1 de setembro de 2013

SPORTING VENCE SEGUNDONA E ESPERA GANHAR UNS JOGOS NA PRIMEIRONA...

Depois de longas décadas de ausência, o rugby do Sporting volta a entrar em campo, e, numa entrada de leão, venceu o nacional da 2ª Divisão, com o respectivo direito a subir à Primeirona.

Modesto, Manuel (Manú) Teixeira mostra uma certa surpresa pela vitória e diz que para a época que se avizinha, ganhar uns jogos já será bom...

Com cerca de 100 jogadores inscritos na FPR neste seu primeiro ano, dos quais 50 seniores, o Sporting aposta num projecto sustentado com equipas em todos os escalões da formação.

Manuel Teixeira falou connosco, e deu-nos uma visão do que se pode passar no rugby de leão ao peito.


Mão de Mestre: Quem é o Manuel (Manú) Teixeira, o que faz no rugby e fora dele?
Manuel Teixeira: Tenho 32 anos, sou licenciado em direito mas trabalho
em hotelaria em Cascais no hotel The Oitavos. Sou um apaixonado pelo rugby, pelo Sporting e pela família que tenho, na qual incluo os meus amigos.

MdM: De onde és natural e quando nasceste?
M.T.: Sou de Cascais, nascido no cada vez mais longínquo Fevereiro de 81.

MdM: Como e quando surge o rugby na tua vida?
M.T.: Fui com amigos a um treino no antigo pelado do Guilherme Salgado (em Cascais) aos 12 anos a ver se pegava, e nunca mais deixei de jogar desde esse dia. 
Joguei sempre no Cascais e tive a honra de aprender com os melhores, a grande geração pentacampeã nacional na década de 90. 
Tive ainda a sorte e o privilégio de jogar em Agronomia e de ter sido campeão nacional e ibérico pela primeira vez na história do clube. 
Na última época fui capitão da equipa sénior do Sporting.

MdM: O rugby ressurge ligado ao Sporting Clube de Portugal, após longas dezenas de anos de ausência do clube na prática da modalidade. Podes explicar como é a ligação existente entre a Associação Sporting Clube de Portugal Rugby, e o próprio Sporting Clube de Portugal?
M.T.: Como acontece por exemplo com o hóquei em patins e com o basquete feminino, nós somos uma secção autónoma do clube, somos financeira e juridicamente independentes do Sporting Clube de Portugal, embora o peso e a honra que sentimos em jogar com esta camisola seja igualzinho ao que teríamos se fossemos uma modalidade oficial. 
E embora ainda tenhamos um longo caminho a percorrer, foi excelente a aceitação e o carinho que recebemos dos muitos adeptos do SCP que nunca tinham visto um jogo de rugby até o desporto surgir no clube, e isso faz-nos acreditar que o rugby pode vir a ter um papel importante na captação de novos atletas, adeptos e sócios, no futuro, e sobretudo para as novas gerações.

MdM: Como aconteceu este regresso do rugby ligado ao clube de Alvalade?
M.T.: O surgimento do rugby teve como grande impulsionador o Rafael
Lucas Pereira, se não fosse por ele este projecto não teria tido capacidade para andar para a frente. 
Recebi um telefonema a convidar-me para ser padrinho da secção e participar num open day, no qual nos perguntámos porque não criar uma equipa sénior. 
Tivemos que lutar contra muitas adversidades, mas a verdade é que houve uma grande adesão de muitos jogadores, alguns com experiência, outros com pouca, grande parte sem nenhuma, mas todos "vestiram a camisola" de uma maneira incrível. 
Temos jogadores com muito potencial.

MdM: Logo no ano do ressurgimento, vocês conquistaram o campeonato nacional da 2ª Divisão e o respectivo acesso à 1ª Divisão. Quais são os objectivos a curto e médio prazo, em termos da vossa equipa mais representativa?
M.T.: Para ser franco no início nunca nos passou pela cabeça que ser campeão desta divisão seria uma possibilidade. 
Mas à medida que o projecto foi avançando, a entrega também aumentou e o nível da equipa cresceu muito, pese embora algumas lesões importantes que também tivemos. 
Agora temos noção que a responsabilidade é outra e o nível também, mas sei que teremos um grupo à altura das exigências. 
Há muito boas equipas na 1ª divisão, outras que se reforçaram muito bem, mas a única responsabilidade que temos é a camisola que vestimos. 
Para já seria bom ganhar uns jogos, elevar o nosso nível e mantermo-nos nesta divisão. 
Gostávamos também de conseguir cativar alguns dos muitos bons jogadores que existem em Portugal e que se queiram juntar a nós.

