensaios e serão assim a quinta equipa do grupo A para a próxima temporada, trocando com a Académica que passará a integrar o grupo B.
*Texto: António Henriques
Fotos: Rugby Photo Store/António Simões dos Santos
12 comentários:
descida do Benfica levará ao fim da modalidade no clube
Embora não tenha visto nenhum dos jogos o cdup surpreende pela positiva ao ganhar nos seniores e nos sub 21. Será que não concentrou o plantel nos sub21 ? Ou o jogo para o quinto lugar era daqueles que até nem dava muito jeito ganhar ? Em todo o caso muitos parabéns ao cdup , especialmente pela vitória nos sub21.
Parabéns Direito! que grande jogo que fizémos. foi uma época para nunca mais esquecer pelas razões que todos sabem. grande espetaculo que foi dentro e fora de campo.
quanto ao Cdul, resta me, como adepto do Direito, desejar os parabens pela final e pela excelente época que fez.
O comentário das 22.16 é um bocado sem nexo, pois ao mesmo tempo que dá os parabéns ao CDUP por ter ganho nos seniores e sub 21, critica a gestão que fez dos seus plantéis para esse jogo. Dos resultados que se verificaram o que vemos é que a gestão parece ter sido bem feita, pois conseguiram vencer a Académica pela 1ª vez esse ano para o campeonato, e conseguiram coroar um belo ano no escalão sub 21, em que acabaram em 1º na fase regular e venceram o play off. Por isso não se entende o comentário.
Parabéns ao CDUP
22.16 - não critico, pergunto por curiosidade e por não ter visto. Não há nada para criticar !
O CDUP já tinha ganho à AAC em casa, também para o Campeonato, repetindo a vitória na TP.
Não foi a primeira vez que ganhou esta época. Foi, isso sim, a primeira vez que ganharam em Coimbra.
Não é verdade. Na primeira volta o AAC ganhou ao CDUP no Porto, depois para a Taça ganhou o CDUP e na segunda volta ganhou a AAC em Coimbra.
Amigo, aconselho-te a ires consultar as tabelas mão de mestre. No Porto, na primeira volta, a Académica ganhou 27-17. Em casa voltou a ganhar, desta feita por 35-31. Por isso o comentário feito está certo, o cdup ainda nao tinha ganho à AAC a contar para o campeonato!
Direito justo vencedor do campeonato, quanto a isso não poderá haver duvidas para ninguém, até porque bate na final a melhor e mais regular equipa durante todo o ano. Uma final fantástica, com adeptos de ambos os lados extraordinários e jogadores a darem tudo o que tinham e a deixarem a pele em campo de ambos os lados. para mim houve só um ponto negativo que foi o comportamento do nº 6 azul que deveria ter sido expulso pois tem duas atitudes que roçam a agressão. Na minha opinião o Direito venceu porque soube ler com mestria as condições climatéricas e soube travar o CDUL onde este é mais forte. ganhou a experiência e a "ratice". Depois há o Pipoca, e quem tem um Pipoca.....
Caro Pedro Fernardes, sou adepto do CDUL e concordo com quase tudo o que disse menos com a critica que faz ao Seti, porque como já tive possiblidade de rever na televisão o Varreta baixa-se no momento em que vai ser placado, portanto acho sinceramente que não existe qql falta apesar da violencia do lance, caso o varreta não se tivesse encolhido seria apenas uma placagem forte mas na zona das pernas...
Anónimo do CDUL,
Não há ninguém, desde árbitros a comentadores que não sejam da opinião do Pedro Fernandes.
Já agora pergunto-lhe o que acha da situação criada pelo tal nº 6 no minuto 26/27 da segunda parte em que o mesmo agride o Jorge Segurado com uma violência DESNECESSÁRIA e digna de amarelo/vermelho.
Claro que o Direito ganhou apesar desta violência e assim ninguém pode dizer que foi o árbitro.
As perguntas que ficam no ar são:
- Quando é que se mostram os vermelhos? só quando pontapés na cabeça, com sangue?
- Para que servem os Fiscais-de-linha munidos de intercomunicadores? só para verificarem se a bola bateu fora ou se o jogador pisou o risco, ou para serem mais dois pares de olhos a verem e a comunicarem ao Árbitro o que é relevante? como, aliás, temos visto nas transmissões dos jogos internacionais ( Super Rugby, 6 Nações e Heineken Cup )?
"Quando é que se mostram os vermelhos? só quando pontapés na cabeça, com sangue?"
Nem nesses casos, pois lembro-me duma agressão com joelhada a um jogador da Académica em Coimbra este campeonato, que resultou em tratamento hospitalar e uma série de pontos e o agressor nem amarelo viu.
Tretas...
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