8 de junho de 2012

PORTUGAL PERDE EM JOGO INAUGURAL

Portugal conseguiu aguentar o resultado do jogo com os Jaguares até ao início da segunda parte, marcado pelo terceiro pontapé de penalidade de Pedro Leal, e que fechou a contagem para os Lobos.

A partir daí o domínio dos argentinos, que já se vinha afirmando, concretizou-se em pontos e o resultado final de 9-41 é bem o reflexo da diferença de andamento entre os dois quinzes.

Apesar disso, e enquanto teve pulmão e pernas, Portugal esteve razoavelmente bem, defendendo com garra e sacrifício, mesmo se em termos de organização se pudesse esperar mais.

Nos primeiros quarenta minutos, os ataques encadeados dos Jaguares foram parados por uma defesa agressiva, mas a utilização da bola, quando a teve, foi de pouca qualidade, com alguns erros que não deviam ter acontecido.

Na fase final do jogo, quando as equipas decidiram fazer entrar os seus bancos, o desnível acentuou-se, e a diferença no marcador foi-se alargando.

Individualmente gostei bastante do regresso de Tiago Girão e da cobertura que Vasco Uva fez do terreno, sobressaindo num pack avançado que até aos 54 minutos deu muito boa conta do recado.

O par de médios esteve bem, tanto Francisco Pinto de Magalhães com Yannick Ricardo melhoraram em relação a jogos recentes, com Pinto de Magalhães a mostrar uma boa evolução técnica, apenas se podendo apontar que ainda pode melhorar bastante no quesito "falar com o árbitro"...mas esteve muito mais calmo!

O trio de trás não comprometeu, com destaque para Gonçalo Foro e a sua (boa) agressividade - luta e pressiona como um terceira linha! - e Francisco Appleton e José Lima, que nunca viraram a cara ao adversário, deram a sensação de precisarem de melhor entrosamento.

No conjunto achamos que foi uma esplêndida oportunidade para Errol Brian fazer todas as suas experiências, que poderão ser retificadas no jogo contra os italianos, para que a equipa apareça no seu máximo potencial no jogo com o Uruguai - o único que conta para uma classificação.

Note-se que hoje a Roménia bateu esse mesmo Uruguai por 29-9, enquanto a Rússia foi derrotada pelos Emergentes italianos por 17-33.

Veja o quadro dos resultados e a ficha do jogo de hoje, e os jogos da próxima terça-feira:




8 comentários:

Unknown disse...

agora ficamos moderadamente satisfeitos com uma cabazada quando ganhamos contra os Jaguares na última edição? Não entendo!
abraço David

Anónimo disse...

O Jogo contra o Uruguai é o único que conta para o ranking da IRB, mas todos contam para vencedor da Nations Cup,por isso uma derrota por 41-9 não me parece um grande resultado para quem tem como objectivos vencer a Nations Cup (segundo o presidente da FPR em entrevista ao jornal público)
Fernando

Unknown disse...

Aliás, o que aconteceu com Mike Tadjer, Lionel Campergue ou Francisco Fernandes; Emmanuel Rebelo ou Fábio da Silva, Aurelien Beco ou Laurent Balangué, etc. etc.? Esquecidos?
David

Manuel Cabral disse...

Não entendes porque não queres ou não lês o que eu escrevo. Sendo, por natureza, um torneio que para nada conta - com excepção do jogo com o Uruguai - é o lugar próprio para se fazerem experiências, lançar jogadores, testar este ou aquele sistema, coisa que é imprescindível para qualquer seleção nacional.
Assim não faz qualquer sentido observar o jogo como se se tratasse de um campeonato do mundo ou da Europa, mas sim tentar entender por onde a equipa pode ir, quais os seus pontos fortes e fracos.
Será aliás curioso observar como a equipa evolui nestes três jogos, culminando com o encontro com os Teros - ou seja, que lições a equipa técnica retirou do que se passou dentro de campo, como os jogadores reagirão aos erros cometidos e como aproveitarão o que esteve bem.

Anónimo disse...