MdM: A Associação SCP Rugby tem promovido alguns eventos de divulgação e captação de jovens jogadores, e participou mesmo em alguns encontros/convívios dos escalões etários de formação. Que escalões e quantos jogadores movimenta o Clube e como correu a época 2012-13 nos escalões mais jovens?
M.T.: Nesta época tivemos mais de 100 jogadores inscritos entre sub-8, sub-12, sub-18 e Seniores. 
Nos sub-18 temos um grupo de miúdos com potencial, mas que são ainda poucos para conseguir apresentar uma equipa competitiva, temos fé que esta época já tenhamos muitos mais atletas neste escalão. 
Os sub-8 e sub-12 participaram em diversos convívios por todo o país, de leão ao peito.

MdM: Como pensam vir a desenvolver a vossa actividade nestes escalões?
M.T.: Através dos open days no Estádio Universitário tem sido possível cativar alguns jogadores para os escalões mais jovens, temos contado com boa divulgação nos meios de comunicação do clube, e o facto de termos sido campeões contribuiu para que chegássemos a muito mais adeptos e simpatizantes. 
Vamos esperar que já em Setembro muitos mais miúdos (e graúdos) queiram jogar de leão ao peito e perceber os valores e o espírito único deste desporto que tão importante foi e é nas nossas vidas.
É nosso objectivo a curto prazo conseguir competir em todos os escalões de formação. 
Temos vindo a participar activamente no projecto de reinserção social
"Escolhas" que nos dá a possibilidade de integrar miúdos institucionalizados nos nossos escalões de formação, e também levar o rugby às escolas, o quem sido muito gratificante para todos os envolvidos.

MdM: Como é financiada a actividade do Clube? Como se encaixa o Sporting Clube de Portugal neste aspecto específico?
M.T.: Nós somos financeiramente independentes do SCP e temos noção que com a actual situação teremos sempre que ser nós a encontrar as alternativas. 
Temos a próxima época bem planeada, mas estamos sempre abertos a todos os parceiros que acreditem na importância do rugby como escola de valores e no potencial de retorno, pela divulgação que os meios de comunicação do clube fazem dos nossos jogos e da nossa actividade.

MdM: Onde disputam os jogos e realizam as vossas actividades?
M.T.: No Estádio Universitário de Lisboa, é lá que todos os escalões treinam e jogam.

MdM: A ASCPR tem, ou virá a ter, algumas iniciativas de divulgação junto das escolas da cidade?
M.T.: Temos perfeita noção que esse terá que ser o nosso caminho, mas neste momento só podemos contar com a boa vontade de alguns atletas da equipa sénior que têm dedicado o seu tempo a esta causa.
Pessoalmente era um trabalho que me dava muito prazer fazer, mas tem sido inconciliável com a minha actividade profissional. 
Mas temos bem presente o potencial de aceitação e que é um caminho que terá que ser feito.

MdM: Quem foram os treinadores do Clube em 2012-13? E quais vão ser em 2013-14?
M.T.: Na época passada o Carlos Castro foi o nosso treinador durante toda a época, com o apoio do Laurent Mourie. 
Na próxima época continuará o Carlos, que foi campeão como treinador,
mas também como jogador, e aos 40 anos mostrou sempre como se faz dentro e fora de campo.

MdM: Um jovem (ou um menos jovem!) que queira jogar rugby no Sporting, o que deve fazer?
M.T.: A nossa actividade começará na primeira semana de Setembro. 
Todos os que quiserem experimentar o rugby no Sporting devem contactar a secção através do Facebook Sporting Rugby, através do email rugby@sporting.pt ou através do meu email pessoal massisteixeira@gmail.com.

6 comentários:

Anónimo disse...

Manú!
És dos grandes!
Dos que está no rugby pelo rugby!
Exemplo para tanta gente do nosso rugby que se move pelo dinheiro!

Muita sorte para o teu sporting!

Abraço

Anónimo disse...

Boa Tarde

Sem duvida nenhuma que a primeira divisão este ano será extremamente competitiva e com o seu valor, por muito que custe aos "clássicos da DH" a aproximar-se da DH.

