27 de dezembro de 2009

XV E VII - SEPARADOS À NASCENÇA?

Rugby Union só há um! Seja de XV, seja de VII.
E quem quiser separar os dois, está a fazer mal!
Concerteza que ao mais alto nível as duas variantes se expressam por formas diferentes, embora utilizando os mesmos argumentos.
Como também  é diferente a mesma variante, se jogada nos campeonatos nacionais, ou num Campeonato do Mundo.


O Rugby praticado pelos Lobos, quando defrontam a Georgia ou a Nova Zelândia, é diferente do Rugby praticado pelo Direito ou o CDUL, quando frente a Agronomia ou o Técnico.

Por isso é que nem todos podem ser internacionais. Por isso é que os internacionais o são apenas numa pequena parte da sua carreira desportiva.
Mas vou ainda mais longe. Dentro de uma mesma equipa é diferente o Rugby praticado por um médio de abertura, do Rugby praticado por um pilar, é diferente a leitura e interpretação do jogo, se feita por um médio de formação ou por um segunda linha.
Mas então fará sentido proceder a uma separação organizativa - mesmo mantendo o mesmo teto federativo - para cada grupo de jogadores?
Ou então criar um grupo separado e isolado de jogadores internacionais, que apenas jogarão entre eles? 

Obviamente que não!

Isso seria o mesmo que separar os dois ou três clubes de futebol que fornecem jogadores à seleção de futebol, impedindo-os de jogar contra os clubes - a grande maioria - que não fornece nenhum. Ou seja, o Benfica, Sporting e Porto - e mais um ou outro - deixarão de jogar contra a Académica, o Vitória de Setúbal ou o Belenenses - por falta de pedigree...E dentro de cada um daqueles clubes, teremos de criar condições para que aos jogadores internacionais não se misture a ralé dos não internacionais...

Então se não é assim, porque havemos de colocar aqueles que querem jogar sevens num redil, impedindo-os quer de jogar Rugby de XV, como de jogar com aqueles que preferem jogar Rugby de XV?
Porque não pode o Zé, o João ou o Manel, jogar umas vezes Rugby de XV e outras vezes Rugby de VII, conforme lhe apeteça e lhe dê prazer?

Parece portanto que essa questão de separar organizativamente as duas variantes não passa de mais uma tentativa para acabar com aquilo que existe, é popular e em que o jogador português já provou que é bom.

Claro está que quando se fala de seleção nacional, outros factores entram em jogo - como acontece com o Rugby de XV.

Já falei anteriormente sobre este assunto, mas como nem todos me leram, e alguns dos que me leram não entenderam, repito a minha opinião. É natural que haja outras maneiras de fazer, mas eu acho que esta é a mais adequada às nossas condições objectivas, e, com mais isto ou menos aquilo, é o que as Federações mais poderosas andam a fazer.

Deve ser escolhido um núcleo de cerca de, por exemplo, cinco jogadores contratados anualmente, para servirem na seleção nacional de sevens. Depois, para cada conjunto de Torneios (das séries da IRB) serão escolhidos os restantes jogadores. Vejam mais clicando aqui, e lendo a parte final do artigo que escrevi em Novembro.

Quanto à questão de quando se jogarão os sevens, tem sido hábito que os Torneios da variante sejam disputados em final de época. Na minha opinião, isso deve manter-se, mas, a sua prática deve ser estendida ao mês de Setembro, antes, portanto das competições de Rugby de XV.

E não se ponham a inventar Torneios e épocas de sevens durante o Inverno! Deixem o Inverno para o Rugby de XV.

Pois é. O meu conselho é que todos joguem XV e todos joguem VII.

E desconfiem quando ouvirem dizer que um faz mal ao outro.

Aproveitando um velho ditado lusitano, eu diria que nesta coisa do Rugby, para quem não sabe jogar (ou não tem espírito) até os sevens atrapalham!

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