7 de setembro de 2013

CAMPO DE RUGBY EM SANTARÉM, UM SONHO QUE SE TORNA REALIDADE

Com mais de 40 anos de rugby na cidade, Santarém está prestes a realizar um sonho de gerações - ter o seu próprio campo!

Desde finais dos anos 60 que se joga rugby na cidade, primeiro na Escola Agrícola e depois passando por vários emblemas, o Rugby Clube de Santarém foi formado em 1995, sempre com o desejo de casa própria.

Depois de uma época em que as restrições na utilização de campo dificultaram a sua actividade em todos os escalões, o Santarém - agora também com uma nova sede - prepara-se para defender a sua posição na 1ª Divisão e fazer crescer o número dos seus atletas.

George Stilwell é o actual presidente do clube e dá-nos uma visão do que se passa.

Mão de Mestre: Quem é o George Stilwell no rugby e fora dele?
George Stilwell: No rugby fui atleta do CDUL e Académica de Coimbra e
ainda o sou, com muita honra e prazer, do Rugby Clube de Santarém.
Orgulho-me de ter no meu palmarés uma justa quota de campeonatos e Taças nacionais nos escalões juniores e seniores.
Fui durante grande parte da minha carreira primeiro ou segundo centro, tendo mais recentemente sido “promovido” a 3ª linha centro.
Neste momento faço parte da Direcção do RCS.
Fora do rugby sou médico-veterinário e professor universitário.


MdM: Onde nasceste e cresceste e como se deu o primeiro contacto com o rugby?
G.S.: Nasci e cresci em Lisboa e integrei desde muito novo as escolas de rugby do CDUL.

MdM: O que fizeste no rugby na época que terminou?
G.S.: Na época que terminou, para além de membro da Direcção e treinador das equipas mais novas, ainda tentei ajudar a equipa em campo nalguns jogos.

MdM: Como surge o rugby em Santarém e quando? Quando surge o RC Santarém?
G.S.: O rugby em Santarém surge com as então Escolas de Regentes Agrícolas de Santarém que jogavam rugby entre elas.
A certa altura federaram-se e iniciaram as competições nacionais com a FPR.
Depois acabou como Escola Agrícola e passou para uma secção da União Desportiva de Santarém, pela Académica de Santarém e por fim, em 1995

foi criado o clube autónomo Rugby Clube de Santarém.
De referir aqui alguns nomes que fizeram a história do clube e que também colaboraram nestas respostas.
Pedindo desculpa pelos eventuais e imperdoáveis esquecimentos, gostaríamos de destacar Pedro Monteiro, Pedro Gonzaga, Rodrigo Dentinho, Frederico Taborda, Miguel Zeferino, Artur Coelho, Diogo Campilho e André Durão.
Também merecem menção mais dois dos actuais membros da Direcção: Francisco Empis e Diogo Stilwell.


MdM: Qual foi a actividade que o clube teve nos escalões de formação (até aos sub-14) e de pré-competição (sub-16 e sub-18) na época 2012-13?
G.S.: O RCS está profundamente envolvido na formação.
Disso são sinais os bons resultados das nossas equipas nos respectivos campeonatos e torneios.
Disso também é prova a forma como o rugby tem crescido e é reconhecido pelas pessoas e instituições da cidade e concelho de Santarém.
O RCS participou na maioria dos convívios Nacionais e em alguns convidado por outros clubes.
Participou nos torneios regionais e Nacionais de sub-8, sub-10, sub-12 e sub-14, no Youth Rugby Festival com uma equipa de sub-15 e alguns torneios de sevens sub-14.
Recebemos e jogámos com duas equipas do Luxemburgo (sub-16 e sub-18).


MdM: Quem foram os treinadores destes escalões?
G.S.: Sub-8 e sub-10 - George Stilwell, Diogo Stilwell e Pedro Guimarães;
Sub-12 - André Durão e Diogo Silva;
Sub-14 - Tiago Pessoa e Francisco Montoya;
Sub-16 e sub-18 - Pedro Gonzaga e Joaquim Santos 


MdM: Que acções estão previstas para alargar o recrutamento nas camadas jovens?
G.S.: São efectuadas acções de divulgação nas escolas, participamos em
acções de demonstração desportiva organizados pela Câmara e são distribuídos panfletos e cartazes convidando as pessoas e famílias da cidade a assistirem aos jogos e torneios efectuados em Santarém.
Divulgamos ainda as prestações das várias equipas nas redes sociais e blogues do clube.


