4 de setembro de 2013

PENICHE A JOGAR RUGBY DESDE 2007

O rugby chegou à pequena cidade de Peniche após o mundial 2007, e apesar das dificuldades, um grupo de resistentes insiste em manter a modalidade viva.

Agora com o apoio do Caldas Rugby Clube, através do protocolo assinado com o Rugby Club de Peniche, uma nova esperança surge e a colaboração com as escolas Básicas, Secundária e Superior deverá constituir o empurrão que a modalidade precisava para crescer e se alargar ao concelho da Lourinhã.


Paulo Nita, português nascido em Paris, que conheceu o rugby em França e é um entusiasta que não desiste perante as dificuldades, fala hoje com o Mão de Mestre sobre as dificuldades e os sonhos do rugby de Peniche.

Mão de Mestre: Quem é o Paulo Nita, no rugby e fora dele?
Paulo Nita: Tenho 42 anos, sou angariador imobiliário, casado tenho um
filho que é sub 14 no clube e uma filha mais nova.
No Clube fui sócio fundador e presidente durante estes 4 anos.
Apresto-me a passar esta pasta e ser director técnico e desportivo do clube para a chegada de malta mais jovem que dará mais dinamismo ao clube.

MdM: Onde nasceste e cresceste e como se deu o primeiro contacto com o rugby?
P.N.: Eu nasci em Paris,vim para portugal com seis anos e voltei para lá com 13 anos.
Foi lá que conheci o rugby.
Nas escolas joga-se muito rugby e logo experimentei.
Joguei até aos 16 anos quando saí para outro liceu.
Como no novo não havia nada por perto a oportunidade de continuar perdeu-se.

MdM: Como correu a época que terminou, e o que vão fazer na próxima?
P.N.: Na época passada tivemos algumas dificuldades financeiras que nos impediram de fazer participar o único escalão de formação, os sub-14,
como RC Peniche.
Ao abrigo do Protocolo com o Caldas os nossos miúdos jogaram a maior parte da época integrados no Caldas RC.
Tínhamos perdido também a equipa sénior e a meio do ano conseguimos iniciar um novo projecto com alguns sobreviventes das épocas anteriores, ainda participamos no Torneio de Oeiras, penúltimo dos emergentes, para agrado de todos.
Conseguimos criar um grupo motivado e empenhado para esta época.
Iniciamos também ao mesmo tempo os treinos com a equipa feminina, mas que já veio tarde na época.
Algumas jogadoras mais avançadas foram dar apoio às do Caldas para o final da época.
Para a próxima época, o projecto já tem mais pernas para andar.
Este ano vou ter um grande apoio dos estudantes da universidade.
Eles farão parte da direcção e dos corpos dirigentes, assim como os futuros treinadores dos novos escalões.
Sim novos, porque após acordo com o António Vidigal, presidente do CR Caldas, esta época iremos nos concentrar nos escalões Sub-12, Sub-14, Sub-16, ao nível da formação.
Teremos também um equipa feminina completa, o que nos permitir começar bem a época em sevens e talvez mais tarde passar ao rugby de
13.
Quantos aos seniores iremos participar em todas as etapas dos Emergentes e também iremos fornecer jogadores à futura equipa do Caldas RC.


MdM: Como surge o Peniche Rugby Clube e quando?
P.N.: O RC Peniche surge da vontade de alguns jovens, do António Pinto (ex-jogador do Elvas), e minha de criar uma equipa de rugby federada para dar continuidade aos ditos jovens de poderem continuar a praticar a modalidade além dos 18 anos.
Eles apreenderam a jogar na escola secundaria de Peniche, com o professor Mário Correia, que também foi sócio fundador.
Os primeiros treinos começaram após o mundial, em Outubro 2007, mas foi preciso quase dois anos para se poderem reunir as condições para a sua oficialização.
Hoje tenho comigo o Lisandro Batista que vem de Mira D’Aire, treina os sub-16, e que veio para o rugby através do mundial 2007.
Achou interessante e inscreveu se no Rugby Clube da Marinha Grande, que era o mais perto da casa dele.
Depois veio estudar para Peniche e como já nos conhecíamos do projecto Rugby Oeste e do facto de ele ter jogado pelo Caldas, entrámos em contacto e ele alinhou aqui no renascimento do clube.
Actualmente é o meu braço direito no clube.

MdM: Quem foram os seus treinadores?
P.N.: O Lisandro Batista treinou os Sub-14 ajudado por um sub 18, o Ricardo Moreira.
Eu treinei os seniores ajudado pelo Lisandro Batista, mas também tive de treinar a equipa feminina ajudado pelo Fernando Costa, jogador senior.