Muito deste aumento de competitividade, que não é só emocional, se deve á coincidência da subida do Sporting e á
descida do Benfica e da aposta do Caldas, agora Groundlink Caldas e muitas das outras equipas aceitaram o desafio.

Queria saudar o Sporting neste seu primeiro ano de primeira divisão, gostei muito de ver a foto de jogadores do Sporting e do Benfica abraçados, vamos ter a esperança que o Rugby, os seus dirigentes e jogadores ensinem ás claques de ambos os clubes que para além da rivalidade existe camaradagem, que um jogo é isso mesmo, apenas um jogo e que apesar de se querer ganhar, existe vida e valores para além do jogo.

Sobre a primeira Divisão já sabemos que o Benfica se reforçou com três estrangeiros.
Sabemos que o Sporting se reforçou com Internacionais.
Sabemos que o Lousã se reforçou com treinador galês e jogadores galeses e da Academica.
Sabemos que o Loulé se reforçou ao contratar um treinador Inglês e diz-se que vai ter jogadores da mesma nacionalidade.
O Groundlink Caldas tem uma equipa de sonho para a primeira divisão, com dez jogadores que na época passada jogavam na DH e pelo menos quatro deles já foram Internacionais por Portugal.
A Agrária também se reforçou.
O Évora continua a ser o grande Évora, a equipa principal candidata á subida e que segurou toda a equipa da época passada com mais umas quantas contratações.
O São Miguel parece que vai ter a cedência de vários jogadores mais jovens do CDUL, o que dada a qualidade do CDUL vai significar mais qualidade.

Estou desejoso que o campeonato comece, porque este ano o campeonato vai ser excelente do principio ao fim com jogos emocionantes todas as jornadas.

Á quantos anos a Primeira Divisão não tinhas jogadores convocados para a selecção nacional? é gratificante olhar para a convocatória e ver um jogador do Caldas, penso que é um incentivo e uma esperança para todos os jogadores da Primeira Divisão.

Anónimo disse...

O que custa aos clássicos da DH é dar para cima de 100 cada vez que jogam com os da 1ª Divisão, com ou sem interncionais, retirados ou não.O disnivel é tão grande que vão ser necessários muitos anos para Caldas, S.Miguel, Sporting, Benfica, Lousã, Agrária er outros outros chegarem ao nível do Técnico, Cascais e Académica, porque para atingir a qualidade do CDUL, Direito, Belem e CDUP..., talvez no próximo milénio.Juízo e contenção nos comentários que fazem e oipiniões que produzem!

Anónimo disse...

"O São Miguel parece que vai ter a cedência de vários jogadores mais jovens do CDUL, o que dada a qualidade do CDUL vai significar mais qualidade.
"

Só se for o Feijoca!

Anónimo disse...

Li com atenção o comentário das 19h37m e o das 20h34m e não me parece que este ultimo tenha muita razão. Não foi dito que a Primeira Divisão discuta resultados com a DH, foi apenas dito que o valor se está a aproximar. Em Segundo lugar estive a ver os resultados da Taca de Portugal do ano passado e não vi esses cabazes de 100 pontos, vi numa meia final um resultado de 76-3 entre uma equipa que apostava a época na Taça de Portugal (Agronomia)e outra que apostava tudo em subir de divisão (Montemor), e vi um resultado de 17-21 favorável ao Belenenses a jogar contra o Évora.

Em Segundo lugar vejo o Benfica, que era um Clássico da DH, a descer de divisão e o CRAV a manter-se. Vamos ver quem desce este ano.
Outra forma interessante de avaliar se esta diferença entre as melhores equipas da Primeira Divisão e as da DH está a subir ou a descer será os resultados da Taça de Portugal deste ano.
Outro fator que pode dizer que existe mais qualidade na Primeira Divisão é esta ter elementos na Seleção Nacional atual, alem de vários que já lá estiveram (á quantos anos isto não acontecia?).

Por estas razões entendo também que o campeonato da Primeira Divisão será muito interessante e mais próximo em termos de qualidade da DH, isto sem colocar em causa a óbvia maior qualidade das equipas da DH.

Anónimo disse...

Contrariamente ao que foi escrito por um comentador anónimo, o rugby do Sporting Clube de Portugal não tem qualquer atleta internacional nos seus quadros. Com muita pena nossa, diga-se!

Saudações Ovais,
JMV