29 de setembro de 2013

FORMIGUINHA DIREITO BATE CIGARRA CDUL NA SUPER TAÇA*

* António Henriques
Cinco meses depois da conquista do título de campeão nacional diante do CDUL, Direito voltou ao Jamor para derrotar de novo o seu adversário, agora por 14-8, levando para Monsanto a nona Supertaça da sua história.

Tal como uma trabalhadora formiga que labuta a fundo, amealhando no verão para aguentar o duro inverno, também ontem no Jamor Direito aproveitou os primeiros 50 minutos de bom sol para se exibir de molde a construir uma almofada pontual favorável que lhe seria suficiente para resistir, quando o CDUL, sob chuva impiedosa e em jeito de desesperada cigarra, decidiu por fim atacar com todas as suas armas. 

Mas aí as condições de bola e terreno já eram adversas para quem queria marcar, ainda por cima quando pela frente deparou com uma equipa defendendo de forma coesa e sem abrir a mínima nesga. 
Castigo pesado para os universitários, mas que lhes pode servir de boa lição.

O jogo começou com os campeões nacionais – desfalcados do lesionado capitão Vasco Uva, enquanto no CDUL a maior ausência era a do centro Frederico Oliveira – mostrando mais conjunto e entrosamento, para lá de outra determinação perante universitários encolhidos como que a ver o que o jogo ia dar.

E o jogo dava, para lá do domínio advogado nos alinhamentos – que lhes seria precioso para a obtenção do seu único ensaio –, um n.º 8, Vasco Fragoso Mendes, em grande momento, que à la Kieran Read ia castigando, em demolidoras arrancadas, os adversários que apanhava pela frente (pena foi ter sido pouco apoiado nalgumas dessas cavalgadas...).

Aos 10' VFM galgou uns bons 20 metros e já nos 22 contrários, apesar de bem acompanhado por Luís Sousa, o lance perder-se-ia com a oval a sair pela lateral. Touche perdida pelo CDUL e do ruck decorrente Luís Sousa surgiria a fazer o primeiro da tarde (5-0).

O jogo finalmente equilibrava-se, com Pedro Cabral a favor do vento (15') e Pedro Leal contra (18' e 24') a trocarem penalidades, alargando a vantagem de Direito (11-3).

Só perto da meia hora e depois de nova brilhante cavalgada de VFM (mais uma vez mal apoiado e concluída em falta atacante), o CDUL começou a empurrar o jogo decisivamente para a área de 22 de Direito, onde estacionou largos períodos. 

Mas, incompreensivelmente, em duas faltas frente aos postes, quando se esperaria a opção por fáceis pontapés, o capitão Pedro Cabral escolheu, primeiro uma mêlée e na seguinte, Seti Filo não esperou por ninguém para jogar à mão. 
Ambos os lances resultariam em nada. 
E que falta viriam a fazer esses pontos entregues de mão beijada...

E só com um homem a mais (amarelo a Luís Sousa) o CDUL conseguiria marcar, com o ponta Vasco Navalhinhas a corresponder a uma inteligente solicitação ao pé de Cabral, materializando por fim tanto domínio, para 11-8 ao intervalo.

A abrir a 2.ª parte, aos 48’ uma falta de Carl Murray, que lhe valeu 10' de exclusão – reduzindo por algum tempo a sua equipa a 13 homens, pois Lourenço Machado vira amarelo à beira do intervalo –, permitiu a Pedro Leal alargar para 14-8 a vantagem de Direito.

E ninguém pensaria que estes seriam os derradeiros pontos a serem marcados nesta final.

Foi aí que a chuva resolveu fazer a sua aparição – e de que maneira, pois do céu começou a jorrar um dilúvio sobre o relvado – e a partida mudava por completo. 

Tirando partido do banco mais rico de opções, o novo técnico do CDUL, Damien Steele – que ainda está em adaptação a uma nova realidade… – começou de imediato a rodar a equipa – utilizou todas as oito opções que dispunha contra apenas uma (!) de Direito: lesão de Luís Salema, ainda na 1.ª parte, fez Martim Aguiar fazer entrar Miguel Leal – e com esta injecção de gente fresca o jogo inclinou-se em definitivo para o extremo reduto dos advogados, onde todos os oito homens do pack avançado cumpriram os 80 minutos – o que deve ser caso único no rugby actual e merece que lhes seja tirado um enorme chapeau!

Pedro Cabral falharia aos 61’ uma penalidade daquelas que até de calcanhar se marcam. 
E mesmo contra 14, por exclusão de António Ferrador, atacando de todo o lado (canal 1, canal 2, canal 3, FOX, AXN,…) o CDUL não mais conseguiria ultrapassar a linha defensiva rival, face à agressiva defesa de Direito que ia obrigando os universitários a largarem bolas em catadupa face às duras placagens que sofriam.

Era chegada a altura em que cada 'turn-over' conquistado pelos homens de Monsanto, seguido de pontapé a afastar o perigo, era saudado pelos adeptos afetos aos advogados como se de um ensaio se tratasse.

E no final mereceram suspirar de alívio e festejar segunda final consecutiva ganha ao poderoso rival, desta feita sem lugar a uma exibição fantástica mas sim à custa de litros de suor e entrega. 

4 comentários:

Anónimo disse...

é o normal, da epoca de campeoes para esta de agora perderam homens nos avancados e nunca os substituiram tirando o Seti: Girao,Melim,Coimbra, Junior, Velti, Vasconcelos, Mike Dias, David dos Reis...agora esperam que os Vilaxes da vida dem musculo e rigidez...

Anónimo disse...

Grande jogo do pilar Bruno Raposo!

Anónimo disse...

Grande jogo de DIREITO!!

Anónimo disse...

Sebastião Villax é um dos jogadores que deixa tudo o que tem em campo. UM AUTÊNTICO GUERREIRO.
O comentário de 29 de Setembro é de uma injustiça tremenda, só podendo vir de alguém que não vê o jogo como deve de ser, ou por ser ressabiado ou por não nutrir simpatia por S.Villax.