22 de setembro de 2015

RWC 2015 - PRIMEIRA RODADA ELEVA JAPÃO AO NÍVEL DO SOL *

* Manuel Cabral
Não foi o único resultado a merecer destaque, mas é com certeza o mais inesperado e saudado de sempre na história do rugby moderno - ou pós RWC, se preferirem.

O Japão pode fazer a mala e ir embora, mas a verdade é que nunca mais nenhuma equipa vai entrar em campo contra os asiáticos, com um sorriso nos lábios, antes com toda a certeza, com uma ruga de preocupação na testa.

A vitória dos Brave Blossoms sobre os Springbocks vai ficar na história do rugby mundial, e representa certamente um forte argumento contra as vozes que se levantavam contra a realização do Mundial 2019 nas terras do sol nascente.

Mas se o resultado de 34-32 favorável ao Japão no seu encontro com a África do Sul foi sem sombra de dúvida o resultado mais importante do final de semana, e mesmo perdendo não passou despercebida a exibição da Argentina frente aos All Blacks, que apenas na fase final do jogo conseguiram abrir o marcador, roubando primeiro a vitória aos Pumas, e depois o mais que merecido ponto de bónus.

Não passa despercebida também a histórica vitória da Geórgia sobre Tonga, que curiosamente levanta já em Portugal os ânimos quanto à qualificação para o Mundial de 2019.
Melhor seria que os portugueses esquecessem essa qualificação por agora,  e se preocupassem em garantir que o rugby nacional deixe de funcionar a balões de oxigénio e passe por um processo de crescimento e consolidação, sem o qual os eventuais sucessos serão sempre sol de pouca dura.

E se o que o Mão de Mestre anda a dizer há mais de meia dúzia de anos bate nas paredes que os ouvidos dos dirigentes nacionais têm, então por favor ouçam o recado que Daniel Hourcade deixou no Algarve e deixem-se de ,,, tretas!

Querem êxitos internacionais? Então façam o trabalho de casa, mas façam-no bem feito!
E se o recado serve para o triste consulado de Amado da Silva, também serve para quem ocupou o cargo anteriormente e não soube capitalizar a exposição que o Mundial de 2007 trouxe, ou para quem venha a seguir e julgue que basta mudar as moscas para mudar o futuro.

Mas voltemos ao Mundial para fazer uma referência aos próximos encontros, que vão apresentar as quatro equipas que ainda não jogaram, começando pela Escócia que deve estar a rever furiosamente o vídeo do África do Sul-Japão, e a fazer contas à vida.
Na verdade a vida dos escoceses está complicada, e os escoceses correm o sério risco de ficar de fora do apuramento directo para o Mundial 2019 - ficam automaticamente apuradas para a prova as três primeiras classificadas dos quatro grupos da fase inicial deste Mundial de 2015 - uma "coisa" absolutamente estúpida que só no rugby existe e que não passa de um claro protecionismo aos melhores, impedindo com justiça e fair-play, que os emergentes se afirmem em competição com aqueles que pretendem destronar.

Ou seja, por outras palavras, porque não pode a Geórgia discutir directamente com a Itália o sexto lugar no ranking europeu, e tem que estar sujeita aos resultados com terceiros??
Pode ser que isso mude este ano, e já estamos a imaginar o que mais vai a World Rugby para proteger italianos, escoceses, ou norte-americanos e canadianos, ou seja quem for.

Apuramentos automáticos?
Só para o campeão do Mundo. O resto é conversa de poderosos!

Outro jogo que desperta curiosidade é o Argentina-Geórgia, que nos vai permitir situar e saber qual a distância que ainda existe entre o primeiro do continente europeu - sem considerarmos os seis intocáveis - e o primeiro do continente americano.

Duas notas finais para oito amarelos apresentados, com destaque para a Nova Zelândia, única equipa a receber dois - Fiji, Geórgia, Irlanda, Canadá, África do Sul e Argentina, um cartão cada, completam o lote - e para o numeroso público que tem estado presente nos estádios - no Nova Zelândia-Argentina, no Estádio de Wembley, estiveram mais de 89 mil espectadores - ultrapassando a previsão de 90% de ocupação da organização, e o excelente ambiente que tem existido, sem, até agora, qualquer problema.

Fiquem com o quadro completo dos resultados dos primeiros jogos e dos próximos jogos, e as classificações actuais dos quatro grupo.








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