28 de setembro de 2015

AUSTRÁLIA-URUGUAI - MARCA DOS 45 ULTRAPASSADA E URUGUAI SOFRE *

* Virgílio Franceschi Neto
Australianos e Uruguaios fizeram um jogo de extremos neste mundial, no Villa Park, em Birmingham. A poderosa selecção australiana, bicampeã mundial e com atletas profissionais contra uma equipa longe desta realidade e competitividade.

Os Wallabies entraram em campo com várias modificações em relação aos 15 iniciais que começaram a partida contra as Ilhas Fiji. Destaque para o ingresso do habilidoso Quade Cooper entre os titulares.
Do lado dos Teros, algumas ausências importantes em função do desgaste da estreia diante de Gales. O pilar AlejoCorral e o ponta Santiago Gibernau foram deixados de lado pelo treinador Pablo Lemoine. Entretanto, não fariam tanta diferença se estivessem em campo.

A Austrália foi dominante em todos os 80 minutos. 
Aos 6,McMahon abriu o marcador com um ensaio, em jogada pela esquerda. Antes dos 10 minutos, mais um ensaio, desta vez com o ponta Tomane, pela direita. A equipa da Oceania fazia um jogo muito colectivo, com os avançados e os três-quartos, a usar toda a largura do campo de jogo. 
Tudo corria normalmente quando Quade Cooper, sem qualquer necessidade, cometeu uma atitude anti-desportiva e levou o cartão amarelo.

Aos 25, os Teros converteram um pontapé de penalidade com Felipe Berchesi um pouco depois da linha dos 10 metros do campo de ataque. 
Entretanto foi apenas isso. 
O capitão segunda-linha Mumm, o ponta Speight e o asa McCalman dariam mais 15 pontos para os Wallabies e com três conversões de Quade Cooper, deram números parciais à primeira parte em favor da Austrália: 31 a 3.

A segunda parte mostrou um Uruguai bravo, forte, mas incapaz de furar a defesa australiana, que se valeu do poder ofensivo e do preparo físico para fazer mais 34 pontos. 
Podiam ter sido mais, se não fossem os pontapés de transformação desperdiçados por Quade Cooper: 6!

Do lado do Uruguai, por muito pouco não anotaram um ensaio já no final do jogo, depois de insistirem bastante em um jogo de fases e formações espontâneas. 
Como consequência, tiveram uma penalidade a favor na linha dos 5 metros. Optaram pelo lateral, porém mal executado, o que permitiu o roubo de bola. Na sequência o ataque Wallaby foi letal: Ensaio de Tevita Kuridrani e final de jogo, 65 a 3 para os australianos e missão cumprida.

Apesar do marcador, em termos de território a Austrália esteve em 51% do jogo no campo de ataque, contra 49% do Uruguai. 
Em termos de posse de bola, os Wallabies tiveram-na por 53% dos 80 minutos, contra 47% do Uruguai.

Próximo jogo da Austrália é contra a Inglaterra, que vem de derrota em pleno Twickenham para Gales, no último sábado. 
O historial aponta 24 vitórias para os Wallabies, contra 18 da Inglaterra. 
Entretanto, trata-se de uma Copa do Mundo, em território inglês, depois de uma dolorida derrota inglesa. 
Se levarmos em consideração que as Ilhas Fiji podem complicar a vida dos Galeses (como foi no Mundial de 2007), o grupo A poderá ficar todo embolado.

Já o Uruguai enfrentará as Ilhas Fiji, outro duro adversário. Espera-se dos Teros um desempenho um tanto melhor, afinal Fiji está mais abaixo no ranking mundial. Entretanto, a vitória é algo improvável.

A Austrália fez o dever de casa, não foi surpreendente, mas mesmo assim ultrapassou pela primeira vez o limite de 45 pontos de diferencial entre pontos marcados e sofridos. 
O Uruguai fez o possível e o que estava ao alcance, nem sequer surpreendeu. Deu a lógica em Birmingham.


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