22 de setembro de 2013

NO ANO DO CINQUENTENÁRIO TÉCNICO QUER VOLTAR AOS DIAS DE GLÓRIA

O rugby no Técnico surge na década de 60, comemorando esta época o seu quinquagésimo aniversário com o propósito declarado de levar a sua equipa mais representativa novamente ao topo do rugby nacional.

Com casa própria desde 1993, o Técnico movimenta mais de 300 atletas, inscritos na FPR, apresentando equipas em todos os escalões etários, além de uma equipa feminina.

Rui Neves é um antigo jogador que veste agora a camisola da gestão do clube e dá-nos a conhecer um pouco do funcionamento de um dos mais tradicionais clubes de rugby lisboetas.


Mão de Mestre: Quem é o Rui Neves, no rugby e fora dele?
Rui Neves: Engenheiro de formação e gestor de profissão sou,
actualmente, consultor em gestão, em empresa própria.

MdM: Onde nasceste e cresceste e como se deu o primeiro contacto com o rugby? 
R.N.: Nado e criado em Lisboa, 68 anos, casado (filhos e netos, o costume para a idade).
Vim para o rugby pela mão do Pedro Ribeiro (amigo e colega de curso) em 1964. 

MdM: O que fizeste no rugby e o que vais fazer na próxima época?
R.N.: Joguei, até final de 1974, sempre no Técnico/AEIST, como avançado (deixei de jogar por razões de saúde). 
Integrei as equipes que venceram a Taça de Portugal de 1968/69 e o Campeonato Nacional de 1971/72. 
Integrei ainda o CG da FPR na década de 90.

MdM: Como surge o rugby no Técnico e quando?
R.N.: O rugby no Técnico/AE IST iniciou-se há 50 anos, quando uma equipa disputou o Campeonato da 2ª Divisão e a equipe de juniores se sagrou campeã nacional. No ano seguinte, a equipa sénior foi campeã da 2ª divisão.
O Técnico foi campeão nacional sénior em 1980/81 e 1997/98, tendo vencido várias Taças de Portugal, a Supertaça de 1994, tendo ainda vários títulos nacionais da 2ª divisão, juniores e juvenis. 
A equipe feminina, embora recente, já foi campeã nacional e conquistou a Taça de Portugal da época passada.
Até 1993 foram exclusivamente utilizadas as instalações do Estádio Universitário de Lisboa. 
No final dos anos oitenta foi cedido pela Câmara Municipal de Lisboa um lote de terreno na zona das Olaias, onde foi construído, com recursos próprios, o campo das Olaias (concluído em 1993).
O clube tem equipas em todos os escalões etários, movimentado cerca de 300 atletas.

MdM: A partir de certa altura a actividade do clube foi separada entre a Associação de Estudantes e o Clube de Rugby. Podes explicar essa situação?
R.N.: Até 1971, as nossas equipas eram apenas formadas por estudantes ou antigos estudantes do IST. 
Com a abertura dos escalões de formação, foi necessário abrir o Clube a não alunos do IST, o que se concretizou em 1975, quando foi criado o Clube de Rugby do Técnico (C.R.T), que passou a gerir todas as equipas do Técnico mesmo as que continuaram a representar a AEIST.

MdM: Qual foi a actividade que o clube teve nos escalões de formação (até aos sub-14) e de pré-competição (sub-16 e sub-18) na época 2012-13?
R.N.: O Técnico, como habitual, participou em todas as competições destes escalões.

MdM: Quem foram os treinadores destes escalões?
R.N.: Sub-8: António Prates, Frederico Peyssonneau e Guilherme Martins
Sub-10: Miguel Reynolds Brandão, Manuel Cunha Pereira e António Manzoni
Sub-12: António Vale, Artur Conceição, Hugo Braz
Sub-14: António Jardim e Nuno Martins
Sub-16: Filipe Barral, Luís Rosário e Jaco Dames
Sub-18: João Magalhães e Jaco Dames
Sub-21: Luís Cavaco
Feminimo – Carlos Polainas
A todos o CRT agradece o esforço, dedicação e contributo que têm dado ao clube.