MdM: Existe alguma parceria com escolas/estabelecimentos de ensino da região?
Nada específico.
G.S.: O RCS foi um dos primeiros clubes nacionais a colaborar com a ARS/FPR no projecto então denominado "Escolas do meu Clube" hoje Nestum Rugby Escolar.
Assim, todos os anos faz sensibilização para a prática do rugby junto dos professores e alunos de todos os agrupamentos do concelho de Santarém.
Ultimamente tem realizado acções também em escolas do 1º ciclo.


MdM: Onde decorrem os treinos e os jogos das camadas jovens?
G.S.: CNEMA e outros campos do concelho.

MdM: Para a época 2013-14 quais os principais objectivos desportivos nos escalões de formação?
G.S.: Garantir que os nossos atletas percebam e vivam os valores do rugby, antes mesmo de aperfeiçoarem as suas capacidades técnicas.
Pretendemos cativar mais atletas de forma a alargar o número de jogadores em todos os escalões e participar na maioria dos torneios nacionais e um internacional.


MdM: No escalão sénior, o clube participou do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, mas teve um comportamento que nós consideramos abaixo daquilo que se deveria esperar do clube, escapando pela margem mínima à lanterna vermelha.
Quem foram os responsáveis pela equipa?
G.S.: Relembrando os bons valores do rugby aos quais o RCS se associa de corpo e alma, apenas temos uma resposta para esta pergunta – todos na equipa e Direcção somos responsáveis pelos bons e maus momentos que o clube passa.

MdM: Que lições têm sido tiradas da actividade sénior e como vai ser o futuro?
G.S.: A actividade sénior de um clube amador como o nosso deve ser entendida como um culminar do esforço e envolvimento colocado nos momentos de formação.
O RCS nunca foi buscar treinadores ou atletas a outros clubes nacionais ou internacionais.
Pelo contrário tem fornecido bons atletas para outras formações. 

Apesar de nada nos mover contra essa prática, somos um clube com alguns anos e com o orgulho de sempre subsistir com a "prata da casa".
Nos últimos anos praticamente todos os jogadores a jogar na equipa sénior fizeram toda ou parte da sua formação no RCS. 
Outros vieram, por força das circunstâncias, parar a esta cidade e continuaram com a sua paixão pelo rugby representando agora o RCS. O RCS nunca fechou a porta a nenhum jogador nem o fará. 
Achamos que a principal lição é sermos um clube humilde que se honra do trabalho que tem sido feito na formação de atletas e Homens.
Este facto está reflectido no enorme esforço e dedicação que os jogadores da equipa sénior têm mostrado ao representar o clube.


MdM: Como é financiada a actividade desportiva do clube? Qual o papel da autarquia neste aspecto?
G.S.: Através de apoios de algumas empresas e pelo pagamento das anuidades pelos atletas e respectivas famílias.
No nosso clube os jogadores de todos os escalões apenas comparticipam nas despesas que o clube tem em seguros, inscrições, deslocações para participação nos treinos e jogos etc...
Todo o trabalho de técnicos e dirigentes é voluntário e gracioso.
Em princípio o clube deveria receber uma comparticipação por parte da autarquia, mas devido a várias razões esta ajuda tem faltado nos últimos anos.
Temos esperança que a tendência se inverta.


MdM: Qual o papel das empresas da região?
G.S.: Têm uma importância cada vez maior.
Este maior envolvimento das empresas demonstra duas coisas: que o RCS tem uma projecção crescente e uma imagem apelativa; e que as empresas percebem como podemos ser um excelente veículo para a sua própria imagem.
Este ano pensamos conseguir um maior apoio de duas ou três empresas com bastante importância regional.


MdM: Ainda quanto aos seniores, sabendo que o RC Santarém foi a única equipa da 1ª Divisão que teve problemas com a apresentação de um campo para a realização dos seus jogos, quais são os objectivos da equipa para 2013-14, agora que se deu o alargamento da Divisão para 10 equipas?
G.S.: O RCS apresentou todas as equipas excepto sub 21.
De resto a participação foi igual a todas as outras que jogaram na 1ª divisão.
O problema do campo foi uma realidade que tentámos ir resolvendo ao longo da época.
Aliás, o facto do RCS ter ultrapassado este obstáculo demonstra o valor e qualidade dos seus atletas.
O objectivo para 2013-2014 é apreciarmos e divertirmo-nos a jogar rugby.
Este é, a nosso ver, o objectivo que deve orientar uma equipa de rugby amador.


