20 de setembro de 2015

ÁFRICA DO SUL-JAPÃO - BRILHO DO SOL NASCENTE OFUSCA SPRINGBOKS *

*Ricardo Mouro
Esquecendo que estavam duas equipas de dois tiers distintos do rugby o jogo teve tudo para estar nos anais nos mundiis de rugby. Sendo o Japão a bater a África do Sul então o jogo tomou proporções épicas.

Desde o o início que os campeões asiáticos mostraram uma vontade quase sobrenatural de "magoar" os sul africanos.
E a resposta dos experientes Springboks foi explorar as fraquezas do Japão e cedo colocaram o bloco avançado a fazer horas extra lá à frente. Primeiro foi Francois Louw e depois Bismark du Plessis a atingirem área de validação após mauls bem trabalhados.

Pelo meio o excelente capitão japonês Michael Leitch deu aos sul africanos algo que pensar quando ele próprio ensaiou após um maul que envolveu avançados e defesas asiáticos.
O resultado ao intervalo era lisonjeador para a África do Sul que vencia por 12-10.

Na segunda parte a teimosia do Japão continuava com o defesa Goromaru cedo a converter uma penalidade para mais uma surpreendente vantagem 12-13, a África do Sul responde com uma correria do gigante de Jager (209cm de altura) que ensaia perto dos postes.

A pressão japonesa aumentava e a África do Sul concedia penalidades que Goromaru não desperdiçava e a pouco e pouco os "brave blossoms" chegavam à igualdade e não descolavam nem quando o talonador africano Strauss ensaiou para o bónus ofensivo dos Springboks: Goromaru com uma exibição histórica ensaiava e convertia um ensaio bem trabalhado para mais um empate a 29.

O rugby era jogado ombro a ombro e os Springboks não conseguiam dissecar o que lhes estava a acontecer, Pollard ainda converteu mais uma penalidade para o 32-29 mas os japoneses quiseram a vitória muito mais.
Carregaram a linha de ensaio sul-africana e fases após fases entraram na bola de jogo.
Já a jogar contra 14 devido à pressão ofensiva conquistam uma penalidade a 5 metros da linha de ensaio com a opção de ir aos postes para um histórico empate os bravos japoneses decidiram ir para melée, o pilar sul africano Jannie du Plessis bateu palmas mas correu-lhe mal porque na sequência da fase estática o ponta Hesketh conseguia o ensaio no canto para uma vitória memorável do Japão 32-34.

A vitória do Japão é uma surpresa, mas apresentaram-se com muita qualidade frente a uma selecção de topo.
O trabalho do treinador Eddie Jones e do seu adjunto Steve Borthwick (ex capitão inglês) é notável na organização da equipa e bateram uma equipa que no seu conjunto tinha 880 jogos de teste! neste mundial, só os All Blacks são capazes de apresentar mais internacionalizações.

Após o apito final havia lágrimas no relvado e na bancada, os Springboks reservaram-se à humildade e a meditar sobre o que lhes aconteceu nesta tarde soalheira.

Terá esta vitória o mesmo significado para o Japão como teve a participação portuguesa no mundial de 2007 em termos de novas oportunidades para o rugby?
O Japão assumiu a liderança temporária do Grupo B.

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