MdM: Que acções estão previstas para alargar o recrutamento nas camadas jovens?
R.N.: Vamos continuar a apostar nas escolas, como temos feito nos
últimos anos. 
No ano passado fizemos acções de divulgação que abrangeram mais de 3000 jovens, para o que contámos com a ajuda dos nossos jogadores seniores / Sub-21 e equipa feminina, que se deslocam às escola. 
De referir o papel do António Prates e o Frederico Peyssonneau que, apesar dos compromissos profissionais, têm dado um ajuda muito importante.
O Summer-Camp também se tem revelado uma óptima fonte de recrutamento. Mais acções estão previstas, que serão oportunamente divulgadas.
Os Directores de Equipa dos escalões de formação têm demonstrado um dinamismo assinalável e bom relacionamento com os pais dos nossos atletas o que, naturalmente, alarga a base de recrutamento. 
O nosso obrigado para o João Pedro (sub-8 e sub-10), Filipe Tavares (sub-12) e João Silva (sub-14), que vão continuar na próxima época, o que é excelente.

MdM: Existe alguma parceria com escolas/estabelecimentos de ensino da região?
R.N.: Formalmente não, mas temos relações privilegiadas com algumas escolas.

MdM: Para a época 2013-14 quais os principais objectivos desportivos nos escalões de formação?
R.N.: Temos crescido cerca de 7% por ano no conjunto dos escalões de formação e queremos continuar a crescer de forma sustentada. 
Estabelecemos um objectivo de um ratio de 10 jogadores por treinador, o mínimo para desenvolver um trabalho de qualidade. 
Por outro lado, o nosso índice de desistências nestes escalões tem, também, diminuído o que, para nós, é um excelente indicador.
De referir que este ano iniciámos o projecto da "Academia" que irá
abranger os escalões sub-12 e sub-14, além dos escalões de pré-competição e competição. Com este projecto pretendemos proporcionar aos nossos atletas treinos específicos.

MdM: No escalão sénior, o clube disputou a Divisão de Honra, conseguindo assegurar a manutenção na categoria. Quem foram os responsáveis técnicos da equipa?
R.N.: No ano passado adoptámos um modelo de Player-Coaches, modelo que vamos replicar este ano. 
Assumiram este papel o Scott Uren, o Taione Vea e o Kane Hancy. 
De referir também os nossos Directores de Equipa, José Marques e Paulo Miguel, que se desdobram nas equipas "A" e "B". 
Paralelamente, tivemos connosco o Nuno Fradinho e o Paulo Caldeira, preparadores físicos do clube, que deram uma ajuda muito importante no escalão sénior.

MdM: Quem vão ser os treinadores do clube para a próxima época, nos diversos escalões?
R.N.: Sub-8: António Prates, Frederico Peyssonneau e Pedro Direito
Sub-10: António Manzoni, Manuel Cunha Pereira e Pedro Mariz
Sub-12: Miguel Reynolds Brandão, António Vale, Hugo Braz e Ricardo Marques
Sub-14: Artur Conceição, Guilherme Pereira e Kane Hancy
Sub-16: Luís Rosário, Luís Marque e Josh
Sub-18: Pedro Carrilho, Xico Frazão e Niels
Sub-21: Luís Cavaco e Filipe Luís
Seniores: Kane Hancy, Scott Uren

MdM: Que lições têm sido tiradas da actividade sénior e como vai ser o futuro na Divisão de Honra?
R.N.: Fizemos um 2012/13 de transição, em que enveredámos por um rugby mais competitivo, e esperamos uma época 2013/14 de confirmação.

MdM: Como é financiada a actividade desportiva do clube? Qual o papel da autarquia e das empresas da região nesse financiamento?
R.N.: Parte importante das receitas do clube são provenientes de recursos
gerados internamente (quotas, merchandising, eventos, etc.). 
Os apoio externos, incluindo a autarquia, sponsoring, etc., completam as nossas necessidades. 
Estamos a estudar a diversificação das fontes de apoio, a fim de poder consolidar a posição desportiva.

MdM: Ainda quanto aos seniores, quais são os objectivos da equipa para 2013-14, e que medidas foram tomadas para o conseguir?
R.N.: Este é o ano do Cinquentenário do Clube, que queremos também marcar com uma época desportiva relevante. 
Com este objectivo, preparámos atempadamente a actividade e procurámos colmatar as principais debilidades da equipe que queremos recolocar no topo da Divisão de Honra.

