29 de dezembro de 2009

SENHORAS E SENHORES: AS LISTAS!


Foram hoje confirmadas, com a presença dos seus mandatários, as candidaturas de Dídio de Aguiar e Amado da Silva à presidência da Federação Portuguesa de Rugby

Duas personalidades diferentes, dois conceitos diferentes sobre o desenvolvimento do Rugby em Portugal, duas propostas diferentes de como gerir a Federação.

Do lado de Dídio de Aguiar, durante os meses que antecederam esta eleição, pouco se falou, e, aparentemente, nada se escutou das críticas que lhe foram dirigidas, quer pela oposição, quer de quadrantes que lhe seriam à priori favoráveis. A direção à qual Dídio Francisco ainda preside fez, globalmente um trabalho razoável à frente dos destinos do nosso Rugby, apostando fortemente - como se comprometera - no sucesso da Seleção Nacional de Seniores.
O seu principal defeito terá sido uma obstinada surdez, e um elevado complexo de perseguição, que insiste em classificar todas as criticas e sugestões, como "inimizades".
E como consequência dessa surdez e desse complexo, Didio nunca foi capaz de entender que aquilo que lhe era pedido, não afectava minimamente, a prossecução dos seus principais objectivos.
Hoje, com uma equipa refrescada, Dídio de Aguiar mantém estas posições, e o seu Programa de actividades pouco nos diz, e do que diz nada é novidade.
Na verdade a única novidade é a confirmação do desinteresse pelos sevens e abandono da respectiva seleção nacional, de que a ausência a qualquer referência ao Campeonasto do Mundo de 2013 é paradigmática, e a manutenção de uma política dirigida com uma única mão - o apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo de 2011.
Dos nomes que compõem a sua lista, nada de especial a dizer, a não ser a entradade de dois nomes ligados à Académica de Coimbra, e uma distribuição em sectores de actividade que parece equilibrada e é com certeza, fruto da experiência dos anos que mantém à frente da FPR.
Uma nota apenas para referir a ausência de um departamento de desenvolvimento adulto, e uma certa expectativa em relação ao mais desconhecido dos elementos da sua lista, João Carvalho.




Do outro lado temos Amado da Silva, o homem que construiu a nova Agronomia, que soube encarar desafios, e que, a partir de certa altura - quando sentiu que as eleições estavam à porta - iniciou uma campanha agressiva contra o actual presidente da federação, tornando-o alvo mesmo quando aquele nada tinha a ver com as situações. E deste bombardeamento incessante, Cabé talvez tenha criado mais anti-corpos, do que fomentado aliados.
Batendo muita na tecla da falta de ideias da actual direção - leia-se, do seu presidente - Carlos Alberto soube apresentar ainda na época passada, um esboço de Programa que prometia uma verdadeira revolução no Rugby português.
Assumindo toda a responsabilidade por esse projecto, Amado da Silva resolveu apostar numa equipa muito jovem que - com a excepção de Pedro Sousa Ribeiro - fazem a sua estreia na administração do nosso Rugby.
Não que isso seja necessariamente mau, afinal todos tem que ter uma primeira vez, mas demonstra claramente que o candidato não pretende dividir com ninguém a condução das tarefas federativas.
Aliás isso já foi afirmado por ele próprio, com o argumento de que essa é uma das novidades da filosofia subjacente aos novos Estatutos.
Amado da Silva pretende, de uma vez, cortar todos os laços com os anteriores modelos de gestão, o que pode voltar-se contra ele próprio.
Uma equipa mais equilibrada, com uma mais equilibrada separação de sectores, coordenada - isso sim - com mão de ferro, seria sem dúvida mais apelativa.
Partindo do esboço de progama que já referi, Amado da Silva acabou por apresentar um modelo que ficou muito aquém das expectativas, embora faça algumas referências importantes, nomeadamente no que respeita às competições regionais.
No entanto, para quem teve tanto tempo para se preparar, Amado da Silva acaba por apresentar um Programa pouco completo, se bem que adiante algumas ideias e orientações.
No que respeita aos sevens, sem ignorar o tema, o Programa deste candidato não é claro, apontando embora para um isolamento da versão reduzida, que não deve ser continuado.

Em resumo, nem Dídio de Aguiar é tão mau como alguns o pintam, nem Amado da Silva se confirma como o super organizador, qualificado para o controle do nosso destino.

E no que diz respeito aos Sevens, nem um, nem outro, tem a menor ideia do que há a fazer. Esperemos que quem vencer as eleições saiba dar valor e ouvidos às críticas que lhe são feitas, introduzindo as correções necessárias para que os nossos  Sevens possam ser o sucesso que está ao seu alcance.

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