Muito bem respondido caro Manuel Cabral.
O jogo de ontem foi muito interessante para observar baixas de forma, alguma desarticulação por falta de rotina da equipa e promover o desembaraço/confiança a jogadores em integração e até a internacionalização de novos jogadores.
Não podemos esquecer que os jaguares estão em competição juntos há pelo menos 4 meses e em níveis competitivos altos.
Quem viu o jogo com atenção até pôde observar um inicio interessante da 2ª parte e entrada em campo de jogadores promissores.
Essencialmente o problema poderá estar em conseguirmos abrir o jogo, para jogando bem à mão, conseguirmos em jogadas rápidas irmos para ensaio. Isso poderá dever-se nesta fase, a uma certa falta de confiança de jogadores mais novos, que face a uma certa hierarquia na equipa ainda não se soltaram provavelmente por medo de errarem.
Foi interessante ver na 2ªparte, os 2ª e 3ª linhas registarem já com as substituições uma altura elevada , mais de 100kg de peso médio(acima dos jaguares), boa técnica e capacidade de choque. Estamos a falar de um conjunto jovem e já com provas dadas nos clubes e competições. Penso que com análises como a sua e transmitindo, pela critica positiva, confiança aos jogadores, designadamente analisando a prestação de cada um, referindo onde podem melhorar e bonificando os aspectos onde estiveram bem, contribuiremos para termos selecção. Exemplo:notificar à semelhança do que fazem os jornais desportivos, a prestação dos jogadores com classificação de 1 a 5. Penso que o Manuel Cabral e mais uma ou duas pessoas ,com isenção, credibilidade e capacidade critica podem produzir esse trabalho. Repito: com credibilidade, isenção, conhecimento técnico, autoridade moral/desportiva e sem clubites, o Mãodemestre poderá até lançar uma classificação para prestações na selecção e outra nos campeonatos, Taça de Portugal,etc...Que pensa disto?
Pessoalmente parece-me que a partir do momento em que o faça, atrairá muitos leitores para ver a critica de jogos, classificação dos jogadores etc, e poderá transformar o Mãodemestre num jornal tipo A Bola/Record, inclusive com atribuição de prémios.
Acredite que conheço jovens, que foram jogadores, têm cultura de rugby, formação na área da comunicação social e que podem transformar o Mãodemestre num órgão de comunicação com espaço na imprensa desportiva em Portugal. Conte comigo para ajudar.
Receba um abraço de João

Anónimo disse...

Pergunto-me o que esteve bem? Defendemos razoàvelmente enquanto tivemos pulmão e apenas isso. O jogo no chão foi mau, os alinhamentos foram maus, o Yannick está formatado para não abrir o jogo (não se compreende a insistência). Os avançados cometeram erros infantis no manuseamento da bola e por aí fora. O jogo não contava para o ranking mas perder ninguém gosta e jogando mal ainda custa mais. Quantos ensaios marcou a Argentina em contra ataque de bolas que eram nossas e que perdemos, 2 ou 3 se não estou em erro. Apesar do mau que foi o nosso jogo também me parece que podemos e devemos fazer muito melhor e possamos deixar uma imagem mais positiva daquilo que podemos fazer. Ontem a imagem deixada foi má, não há como esconder.

Manuel Cabral disse...

O Mão de Mestre tem estado sempre aberto a quem com ele queira colaborar.
Se esse é o teu caso, entra em contacto direto comigo através de e-mail ou clicando na etiqueta "Contacte-nos" no barra por baixo do cabeçalho do site.

Anónimo disse...

Escolher foi difícil. Infelizmente muitos dos luso-franceses tinham compromissos que os impossibilitavam, há os que ficaram para os sevens, para alguns amadores não é fácil faltar ao trabalho, e outras razões poderiam ser aventadas.

O Cabé obviamente falou demais ao Público. Portugal não tem equipa para ganhar à Nations Cup.

Quanto ao jogo. Estes jaguares não eram os do ano passado. No ano passado estavam no início de um ciclo, agora são uma equipa de continuidade, com muito tempo de trabalho juntos (e trabalho diário).

Mas é melhor perder de início e jogar em crescendo (espero que assim aconteça) ganhando no final ao Uruguai, do que como no ano passado.

Para mim a melhor notícia foi o Murray Cox aparecer a trabalhar os 3/4. Não pondo em causa a competência do Frederico Sousa, que tão bom trabalho fez no Direito, o modelo de jogo dos nossos 3/4 tem que mudar, e não podemos jogar "à Direito". Deveriamos jogar com o dinamismo das linhas atrasadas que os jaguares apresentaram. Jogamos de um modo muito previsivel, raramente vejo duas linhas de ataque, e muito menos várias opções de corrida. As linhas de corrida são quase sempre as mesmas, ângulos menos correctos, donde a direcção nem sempre é a melhor. A defender como já escreveram, estivemos bem enquanto houve pulmão, mas sempre uma defesa passiva. Hoje exige-se uma defesa dinâmica, sempre orientada para o contra-ataque. Daniel Hourcade deu-nos um banho de bem jogar dos 3/4.

Apesar de tudo e olhando para o que jogou o Uruguai, parece-me que poderemos vencer.

Luis Costa