MdM: Quem quiser jogar no Técnico o que deve fazer?
R.N.: Basta aparecer nas Olaias, no horário dos treinos e será bem recebido e enquadrado. 
Sub-8 a sub-14, 2ªs e 4ªs feiras, às 18h45mn – ver tudo sobre o CRT e horário de treinos em www.tecnico-rugby.com.

7 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia

ja nao tem equipa feminina?

Rogerio Correia disse...

Por aqui muito anonimo que não quer ou não sabe ler. Se lerem bem o que o Presidente diz dá para ver que a equipa feminina está bem e recomenda-se

Anónimo disse...

Caro anónimo das 16h13m vamos ter calma o anónimo anterior só fez uma pergunta, responda-se e não vale a pena ofender-se ou ofender, foi apenas uma pergunta.

Sobre o Técnico de ontem é uma equipa poderosa mas com muito trabalho pela frente, é uma equipa recheada de alguns muito bons jogadores com outros medianos e outros mediocres.
Tem que trabalhar ainda muito para ser mais equipa. Assim como está é pouco consistente e pode ser capaz do melhor e do pior, sem que seja possivel prevêr quando isso vai acontecer, tanto pode ganhar aos de topo como perder merecidamente com os do fundo da tabela.

Desejos de muito sucesso ao "meu" Tecnico e acredito que este ano teremos equipa para jogar pelo menos a meia-final, agora precisam de fazer bem o trabalho de casa.

Anónimo disse...

Equipa feminina há e vai entrar este ano numa nova fase, com novas jogadoras e novo treinador.

Assim a FPR continue a assegurar a existência de competções, pois ao que parece o rugby de XIII tem morte anunciada...

Quanto ao clube em si, fazendo o CRT 50 anos, estando a chegar a Outubro, não se conhece uma ideia, um esboço, nada que assinale as comemorações. Será a aposta numa comemoração fantasma?

Anónimo disse...

O rugby de XIII não existe, nem nunca existiu oficialmente sob a égide da FPR. Existe XV e VII. O drama é que não existe massa crítica suficiente e por isso a maior parte das equipas femininas têm de jogar com o número mínimo de atletas em campo que as regras de XV prevêem. Na realidade este ano só duas equipas é que garantiram ter jogadoras suficientes para XV. Todas as outras estão perfeitamente satisfeitas com os VII's, pois na realidade mesmo que o desejassem não tinham atletas para mais.
Esses são os factos concretos e enquanto não houver mais jogadoras,o campeonato de XV teria duas equipas.
O modelo apresentado e aceite pela maioria dos clubes, foi de apostar nos VII's e fazer no Inverno um campeonato/torneio/troféu com base em equipas conjuntas, tipo seleção regional. Se uma equipa como por exemplo o Benfica ou o Técnico quiserem jogar "sózinhos" nessa competição, muito bem. A realidade impõem que as outras se juntem. Se não, não teremos rugby de XV feminino fora da selecção!
E uma ideia que já ouvi, de fazer um campeonato a 2 e a 6 voltas, chamem-lhe o que quiserem, mas não é um campeonato nacional, nem a equipa que a ganhe se pode intitular como campeã nacional.
Haja bom senso e aderência à realidade.

Anónimo disse...

Pois bem, o rugby de XIII não existe, então podem explicar porque é a versão que em França se joga (no feminino) ao mais alto nível?

E, já agora, em termos de pureza de princípios, o VI é uma variante do rugby, pois rugby seria apenas o rugby de XV.

Curioso é notar que, de um ano para o outro, CRAV, Agrária e Bairrada (talvez também Agronomia, sendo que o loulé não era da 1ª divisão) tenham deixado de ter atletas... Ou foi sindroma repentino ou houve uma grande sangria nestes clubes, levando ao abandono de muitas e muitas atletas... E, a ser assim, há que perguntar quais os motivos para isso ter acontecido. E, então, saber o que a FPR fez para contrariar essa debandada. Porque, e não vale a pena os responsáveis federativos tentarem esquecer as suas teses - e mesmo afirmações do Presidente - de que o rugby feminino não interessava, não era uma aposta, embora publicamente tentassem mostrar o contrário.

Hipocrisia, meus senhores, é que não!

Rui Neves disse...

Por lapso do "copy past" escapou a informação do treinador Bruno de Freitas da equipe feminina do próximo ano.
Escapou tb a menção ao Rogério, a quem se deve o facto de o campo de jogos não ter ainda virado pelado...
Aqui ficam as correções.
Rui Neves (o próprio)