31 de março de 2015

TÓQUIO SEVENS TESTA CAPACIDADE DOS LINCES

Com três torneios por realizar no Circuito Mundial, Portugal mantém uma vantagem de 15 pontos sobre o Japão, na defesa da manutenção como Equipa Residente da competição na época 2015-16.

No torneio do fim de semana passado, os Linces perderam um ponto para os nipónicos, que conseguiram pela primeira vez na época, não serem últimos na classificação, enquanto os portugueses ficaram nessa ingrata posição pela primeira vez.

Com uma base de recrutamento muito reduzida, a selecção portuguesa enfrenta dificuldades sistemáticas na constituição da equipa, fruto da dimensão daquela base e também da característica amadora do rugby nacional, que levanta problemas de ordem profissional ou estudantil dos eventuais seleccionáveis, além, claro, das lesões que vão acontecendo.


Estes conjunto de factores - dimensão da base, amadorismo e lesões dos jogadores - só poderá ser resolvido com uma determinada política de expansão do jogo reduzido, que a actual direcção federativa deveria ter iniciado logo no ano em que foi eleita pela primeira vez, logo após a integração dos sevens nos Jogos Olímpicos.

Mas não.
Amado da Silva nada fez para promover a variante que fosse significativo, não ouviu o que alguns lhe disseram, esnobou em relação aos que o aconselharam, desprezou a importância dos sevens e é sem qualquer dúvida o principal responsável pela diminuição da importância internacional que a nossa selecção nacional sofreu nos últimos anos.
Ele e quem o aconselha na definição da política de desenvolvimento (se é que existe uma) da Federação Portuguesa de Rugby.

Se a Federação Portuguesa de Rugby tivesse assumido uma atitude virada para o crescimento da variante, ao fim dos cinco anos que já se passaram a situação seria com certeza outra.
Porque não basta ter preocupação (se é que ela existiu em relação aos sevens) pelos resultados imediatos, embora eles não devam ser desprezados.
É necessário ter uma constante preocupação pela consistência da prática, que assegura a continuidade da qualidade, e previne o futuro.
Apostar apenas num grupo restrito de eleitos para garantir o serviço da exigência, só pode conduzir ao desastre, pela óbvia falta de soluções que trás consigo.

Em Outubro de 2009 o Mão de Mestre começou a abordar o assunto, ainda antes da integração dos sevens nos Jogos do Rio de Janeiro, e pela sua actualidade aconselhamos a que dê uma vista de olhos - tivesse Amado da Silva feito metade do que ali se diz, não haveria dificuldade na substituição de um jogador lesionado nos Linces, ou de um jogador impedido por problemas profissionais ou estudantis.

Este fim de semana os Linces vão enfrentar mais uma Missão Impossível, disputando o acesso à Cup novamente com a Nova Zelândia (3ª do ranking), Austrália (4ª) e Escócia (8ª), e mais do que a sua própria classificação, é a classificação do Japão, que jogando em casa vai defrontar a Argentina (6ª), Samoa (9ª)  e França (10ª).

O torneio é rodeado do habitual interesse competitivo, mas para a selecção nacional ele representa mais do que isso.
Com o trabalho de casa por fazer, a preocupação é saber até onde pode ir esta equipa, misto de gerações que em sete etapas da prova apenas utilizou 19 jogadores (contando já com Tóquio), obrigando a um enorme sacrifício aos amadores que a compõem.

Com tantos problemas por resolver na nossa equipa, esperemos que os adversários do Japão façam o seu trabalho...

#maodemestre #Linces

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