6 de dezembro de 2009

OS LINCES - A RAZÃO DE UM NOME


Os Lobos é um nome que se generalizou em todo o mundo, especialmente depois do Campeonato do Mundo de 2007, e para indicar a Seleção Nacional portuguesa que participou naquela competição. Foi nessa altura que o Rugby ocupou as primeiras páginas de todos os jornais portugueses, admirados pelo calor posto pelos jogadores na interpretação d’A Portuguesa.


E isto aconteceu, independentemente da origem do nome, de quando ele foi utilizado pela primeira vez, ou qual a equipa que inicialmente, recebeu tal distinção.
Hoje, quando se fala dos Lobos, associa-se de imediato o nome, a uma seleção portuguesa de Rugby.

É um património que o Rugby nacional conquistou, e que deve ser preservado.

A título de curiosidade, refira-se que Os Lobos não foram a primeira tentativa de dar um nome à Seleção Nacional. Já nos anos oitenta - nos princípios do João Paulo Bessa à frente da equipa – se tentou lançar outro nome, no caso Os Podengos, mas essa tentativa acabou por não ser bem sucedida.

Como tenho defendido publicamente, sou da opinião que a Seleção Nacional de Sevens deve ser separada da Seleção Nacional de XV, por motivos que já expliquei por diversas vezes, e a que qualquer um pode ter acesso, bastando consultar os arquivos do Mão de Mestre, e lendo o que escrevi.

Com a admissão dos Sevens no Programa Olímpico de 2016, com a sobrecarregada agenda da Seleção Nacional de Seniores de Rugby de XV na luta por um lugar no Campeonato do Mundo de 2011, com a necessidade de não deixar que os trabalhos de uma Seleção interfiram negativamente nos trabalhos de outra, chegámos, na minha opinião, à altura ideal para dar início àquela separação.

E isto não significa que um jogador, se jogar numa das seleções, deixa de poder jogar na outra. Significa apenas que se um jogador for escolhido para uma das seleções, não deve, simultâneamente, representar a outra.

O Rugby continua a ser apenas um, e as duas versões não são de forma alguma, incompatíveis. E esta separação é apenas um instrumento de uma estratégia que pretende tirar o máximo rendimento de cada uma delas.

Na prática - e sem que a Federação tenha tomado uma posição publica sobre esta matéria - desde o final da época passada, a Equipa Técnica comandada por Tomaz Morais, escolheu um conjunto de novos jogadores para participarem nos Jogos Mundiais, no Torneio da Namíbia, e agora no Dubai e em George, que estarão no auge das suas capacidades no período que vai do próximo Campeonato do Mundo de Sevens, em 2013, e os Jogos Olímpicos de 2016.

Ou seja, num prazo de quatro a sete anos.

E foi por isso que eu decidi passar a chamar a este grupo, a esta equipa, por um nome novo.
Tão novo como a própria ideia de uma nova equipa.
Um nome novo que ajude a criar uma nova identidade, sem laços de dependência a uma outra Seleção - reais ou psicológicos.
Uma nova identidade que ajude esta nova geração a crescer, a encontrar o seu próprio caminho.
Uma nova geração, uma nova identidade, uma nova Seleção, novos objectivos, um nome novo.

A Seleção Nacional de Sevens alcançou, ao longo dos tempos, posições e títulos que , não há muito tempo, eram impensáveis no Rugby em Portugal. A maior parte dos jogadores mais associados a esses sucessos estão agora envolvidos nas tarefas da Seleção de XV, onde também tem conseguido resultados importantes, e onde todos esperamos que consigam atingir os objectivos que para ela foram traçados.

Como noutros países, nada impede que cada seleção tenha o seu apelido.

E eu quis dar a este novo grupo de trabalho, basicamente composto por malta muito nova, uma identidade própria, que os "libertasse" do fardo que os resultados anteriores poderia representar, especialmente nos primeiros tempos.

Escolhi Os Linces, porque eles, como a nossa equipa, também estão em fase de renovação no território português, são ágeis, fulminantes no ataque, matreiros e, fundamentalmente, uns resistentes!

Por outro lado, com o envolvimento das seleções de Portugal em várias competições, fica mais fácil chamar Lobos a uma delas, Lobitos a outra, Lobas às garotas, e Linces aos 7's.

Assim saberão sempre a quem me refiro.

Você pode não gostar, mas admita, a ideia não ofende ninguém, representa apenas uma ideia, e simplica verdadeiramente o meu trabalho, e o de quem me lê.

Imagine se eu, ao pretender referir-me aos Linces, tivesse, todas as vezes, de escrever Seleção Nacional Masculina De Rugby De Sete Composta Fundamentalmente Por Malta Nova, Com Os Olhos Postos No Campeonato Do Mundo De 2013 E Nos Jogos Olímpicos De 2016!

 Uffff!!

E vivam Os Linces!!


COMENTÁRIOS AO MÃO DE MESTRE
Aproveito para esclarecer que no Mão de Mestre não será publicado nenhum comentário que não seja assinado por forma a que eu possa identificar o seu autor, nem nenhum comentário que eu considere despropositado, mal educado ou simplesmente tolo.

Publicar postagem

Sem comentários: