9 de setembro de 2013

CALDAS CONSOLIDA RUGBY QUE VAI NOS 20 ANOS DE ACTIVIDADE

Surgindo nos media em grande força graças às características especiais do patrocínio que estabeleceu com a Groundlink, o Caldas Rugby Clube é a sequência natural de uma actividade que começou no início dos anos 90 - já completou 20 anos - e que mobiliza todos os escalões reconhecidos pela FPR, incluindo uma equipa feminina e, para a próxima época, uma equipa B.

Com naturais e justificadas ambições no panorama do rugby nacional, o Caldas conta, para além dos seus patrocinadores, com um forte apoio da autarquia, quer em serviços, quer na cedência das estupendas instalações desportivas da cidade, mas a principal fonte de receita do clube continuam a ser as contribuições dos seus atletas, garantia de sustentabilidade, em eventual tempo de crise.


Exemplo para muitos, o Caldas RC tem levantado alguns olhares de desconfiança por parte de uma minoria, que deverão ficar sanados perante a clarificadora entrevista que António Vidigal, seu presidente, concedeu ao Mão de Mestre.

Mão de Mestre: Quem é o António Vidigal, no rugby e fora dele?
António Vidigal: No rugby, depois de um curto percurso como jogador e
ainda nesse período, assumi a liderança da então secção de rugby do Caldas Sport Clube, que deu origem ao actual Caldas Rugby Clube, do qual sou Presidente desde a sua fundação, em 1998. 
Acumulei essa função com a de presidente e “refundador” da Associação de Rugby do Sul, nos anos de 1999 a 2002. 
Fora do rugby, para além de casado e pai de família (1 filho e 3 filhas), sou responsável pela unidade de PetHotel do Jardim Zoológico de Lisboa.

MdM: Onde nasceste e cresceste e como se deu o primeiro contacto com o rugby?
A.V.: Nasci em Luanda, em 1964, vim para Lisboa em 1967 e para as Caldas da Rainha em 1975, onde a minha família se radicou. 
Para além dos memoráveis jogos das Cinco Nações que fez nascer o interesse, o meu primeiro contacto com o rugby deu-se já nas Caldas da Rainha, em 1976, no Desporto Escolar. 
Esse foi um projecto que, ao fim de 3-4 anos, não vingou, mas que deixou raízes profundas naqueles que por lá passaram.

MdM: O que fizeste no rugby na época que terminou, e o que vais fazer na próxima?
A.V.: Liderei o Caldas Rugby Clube, tal como tenho feito nos últimos 15 anos e assim continuarei a fazer no(s) próximo(s) ano(s).

MdM: Como surge o rugby nas Caldas e quando? Quando surge o Caldas Rugby Clube?
A.V.: O rugby nas Caldas nasce definitivamente em 1993, da vontade de alguns dos jovens que entre 1975 e 1979 praticaram a modalidade no âmbito do Desporto Escolar. 
Estabelece-se uma parceria entre o Caldas Sport Clube e a UAL, apadrinhada pela Câmara Municipal, dando origem à secção de rugby daquele clube de futebol.
Após se ter assegurado e garantido junto das entidades oficiais a construção das actuais instalações, a então secção autónoma de rugby cessa a sua existência, dando origem ao Caldas Rugby Clube em 1998.


MdM: Após dois anos de vigência do protocolo que foi estabelecido entre o
Caldas, o Peniche e o Marinhense, quais são os resultados mais importantes dessa colaboração?
A.V.: Este tem sido um protocolo que permitiu a aproximação entre os três clubes, sendo o Caldas Rugby Clube o principal motor, colaborando com os outros dois clubes.
No primeiro ano, a colaboração foi maior com o RC Marinha Grande, pois este tinha na altura uma estrutura mais organizada, tendo vários jogadores daquele clube participado em alguns jogos do CRC. 
Contudo a falta de instalações próprias e condicionantes profissionais dos seus responsáveis, levou a um retrocesso no processo de desenvolvimento deste clube.
Com o RC Peniche, não tendo existido muito trabalho em conjunto no 1º ano, no 2º ano aumentou significativamente. 
Quer no apoio em acções de promoção nas escolas do concelho de Peniche, na integração dos atletas do RC Peniche nos treinos do CRC, em diferentes escalões (sub-14, sub-16, feminino), na comparticipação dos custos com formação de técnicos e das deslocações para os treinos nas Caldas.
Isto permitiu que vários atletas do RC Peniche integrassem algumas equipas do CRC, dando-lhes a oportunidade de adquirirem experiência competitiva.


MdM: Qual foi a actividade que o clube teve nos escalões de formação (até aos sub-14) e de pré-competição (sub-16 e sub-18) na época 2012-13?
A.V.: Ao longo da época passada foi possível manter em actividade
constante os escalões sub-8 e sub-12, que participaram nos torneios promovidos pela FPR e ARS. 
Já no final da época atingiu-se o objectivo de ter também em actividade o escalão sub-10.
Ao nível dos sub-14, a equipa participou nos Torneios Regionais de Inverno e Primavera, integrando o grupo B.
Os sub-16 e sub-18 participaram nos respectivos Campeonatos Nacionais XV, integrando o grupo B.
Esta foi a primeira época em que se conseguiu ter em actividade simultaneamente estes dois escalões, algo que antes nunca tinha sido conseguido.
Mais importante que os resultados e classificações, a aposta tem sido na consolidação destes escalões e a transmissão dos valores do rugby.


MdM: Quem foram os treinadores destes escalões?
A.V.: Sub-8/Sub-10/Sub-12 – Sofia Domingos, Cristiano Manuel, David Batista e António M. Vidigal
Sub-14 – James Collis e Gustavo Moura
Sub-16 – Sofia Domingos
Sub-18 – Jonathan Nolan e José Ferreira
Feminino – José Ferreira


MdM: Que acções estão previstas para alargar o recrutamento nas camadas jovens?
A.V.: Em 2012-2013, fruto das acções desenvolvidas pelos técnicos do clube, foi possível levar o rugby a cerca de 5000 jovens do concelho das Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Benedita, Alcobaça e Peniche.
Nas escolas do 1º ciclo foram desenvolvidas acções em parceria com a ARS, ao nível do Nestum Rugby.
Com um quadro de cinco técnicos em full-time, estão a ser planificadas diversas acções de diferentes tipos, para promover e demonstrar o rugby

em todas as escolas da Região Oeste. 
Apesar de na época passada já se ter começado a sair das Caldas, para 2013-2014 pretende-se que a maior parte das acções sejam feitas fora do concelho das Caldas da Rainha.
Para além das acções no terreno, trabalha-se muito a comunicação, através dos órgãos de comunicação local e regional, a divulgação através de flyers, cartazes, outdoors e os meios digitais.


MdM: Existe alguma parceria com escolas/estabelecimentos de ensino da região?
A.V.: Neste momento temos uma parceria com o Colégio Rainha Dona Leonor, localizado ao lado do clube, com a Escola Raphael Bordalo Pinheiro, que irá lançar um núcleo de rugby do Desporto Escolar, com a Escola Secundária do Bombarral, que também irá lançar um núcleo de rubgy e com o Externato da Benedita.
Para além destas parcerias, tivemos durante três anos uma parceria com a Câmara Municipal, que nos permitiu estar nas escolas do 1º ciclo com as Actividades de Enriquecimento Curricular. 
Essa parceria vai agora ser estabelecida com os Agrupamentos Escolares, o que nos permite desenvolver dinâmicas diversas em todas as escolas do 1º ciclo.

MdM: Para a época 2013-14 quais os principais objectivos desportivos nos escalões de formação?
A.V.: Consolidar todos os escalões; atingir e manter com regularidade os 180-200 atletas; subir na tabela classificativa nos escalões de pré-competição.

MdM: No escalão sénior, o clube participou do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, e depois de uma primeira fase sem grande sucesso, a equipa surgiu com uma nova disposição na fase final da prova, contando por vitórias (algumas folgadas) todos os jogos realizados.
Quem foram os responsáveis técnicos da equipa?
A.V.: O treinador da equipa foi e é o Patricio Lamboglia, que está no clube desde 2002 e o Jonathan Nolan foi o preparador físico.
Mas muito do sucesso desta mudança deve-se à alteração de atitude dos jogadores que, dando o melhor uso às condições proporcionadas pelo Main Sponsor do clube, se empenharam e se esforçaram.
E quando se tem qualidade e se trabalha a sério, os resultados aparecem.


MdM: Que lições têm sido tiradas da actividade sénior e como vai ser o futuro,
agora que se concretizou um importante contrato de patrocínio com a Groundlink?
A.V.: A principal lição que os atletas tiraram foi a de que, treinando com seriedade e dedicação, têm qualidade suficiente para competir ao mesmo nível que as equipas de topo.
O futuro vai ser de muito trabalho, muito rigor, muita exigência, para se atingirem as vitórias e os objectivos delineados.
O mais importante contudo é nunca perder as perspectivas e manter os pés assentes no chão.
A equipa senior é o porta-bandeira do clube, pois do seu exemplo resulta o sucesso de toda a restante actividade. 
A sua importância e relevância deverá ser utilizada para a obtenção de mais e melhores recursos pelo clube, para serem aplicados na formação e desenvolvimento, garantindo o futuro do clube.

MdM: Como é financiada a actividade desportiva do clube? Qual o papel da autarquia neste aspecto?
A.V.: A actividade do clube é financiada pelos atletas, sponsors, autarquia e outras entidades públicas:
Atletas – 34%
Sponsors – 26%
Câmara Municipal – 8% (subsidio actividade)
IEFP – 23%
Câmara Municipal – 9% (prestação serviços)
Para além destes apoios (financeiros), é da responsabilidade financeira da autarquia a manutenção e conservação do nosso campo relvado.


MdM: Além do já conhecido apoio da Groundlink, qual o papel das empresas da região no financiamento da actividade do clube?
A.V.: O nível de apoio ainda é reduzido. 
A cidade das Caldas da Rainha tem uma vocação, quase exclusiva, comercial e de serviços, não existindo empresas de grande dimensão com capacidade para patrocínios e apoios. 
Apesar de tudo, 2012 foi um ano de crescimento positivo ao nível da sponsorização, mantendo-se em 2013.
Actualmente contamos com o apoio da 2AB, o mais antigo sponsor do CRC, em conjunto com a RGT e a Soaluga, da Solancis. 
Estas quatro da Benedita. 
Continuamos também com os apoios da Rações Avenal, da GelRainha e da Mr. Pizza. 
Para além do grande reforço que é o apoio do actual main sponsor do clube, a Groundlink.
É nossa expectativa que, a reboque do aumento de visibilidade da equipa senior, mais empresas das Caldas e da Região Oeste procurem o Caldas Rugby Clube como meio de promoção dos seus produtos e serviços.


MdM: Ainda quanto aos seniores, quais são os objectivos da equipa para 2013-14, agora que se deu o alargamento da Divisão para 10 equipas?
A.V.: Este desafio de um Campeonato com 10 equipas e 21 jornadas, veio em nossa opinião elevar as dificuldades de todas as equipas, obrigando-as a trabalhar mais e melhor. 
Dentro e fora de campo.
Apesar do muito que se tem falado, o objectivo da equipa senior é o de lutar por um dos dois lugares da final do campeonato, sendo obrigatório ficar pelo menos nos quatro primeiros.
Para além do Campeonato, pretende-se levar a participação na Taça de Portugal pelo menos até aos quartos de final.
Para além da equipa principal, é objectivo do clube garantir a existência de uma equipa B, que permita ir integrando os jogadores mais novos, manter em actividade aqueles jogadores que por diversos motivos não conseguem ter a disponibilidade necessária para a equipa principal, reintegrar jogadores lesionados.


MdM: Quem vão ser os treinadores do clube para a próxima época, nos diversos escalões?
A.V.: Sub-8/Sub-10 – Sofia Domingos
Sub-12 – James Collis
Sub-14 – António Jardim
Sub-16 – Jonathan Nolan e Sofia Domingos
Sub-18 – José Ferreira e António Jardim
Feminino – José Ferreira
Senior – Patricio Lamboglia e Jonathan Nolan (preparador físico)


MdM: Quem quiser jogar no Caldas Rugby Clube o que deve fazer?
A.V.: Aparecer no clube, com chuteiras, t-shirt, calções e vontade de jogar. 
Todos os dias a partir das 19.00h.
Com facilidade podem obter informações, através do site do clube  ou na nossa página no Facebook.
Podem também obter informações contactando-nos para o 913075606 (secretariado).

2 comentários:

Anónimo disse...

O projecto parece-me muito bom, mas pensava que a participação financeira (em percentagem) da Groundlink fosse muito maior.

PS - Tenho imensa dificuldade em provar que não sou um robô. Não é possível por caracteres mais legíveis?

Anónimo disse...

Groundlink Caldas boa sorte para o estágio, apliquem-se porque a bossa do pelicano tem um leão e uma águia para armazenar já no mês de Setembro.