MdM: Qual a situação do novo campo, que já está em construção? Quando entrará em funcionamento? Como será feita a gestão desse campo?
G.S.: A construção e utilização do novo campo, localizado na antiga Escola
Prática de Cavalaria de Santarém, é uma nova fase que se inicia para o clube.
Diversos entraves e dificuldades puseram à prova a resistência e força de vontade de dirigentes e colaboradores, mas temos esperança que tudo se ultime no fim deste ano de 2013.
Este é um sonho realizado ao fim de tantos anos e que o RCS por mais que uma vez mostrou merecer.
A gestão do campo, como ficou estabelecido no protocolo assinado com o município, ficará a cargo do RCS com o imprescindível apoio dos diversos serviços da Câmara Municipal de Santarém na manutenção e melhorias necessárias.


MdM: Quem vão ser os treinadores do clube para a próxima época?
G.S.: Mais uma vez o RCS irá contar com os seus excelentes colaboradores voluntários para orientar e dirigir todas as equipas.
Como dissemos este é um motivo pelo qual nos orgulhámos.
Os nossos treinadores têm demonstrado vezes sem conta uma enorme valia em termos técnicos e pedagógicos, e isso irá verificar-se mais uma vez este ano.
Para a época de 2013-14, a equipa técnica dos seniores será composta por Pedro Monteiro auxiliado por André Durão e Gonçalo Pimpão, podendo ainda ser alargada a mais um elemento.


MdM: Quem quiser jogar no RC Santarém o que deve fazer?
G.S.: Pode dirigir-se ao CNEMA em qualquer um dia de semana a partir das 19 horas para se informar junto dos técnicos e dirigentes que aí se encontram.
Temos esperança que a partir de Dezembro esse ponto de encontro se mude para o novo campo de rugby na antiga Escola Prática de Cavalaria perto do centro da cidade.
Em alternativa pode dirigir-se à sede do RCS no Largo do Município, nº11 (Vivenda Azul) às 3ª e 6ª feiras entre as 21 e as 22.30 horas.
Podem ainda visitar a página do clube no Facebook, grupo aberto, enquanto o site está em remodelação (em www.rugbysantarem.net) ou enviar um e-mail para: geral@rugbysantarem.net

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabens ao Santarem que bem merecia o seu campo próprio e seguir o exemplo do Caldas.
Para mim, que vivo em próximo de Rio Maior vai ser optimo poder seguir estes dois clubes, Santarem e Caldas, com projectos tão diferentes mas ambos sustentados na vontade dos seus praticantes.

O Santarem nestes ultimos tempos viveu muito do improviso, do desenrasca. Foi visivel na época passada que a equipa sénior não tinha qualquer cultura táctica, sendo conjuntamente com o Loulé a equipa mais fraca da Primeira Divisão. Acredito que com um campo próprio o numero de praticantes vá aumentar bem como a melhoria das suas infraestruturas.

Faço votos que o Santarem consiga recuperar algum do brilho que já teve e que tem vindo a ser perdido ao longo dos ultimos tempos, até porque pelos vistos a Primeira Divisão deste ano parece que vai ser muito dificil e renhida.

Outro dos factores a ter em conta é que o grande rival da região, o Caldas, se reforçou soberbamente. Faço votos para que o Santarem consiga recuperar rapidamente e fazer equilibrar um pouco mais os resultados tão desnivelados da época passada. No Rugby, como o Santarem pelos vistos o entende, este desnível não traz problemas de maior mas aos jogadores da equipa sénior, pelo menos a alguns, traz desmotivação.

Que a garra tradicional dos Scalabitanos se faça sentir no Rugby e que a qualidade aumente, afinal o Grupo mais conhecido de Santarem são os forcados e tambem eles são amadores.

Anónimo disse...

Bela foto com dois jovens promissores do RCS: George Stilwell e João Luís!

Agora a sério, dois exemplos de dedicação ao Rugby, em particular ao RCS!

Boa sorte ao Santarém para a época que se avizinha