MdM: Que acções estão previstas para alargar ou consolidar o recrutamento nas
camadas jovens?
P.N.: No próximo mês iremos organizar um open day para dar início à época.
Iremos fazer uma campanha de angariação de jogadores, com cartazes, flyers, anúncio de radio e internet (Facebook).
Esta campanha será acompanhada com uma intervenção junto das três Escolas Basicas 2 e 3 do concelho.
A campanha será repetida no mês da Janeiro.
Esperamos alargar a nossa zona de influência ao lançar esta campanha no concelho limítrofe da Lourinhã.

MdM: Existe alguma parceria com escolas/estabelecimentos de ensino da região?
P.N.: Parceria propriamente dita, não. Existe simplesmente uma empatia
por parte dos agrupamentos do concelho quanto às nossas intervenções, que são muito bem acolhidas.

MdM: Como tem corrido a parceria com o Caldas RC?
P.N.: Muito bem. Nós temos ainda pouco retorno local, mas isto é devido ao período em que vivemos.
Peniche é uma terra muito operaria e muito pequena e nos tempos que vivemos, para uma nova modalidade que tente se implantar é muito mais difícil e penoso.
A nossa cidade e o nosso clube, perderam muita população que partiu para outros rumos, nacionais ou internacionais.
Mas agradeço muito desde já, o meu grande amigo, Antonio Vidigal (Presidente do Caldas RC), pela paciência, disponibilidade e apoio que nos tem dado.
Nós somos muito mais pequenos do que o Caldas e com menos expressão no concelho e no distrito, mas tanto eu como ele acreditamos cegamente que o nosso projecto pioneiro ira resultar.
Quanto a parceria mesmo, os nosso jogadores têm integrado as equipas do Caldas, o Caldas têm intervindo na nossa escola secundária (para os escalões que não abrangemos).
Graças também ao projecto estamos a ter mais projecção para os escalões seniores.

MdM: Onde decorrem os treinos e os jogos do Peniche?
P.N.: Os treinos decorrem no Sintético Municipal de Peniche (junto ao estádio), às terças e quintas as 18h30, para os escalões de formação e às segundas e quartas para os seniores e femininos a partir das 19h30.
MdM: Quem vão ser os treinadores do clube para a próxima época?
P.N.: Para os sub-12, Fernando Costa e Rui Bernardo, para os sub-14 André Oliveira e para os sub-16, o Lisandro Batista.
Quanto à equipa Feminina serão o Bruno Bandeiras e o João Pata, enquanto para os Seniores serão o Paulo Nita (Principal), o Bruno Bandeiras (avançados) e o João Pata (três quartos).

MdM: Que lições têm sido tiradas da actividade do clube e como vai ser o futuro?
P.N.: Que temos futuro!
Mas só o poderemos alcançar sendo mais numerosos, estruturados e pro-activos.
O que nos aconteceu este ano foi muito penalizador para nós.
Felizmente estamos a dar volta por cima com a ajuda recente dos estudantes do IPL Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, que apostam muito no nosso projecto e sem eles o nosso clube não pode dar o passo em frente que esta preste a dar. 
A intervenção junto da comunidade e a comunicação dirigida à mesma são muito importantes e vitais.
Muita gente em Peniche ainda não sabe que existe rugby na cidade.

MdM: Como é financiada a actividade desportiva do clube? Qual o papel da autarquia neste aspecto?
P.N.: A actividade é a 90% Financiada pelos atletas e sócios.
Os 10% restantes vem dos poucos patrocinadores que conseguimos, visto que na cidade este caminho já está bem batido!
Este ano teremos novos patrocinadores alem dos que já temos, Restaurante A Sardinha, Refísica Ginásio, entre outros.
Quanto à autarquia temos tido só o apoio no espaço de treino.
Como temos pouca visibilidade, ainda somos pouco favorecido pelos apoios financeiros da dita Câmara, digo mesmo, inexistentes...
Estamos em negociação com o Senhor Presidente, para o apoio da Câmara na implementação dos postes de rugby, visto que este serão obrigatórios, com a participação do novo escalão sub-16 que irão estar presentes.
Esperemos que em época de eleições isso possa fazer a diferença.

MdM: Qual o papel das empresas da região?
P.N.: Muito pouco ainda.
Como já disse, foram muito solicitadas e uma modalidade pouco visível numa cidade virada para o futebol durante 80 anos, não pesa muito na balança.
Mas não desesperamos e este ano iremos fazer a diferença

MdM: Quem quiser jogar rugby no Peniche Rugby Clube o que deve fazer?
P.N.: Basta se apresentar nos horários de treino, ou contactar-nos através da nossa página no Facebook.

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